Drive My Soul escrita por annademonangel


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! Espero que estejam gostando tanto quanto eu, e, dêem review, por favor!



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Capítulo Onze

 

 

Eu tinha tido vários outros sonhos com a menina de pele avermelhada. Ela apareceu em todos os meus sonhos por uma semana. Era enigmático e me irritava. Queria que ela me dissesse do que estava falando, me explicasse, mas ela insistia em dizer que eu já sabia. Eu disse à Jake sobre os sonhos, mas ele falou simplesmente que eu precisava dormir mais.

Agora, eu estava sentado no sofá da sala, assistindo um filme. Charlie estaria em casa logo, então eu tinha preparado algo para ele jantar. Tinha me sentido um lixo um dia todo; tivera uma enxaqueca no almoço e vim para casa. Vomitei duas vezes antes de me forçar a beber um refrigerante. Eu não vomitei depois disso, mas a enxaqueca não tinha passado até agora. Recostada no sofá, pensei sobre minha última semana e meia.

Edward estava indo à escola todos os dias, mas me dirigiu apenas uma frase.  O resto dos dias, tinha sido como se ele sequer estivesse ali. As coisas com Jacob iam bem, mas tínhamos andado tão ocupados não podíamos nos ver muito.

E ontem, no almoço, Alice tinha incrível repulsa no olhar quando eu passei por perto dela. Isso era injusto. Eu não queria perder a amizade dela por que não tinha escolhido Edward. Amava Alice, Jasper, Emmett, Carlisle, Esme e até mesmo a perfeita Rosalie. Gostaria mesmo que houvesse alguma de lhes dizer isso, mas eles pareciam me evitar ultimamente.

Ouvi o carro de Charlie estacionar na calçada e pulei do sofá para lhe servir o jantar. Outra onda de náusea veio, e minha cabeça latejava. O jantar foi tranqüilo, mas Charlie parecia ter coisas em sua mente. Eu tentei o fazer falar o que era.

— Você está bem, pai? Você parece estar querendo falar alguma coisa... — eu disse, e logo ele começou a falar.

— Eu conversei com Billy hoje.

— E? — incentivei.

— E ele está preocupado com você — ambos franzimos a testa. Se Billy estava tão preocupado comigo, porque Jacob não me dissera? Ah, claro, porque ele quase nunca atende o telefone quando eu ligo.

— Ah. Por quê?

Ele encolheu os ombros, drasticamente.

— Eu não sei. Mas acho que Jacob está começando a se preocupar, também.

Eu olhei para ele, perplexa. Se Jacob estava tão preocupado comigo, porque não vinha a Forks me ver? Deus, era assim que casais normais terminavam? Eu nunca tinha tido essa experiência antes. Mais náuseas vieram. Eu engoli o resto do meu refrigerante, mas isso não ajudou. Pulei da mesa e corri para o banheiro, e eu vomitei.

— Bells, você está bem? — Charlie perguntou. Ele viera atrás de mim.

— Sim — eu gemi. — Só devo estar gripada.

Charlie andou até mim e se agachou. Meus joelhos tinham cedido, então eu estava sentada no chão. Ele pôs a mão na minha testa.

— Você não está fria ou quente, Bella. Tem certeza de que é gripe? — Levantou uma sobrancelha.

— Não verdade não. Isso começou hoje, no almoço. Talvez seja intoxicação alimentar, apenas. — Meu estômago se revirou, e eu vomitei mais uma vez.

 

   Naquela noite, eu fui para a cama mais cedo e sonhei com a garotinha de pele vermelha.

 

Ela era um pouco menor, mas parecia a mesma dos outros sonhos. Puxou minha mão, de novo, e eu a fitei. Seus olhos eram grandes e, apesar da grande escuridão do ambiente, brilhantes.

“Você o ama” ela disse. Sua voz era forte e segura, eu acreditei nela. Olhei para seu rosto e sorri.

“Quem?” Perguntei. Ela sorriu e, de novo, apontou para a colina.

Eu queria sacudi-la, fazer com que ela me respondesse, mas não o fiz. Era apenas doloroso demais pensar em qualquer coisa a machucando.

Ela me cutucou, então eu olhei para o alto da colina. Lá, ao longe, havia um enorme lobo, castanho-avermelhado. Era Jacob quem estava lá, quem sempre estivera.

De repente, o lobo passou de castanho-avermelhado para um flamejante vermelho-fogo, assim como as árvores, antes tão verdes, e o céu, antes tão negro. Tudo parecia pegar fogo. Eu gritei.

 

— Bella, Bella, acorda! — Charlie me sacudia. Meus olhos se abriram e eu me sentia horrível. Meu estômago revirou e eu vomitei na lata de lixo, ao lado da mesa de cabeceira.

“Bella, você está bem? — Charlie perguntou.

Eu olhei dele para minha lixeira, da minha lixeira para ele, e neguei.

— Não. — Eu estava suando e minhas cólicas não desapareciam. Eram intermináveis. — Eu preciso ir ao hospital.

Charlie balançou a cabeça e saiu do quarto. Levantei-me e vi uma mancha vermelha escura na cama, eu gritei. Charlie correu para o quarto e seguiu meu olhar, até o sangue na cama. Seu rosto era preocupado.

— Bella, o que está acontecendo? — Sua voz tremeu, ele estava tão assustado quanto eu, eu podia dizer.

— Eu não sei — solucei. Ele me levou para o carro e correu comigo para o hospital, as sirenes ligadas.

 

 

A enfermeira da sala de emergência disse que eu tinha tido um aborto espontâneo. Eu lhe disse que era impossível, que nunca tinha ido até o fim com o meu namorado, mas ela me disse algo sobre pre-cum e suas próximas palavras foram como água nos meus ouvidos. Eu chorei muito, e tentei pensar, mas sempre que o fazia, doía. E muito. Então eu parei de pensar.

A ginecologista disse que eu estava com onze semanas de gestação. Onze semanas, eu tinha sido uma mãe por onze semanas. Mesmo não estando pronta para ter filhos, me senti traída pelo meu próprio corpo. Eu tinha tido minha filha tirada de mim antes mesmo de saber que ela existia.

A ginecologista perguntou-me se eu queria saber o sexo do bebê. Eu balancei a cabeça, negando. Não lhe disse isso, mas eu já sabia. Minha pobre, pobre garotinha de pele avermelhada. Meu corpo tinha matado a minha garotinha, a garotinha dos meus sonhos. Eu não parava de chorar.

Na volta para casa, eu disse ao meu pai o que tinha acontecido. Ele estivera muito irritado no hospital, porque ninguém lhe dizia nada. Uma vez que eu tinha dezoito anos, aquilo era confidencial. Quando eu lhe contei, ele chorou, me fazendo chorar outra vez.

 

Eu fui direto para a cama, e, naquela noite, eu não sonhei.

 

 

Duas semanas mais tarde

 

 

— Jacob? — eu perguntei, minha voz embargada.

Billy me disse que você estava no hospital. Você se sente melhor?

— Estou bem — respondi, passando o telefone para minha outra orelha. Era uma mentira, eu não estava bem. — Eu preciso falar com você, Jake. Pessoalmente.

— Tudo bem, vou estar ao em cinco minutos — Antes que eu pudesse responder, a linha caiu. Fiel à sua palavra, cinco minutos depois, Jacob bateu na porta.

Saímos para caminhar na mata atrás da casa, Jacob era lindo e acolhedor. Eu estava contente por estar com ele outra vez. A floresta estava fria. Quando paramos de andar, eu me joguei chorando nos seus braços. O calor me alcançou, me fazendo sentir mais calma e segura, mas algo dentro de mim ainda parecia errado.

— Ah, Jake! — eu choraminguei, chorando em seu peito. — Jacob, eu estava grávida!

Ele se afastou, olhando para mim, espantado.

—“Estava”?

— Estava — confirmei, engolindo um nó que estava na minha garganta.

— Eu não entendo — ele murmurou, embaraçado e sacudindo a cabeça.

— Eu estava grávida, então tive um aborto espontâneo. Mas eu não sabia disso até ter tido o aborto e correr para o hospital. — Expliquei para ele.

Jacob apenas assentiu, mordendo o lábio inferior. Sentamo-nos em um tronco caído, por um longo tempo. Quando ele finalmente falou, seu tom e palavras foram como uma faca cortando meu coração.

— Você ainda me ama?

Eu olhei nos seus olhos. Ele precisava acreditar em mim.

— É claro que sim. Eu nunca deixei de te amar, Jacob, e nunca vou deixar.

Ele respirou fundo e balançou a cabeça. Foi minha vez de fazer uma pergunta.

— Você pode me perdoar?

Seus olhos brilharam, e eu tive medo da resposta.

— O quê? — ele exigiu. — Perdoar você por quê?

— Por deixar o meu corpo matar o bebê! — eu soluçava.

— Bella, você não matou o bebê. Foi a natureza, tinha que acontecer. Vai ficar tudo bem, Bella, tudo bem — ele balbuciou. Eu estava quente. Percebi que ele tinha me apertado contra o seu peito. Ele passava os dedos pelo meu cabelo e sua voz era suave aos meus ouvidos. — Shh, Bella, não é culpa sua. Não foi culpa sua, Bella, não tem como ter sido. Está tudo bem, eu estou aqui. Não vou embora nunca mais, meu amor, está tudo bem. Eu vou ficar para sempre ao seu lado.

 

Naquela noite, eu sonhei com a minha filha.

 

— Está tudo bem, mamãe. Você apenas não estava pronta para mim — ela sorriu para mim e me abraçou antes de se afastar em direção à colina. Quando chegou ao topo, acenou para mim e sumiu feliz junto ao luar.

 


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Notas finais do capítulo

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