Apenas um pintor escrita por Subject 17


Capítulo 1
Desenho Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic aqui no nyah, dessa vez de uma creepypasta que eu gosto muito, Bloody Painter
Nessa Fic, Helen é o único personagem que não é de minha autoria, os poucos demais foram personagens originais criados por mim



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Correr. Correr para o mais longe e rápido que conseguisse era a única coisa em que Mary poderia pensar, enquanto corria por ruas silenciadas pela noite.

Um homem, do qual o rosto nem Deus conseguia mais se lembrar como era, vinha atrás da mesma, porém de maneira tranqüila e habitual, mostrando estar calmo apesar da situação.

Poucos minutos atrás, Mary voltava de seu emprego como secretária, papeladas e mais papeladas que enchiam sua mesa a fizeram ficar até tarde da noite trabalhando,

Em seu diário caminho até a estação de metrô, foi quando toda essa ´´ perseguição `` começou. Olhando para um lado, ao ouvir o barulho do que jurava ser apenas um gato buscando alimento em uma lixeira naquela fria noite

Um homem estava em pé, parado a cinco ou seis metros de distância. Estava de costas para ela, o único movimento que podia notar, eram discretos movimentos em seu braço direito, como se estivesse escrevendo ou desenhado alguma coisa.

Era alto, com curtos cabelos pretos levemente bagunçados. Usava um grande, sobretudo azul e uma calça que não soube distinguir de que tipo por conta da escuridão preta. Preso em sua cintura pode ver o que aparentava ser um coldre para uma faca. Aquele pensamento a assustou

Após passar sabe-se lá quanto tempo, Mary, que até o momento estava silenciada, pode notar no chão, logo enfrente aos pés do homem, o corpo de uma mulher. Usava uma expressa jaqueta preto, porém antes que pudesse  reparar em qualquer outra coisa, viu enrolado no pescoço da mesma um longo cachecol listrado em azul e amarelo.

Subitamente, uma memória recente lhe invadiu a mente:

Estava em sua casa, sentada em uma poltrona, protegida da noite em que a chuva insistia em não lhe dar descanso. Em suas mãos, estavam duas grandes agulhas com dois novelos de lã sobre o braço da poltrona. Estava tricotando um cachecol.

Deu um sorriso de lado ao olhar para si mesma e ver como parecia uma senhora de idade naquele cenário como aquele.

Tricotava um cachecol para presentear uma velha amiga e colega de trabalho, em poucos dias seria seu aniversário, e já eram amigas a tempo demais para deixar passar isso em branco, mesmo sabendo que sua amiga não fazia qualquer questão disso

E lá estava ele novamente, o mesmo cachecol azul e amarelo, mas agora possuía consigo uma terceira cor: O vermelho do sangue de sua melhor amiga.

Anna- Chamou pela amiga num sussurro tampando automaticamente sua boca com a mão logo em seguida. Porém já era tarde demais para isso, o homem que estava a sua frente, se virou de imediato a procura da fonte do barulho.

A primeira coisa que pode ver foi uma máscara, Uma máscara em que sua origem era completamente branca, lisa e sem detalhes, tendo apenas dois buracos para seus olhos. Sua única e principal característica era um sorriso que havia sido desenhado em vermelho, e ela sabia da onde havia vindo esse vermelho,

Abaixo de seu ombro esquerdo havia um broche, sobre um rosto amarelo havia um sorriso inocente em meio ao maior momento de pavor na vida de Mary.

Segurando em sua mão esquerda, que assim como a direita estava escondida sobre luvas pretas, pode ver um pequeno caderno verde de desenhos fechado, que possuía também um inocente sorriso em vermelho desenhado pelo homem. Em sua mão direita pode ver que segurava um lápis.

Ele, não, aquela coisa estava desenhando o cadáver de Anna. Era tudo em que Mary podia pensar

Quem é você? O que você quer de mim?- Tentou gritar com o tom mais firme e imponente possível, mas tudo que conseguiu foi um tom choroso e apavorado. Exatamente como estava por dentro.

Xingou-se mentalmente, tanto por mostrar que estava apavorada, quanto por achar que ele lhe responderia.

E como imaginou, o homem nada disse, apenas a olhou imóvel e , apesar de ter um sorriso estampado sobre a máscara, aparentava estar calmo e sereno.

Na parede ao seu lado, mais uma vez, pode notar um grande rosto com um sorriso inocente em vermelho. Aquela imagem jamais sairia de sua mente.

Apenas um passo a frente vindo daquele homem lhe fez estremecer e que seu medo, o que acreditava ser impossível, aumentasse

A medida que ele tentava diminuir a distância entre si e o que acreditava ser uma chance única, Mary por sua vez tentava aumentá-la ou ao mínimo mante-la .

Foi quando conseguiu juntar o pouco de coragem que ainda tinha para que corresse para o mais longe e rápido que conseguisse.

Tarefas que foram difíceis. O medo, que insistia em se sobrepor a sua coragem, ainda lhe estremecia, deixando suas pernas bambas. O salto alto que usava só fez com que o difícil se tornasse praticamente impossível.

As lágrimas corriam incessantemente pelo seu rosto. Lágrimas de tristeza por perder uma amiga, lágrimas de nojo e ódio que sentia por aquele homem e lágrimas por medo da morte, borrando sua maquiagem e  turvava sua vista.

Com as mãos e joelhos machucada pela quedas enquanto fugia e completamente descabelada, deixavam sua imagem de pavor e desespero completa.

Enquanto corria sem nem ao menos saber para onde, completamente exausta e amedrontada demais para olhar para trás, Mary se lamentava pela morte de Anna. Nunca havia perdido algum ente querido, e odiava ter descoberto essa sensação. Usava consigo mesmo o único pensamento que podia mante-la acalma, ou ao menos, diminuir seu pavor: Pode dar a Anna uma última festa de aniversário e bons últimos momentos de vida.

 Agora apoiada em um poste que lutava para iluminar aquele pedaço da rua, Mary já não tinha mais condição alguma de corre. Com a imagem de Anna morta voltando a sua cabeça, com o rosto desfigurado, Mary vomitou. Vomitou por nojo e desgosto daquele que apesar de tirar  uma vida, mantinha uma postura calma, como se fosse algo diário, e Mary poderia apostar que realmente era.

Apenas sentou no chão se escorando sobre o poste, esperando o que quer que o destino lhe trouxesse. Uma salvação  improvável por meio de um perdido motorista vagando por aquela rua ou, simplesmente, quem quer fosse o assassino, a encontrasse para terminar o trabalho. Quando, em um pensamento esperançoso, notou que não via mais seu perseguidor desde que começou a corre. Com medo demais para olhar para trás, Mary não soube explicar como ou quando, mas poderia telo despistado.

Mas logo ignorou a idéia, não lhe importava mais se viveria ou não, acabara de perder a única pessoa que já considerou da família

Sem ter noção alguma do tempo, nada disso lhe importava mais, após o que poderiam ter sido minutos ou horas, viu novamente seu perseguidor novamente ao final da rua, Caminhava lentamente até a mesma, parada, apenas o segui com o olhar.

Pode vê-lo parada a sua frente, a no máximo de dois metros de distância, mantendo sempre a postura calma, o observou colocando ambos os braços atrás das costas como se procurasse algo, e Mary já imaginava o que era. Ao recolocar novamente o braço ao lado do corpo. Viu mais uma vez o caderno que usou para desenhar Anna, só que dessa vez ambos em sua mão esquerda. Em sua mão direita, substituindo o lápis como viu anteriormente, estava uma faca. Simples, aparentava ser apenas uma faca de cozinha e aparentemente ainda bem afiada, apesar de ainda ter a lâmina banhada pelo sangue já fresco de Anna

Enquanto se aproximava para colocar a lâmina sobe seu pescoço, Mary pode ver os olhos de seu assassino. Olhos azuis, mortos e vazios que aparentavam não ver alegria alguma há anos. Essa seria a melhor descrição que Mary poderia dar a eles

Com a faca já posicionada sobe seu pescoço, ele apenas disse numa voz monótona e arrastada:

Sou apenas um pintor, e estou procurando pela inspiração para o desenho perfeito, e agradeço a você por me dar isso

Mary ouvia tudo em silêncio e com seus olhos firmes no de seu assassino, enquanto sentia seus olhos pesarem, lutando para não fechá-los, e a afiada lâmina da faca que tirou a vida de Anna cortando seu pescoço

Anna- Foi tudo que conseguiu dizer antes de seu coração parar

Helen a manteve exatamente como estava. Sua mais recente inspiração estava sentada numa rua apoiando suas costas em um poste. Seus olhos castanhos vazios e opacos o encaravam incessantemente, seu cabelo estava bagunçado e colado ao rosto e pescoço por conta do suor, e, agora também do próprio sangue. Com um pequeno corte, porém profundo, em seu pescoço, Helen manteve a bela mulher em sua frente praticamente intacta. Uma trilha de sangue seguia do pescoço até o chão, formando uma pequena poça no mesmo. Pequenos arranhões em suas mãos e joelhos faziam parte dos detalhes de seu desenho, que em sua opinião, por algum motivo só a deixaram ainda melhor para aquilo

Helen Otis havia finalmente conseguido, havia feito seu desenho perfeito. E devia tudo isso graças a uma mulher da qual nunca saberia o nome.

E qual será o nome?- Perguntava a si mesmo andando de um lado para o outro em frente ao corpo daquela mulher enquanto balançava seu lápis sobre o caderno-Espera- Disse num tom que deveria mostrar ânimo, mas ainda se mostrava monótona

Logo acima do seu perfeito desenho, escreveu o nome da mulher que não saia da cabeça de sua inspiração: Anna

Pronto, esta concluído!- Disse pela primeira vez em muito tempo com ânimo em sua voz-Logo em seguida, assinou seu desenho com as palavras Bloody Painter


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Notas finais do capítulo

Bom, então é isso, mais uma fic concluída
Espero que tenho gostado, e mais uma vez, se tiver qualquer coisa que precise melhorar podem dizer
Se puderem comentar e favoritar eu agradeceria mesmo, é a única forma que eu tenho de saber se meu trabalho esta sendo bem-feito, e se não, como eu melhoro
Até quem sabe outra fic



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