Os três conselhos escrita por Rina Cruz


Capítulo 1
Os três conselhos


Notas iniciais do capítulo

Bleach não me pertence. Se vc viu ou ver uma fanfic semelhante a essa, só que menos detalhada na SocialSpirit, saiba que fui eu mesma que escrevi. Decidi deixar ela lá pra eu me lembrar de como escrevia há 4 anos atrás.

Baseada na história "Os três conselhos"



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Há muito tempo, haviam dois jovens recém-casados de apenas dezoito anos cada que moravam em uma pequena fazenda. Em nome do amor, os jovens fugiram juntos e se casaram bem longe da família da menina, pois o irmão dela queria que a todo custo os dois se separassem. Apesar do amor inabalável dos dois, eles moravam em um lugar miserável e completamente isolado, tendo eles apenas o necessário para sobreviver.

    Kurosaki Ichigo, o jovem fazendeiro de cabelos ruivos, estava perdido em seus pensamentos naquela manhã. Ele olhava para o céu de verão, sentado no telhado de sua casa. Ele se sentia meio mal pela sua esposa Rukia, que sempre fora uma mulher rica ter que viver na extrema pobreza apenas pelo amor dos dois. Queria ser digno de ser o marido que sua esposa merecia, queria poder lhe dar conforto e queria além de tudo, provar que ele poderia ser alguém digno dela. 


—Ichigo?-A morena de olhos azuis perguntou se sentando ao lado dele no telhado. -Tudo bem?

—Rukia...-O garoto desviou o olhar do céu para os olhos cor violeta da esposa. -..Eu pensei muito e me decidi. Irei sair e viajar para bem longe, arrumarei um emprego e voltarei quando eu puder dar uma vida digna para você. 


    Ambos ficaram em silêncio. Rukia sorriu para o marido um sorriso um tanto forçado, mas com um pouco de alegria. Mesmo que respeitasse as decisões do marido, isso não impediria a mesma de ficar um pouco triste. Sabia que ele queria crescer na vida.

—Tudo bem. -Ela disse, compreensiva. -Eu sei que você me ama e que além de tudo, quer uma vida melhor por nós.

—Rukia me faça uma promessa?-Ele segurou as mãos da pequena mulher. -Eu sempre serei fiel a você. Então eu quero que você seja fiel a mim e que me espere, pelo tempo que for, pois assim eu o farei.

—Idiota! -Ela disse, deixando as lágrimas caírem de seus olhos grandes e sorriu. -Você é e sempre será o amor da minha vida. Eu te esperarei a vida toda e sempre lhe serei fiel. Eu prometi isso quando nos casamos, não?


   Então Rukia arrumou as coisas de seu marido, uma muda de roupa, um pedaço de bolo, alguns pães e uma garrafa de vinho e colocou junto à coisas dele. Quando ia sair, Ichigo depositou um singelo beijo nos lábios rosados de Rukia e seguiu em frente.


  Depois de dias e dias caminhando por uma longa estrada de terra, Ichigo encontrou uma linda fazenda, e pediu emprego ao dono, Urahara Kisuke que era muito gentil e precisava de um ajudante em sua fazenda para cuidar do gado.

—Senhor Urahara. Gostaria de pedir ao senhor alguns favores. -Falou o jovem. -Gostaria que o senhor permita que eu trabalhe aqui até o dia em que eu decidir partir. Eu também gostaria que o senhor não me dê nenhum dinheiro por agora. Apenas preciso de comida e moradia. Guarde meu dinheiro até o dia em que eu decida partir destas terras distantes.


  E Urahara concordou, sempre observando de perto o avanço do jovem, que trabalhou sem descanso e sem férias, dia  após dia, sem preguiça e nem reclamação, fazendo qualquer coisa que lhe fosse pedido. E seu salário era guardado por seu patrão todos os meses. Ichigo crescia na fazenda, e em pouco tempo ele já tinha o respeito de todos da região.

  Vinte anos se passaram desde que Ichigo começou a trabalhar, se contentando apenas com a comida servida, a cama que dormia e a roupa que lhe era dada. Ele sabia que todo aquele trabalho não estava sendo em vão, que trabalhava duro para que pudesse voltar com honra para casa, que pudesse dar uma vida digna e feliz para sua esposa. 


   Decidiu então que pediria suas contas e voltaria para a mulher que ama. Então foi falar com Urahara.

—Senhor Urahara. Eu gostaria de pegar o dinheiro que juntei durante estes longos anos. Agora eu sinto que sou capaz de voltar com a cabeça erguida e dar uma vida boa para minha mulher. -O jovem, agora um adulto de trinta e oito anos, com barba e uma feição madura falou.

—Tudo bem então meu amigo. Você pode receber o seu merecido dinheiro e voltar para casa, dar a sua esposa a vida que merece. -Disse com um sorriso. -Mas antes de receber o que merece, gostaria de lhe fazer uma proposta. Eu tenho três conselhos. Se você escolher seu dinheiro, eu não lhe direi nada, além de boa viagem. Mas se escolher os três conselhos, não terá seu dinheiro. Pense bem, e amanhã cedo você me responde.


O Kurosaki pensou, pensou, pensou e pensou a noite toda.  Sabia que ele e sua esposa precisavam do dinheiro, mas sabia também que seu patrão era um homem tremendamente rico e justo. Sabia também que ele era completamente sábio e que seja lá quais forem seus conselhos, eles valeriam bem mais que qualquer dinheiro.Pensou qual seria a melhor escolha e pouco antes do sol nascer ele já tinha se decidido. Foi até o seu patrão, sentado na varanda com um leque e um gato preto no colo.

—Eu quero os três conselhos!!-Disse confiante.

—Muito bem, então. Preste bem atenção no que vou lhe dizer e nunca se esqueça dessas palavras. -Urahara sorriu por de trás de seu leque. - O primeiro conselho que eu te dou é nunca se desvie de seu caminho, não importa o quão longo pareça, pois a sua vida pode depender disso.

—O segundo conselho é nunca ser curioso para o mal,pois isso poderá lhe ser mortal.

—E o terceiro e mais importante é de forma alguma tomar decisões com a cabeça quente ou cheia de ódio ou irá se arrepender. -Disse. Ele pegou uma sacola ao seu lado, com três pães grandes e entregou ao rapaz. -Leve essa sacola de pães e coma dois deles durante a viagem, mas guarde o terceiro e maior de todos para que possa reparti-lo com sua esposa quando chegar em casa. 


  Então o Kurosaki pegou suas coisas, guardou sua sacola de pães e passou a seguir seu longo caminho. Quando estava cerca de dois dias percorrendo uma estrada, um homem de cabelos azuis que encontrou durante sua jornada perguntou-lhe aonde ele estava indo. O Kurosaki respondeu.

—Estou voltando para minha casa para junto de minha mulher, em terras muito distantes.

—Entendo. -O homem sorriu maliciosamente. -A saudade deve bater forte, não?Você parece ser um homem direito, então lhe darei uma dica. Sabe a estrada da esquerda, bem ali na curva?Se você pega-la levará a metade do tempo que levaria pela estrada normal.

—Sério?-Perguntou afoito. Então agradeceu o homem e saiu correndo ansioso.

   Logo que estava sozinho, chegou até o atalho. Levado pela ansiedade Ichigo cogitou em seguir aquele caminho, mas ao se lembrar do primeiro conselho, que dizia para não desviar de seu caminho pois sua vida poderia depender disso, o ruivo continuou a seguir a estradinha mais longa. Logo descobrira que o homem que encontrara se chamava Grimmjow e ele e sua gangue encurralavam viajantes que passavam por aquelas terras e os matavam.

    Depois de dias e dias de viagem, quando estava perto de se por ele encontrou uma pequena pensão na beira da estradinha de terra, onde se hospedou. A dona, Matsumoto Rangiku foi bem calorosa e gentil, deixando com que Ichigo passasse a noite de graça. Então a noite ele foi dormir.

   Quando já passara das duas da manhã, Ichigo acordou ouvindo sons horríveis de gritos que pareciam vir do lado de fora da pequena pensão. Então pensou ir para lá ver o que era, mas se lembrou do segundo conselho que dizia para não ir onde não ser curioso para o mal ou poderia lhe ser mortal, e Ichigo então decidiu voltar a dormir.


  Pela manhã Ichigo desceu as escadas e viu a jovem loira sentada na mesa, que o olhou abismada quando ele apareceu. Ela então resolveu lhe perguntar:

—O senhor não ouviu uma barulheira essa noite?Não ficou curioso com os gritos?

—Sim, eu ouvi. Eu fiquei realmente curioso,mas como não era da minha conta eu voltei a dormir.

         -Pois saiba que o senhor foi o único hóspede desta pensão que sobreviveu a essa noite. É que tem um homem com problemas mentais chamado Aizen que costuma sair a noite gritando por estas terras e aqueles que iam até o lado de fora movidos pela curiosidade eram assassinados por ele. Nem a esposa do louco, minha amiga Momo sobreviveu.


     Então o jovem saiu da hospedaria, seguindo seu caminho normalmente por mais dias e dias sobre o sol escaldante do verão. Então ele já estava próximo as suas terras, e quanto mais se aproximava, mais seu coração disparava de ansiedade para encontrar sua amada. Quando já era de tardinha, já quase podia ver sua fazenda e a fumaça que saia dela por entre as árvores. Mal podia esconder a empolgação. Então Ichigo viu uma linda flor Amor Perfeito que lembrava muito os olhos de sua esposa e a colheu com toda a delicadeza e segui feliz até sua casa.

  Mas tremenda foi sua decepção ao chegar perto de sua casa e um pouco afastado sua mulher estar ali, mas não sozinha. Ela e o homem bem mais jovem e cheio de vida que Ichigo estavam juntos na varanda, trocando carícias. Rukia acariciava os cabelos negros como a noite e sem nenhum fio branco, diferente dos cabelos de Ichigo. Mesmo distante deles, ele conseguiu ver os lábios dela se mexendo e dizendo "Eu te amo" para aquele homem. A flor caiu por entre seus dedos.

  Irritado e magoado, Ichigo puxou a faca que carrega na cintura e tamanha era sua dor que ele pensou em matar Rukia e seu amante na hora. Mas se lembrou do último conselho que era para que ele de forma alguma tomar decisões com a cabeça quente ou cheia de ódio ou irá se arrepender.

—Como ela pode ter feito isso comigo?-O já não tão jovem Kurosaki chorava enquanto apertava a grama, ajoelhado. Ele havia tido tantas tentações durante o período em que trabalhara com seu patrão, principalmente quando uma garota chamada Orihime se insinuava para ele. Mas ele nunca havia prestado atenção nela, nunca havia duvidado do amor que ele e Rukia compartilhavam. -O que farei agora?

  Mas ele sabe o que viu e tinha a certeza de que a mulher que amava era uma traidora, então ele iria até a sua mulher dizer que ele fora fiel a ela, e depois voltaria para as terras de seu patrão e pediria seu emprego de volta, de onde ele nunca deveria ter saído. Quando anoiteceu, Ichigo deu três batidas na porta, e quando ela abriu, revelou uma morena baixinha, que ao vê-lo, pulou no mesmo e o abraçou, chorando compulsivamente. Ichigo apenas a olhava com os olhos opacos.


 —Ichigo, você finalmente voltou!-A mesma chorava ainda o abraçando. -Que bom!!Eu estava morta de saud...

—Pare com isso Rukia. -Disse frio, segurando-a pelos ombros a afastando.

  —Mas Ichigo, faz muito tempo que não nos vemos. 

  —Por que você faz isso, Rukia?? -Lágrimas brotaram novamente nos olhos do ruivo. -Por que não foi fiel a mim?Eu durante todos esses anos nunca olhei para nenhuma mulher. Por que você fez isso comigo?

   —Mas...Ichigo..Eu sempre fui fiel a você. Eu nunca te traí...Eu juro!

   —Mentirosa. -Disse seco. -EU VI VOCÊ AGORA POUCO JUNTO DE UM HOMEM!ELE ESTÁ LÁ DENTRO NÃO ESTÁ?DENTRO DA NOSSA CAS...

    Rukia deu um soco no rosto de Ichigo, o fazendo cair para trás com a mão na boca. Beirando lágrimas, a mulher de cabelos negros apenas sorriu.

        —Seu estúpido. Aquele homem que você viu mais cedo é o nosso filho!

—F-Filho?-Perguntou Ichigo atônito. -Nós temos um filho?

—Quando você saiu, eu estava grávida. Eu nunca imaginaria que estava esperando um filho... Kaien sempre quis te conhecer. Ele sempre esperou por você. 

—N-não acredito Rukia!-Ele abraçou a morena com força. -Me perdoe por tudo meu amor!Me perdoe!Não acredito... Um filho!

—Venha para dentro. Kaien sempre quis conhecer o pai.

   Eles entraram na casa e Ichigo então conheceu seu filho Kaien, que ao olhar bem para o garoto, percebeu ser a sua cara, exceto pelos cabelos. Os três então se abraçaram forte e Ichigo chorava pedindo desculpa a mulher e ao filho, e o reencontro foi marcado por lágrimas, risadas e muito amor.


 Sentados em volta da mesa, Ichigo falou:

—Bem, eu havia viajado para terras distantes durante esses vinte anos para conseguir dinheiro para dar uma vida boa para sua mãe, meu filho. Mas eu abri mão desse dinheiro por três conselhos, mas não me arrependo!Graças a eles eu estou aqui vivo ao lado de vocês.

—Tudo bem, pai. -O rapaz falou. -O importante é que todos nós estamos juntos.

—Sim. Nada mais importa, desde que possamos ficar os três unidos -Rukia falou. 

—Meu patrão me deu três pães. Dois para minha longa viagem e um para que eu comesse com a minha família e assim faremos. Juntos.

E quando Ichigo abriu seu pão, ter a surpresa de ter todo seu pagamento dentro de seu pão foi como um baque, o chocando, mas enchendo a casa de felicidade. Mas nem mesmo maços e maços de dinheiro poderiam ser melhor do que ter sua família junto dele.

E assim, a família viveu seus dias com sorrisos e alegria.


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