Surpresas, Perdas, Reencontros escrita por MH Benson


Capítulo 7
O Susto




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Olívia completa 16 semanas de gestação. Tem consulta marcada pra depois do fim-de-semana. Já é sexta- feira, ela está de folga por ter dado plantão de 48 horas. Ed tirou o dia por horas extras.


— Ed, vamos caminhar? Aproveitar esse fim de outono com temperatura boa!

— Vamos. Deixamos as crianças na escola e vamos.

— Vamos Noah, vamos Serena!

— Bebês, vamos passear! Ed faz carinho na barriga de Liv que já cresceu bastante.

— Ops! Mexeu! Liv põe a mão de Ed na barriga... - Sentiu?

— Senti! Ed beija a barriga e beija seus lábios de leve em seguida.

 

Serena e Noah de mochilinha nas costas, saem felizes de casa. Serena pede o colo da mãe.

 

— Já cansou minha flor?

— Liv, me dê ela aqui! Deixa que eu a levo no colo.

 

Crianças na escola, seguem pra caminhar por quase 1h. Chegam ao cruzamento da Av. Lexington com a 3ª Avenida e param aguardando o sinal. O sinal para carros fecha, uma senhora atravessa a rua e é atropelada por uma moto que avançou o sinal.

Olívia e Ed presenciam o acidente, ela aperta as mãos do marido e fica nervosa. Ed chama a ambulância enquanto Liv chama a central de polícia. Liv leva as mãos à nuca e aperta os olhos.

 

— Liv? O que foi? Pergunta Ed preocupado.

— Minha cabeça parece que vai explodir!

— Vem vamos pra casa, não temos mais o que fazer aqui.

 

Eles atravessam a rua, Liv sente a visão embaçada, com estocomas cintilantes e se ampara nos braços de Ed.

 

— Vamos subir, descansa um pouco.

Eles sobem pelo elevador, a dor de cabeça aumenta, a visão também piora. Ele abre a porta com Liv amparada em seus braços.

— Ed, estou enjoada, eu vou vomitar. Ela mal consegue chegar ao banheiro...

— Aiiii, aiiiiii...Ed, aiiiiii Liv leva as mãos à barriga.

 

Ed a pega no colo e a põe recostada no sofá.

 

— Vou ligar pra sua médica...

— Alô, Hooper.

— Alô, Dra. Ed Tucker, Olívia não está bem preciso levá-la pra emergência.

— Sr. Tucker, estou no centro obstétrico do Mercy, traga-a pra cá. Quais são os sintomas?

— Dor na nuca, visão embaçada, vômito e agora dor na barriga.

— Sr. Tucker mantenha-a calma, por favor. Espero vocês.

 

Ed pega as chaves da Hillux.

 

— Aiiiiii...

— Vem meu amor, vamos! Consegue andar?

— Acho que sim, aiiiiii.

 

Ed a ajeita no banco, prende o cinto e sai com o carro o mais rápido que pode.

 

— Ed?

— Oi meu amor?

— Estou com medo! Aiiiiiii....aiiiiiii

— Não tenha medo. Você...Liv o interrompe

— Eu não quero perder meus bebês! Liv fica mais nervosa e chora.

— Se acalme, Liv! A Dra Hopper pediu pra te manter calma!

 

Em menos de 10 minutos chegam ao hospital, já havia uma equipe esperando. Olívia é posta na maca que entra correndo na emergência, Ed a acompanha a pedido da médica.

 

— Pressão arterial, por favor! Já deixem o anti-hipertensivo pronto! Preparem o ultrassom, me deem o monitor fetal, quero ouvir os corações.

 

Jayne escuta e conta os batimentos fetais.


— Pressão 17/9 mmHg, Dra!


Olivia se agita. Aiiiiiii, aiiiiiii...

 

— Anti-hipertensivo! Agora! Olívia, se acalme, por favor!


Ed segura suas mãos e Liv vai se acalmando.

 

— Pressão descendo Dra.

— Me passem o monitor fetal novamente!

 

Ela confere de novo os batimentos fetais.

 

— Ultrassom preparado?

— Sim Dra. Prontinho.

— Olivia, quer ver o sexo dos bebês?

 

Olívia sorri... - Eles estão bem? Ela pergunta com a voz embargada.


Jayne vira o monitor pra eles.

 

— Vamos lá mamãe e papai!

 

Ed e Liv falam ao mesmo tempo: - Eu vejo um menino! Eu vejo uma menina!

 

— Muito bem! Parabéns! Sim Liv, eles estão bem! Já tem nomes?

— Temos! Carol e Don. Ed beija a mão de Liv.

— Lindos nomes! Olívia, 16 semanas agora. Vamos levá-la pro quarto. Quero monitoramento da pressão e dos bebês.

— Liv, vou lá fora ligar pra Lucy, já volto. Ok?

— Ok.

— Alô, oi. Sr. Tucker.

— Oi Lucy, preciso da sua ajuda.

— Diga, Sr. Tucker.

— Quando for pegar Serena, pegue Noah junto. Passe no apartamento primeiro e pegue o carro de Olívia. Ela passou mal, estou com ela no hospital, não sei se sairá hoje daqui.

— Ok. Sr. Tucker, mas Liv está bem? E os bebês?

— Sim, Lucy. Ficarão em observação agora. Mais tarde eu ligo novamente.

— Ok.

 

Ed volta ao quarto de Olívia. Jayne entra logo em seguida.

 

— Então Olívia, sente algum sintoma ainda?

— Estou bem. Não sinto mais nada agora.

— Aconteceu alguma coisa pra te descompensar desse jeito?

— Sim, aconteceu...Ed?

— Presenciamos um atropelamento, fizemos os primeiros contatos e logo depois ela começou a se sentir mal.

—Olívia, você teve um pico de pressão muito alto. Como sua pressão é baixa, você não conheceu os sintomas. Precisamos monitorar e cuidar pra que não aconteça novamente.

— Ok. Posso ir pra casa?

— Hoje não!

— Porque, Jayne?

— Olívia, um dos bebês estava com os batimentos cardíacos fracos na primeira auscuta e normalizou na segunda. Quero monitorar você e eles até amanhã.

— Mas eles estão bem? Os olhos de Liv marejam e sua voz embarga.

— Sim, Olívia. Olha ali o monitor. Os batimentos deles estão 140 por minuto, dentro da normalidade. Você já os sente mexer?

— Sim.

— E vão se mexer muito aí dentro ainda. Agora descanse. Mais tarde eu volto pra ver vocês. Ok?

— Ok. Obrigada, Jayne. Olívia segura a sua mão.

 

Ed e Liv ficam sozinhos no quarto.

 

— Passou o medo? Ele a pergunta fazendo carinho em seu rosto.

— Ed! Os olhos de Liv transbordam em lágrimas.

— O que foi? Ele beija sua testa e segura suas mãos.

— Me promete uma coisa?

— O que?

— Se alguma coisa acontecer, você vai salvar os bebês!

— Olívia, não vai acontecer nada! Você está bem, os bebês estão bem!

— Me promete!

— Eu prometo que não vai acontecer nada e agora você vai deitar, descansar e parar de pensar besteira.

— Mas...

— Shiiiiiii... Ed a impede de continuar lhe beijando os lábios e a faz deitar. - - Descansa, eu vou ficar aqui.

 

Liv pega no sono e relaxa.

 

 

Sábado de manhã, Olívia está de alta, no caminho pra casa Ed é chamado na central para um caso de sequestro.

— Liv, vou ter que ir para a central, sequestro em andamento.

— Ok, meu amor. Estou bem. Acho que nem precisava ter passado a noite no hospital. Peço a Lucy pra ficar conosco hoje. Crianças? Onde estão minhas crianças?

— Mamãe, mamãe...mamãe chegou! Ena, Ena!

 

Serena vem correndo puxando Lucy pelas mãos.

 

— Mama mama mamãe!

 

Liv aperta os filhos de tanta saudade. Ed vai se arrumar e sai pra central. Dá um beijo nos filhos, Liv o leva até a porta.

 

— Se cuida, bom trabalho!

— Você também, não abusa! Ed segura em seu rosto e se beijam em despedida.

 

4h da tarde, o celular de Olívia toca...


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