Madrugada de sábado, Olívia chora pela partida da sogra, mas não deixa que Ed perceba. Amanhece o dia, a passagem de Carol está marcada para às 14h, Ed acorda às 7h e percebe que Olívia está encolhida na cama, ele puxa a manta para cobri-la e a sente quente. 

Febre? 

Ed levanta correndo e vai buscar o termômetro no armário do banheiro.

Liv? Liv? .

Ele a chama suavemente e a acorda. O olhar triste de Olívia denuncia  a causa dessa provável febre.

Oi? 

Deixe eu verificar sua temperatura, acho que você está com febre!

Eu? 

Sim, recosta aqui na cama.

Ed a ajuda a se recostar e coloca o termômetro. Liv tenta disfarçar sua tristeza. 

O que você tem, Liv? O que você está sentindo?

Nada, Ed. 

Quase 38 graus! Vou ligar pra sua médica. Me espere aqui, ok? Meu celular está na sala.

Ok. Ed lhe beija os lábios suavemente.

Carol já levantou e está preparando o café.

Bom dia, mamãe.

Bom dia, meu filho! Tudo bem? Que olhar preocupado é esse? 

Um minuto, mãe. 

Alô, Hopper.

Dra, Ed Tucker, bom dia.

Bom dia, sr. Tucker. O que há com Olívia!

Ela está com febre! 

Febre? Quanto? Tem mais algum sintoma?

Quase 38 graus, não tem sintoma nenhum, acho até que é febre emocional. Seu olhar está triste.

Carol que ouviu toda a conversa, percebe o motivo da febre.

Sr. Tucker, essa febre não pode passar de 38 graus ou teremos que interná-la! Até um parto prematuro pode vir a ser feito. Por favor, dê 500mg de paracetamol e verifique a temperatura a cada duas horas. Intercale com ibuprofeno caso a medicação precise ser dada num período menor de 4h. Ligarei no fim do dia. 

Ok Dra. Obrigado.

Junior, ligue pra companhia aérea, transfira minha passagem pra amanhã! Vamos cuidar dessa moça.

Mamãe, ela está triste! Ed abraça a mãe. 

Já entendi, filho. Já entendi. Prepare a medicação, vamos levar um café reforçado pra ela. Não a pressione, deixe que ela se abra, se quiser. 

Carol entra no quarto com a bandeja de café e a medicação ao lado.

Bom dia, Olívia. Junior me disse que você está com febre. Está sentindo alguma coisa? 

Bom dia, Carol. Não estou sentindo nada. Só frio.

Trouxe seu café e o remédio que a médica mandou.

Obrigada, mas não estou com fome.

Mas precisa se alimentar. Vamos só um pouquinho!

Parece até o Ed falando!

Vamos minha querida, tome o remédio primeiro. E depois vamos ao café. Fiz cappuccino pra você.

Obrigada, Carol. Vou tentar comer.

Adiei minha passagem para cuidar de você. Irei embora amanhã se você estiver melhor, ok?

Ok! Liv solta um ligeiro sorriso e limpa os olhos marejados.

Agora descanse, minha filha! Acho que você não dormiu direito essa noite. Seu rosto está cansado e suas olheiras aparentes. Deixe as crianças conosco. 

Carol a ajuda a deitar novamente, Liv não demora muito a pegar no sono.

Ed monitora a febre como a médica pediu, Liv tem febre até o início da tarde e depois melhora. Carol se tranquiliza, vai poder viajar amanhã com Olívia bem e os netos seguros, sem precisar de um parto prematuro. Ela promete a Olívia que voltará pra ajudá-la com os bebês e as crianças. 

As semanas correm...

Ed troca o Audi por uma mini van com 8 lugares. Prefere deixar a Hilux para uso deles no trabalho. Em sua última consulta antes do parto, 36 semanas ela está , Liv já mostra sinais de cansaço e está se segurando pela saúde dos filhos. 

Ed compra uma gargantilha de ouro com um pingente de 4 crianças e guarda em sua gaveta de meias. No próximo domingo farão 2 anos de casados. A semana passa rápido, após o café da manhã, Liv, toma apenas um suco de laranja, Lucy desce com as crianças pra brincarem e aproveitarem o sol da Primavera. Liv vai lavar a louça. Ed vai preparar uma surpresa pra Olívia para comemorarem o segundo aniversário de casados.

Liv, deixa a louça que lavo depois. Descansa. 

Ed, preciso fazer alguma coisa. Estamos bem. 

Ok, vou lá dentro e já volto! Quando acabar me promete que vai ficar quieta?

Ed a abraça, faz carinho na barriga e beija sua boca suavemente.

 - Prometo! 

Liv termina de lavar a louça, está secando a pia quando sente uma forte pontada na barriga.