Ano 850

 Depois de alguns dias do fim trágico de Annie Leonhardt, vulgo a Titã Fêmea, que foi derrotada por Eren Jaeger, finalmente a garota havia sido capturada, mas estava presa dentro de um cristal que a protegia do mundo lá fora. Ela era o tempo todo vigiada pelos soldados de Erwin Smith. Levi Rivaille não tirava os olhos da garota , e Hange tentava a todo custo estudar o cristal onde estava Leonhardt.

 Enquanto isso Mikasa, Armin e Jean observavam Eren dormir tranquilamente. Ele já havia saído de coma, mas por insistência da irmã adotiva, ele foi pressionado a dormir mais um pouco. Mikasa estava sentada ao lado dos pés de Eren em um banquinho de madeira, Jean estava apoiado na parede em pé com os braços cruzados e Armin estava sentado em uma cadeira e o mesmo olhava alguns papéis que foram deixados pela manhã.

 Os três amigos não tinham nenhuma palavra, estavam exaustos. A batalha de alguns dias atrás mexeu com todos os soldados. Sasha e Connie já haviam passado para conversar com o amigo. Quando Armin se pronunciou:

 - Não creio que Annie está dentro daquele cristal – virou para Mikasa e Jean .

 - Ainda acho que Annie precisa ser punida por tudo isso. - Jean comentou em voz baixa  - Ela matou milhares de pessoas.

 - Mas aquela Vadia está presa dentro daquele cristal. - Mikasa a insultou fechando o punho - Ela machucou o Eren. – olhou para o irmão adotivo.

 - Mikasa não é necessário insultá-la! - Protestou Armin, se levantando da cadeira - Eu sei que ela matou e deixou muitas pessoas feridas. . . – fez uma pausa - E que também machucou o Eren. – olhou para os seus pés.

 - Armin, por acaso você gosta da Titã Fêmea? - Jean perguntou sorrindo.

 - O QUE!? - Armin gritou com o rosto corado.

 Mikasa deu um leve sorriso e Jean começou a rir levemente. O rapaz de cabelos castanhos observou detalhadamente o sorriso que valia diamantes da asiática, a cada dia ele se apaixonava mais por ela. Quando o sorriso de Jean desapareceu. “ Ela não liga para mim, o que me adianta fazer? Nada, ela ainda gosta daquele imbecil “. Seu olhar se voltou para Eren. “ O que ela gosta nele? O Jaeger nem gosta dela, a mais pura verdade ele a trata mal “.

 - Bom, eu já vou indo, preciso falar com Christa e Ymir. Boa tarde, Jean e Mikasa. – Armin falou caminhando até a porta e saiu.

 O clima ficou tenso para Kirschtein e Ackerman. Os dois estavam sozinhos, apenas o rapaz de cabelos negros o atrapalhavam, mas ele estava apenas dormindo.

 - Jean. . .

 - Mikasa? Algum problema? – sentou-se na mesma cadeira que Armin e a olhou.

 - Eu queria fazer uma pergunta, ela é meio pessoal. Eu falei sobre isso com a Sasha, mas quero mais opiniões. – olhou para Kirschtein - Você guarda segredos?

 - Claro Mikasa! – coçou a cabeça com a mão direita e sorriu.

 - Okay! Olha essa pergunta é meio estranha – puxou o cachecol vermelho até sua boca - mas, tal. . . – foi interropida por Jean.

 - Mikasa, - levantou-se, foi até ela e se sentou na borda da cama de Jaeger - pode falar, eu não vou contar para ninguém! - Segurou o ombro da garota.

 - Então. . . você acha que o Eren gosta de mim? – falou desviando os olhos e corou levemente.

 Essa pergunta o pegou em cheio. Não sabia o que responder, “ Se eu responder que Sim, talvez eu piore as coisas entre os dois, e além do mais, a chance dela gostar de mim vai sumir. Mas se eu responder Não, ela ficará muito chateada. “ pensou. Ficou alguns minutos assim, nenhum dos dois trocou uma palavra; quando ele finalmente respondeu:

 - Olha Mikasa, pelo meu ponto de vista Não. Sabe como o Eren é totalmente impulsivo, claro, eu também sou, mas ele é outro caso. – o olhar da garota se abaixou - O amor que ele sente é de irmão. Mas não se preocupe com isso há tantos homens pelo mundo que se encantariam com a sua beleza. – corou com seu próprio comentário.

 A garota continuou olhando para baixo. “ O que eu disse? “ Bateu em sua testa. “ Eu deixei na cara que gosto dela. Ela provavelmente percebeu isso, e vai se afastar de mim! “. Quando Mikasa sussurrou:

 - Claro que ele não gosta de mim. – olhou para o irmão adotivo.

 - Ei, ele gosta de você como irmã. . . Mas por quê dessa pergunta?

 - Eu andei pensando esses dias sobre esse assunto, Sasha respondeu a mesma coisa. Eren tem sempre me ignorado, atualmente isso só vem piorando.

 - Pergunte também para o Armin, ele pode ajudar. – olhou para o Jaeger.

 - Talvez. Bom, - se levantou - eu já vou, Boa Tarde Jean. – falou saindo.

 O Kirschtein ficou sozinho com Jaeger.

 - Talvez eu tenha uma chance. – olhou para a porta que a garota acabara de sair - Boa tarde Eren.

 O rapaz saiu do quarto do garoto titã, queria esticar as suas pernas. Deu de cara com um corredor vazio, andou até as escadas para chegar até o pátio. Olhava o grande céu azulado que já se tornava alaranjado. Desceu as escadas. Lá encontrou Reiner e Bertolt conversando, apoiados a uma pilastra de mármore e Ymir que estava abraçada a Christa que chorava muito:

 - Coitada. – disse colocando as mãos nos bolsos de sua calça branca.

 Do outro lado estava Connie e Sasha sentados olhando o grande chafariz que havia no meio do pátio, Armin sentado em um canto lendo um livro de capadura antiga e Franz e Hannah trocando beijos apaixonados sentados em um banco:

 - Eca. – olhou para o portão.

 Puxou a argola dourada da porta, que se abriu com sua ação. A claridade bateu em seus olhos e cabelos claros. Com a mão, cobriu os olhos do sol. Seu destino: A Torre do Relógio. Não tinha pressa alguma, queria ficar sozinho. As ruas estavam vazias devido ao ataque, claro, dois terços da cidade haviam sido recuperados. Milhares de homens e mulheres reconstruíam prédios pequenos, casas, lojas, que não estavam totalmente destruídos  ou tentavam recuperar seus bens.

 Passou pela ponte, antes de prosseguir caminho, parou e observou a água cristalina, onde conseguia ver o seu reflexo. Queria sair do inferno que enfrentava. Continuo a caminhada, encontrou Levi, Petra e Erwin ajudando a procurar pertences. Quando se deu conta que estava na porta da Torre do Relógio, ela estava vazia. Um dos poucos monumentos da cidade que não fora destruído pela batalha dos titãs.

 Subiu até o último andar, onde ficava o enorme relógio. Abriu a porta e viu a bela e cruel vista, tudo era tão bonito mas tão cruel! Apoiou-se no parapeito metálico e observou o pôr-do-sol, quando sentiu umas brisa gelada em seu pescoço, o que trouxe-lhe um arrepio. Era ele. . .

 - Eu sei que é você Bodt, - fechou os olhos - Marco? – sentiu outra brisa em se pescoço.

 Marco, seu melhor amigo perdido na missão de recuperação da cidade de Trost. Desde a sua morte tudo mudou:

 - Marco, por quê você se foi? Se você estivesse aqui as coisas seriam melhores, talvez Milenka ainda estaria aqui. Nós iríamos enfrentar tudo juntos, como amigos. - outra soprada de vento na nuca- Okay, Okay, Melhores amigos! – falou sorrindo.

 Jean se calou por um tempo e fitou Armin ajudando Eren a andar, Melhores Amigos. Se deparou também com Ymir e Christa de mãos dadas, Melhores Amigas. E Kirschtein estava a só, claro que tinha amigos, mas não de infância, Marco e as suas sardas pelo corpo inteiro ( Muito eu na vida Real! ), cabelos curtos negros, otimista, um rapaz de confiança.

 - Sabe Marco, eu nunca mais vi Milenka, você acha que ela pode estar morta, cometeu suicídio ou sei lá o que? - recebeu uma forte rajada de vento - Okay, ela está viva! Mas sei lá? Ela ficou muito depressiva depois que você partiu, ela disse que iria fugir para longe das muralhas. Ela deve estar totalmente diferente, mais bonita e charmosa. – disse pensando na menina e novamente recebeu uma forte rajada de vento - Desculpe!

 Quando passou uma flor de uma rosa, ela pousou ao lado do rapaz. Ele abriu um sorriso, isso indicava que Marco estava presente na sua conversa, ele recebeu uma flor, Kirschtein sabia da história daquele tipo de flor.

 - É Marco ela está viva! – segurou a rosa - E isso indica que eu não estava falando sozinho este tempo inteiro. – falou olhando o fim do pôr-do-sol - Já vou indo Marco Bodt, preciso jantar. - foi em direção à porta, mas antes virou a cabeça e olhou para o céu já escuro - Boa noite Sardento - uma lágrima brotou do seu olho, ele à enxugou com o polegar, e abriu um largo sorriso - “ Eu te Amo. . . “ – seguiu o caminho para casa.

. . .Boa Noite Jean Kirschtein. . .