Santo mal conseguia manter as mãos no volante do tanto que tremiam, ele ainda não conseguia acreditar que Miguel era seu filho com Tereza, por fim ele não conseguiu se controlar e parou o carro no encostamento, as lágrimas fluíam tão rapidamente que ele nem se deu conta que começará a chorar. As mãos na cabeça pressionando a testa contra o volante ele só pensava em como contaria a filha que Miguel era seu irmão, foi quando lembrou-se que havia deixado os dois sozinhos olhando os detalhes do planejamento na fazenda, isso foi o que precisava para retomar o controle seguir as pressas para a fazenda Piatã.

  Enquanto isso Olívia sentia seu corpo leve e seu coração arrebentando por dentro, mas não era apenas o seu que se encontrava assim com a cabeça deitada no peito de Miguel podia ouvir seu coração acelerado, os dois estavam deitados sob um lençol no celeiro onde haviam acabado de se entregar um ao outro novamente. Miguel desenhava corações com a ponta do dedo nas costas de Olívia. Por fim ela acabou percebendo que já devia ter passado muito tempo e que talvez seu pai chegasse a qualquer momento, e realmente não era assim que ela queria que ele soubesse de seu envolvimento com Miguel.

— Miguel meu pai deve ta chegando.- Disse despertando do seu estopor e se levantando do peito do rapaz.

—Oxxi Neguinha não se preocupe não, se achegue aqui ele não disse que demorava?- Ele realmente não estava afim de deixar que ela fugisse.

—Disse, mas já passou muito tempo visse, se ele me pega assim...- Olívia estava preocupada não podia negar, aquela situação a incomodava, ter de esconder algo do pai que era seu grande confidente era difícil demais, mas ainda não sabia como contaria tal notícia.

—Não aperreia não minha morena.- Ele entendia bem oque a menina sentia, e preferiu não pressiona-la, se contentou a acolhe-la em seus braços.

     Não ficaram muito tempo assim, até porque os dois sabiam que ainda tinham de analisar alguns pequenos detalhes da Agricultura Sintrópica, então se vestiram e começaram a disputir o projeto que juntos criaram e que juntos trariam a vida.

Santo chegou desesperado a fazenda, procurou por Miguel e Olívia por todos os cantos da fazenda quando decidiu ir a casa verificar se Olívia havia passado ali. Adentrou a cozinha afoito arrancando um grito de susto de dona Piedade que estava ao forno.

 -Valhame Deus, filho pra que essa pressa? Ta correndo de boi?- Perguntou notando o olhar desesperado no olhar do homem.

—Mãe tu viu Olívia?- Santo mal conseguia esperar a resposta de nervoso.

— Só de manhã porque?- Disse calma sem entender a danação do filho.

— Ela vouto pra fazenda e não encontro aquela menina arretada.- Ele só conseguia pensar em encontrar os dois antes que acontecesse alguma coisa. Ouvindo a conversa na cozinha Luzia apareceu a porta e perguntou ao marido:

— Que tua filha fez pra tu tá nesse aperreio? – Falou apoiada na porta.

—Espero que ainda nada.- Foi tudo que que disse antes de passar pela porta correndo, da qual Luzia teve de se afastar rápido para não se levada junto.

—É de lascar, que deu nesse homem pra fica entufado assim?- Perguntou a mulher do agrônomo a tia.

— E eu que sei, ele entro como uma bufa num falo porque só ta atrás da menina.- Dona Piedade continuou seu serviço notando como cada vez mais aquela casa tinha ficado estranha.

Miguel e Olívia estavam imaginando quando o projeto desse seus frutos, qual seria o futuro de todos envolvidos, ele sabiam o quanto aquilo seria importante pros fazendeiros da região sentados numa parte afastada da fazenda deitados na grama sobre o sol forte do nordeste brasileiro sonhavam com um mundo onde a natureza seria priorizada quando deixaram o clima de romance se instalasse, Miguel apoiado no ombro se curvava sobre a moça, estavam prestes a se beijar quando alguém puxou o ombro do rapaz com força o forçando no chão. Este era Santo que ao ver de longe os dois prestes a se beijarem, disparou na direção deles e antes que acontecesse algo afastou irmã e irmão. Santo trazia um olhar de desespero nos olhos e logo após afastar os dois se pós de joelhos entre eles e levantou a filha pelos ombros a sacudindo.

— Olívia filha, ses fizeram algo?? ME RESPONDE!!- A atitude de Santo deixou Olívia preocupada já que nunca virá o pai assim.

—Painho calma, por favor.- Pediu a menina assustada.

—Santo eu não quis faltar com respeito a tua filha.- Miguel não compreendia a atitude do homem e temeu pela amada.

—SE AFASTA DELA! RESPONDE OLÍVIA!!! SES FEZ ALGUMA COISA?- Santo temia que não houvesse chegado a tempo, que havia falhado ao tentar evitar tal desgraça para sua família.

—NÃO!!- Foi Miguel quem respondeu.

— Verdade?- Perguntou o pai a filha que a essa altura chorava nos braços do pai.

—Não painho eu juro!!- Foi tudo que conseguiu dizer antes de seu pai levantar e puxa-la junto a levando para longe de Miguel que permanecia no chão sem entender oque havia acontecido se segurando para não chorar.

—Miguel tua mãe tem que falar contigo, vai atrás dela menino, AGORA!!- Assim que disse isso Santo virou as costas para o garoto e saiu levando a filha pelo braço.

   Miguel permaneceu ali no chão e deixou as lágrimas desabarem de seus olhos, ele não compreendia a atitude de Santo, o homem que tanto respeitava tomara mal as intenções que ele tinha com sua filha, ele afastará Olívia dele, mentir sobre o que aconteceu entre os dois foi difícil mas não queria prejudicar Olívia. As mãos estavam sujas da terra que arranhará de frustação pelo que acontecerá, mas ele tiraria satisfações da mãe pelo ocorrido. E enraivecido saiu a galope a procura de respostas que lhe dissessem porque Santo não o queria perto de sua filha, a mulher que amava.