Não Posso Te Amar escrita por Carol SF


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Novo Capítulo! Espero que gostem! :)



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Patrícia estava apreensiva, estava na porta do hospital, as mãos estavam geladas, o coração palpitava, a mão suava, não sabia como seria esse primeiro dia, essa experiência era essencial, devia ser muito enriquecedora, era uma chance de colocar na prática tudo que na teoria, no cotidiano, era fascinante. Seria incrível poder fazer alguma diferença na vida daquelas pessoas que tanto sofriam e lutavam pela vida. Ela que sempre foi meio isolada, as pessoas tinham resistência em se aproximar dela, porque tinham preconceito, preconceito esse que não era comum, aliás numa sociedade tão desenvolvida como a atual, nenhum preconceito deveria se tornar comum, não deveríamos nos acostumar com esse tipo de crueldade. Sofria, porque na infância, as meninas de sua idade se sentiam intimidadas, na época acontecia o auge, o auge dos restaurantes de seu pai, quando ele aparecia no ranking de revistas mundialmente famosas e entrevistas para redes de televisão. Achavam que ela era metida, esnobe, acreditavam que se achava melhor que elas, mas o engraçado é que nunca se aproximaram e perguntaram nada sobre sua vida, muito pelo contrário, a julgavam, sem conhecê-la e quando corriam para os braços de suas mães, simplesmente ignoravam aquela garota, encolhida, escondida ali, atrás de sua carteira, com os olhos banhados em lágrimas, uma menina que não hesitaria um segundo sequer em doar tudo de material que tinha, se em troca devolvessem sua mãe. 

Toda a sua vida escolar fora assim, nunca deram a ela a chance de fazer algo por um colega que podia fazer a diferença na vida dele, pelo mais tolo motivo de que não a deixavam estreitar ou mesmo criar laços de amizade. Mas essas sombras do passado estavam prestes a desaparecer para sempre, com a oportunidade de mudar o dia daqueles pequenos. A orientadora do grupo de estágio já estava atrasada e sua turma também, será que ela havia chegado muito cedo? A insônia tinha sido sua companhia na noite passada, estava aflita e angustiada, duvidando do próprio potencial. E se ela errasse? E se ela dissesse algo errado? Uma palavra poderia destruir o dia e deixar marcas profundas na vida dos pequeninos. Tudo se dissipou, quando viu uma van dobrando a esquina, eram seus amigos e logo em seguida, um carro prata, o carro da orientadora, ao descerem, seus amigos mais próximos estavam calados, o que era no mínimo estranho, mas quando se aproximaram, ela já havia entendido tudo o que acontecera, ela podia, ver as olheiras arroxeadas profundas em seus olhos, já estava claro, parceiros de insônia. Contrariando todas as suas expectativas, a orientadora, saltou do carro, com aparência descansada, foi até a frente da turma e disse numa voz extremamente entusiasmada:

''- Preparados para a experiência mais gratificante de suas vidas como acadêmicos e futuros profissionais?'' 

Totalmente preparada, não estava, mas animada, estava muito. A turma foi entrando e se dividindo em direção a várias alas, Patrícia foi convocada pela ala de oncologia infantil,tratava crianças com câncer. Antes de seguir até a ala correta, passou pela recepção para beber um pouco de café. Quando olhou em direção aos vestiários, algo a espantou e que a fez derramar a bebida no chão. Mal podia acreditar no que seus olhos estavam vendo.

Lá estava Alex. Ela tinha ficado boquiaberta e realmente parecia que o mundo tinha parado por um longo tempo, porém, na verdade, todos os que trabalhavam no hospital corriam em uma velocidade frenética. Suas pernas estavam paralisadas, amortecidas, era uma sensação muito estranha. O rosto pálido, parecia um fantasma, enquanto ele se aproximava do balcão da recepção onde se encontrava.
''- Alex, o que faz aqui? E vestido assim...''
''- Nossa amor, se você soubesse o quanto a sua cara de espanto ficou engraçada! Me desculpe!
E não era pra menos, Alex estava caracterizado dos pés a cabeça como um palhaço, ela não soube explicar nem como ele não tinha tropeçado naqueles sapatos vermelhos enormes.
''É, né? Não zomba assim de mim! Eu não via um palhaço desde quando eu era criança. E você me disse uma vez que não suportava entrar em hospitais!
''- Pois é Patrícia, por causa dos conselhos que você me deu eu venho a refletir por um bom tempo e cheguei a conclusão de que eu devo superar meus medos. Por você!
''- Que bom! Fico muito feliz meu amor! Mas você não respondeu a minha pergunta. Por que está aqui? E como sabia que eu faria estágio justamente nesse hospital?
''-Eu fui até sua casa e Dona Milagros me deu o endereço! Calma, não fique tão na defensiva! Não está feliz em me ver?''
''- Não pense assim, por favor Alex! É claro que estou! Somente fiquei surpresa!
''- Estou aqui porque pensei que poderíamos fazer um trabalho em conjunto! ''
''-Como assim meu amor?''
''-Como estou fazendo minha residência, achei que seria enriquecedor e especial dar um pouco de alegria pra essas crianças que só tem motivos pra tristeza e sofrimento. Me parte o coração pensar nisso! ''
''- Meu Deus Alex! Nunca imaginei que você poderia pensar assim!
''- Assim você me ofende Patrícia! Que tipo de ser humano você acha que eu sou?''
''-Me perdoe Alex! É que você sempre foi tão fechado quando se tratava de seus sentimentos que eu...''
—''Está certo! Você tem razão em pensar assim! Vamos deixar pra lá! Preciso te dizer que o fato de ficar ao seu lado por mais tempo foi um incentivo e tanto para que eu pudesse vencer meu medo!''
''- Te amo Alex! Agradeço a Deus todos os dias por ter te colocado em minha vida!''
''- Eu também amor!''
Patrícia vê sua orientadora se colocar no final do corredor, com uma expressão irritada e ansiosa.
''- Vejo que te coloquei em uma enrascada e tanto! Não queria isso!
''- Não faz mal Alex! Apenas fique quieto e coloque um sorriso amarelo no rosto, tente agir naturalmente!''


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Notas finais do capítulo

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