Planos Impossíveis escrita por Thai


Capítulo 1
Capítulo Único.




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A noite era sombria e gélida. A escuridão desconcertante era ameaçada apenas pelo brilho fraco das luzes dos postes. Esses que transformavam o ambiente mal iluminado em algo assustador. Dean Winchester caminhava sorrateiro por entre as construções inacabadas daquele canteiro de obras abandonado nos limites da cidade. Tinha em mãos uma faca de ponta fina com cabo de borracha negra e desgastada. Em sua lâmina, alguns símbolos estavam desenhados. Aquela arma, embora muito antiga, era extremamente afiada e letal. Ele não precisava de nada mais para cumprir sua missão. Nada além de sua faca e sua força bruta.

            Havia estudado aquela área por semanas e sabia que eles estavam ali, se escondendo. Estava sozinho, como preferia nos últimos tempos. Sam não tinha tato para a situação em que se encontrava, então resolvera se afastar. Seus passos se tornaram surdos quando se aproximou de um deposito. A construção erguia-se de forma desajeitada e algumas de suas ruínas preenchiam os arredores. Encostou-se na parede próxima à janela e espiou dentro. Estavam ali, como esperava. As criaturas que assumiam formas humanas encontravam-se sentadas ao redor de uma pequena mesa, onde uma vela tremeluzia. Eram quatro. Eles pareciam estar em transe. Não respiravam, sequer precisavam. Não piscavam. Não se moviam. Dean sorriu para si mesmo. Um sorriso debochado.

            Esquivou-se por entre o portão tombado que não servia para nada além de dificultar sua passagem. Apertou sua faca em punho e se preparou.

            — Hey, vocês! — chamou, despertando a atenção dos presentes.

            Todos lhe olharam com olhos negros e famintos.

            — Caçador! — um deles grunhiu entre dentes, raivoso.

            Dean deixou escapar uma risada. Avançou bruscamente contra o que havia falado, ele havia se apossado de um homem alto, forte e de pele escura. Seus olhos não eram mais humanos. Tomados pelo negro fosco e demoníaco, apontavam que, há muito, o ser humano que habitava aquele corpo já não existia mais.

            — Você vai pagar, demônio! E caro! — gritou, já deixando seus instintos tomarem conta, fincando a faca no peito da criatura. Uma fumaça negra vazou do corte e inundou o local com um odor forte de enxofre. De volta para o inferno.

            Um demônio avançou contra ele, que se esquivou e deu um golpe em seu estômago. A coisa despencou e Dean voltou-se contra os outros. Terminou com eles na mesma rapidez em que se livrou dos outros, teria saído ileso, senão fosse pelo soco que havia levado no nariz. Ossos do ofício, pensou. Dirigia-se ao Impala 67 quando sentiu o celular vibrar em seu bolso. Soltou o ar de seus pulmões de forma pesada, já sabia quem era. Olhou para o aparelho enquanto guardava a faca. O nome do irmão piscava na tela: Sam.

— Alô? — atendeu a contragosto.

— Dean? — a voz de Sam brotou do outro lado da linha, parecia apreensivo. Esperou por uma resposta, mas como não a obteve, continuou. — Precisamos ir a Beacon Hills — Dean sentiu seu corpo gelar. Não queria voltar lá. Não podia.

***

— Você falou com Sam? — Isaac perguntou meio impaciente enquanto ele e Scott entravam na escola.

— Pedi para Allison ligar — admitiu meio envergonhado. — Ela é bem mais próxima dele — tentou argumentar, mas Isaac não comprara a desculpa.

— O que ele disse?

— Ele está vindo.

— E Dean?

Scott não respondeu, mesmo que quisesse falar sobre o assunto, não sabia a resposta de qualquer forma. Allison havia dito que Sam não falava com o irmão há meses. Aquilo o preocupava. Dean nunca fora muito bom quando tinha que estar sozinho.

— Ainda não acho que isso seja uma boa ideia. Sempre nos viramos muito bem sem ajuda, tudo o que precisamos é de nosso bando unido — Scott falou, mas não parecia acreditar nas próprias palavras.

— É claro que precisamos de ajuda. Você esqueceu que nosso bando não está necessariamente unido? Stiles não consegue diferenciar realidade de sonho, Lydia topa com uma pessoa morta a cada passo que dá, Allison está tendo alucinações e você sequer consegue se controlar... Sheriff Stilinski está preocupado, não há muito o que a policia possa fazer, ele não consegue lidar com a pressão, além de tudo é do filho dele que estamos falando.

Scott não falou nada. Sabia daquilo, se sentia culpado e impotente. Mas não queria chegar ao ponto de ter que recorrer aos Winchester. Ou melhor, a ele. Parecia sem alternativas, no entanto. Pararam em frente ao armário para pegar o material necessário para as aulas do dia quando Scott avistou Allison vindo em direção aos dois. Parecia agitada. Conseguia imaginar o porquê.

— Sam vai chegar à tarde. Passem na minha casa quando terminarem o treino de lacrosse. Ele e meu pai vão comparar os diários e tentar achar algo que posso ser útil. — e depois desapareceu no corredor apressada.

***

Dean Winchester ultrapassava a placa de “Bem Vindo a Beacon Hills” quando seu celular vibrou pela quinta vez naquele dia. Havia recusado as quatro anteriores. Resolveu atender, sabia que Sam queria saber onde estava, se iria ajudar. Não queria, mas ali estava. Algo naquela cidade o atraía. Não algo. Alguém.

— Estou chegando — Dean se precipitou ao irmão.

— Por um momento achei que não viria.

— Como eu poderia?

— É, deveria saber. Estamos na casa do Argent.

Fez-se silêncio por uns segundos. Sam sentiu a apreensão vinda do irmão pela forma como ele respirava pesadamente.

— Scott está aí? — finalmente perguntou.

— Não agora. Ele está na escola, mas virá mais tarde, junto com o resto deles. — Sam falou com certa cautela.

— Okay, estou indo.

Dean pisou no acelerador e aumentou a música no rádio. Rock clássico e velocidade, as únicas coisas capazes de fazê-lo esquecer dos problemas. A viagem não durou muito mais a partir dali. Viu-se parado em frente à casa de Chris Argent, poderia culpá-lo por tudo o que aconteceu nos últimos tempos. Chris era um velho amigo da família, também caçador. Tinha ligado para os irmãos após alguns incidentes com lobisomens. Não esperava ficar amigo deles, no entanto. Bom, com alguns mais que amigo. Desceu do carro e bateu na porta. Uma garota adolescente de cabelos cheios e ondulados lhe sorriu ao surgir em sua frente.

— Dean!

— Allison! — ela o abraçou e ele retribuiu sem jeito.

— Entre, meu pai está lhe esperando, Sam está aqui também — Dean percebeu o brilho nos olhos da garota ao falar o nome do irmão. Sorriu com o pensamento, Sam nunca daria uma chance para ela.

Allison o guiou pelo corredor de entrada até chegarem à sala. Dean reconheceu Sam e Chris sentados em uma mesa no canto. A amiga ruiva de Allison também estava lá. Lydia era o nome dela. Quando Sam o viu se levantou rapidamente e se dirigiu até ele, lhe dando um abraço apertado e demorado. Dean retribuiu. Sentia falta do irmão.

— Desculpe... — falou para que apenas o caçula ouvisse.

O que está feito está feito, o que importa é que estamos juntos agora.

— Dean — a voz de Chris lhe chamou a atenção — Estou feliz que esteja aqui.

Dean acenou com a cabeça um gesto positivo e sorriu de lado.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — quis saber.

— Não temos certeza — Lydia falou. Ele olhou pra ela e notou que sua face estava pálida.

— O que vocês sabem, exatamente?

— Eu acho que deveríamos esperar por Scott — Allison disse, olhando para o pai.

— Talvez Stiles possa vir até aqui e... — Chris começou, mas foi interrompido por Lydia.

— Não! Nós não podemos realmente confiar nas coisas que Stiles diz. Ele não é ele mesmo.

— O que isso deveria significar? — Dean estava confuso.

— Vamos esperar por Scott, ok? — Sam interveio, tentando evitar um conflito.

Dean fechou a cara e sentou-se no sofá, cruzando os braços. Odiava esperar. Agora tinha que esperar por Scott, que sequer queria ver. Esperou pelo que pareceram horas até alguém bater na porta. Seu corpo reagiu de forma estranha àquilo, à possibilidade de ter que encontrar com Scott novamente.

— Onde ele está? — ouviu uma voz tão familiar perguntar. A preocupação no tom o fez achar que não era ele quem Scott procurava.

— Está escritório do meu pai — Allison disse, obviamente não se referindo a ele.

Scott surgiu segundos depois, acompanhado de outro garoto que Dean não lembrava o nome. Concluiu que deveria estar perguntando sobre o melhor amigo, já que não o havia visto. Ele encarou Dean por um momento desconfortável, criando uma tensão no cômodo. Allison resolveu interromper o silêncio, sentindo que o clima de desconforto era geral.

— Eu acho que vocês dois deveriam conversar enquanto discutimos aqui — Sugeriu. Dean e Scott olharam para ela automaticamente, depois um para o outro.

            Scott seguiu pela sala, entrando em um cômodo, Dean imaginou que deveria segui-lo e foi o que fez.

***

            Scott esperou que fosse seguido, tinha muito para falar, a vontade era de gritar, mas sentia que isso não seria produtivo. Estava no quarto de Allison, era o quarto mais familiar da casa. Dean apareceu em seguida, parecia apreensivo, sabia que teriam algum tipo de conflito, que teriam questionamentos.

            — Você não deveria ter vindo — Scott começou.

            — Eu posso ir se você quiser — Dean disse, passivo. Gostaria de evitar atrito se pudesse.

            — É a única coisa que você sabe fazer — o caçador sentiu o golpe daquelas palavras. — Consegue imaginar o inferno que passei aqui depois que você foi embora?

            — Não venha falar comigo sobre inferno — Dean o encarou sério. — Eu tive que ir, Scott. Seja maduro e entenda isso.

            — Eu tenho que ser maduro? Você foi embora sem dar explicações, sem conversar comigo. Como um covarde. Pensei que gostasse de mim.

            Dean não tinha como rebater aquilo. Era a mais pura verdade. Não tinha o histórico de fugir, mas aquela situação havia fugido de seu controle. Ele era um caçador e Scott... um monstro. Mesmo que tecnicamente não tivesse a intenção de machucar ninguém, uma hora ou outra acabaria acontecendo. Fazia parte da natureza dele. E Dean não queria estar lá quando aquilo acontecesse, pois sua única opção seria matá-lo.

            — Você tem que entender que tomar essa decisão não foi fácil. Eu fiquei realmente mal, me afastei do meu próprio irmão, pelo amor de Deus. Nós não somos compatíveis, Scott. Eu gosto de você, quis voltar no momento em que parti. A distância me matava. Mas fui criado desde criança para caçar coisas como você...

            — Coisas? — Scott bradou com raiva. — Como você ousa?

            —Não tive a intenção de ofender. Eu não posso parar de sentir o que sinto por você, mas posso evitar. E é o que farei. Voltei para ajudar porque me importo, nem ao menos sei o que está acontecendo, mas vim. Isso deveria valer de algo, porra.

            — Não vale. Você não veio por mim, veio porque tem sede de sangue.

            — Você está brincando comigo, não é? Eu nem sei que merda tá acontecendo aqui. Aliás, gostaria que você me explicasse.

            — Nós ativamos uma espécie de ímã sobrenatural e estamos sofrendo as consequências disso. — Scott resumiu rapidamente.

            — Vocês o quê? — Dean sorriu debochado. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. — Por que fariam uma idiotice dessas?

            — Você não tem o direito de falar nada, não estava aqui, não tivemos escolha — Scott sentiu-se desconfortável de repente. Dean o encarava muito fixamente. — O que você tá olhando?

            — Seus olhos.

            — O que têm eles? — olhou para o espelho ao seu lado e pôde ver que estavam vermelhos. — Esse é um dos efeitos colaterais. Eu, Allison e Stiles tivemos uma experiência de quase morte. Stiles não consegue dizer se está sonhando ou dormindo, além do mais tem lapsos de memória e coisas estranhas acontecem nesse meio tempo. Allison continua vendo sua tia, aquela que você matou — lançou um olhar para Dean, que sorriu com a memória. Katie mereceu. — E eu... Bem, em alguns momentos não consigo me controlar — olhou novamente sua imagem no espelho, os olhos estavam castanhos novamente. Sabia que a presença de Dean o ajudava a controlar.

            — Então... Você é um alfa agora? — o olhar de Dean queimou sobre Scott, julgando-o. — Você matou alguém?

            — Não! — Scott quase se descontrolou novamente. — Eu sou um True Alpha, isso acontece às vezes, não matei ninguém.

            — Okay... Vou acreditar nisso. Como pretende manter o controle?

            — Não sei... Da ultima vez precisei de uma âncora.

            — Âncora?

— Sim. É algo... ou alguém que te mantém focado.  Pra não perder o comando.

Dean sentiu que podia ser uma âncora para Scott em outras circunstâncias, mas não achava que seria capaz de mantê-lo sob controle, pelo contrário, causaria mais conflitos.

— Então... Do que você precisa?

— Não sei ao certo. Talvez vocês conheçam algo para parar com esses efeitos.

—Talvez só o tempo possa curar de verdade. Esse tipo de experiência deixa marcas, Scott. Eu sei porque já passei por isso. Você e seus amigos nunca serão os mesmos novamente, também não acredito que serão capazes de manter a sanidade, talvez perca algumas pessoas no caminho.

— Não... Não deixarei isso acontecer.

Dean se aproximou de Scott lentamente, dando margem para ele se afastar se quisesse. Mas isso não aconteceu. Então o abraçou. No início estavam desconfortáveis, mas Scott se sentiu acolhido nos braços de Dean.

— Vou tentar ajuda-los. Farei tudo o que estiver ao meu alcance. Mas irei embora depois, Scott. Espero que entenda.

— Espero que consiga ter tempo de fazer você ficar. A simples menção do seu nome ativava um gatilho em mim, não quero passar por isso novamente. Eu sinto sua falta.

Dean apenas o olhou e o abraçou mais forte. Não prometeria que ficaria, não poderia manter sua palavra. Eles continuavam abraçados quando Allison entrou no quarto ofegante.

— Stiles sumiu!  

***

— Que merda é essa? — Dean gritou para Chris e depois olhou para Sam.

Era noite e eles deparavam-se com criaturas feitas de sombra, rápidas como ninjas e ágeis como fumaça. Beacon Hills tinha um histórico com criaturas estranhas, e parecia que a escola era o lugar favorito delas. Scott chegou correndo, seus olhos vermelhos florescentes brilhando nas órbitas. Isaac estava com ele. Allison chegou em seguida, acompanhada de Lydia. Todos juntos a tempo de ver Stiles abrir passagem por entre os ninjas.

— Vejo que conheceram meus novos amigos — A voz de Stiles ecoou pela escuridão, e embora pudessem vê-lo ali, não era realmente ele quem falava. — Sei que meus amigos aqui supostamente deveriam me caçar, mas, vocês sabem, eu sou poderoso demais. — o sorriso de deboche se repuxou em seus lábios.  

— O que são essas coisas exatamente? — Dean quis saber.

— Oh, você não sabe? — Stiles perguntou irônico.

— São Onis, Dean. — Chris interveio.

— O quê?

— Onis, eles são conhecidos por serem guerreiros, se tem uma missão eles não hesitam até concluí-la. Stiles está possuído por um Kitsune. Kitsune é uma espécie de demônio. Estávamos discutindo sobre isso, mas você não estava presente.

— Excelente aula... Argent? É, esse é o seu nome. Você sabe, eu consigo acessar todas as memórias do amiguinho de vocês, ele está lutando bem aqui dentro — apontou para a cabeça. — Uma pena que ele não seja capaz de ganhar.  

— Cale a boca. — Scott gritou. Colocou suas unhas para fora e avançou contra o demônio que possuía o amigo. Não conseguiu sequer chegar perto. Os Onis interviram, o ferindo com espadas.

— Scott! — Lydia gritou e correu até ele, impedindo sua queda.

— Você não machucaria seu amigo, não é, Scott? Ele ainda está aqui dentro. Embora uma hora ou outra desapareça.

Dean observou de longe, estava despreocupado, sabia que Scott se curaria com o tempo. Queria fazer algo, mas não seria estúpido de avançar. Passou a mão no bolso de seu casaco e tirou de lá uma bala. Era uma bala da Colt que tinha guardado. Não sabia se funcionaria, mas não custava tentar. Aquela bala tinha sido feita para matar qualquer coisa. Olhou para Allison, que o olhou de volta, e sussurrou:

— Prenda isso em uma de suas flechas — ela fez que sim com a cabeça e começou a trabalhar.

Todos permaneceram parados, observando.

— O que você quer? — Sam perguntou.

— Eu quero Caos, tragédia e dor. Você sabia que Kitsune é o espírito de uma raposa? Resumidamente: Quero que o circo pegue fogo. — e gargalhou.  

Allison havia terminado e olhou para Dean buscando por instruções.

— Atire nele — ainda mantinha a voz baixa.

— O quê? — ela esbugalhou os olhos.

— Você tem um plano melhor?

— Bem, não, mas não vou atirar em Stiles.

— Tente não mirar em nenhum órgão, ele vai ficar bem. — Dean olhou nos fundos dos olhos escuros de Allison, tentando lhe passar confiança. — Confie em mim.

Allison olhou para Stiles e respirou fundo. Posicionou sua flecha com a bala Colt amarrada na ponta com uma liga de cabelo. Respirou fundo e mirou. Scott olhou para ela, porém não a tempo para impedir. Allison lançou a flecha. Quando o Kitsune percebeu o que se passava, tinha uma flecha fincada em sua coxa. Os Onis desapareceram feito fumaça e Stiles caiu.  

— O QUE VOCÊ FEZ? — Scott gritou e correu até o amigo, ignorando a própria dor.

— Fiz o que Dean me mandou — Allison levantou as mãos, soltando o arco.

— Se ele morrer... — Lydia olhou para Dean furiosa.

— É só uma flecha, ele vai sobreviver. — Dean parecia despreocupado.

— Vamos levar ele para Deaton, Scott. — Chris se aproximou e tomou o corpo de Stiles em seus braços.

— Vou ligar para o pai dele! — Isaac falou puxando o celular do bolso.

— Onde você estava com a cabeça? — Sam se aproximou do irmão.

— Tinha uma bala da Colt guardada. Pedi para Allison colocar na flecha. Achei que podia funcionar. E funcionou.

— O garoto pode morrer — Sam falou com reprovação.

— Ele não vai.

***

— Ele vai ficar bem. — Deaton disse para Scott. Stiles estava estável naquele momento. — Dean salvou a vida dele. Foi muito esperto, o Kitsune é um espírito muito poderoso.

— Espere um minuto, você é algum tipo de bruxo?  — Sam perguntou.

Veterinário — o sorriso de Deaton era muito amável.

— Onde ele está? — a voz de Stilinski ecoou pela clínica veterinária de Deaton, logo surgindo na sala onde Stiles repousava, se recuperando. — Você deveria protegê-lo! — olhou para Scott, apontando o dedo em sua direção.

— Eu sei... Desculpe. — Scott falou muito baixo, se retirando da sala.

— Não se preocupe, ele está estável. — disse o “médico”.

— Seja sincero, você acha que ele vai se recuperar? — o xerife colocou de canto seu lado policial e assumiu o de pai.

Surpreendentemente estou otimista. Ele vai sobreviver.

Dean seguiu Scott, passando pela sala de espera, onde Allison amparava Lydia e Isaac e Chris aguardavam. O encontrou do lado de fora, sozinho.

— Isso não é sua culpa. — falou, chamando a atenção.

— Claro que é. Eu deveria tomar conta dele. Ele é apenas humano.

— Eu também sou e algumas vezes sinto que eu quem tenho que cuidar de você — sorriu.

— Ele é mais corajoso que nós dois — Scott constatou, olhando nos olhos de Dean, que desviou.

— Sinto muito, Scott.

— Eu entendo. Continuo negando, porque aí não parece real, mas faço planos ilusórios em minha mente para convencê-lo a ficar.

— Eu vou ficar — Dean disse.

— Não brinque comigo! Você nunca iria se adaptar, foi feito para ser um nômade.

— Não estou brincando. Depois que tudo isso aconteceu, me sinto um pouco culpado. Talvez se eu estivesse aqui nada disso teria acontecido. — Dean fez um movimento de puxar a barra da camisa.

— Ei, o que você está fazendo?

— Você vai ver — ele sorriu e continuou, revelando seu tronco nu. — Está vendo isso aqui? — apontou para uma tatuagem em seu peito, Scott confirmou. — Mantém os demônios afastados. Stiles poderia não ter tido que levar uma flechada e isso me faz sentir horrível.

— Não se sinta. Você está aqui agora. Todos estão bem. Vamos ficar bem.

Dean sorriu. Aproximou-se de Scott e tomou seus lábios em um beijo. Um beijo urgente, um beijo de duas pessoas que há muito ansiavam por aquilo. Que não aguentavam a falta que um fazia para o outro.

— Eu nunca vou deixá-lo novamente — Dean falou entre lábios e Scott sorriu.

Acima de tudo, escolheram um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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