War Angel - Sonhos escrita por Dálian Miller


Capítulo 6
Capítulo 5 – Armadilha, Planos e Prova


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo e muita treta chegando, então, prepare os biscoitos, uma xícara de café e tenha uma boa leitura! :D



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~ Capítulo 5 – Armadilha, Planos e Prova ~

 

O retorno do lorde ao Vale da Sombras fora recebido com o bradar das criaturas que ali habitam, enfurecidas e ansiosas para retornarem ao mundo da superfície. Na companhia de três dos seus generais demônios, ele caminhou entre a névoa até que chegasse ao portão de entrada do castelo.  

Ainda estacionado em seu jardim pantanoso, Ádrian pôde avistar a imensa torre de luz, alternando entre o vermelho e preto, ser erguida aos céus de pedra do submundo, a direita, logo após as montanhas que delimitavam seus domínios. A energia era sentida com intensidade, fazendo até mesmo sua capa tremular pela força emanada.  

— O rei do Leste parece estar enfurecido. Será pelo ritual que realizamos com a humana de grande fé ou pelo prestígio atingido por nosso senhor? – Néfiron indagou com preocupação.  

— Muito provável que estes venham a ser os motivos de sua ira, o que me faz ficar atento aos seus movimentos. Os quatro reis são os últimos que eu desejaria enfrentar antes de pôr as mãos na esfera de poder. – Respondeu pensativo. 

— Eu arrancarei a cabeça de todos eles caso tentem derrubar o Vale das Sombras. Sou o ser com maior força bruta dos três mundos. – Demoxon se vangloriava enquanto mantinha o corpo de Tsifer sobre seu ombro e continuava proferindo afirmações sem sentido.  

— Suas palavras são estupidas, Demoxon! – Enfureceu-se. – Como ousa subestimar um inimigo assim? Os reis estão em um nível que até mesmo eu, seu lorde, temo enfrentar. Suas habilidades, experiência e domínio são superiores em grande número ao que temos. Então, cale-se! Leve o corpo desse imprestável à Senhora da Dor e traga-o útil desta vez! - Apontou para Tsifer. - Quero meu exército mais forte do que nunca.   

— Sim, meu lorde. – Assentiu e se direcionou ao laboratório da feiticeira.  

— Quanto a você, Néfiron, quero que venha comigo à minha sala, precisamos traçar novos planos.  

— Será um prazer, meu lorde! 

*** 

Encurralados pelas paredes de gelo, os herdeiros já demonstravam traços de cansaço, andando em passos lentos, enfraquecidos.  

— Por que estão parando? Ainda não encontramos a saída... 

— Estamos andando sem parar há horas, Akira. Acho melhor descansarmos antes de seguir. – Witc a explicou, sentando-se próximo a Ayurik, que apoiara-se sobre um pilar de gelo, e Lina, também sentada um pouco mais atrás. 

— Por isso quase morreram quando Tsifer e eu atacamos aquela ilha... Seus corpos são fracos...  

Enfurecida com tais atitudes e palavras, Mylla lançou, a partir de suas mãos, raios em direção à arqueira, atingindo seu braço, que fora levantado em reflexo para defender seu rosto.  

— Não recebo ordens de alguém como você, sua estúpida, não importa o que tenha feito por Witc! – Esbravejou. 

— Parece que não sou a única com energia de sobra... Então, vem... Vamos ver quem merece ser a líder do grupo.  

Ambas avançaram em convergência, punho contra punho. Contudo, foram surpreendidas quando uma porção do gelo sob seus pés oscilou, girando em seguida, derrubando-as e isolando-as em uma sala abaixo de onde estavam.  

— O que aconteceu? – Witc indagou, aflito e surpreso.  

Respondendo-o com ar de previsível, Lina apontou para seu amigo, agarrado ao pilar de gelo que ele empurrou para frente com o peso de seu corpo.  

— A resposta é um tanto óbvia, meu irmão. 

— Eu mexi... Em alguma coisa que não devia, não é mesmo?! – Ayurik questionou-se, embora observasse a resposta através da expressão de inquietação no rosto de seus amigos.  

*** 

— Não sinto mais a presença da esfera de poder, e Akira não retornou, o que nos faz supor que ela está com eles agora. – Disse Ádrian de seu trono e com uma taça de sangue em mãos.  

— Acredita que ela nos traiu, meu lorde? Posso acabar com ela facilmente... 

— Isto não será necessário, Néfiron, a arqueira retornará.  

O tom de sua voz grave esbanjava confiança. Suas expressões eram sérias e assustadoras. Enquanto degustava a bebida, vez ou outra a intercalava com o passar de dedos por entre os lábios, retirando o excesso de sangue que escorria e o limpava com a língua.  

Demoxon não demorou para realizar a tarefa ordenada e logo se juntou ao seu líder, no salão do castelo.  

— Então, meu lorde, sobre o que falavam?  

— Estávamos a debater como reiniciaríamos nossa busca pela esfera de poder agora que Akira possivelmente se aliou a eles. – Ádrian explicou. 

— Posso parti-la com minhas próprias mãos...  

— Como falei para o Néfiron, isto não será necessário. 

— Mas senhor....  

— Sem mas, Demoxon! Apenas escutem! Ainda tenho alguém que ela ama sob meu controle, preso em uma cela dos calabouços do castelo. A arqueira retornará mais cedo ou mais tarde com algo de valor para trocar pela vida de seu irmão ou simplesmente para salvar o animalzinho enjaulado. Quando isso acontecer, a pegaremos e descobriremos onde a esfera está! – Ressaltou. 

— E se ela não contar, senhor? – Indagou Néfiron, andando de fronte o trono, com ar de pensativo.  

— A mataremos juntamente com seu irmão, assim como foi feito a todos àqueles camponeses de sua vila medíocre e os arqueiros que se recusaram a servir o Vale das Sombras. – Levantou-se e bebeu o restante do líquido no interior da taça com velocidade.  

Em aplausos lentos e ecoantes, a Senhora da Dor aproximou-se por detrás de Ádrian, unindo-se à reunião.  

— Belo plano, meu lorde. A pequena serpente cresce com velocidade... E sabemos que serpentes são traiçoeiras. Só esperam uma oportunidade e, a qualquer momento atacam. 

— Fala de Akira? 

— E de quem mais seria... Demoxon? – Sussurrou ao planar próxima de seu ouvido, deslizando uma das mãos por seu pescoço e pousando ao seu lado. – Venho informar que os testes com o pequeno réptil estão indo melhor que o esperado.  

— Seja mais específica. – Ordenou.  

— Durante os testes que realizei para a transformação do DNA dos dragólions para o DNA retirado dos ossos de seu trono, nenhuma das cobaias sobreviveu a mais de três dias, contudo, com este espécime foi diferente. Ele não só resistiu a implantação de uma nova combinação genética, como também se adaptou rapidamente ao implante e o desenvolveu, aumentando seu tamanho, mudando a cor de suas escamas e criando dois pequenos pares de asas. As chances de que ele sobreviva são grandes, mas ainda é incerto se poderá controla-lo em sua fase final de mutação, pois... 

— Estás a desacreditar em mim? – Ádrian a questionou. 

— Jamais, apenas afirmo que o poder mágico e físico da criatura será tão grande quanto o de alguém no nível 7 ou até mesmo 8. É um trabalho ambicioso. Trago também os resultados dos testes com seus ex-companheiros: A substância que os fará obedecer minhas ordens finalmente está em sua fase final, em poucos meses irei conclui-la e será xeque-mate para eles. – Explanou. – Só me resta uma dúvida: O que desejas que faça ao corpo de Tsifer? 

— Tenho uma carta na manga para isso, não se preocupe, quanto ao restante, ótimo! Como sempre, você vem mostrando ser mais útil do que outros. - Olhou para Demoxon. - Transforme-o em algum brinquedinho seu, como recompensa pelo trabalho, mas que seja superior a sua forma antiga. Ainda não temos o paradeiro dos filhos de Shawn e seus amigos, assim como me preocupo com os motivos da aparição repentina de um dos quatro reis... – Ádrian estava inquieto. Os reinos vizinhos certamente lhe causavam algum temor, fato comprovado pela agitação de suas mãos e pés.  

— Agradeço, meu lorde. Agora, se me permite, irei retornar para meu laboratório e tentarei descobrir como poderei controlar o irmão da jovem Akira e os dois herdeiros capturados no Sul. – Após o consentimento, ela deixou o salão com um leve bater de asas. 

Próximo ao teto, agarrado à luminária com um de seus três pares de mãos, Néfiron observava a conversa, deixando os poucos ossos, que compunham seu corpo, visível em meio às tiras cinzas de tecido de suas vestimentas.  

— Não seria uma má ideia investigarmos os portais próximos ao castelo enquanto Akira não retorna, não sabemos aonde eles nos levariam. – Sugeriu o necromante.  

— Você tem razão. Façam isso, você e Demoxon. Reúnam alguns demônios de seus exércitos e vão. Por enquanto ficarei atento a qualquer criatura da superfície ou herdeiro que entre no Submundo. Quero ver como ela se sairá ao lado de seus semelhantes, já que também possui sangue de herdeiro. – Gargalhou levemente. – Quer brincar?! Então, que os jogos comecem.  

*** 

O novo local onde as meninas estavam se assemelhava bastante a um povoado antigo, com ruas em terra, casas de madeira que se amontoavam em volta da grande praça no centro da cidade, com uma estátua de dois sacerdotes em pé, de braços cruzados, e sentada a frente, a escultura de Miléfis, o oráculo de Kruken.  

Estava noite, era possível avistar inúmeras estrelas sobre aquele manto negro e a bela Lua violeta, avistada poucas vezes desde sua descoberta.  

O olhar vago de Mylla transmitia sua confusão. Rapidamente levantou-se do chão e limpou sua roupa empoeirada. Andou até um cavaleiro que amarrava sua montaria a troncos próximos ao bar em sua frente e indagou sobre onde estava. A surpresa veio com a mesma velocidade de sua dúvida: Ao aproxima-se, o suposto senhor atravessou seu corpo como fumaça a passar entre as brechas de uma veneziana. Correndo para próximo de uma mulher que seguia com uma criança entre seus braços, novamente viu transpassarem por seu corpo como se ela não existisse. Angustiada, Mylla envolveu-se numa corrente elétrica e a desferiu contra a mulher, embora os raios apenas seguissem seu caminho normalmente. Sua voz não foi ouvida e sua presença tornou-se insignificante.  

— O que está acontecendo aqui? Por que ninguém consegue me ver? Onde estou? Alguém pode me responder? – Berrou, ajoelhando-se sobre a terra solta. Ao levantar a cabeça avistou a arqueira aproximar-se pelas sombras das edificações. – Isso é culpa... sua! – Esbravejou, arremessando sua adaga em Akira, que rapidamente a viu e desviou, saltando para trás.

Olhares foram trocados com ferocidade. 


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Notas finais do capítulo

O que acha que aconteceu à Akira e Mylla? Quem serão os 4 reis? Os segredos continuam kkk.

Próximo capítulo: O Oráculo e o Mistério de Kruken

Até breve!