Motivos para mudar escrita por Sofia Kiryuu


Capítulo 8
Capítulo 8 - Provocações


Notas iniciais do capítulo

Sim, sim, é verdade, EU ESTOU DE VOLTA E VIM PARA FICAR! Decidi que vou terminar esta história, custe o que custar. Eu detesto gostar de uma história e ela ficar sem continuação, por isso, não vos vou deixar assim. Sei bem que já passaram anos e percebo se isto não acabar a ser lido por ninguém, mas, pelo menos, fico de consciência tranquila com a história finalizada. :)



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Chegados à cozinha, Toris ficou surpreendido por encontrar Abel já à mesa.

— Abel? Não sabia que estavas cá, não ouvi ninguém entrar. – Disse com um sorriso simpático enquanto se sentava.

— Pois, eu vim tratar de assuntos com a Luísa. – respondeu, sério, tentado não transparecer o facto de não ter gostado nada do “à vontade” do lituano ali.

— Pois, estás na minha casa. Se o assunto não fosse comigo, haveria de ser com quem? – provocou, divertida, a portuguesa, enquanto colocava a panela na mesa.

O holandês olhou para ela com cara de poucos amigos, mas ela não se importou e sentou-se à mesa com os seus convidados.

— Bem, eu também não esperava encontrar-te aqui, Toris. Nem sabia que vocês eram tão próximos para haver visitas. – semicerrou os olhos, desconfiado, a olhar para o moreno.

— Ah, pois, é que, sabes, a Luísa-- - Toris tentou explicar, mas foi interrompido pela lusa.

— Deixa estar, Toris. – disse Luísa com um sorriso compreensivo – Ele não tem nada a ver com quem me visita ou deixa de visitar! – afirmou, agora fazendo má cara para o loiro.

O lituano olhou para aquela cena e conseguiu sentir uma faísca atrás de toda aquela implicância um com o outro. Sorriu ao pensar na possibilidade de um dia poder haver algo assim entre ele e Natália.

— Ah, Luísa, que prato é este? – perguntou o lituano enquanto a lusa o servia.

— É caldo verde. Muito nutritivo! – respondeu Luísa, com um sorriso orgulhoso, passando-lhe o prato de sopa já servido. Pegou então no prato de Abel e serviu-o também – Vá, para ver se melhoras essa cara. – brincou ela enquanto lhe passava o prato.

— Obrigado. – agradeceu, dando um sorriso torto à portuguesa. Não conseguia evitar. Por mais incomodado que estivesse com a presença do báltico ali, ela arranjava sempre maneira de desfazer aquela seriedade que tentava passar.

— Bom, vamos falar do que interessa. – disse ela já depois de se ter servido.

Passaram o jantar a discutir a situação de Portugal. A desculpa que Abel tinha dado para estar ali não era totalmente mentira. Realmente, era um problema a ser resolvido e ele podia ajudar a agilizar uma solução no lugar da irmã mais nova.

— Bem, já está a ficar tarde. – notou Luísa, ao olhar para o relógio pendurado na parede da cozinha. Tinham terminado de levantar a mesa – Abel, reservaste quarto em algum hotel aqui perto?

— Ah! Pois, não… É que eu não estava à espera de ficar tanto tempo por cá! – tentou explicar o holandês. A verdade é que tinha saído à pressa do porto onde foi fazer negócios naquela manhã até ao aeroporto mais próximo que o levasse a Lisboa o mais rápido possível, após ter ouvido a conversa entre Toris e Feliks. O que trazia com ele era pouco mais do que a roupa que trazia vestida – Mas não há problema nenhum. Tenho a certeza de que ainda consigo algum voo para Amesterdão antes da madrugada.

— Oh, bem, se não quiseres ir já, podes sempre dormir no sofá da sala. Dá para montar uma cama. – sugeriu a portuguesa – Desculpa não ter um sítio melhor para te oferecer, mas o Toris já está no quarto de hóspedes e só tem mesmo uma cama de solteiro. Duvido que caibam os dois lá.

— Provavelmente. – suspirou o loiro – Pena que nem meteste a hipótese de partilhares a cama comigo. Sei que a tua é de casal, daria perfeitamente para nós os dois. – provocou, dando um sorriso travesso.
— Isso é porque não é hipótese sequer. É o sofá ou nada. – respondeu-lhe a morena, fazendo má cara para ele – Se não quiseres, sabes onde é a saída. – ela já se ia virar para sair daquela divisão, quando Abel a segurou pelo pulso.

— Olha, calma, estava só a brincar… Eu aceito o sofá. – disse ele, com um sorriso de canto.

— Olhem, se há problema, eu posso dormir no sofá e o Abel dorme no quarto de hóspedes. – ofereceu Toris.

— Está fora de questão, Toris. A tua vinda foi planeada e já estás instalado e tudo. – negou ela, enquanto se soltava do loiro – E o Abel também só vai passar cá uma noite. Dormir no sofá não o vai matar. – provocou a lusa.

— Está bem, se tu o dizes… – conformou-se o lituano.

— Bom, então, é assim que vai ser. Vou buscar roupa de cama para o sofá. – Luísa já se começava a dirigir para o andar de cima, quando se virou para os dois homens – Façam-me só o favor de ir desmanchando o sofá, pode ser?

Ambos acenaram com a cabeça e foram em direção à sala.

Enquanto montavam a cama, Abel quis aproveitar o facto de ter ficado a sós com Toris para ficar a saber a razão de o moreno estar ali, porém, não eram tão próximos e ele ficara sem saber como perguntar o que queria. Para sua sorte, o outro iniciou uma conversa.

— Então, Abel, tu já estás apaixonado pela Luísa há muito tempo? Tens conseguido fazer progressos com ela? – perguntou o lituano com um sorriso simpático e a maior naturalidade do mundo.

O loiro ficou a olhar para ele, com um rosto de surpresa. Estaria tão óbvio o que sentia pela portuguesa? Afinal, Abel tinha muito o hábito de cortejar mulheres no geral, apesar das coisas serem um pouco diferentes com Luísa. Com ela, falava com uma intenção a mais. As restantes eram apenas para elevar o seu ego.

Toris, ao ver que o outro apenas olhava para ele um pouco em choque, resolveu explicar:

— Ah, desculpa estar a meter-me! É que eu percebi que parece haver uma atração entre vocês e fiquei a pensar em como seria bom ter algo assim. – esclareceu ele, esfregando a nuca, com um sorriso nervoso – Bem, eu estou a trabalhar para isso também.

— Ah… Como assim? – questionou o holandês.

— É que eu vim para cá para me tornar mais forte e conquistar a mulher que amo. A Luísa está a ajudar-me nisso! – comentou, empolgado.

— Ah, entendi… – Abel deu um leve suspiro ao compreender que o moreno não tinha como objetivo ficar com a lusa para si.

Nesse momento, Luísa desceu pelas escadas com os lençóis, colchas e almofada para colocar na cama improvisada.

— Ah, boa, já montaram a cama. – a portuguesa começou a colocar roupa de cama – Podes subir, Toris. Eu acabo de ajudar o Abel com o resto.

— Oh, bem, se é assim… Boa noite aos dois! – o moreno sorriu para eles e partiu de direção ao andar de cima. A lusa também lhe desejou uma boa noite enquanto o loiro apenas retribuiu, fazendo sinal com a cabeça.

Ao terminarem de fazer a cama, Luísa já se ia despedir de Abel quando este a informou de não tinha roupa para dormir.

— E agora? O que queres que faça? – questionou ela, confusa.

— Bem, nada, estava só a informar… Parece que amanhã vais acordar com um homem em trajes menores na tua sala. – atrevido, o loiro deu um sorriso de canto.

— Ora, és mesmo um pervertido! Isso está fora de questão! – negou ela, um pouco corada – Eu vou ver o que arranjo. – afirmou, subindo as escadas.

Abel esperou uns minutos e Luísa voltou com um pijama na mão e lho atirou.

— És muita querida, mas acho que não consigo caber num pijama teu. – disse, olhando para a roupa que lhe tinha sido atirada.

— Não é meu, é do António. – explicou ela – Pensei que pelo menos as calças te podiam servir.

— Do António? Ele vem cá dormir? – questionou o holandês, com uma sobrancelha levantada.

— Às vezes, quando discute com o Lovino ou quando bebe demasiado… Ou os dois, por vezes. – contou, encolhendo os ombros – É um tonto, mas não deixa de ser meu irmão. Não lhe posso negar ajuda, suponho eu.

— Percebo. – disse ele – Luísa?

— Sim?

— Ficas linda quando estás envergonhada, sabias?

— Ora, tu gostas mesmo de me destabilizar! Que chato! – resmungou ela, já a virar-se para as escadas – Boa noite!

Abel sorriu de canto, enquanto acompanhava a lusa com os olhos até a deixar de ver. Suspirou e terminou de se preparar para dormir.

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Depois de mais uma tentativa de fazer o seu irmão mais velho perceber os seus sentimentos e de, mais uma vez, ter sido rejeitada, Bielorrússia voltava para casa, destroçada. Por mais de tentasse, Ivan não correspondia ao que ela sentia por ele. Por mais que lhe custasse admitir, estava a ficar farta de tentar uma e outra vez e a resposta ser sempre a mesma: Rússia amava-a, mas como uma irmã. Porém, isso não lhe chegava, definitivamente. Ela queria que ele a amasse como mulher.

Foi envolta nesse tipo de pensamentos que finalmente chegou à porta da sua casa. Cansada, foi diretamente para o seu quarto. Nem se deu ao trabalho de trocar de roupa e deixou-se cair na cama, a chorar.

De repente, ouviu um barulho do lado de fora da porta de casa. Natália já adivinhava quem seria e a raiva que sentia começou a ser redirecionada para essa pessoa. Levantou-se rapidamente e foi em direção ao ruído.

— Ouve lá, já não te tinha dito para-- — começara logo a resmungar, mas, ao abrir a porta, não viu a pessoa que esperava, mas sim a sua gata, Alina, que pedia para entrar – Ah, és tu…

A eslava deixou o animal entrar enquanto olhava para o lado de fora. Por que raio tinha pensado logo nele? Não havia motivo para isso… Bem, na verdade, fazia sentido que ele a fosse visitar depois de ter voltado da casa do seu irmão. Afinal, era sempre ele que aparecia para a consolar uma e outra vez e até para fazer alguns curativos, quando Ivan usava o cano nela. Ele aparecia sempre, mas não era ele no momento. E Natália, de repente, sentiu-se triste por isso.

Mas logo fechou a porta com força e deixou esses pensamentos de lado. “O que estou eu para aqui a pensar? Que parvoíce!”, refilou consigo mesma, internamente.

Regressou ao quarto e voltou a atirar-se para a cama.

“Hum… Não sei… O que será que um homem e uma mulher fazem quando estão a sós numa casa?”. Do nada, vieram-lhe à mente as palavras de Feliks. Ela começou a ficar inquieta com a ideia de Toris estar com Luísa, sem conseguir explicar o porquê.

— Eu só queria que fosse ele para ter em quem descarregar a frustração, mais nada! – disse, olhando para o teto.

Suspirou, levantando-se da cama. Resolveu tomar um banho para tentar afastar aquelas ideias idiotas.

Aposto o banho, secou o cabelo com o secador e vestiu uma camisa de dormir. Deitou-se e refletiu um pouco sobre a situação. Aquela confusão na sua mente só podia ser carência. Mas era óbvio! Estava sensível por mais uma rejeição e isso deixou-a frágil, sendo que o que a distraia da tristeza era descarregar a raiva no lituano. Era apenas isso.

“É só isso…”, pensou ela, mesmo antes de adormecer.


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Notas finais do capítulo

Apesar do que disse nas notas iniciais deste capítulo, espero que voltem a acompanhar esta história que me dá tanto gosto escrever!
E deixem um comentário e façam uma autora feliz, por favor! :3



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