Motivos para mudar escrita por Sofia Kiryuu


Capítulo 1
Capítulo 1 - Coração Despedaçado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! :D
Qualquer dúvida, é só dizer!



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E lá estavam elas, personificações de todas as nações existentes, reunidas para mais uma Conferência Mundial. Encontravam-se ali para discutir qual seria a melhor maneira de acabar com a crise que o mundo atravessava.

— Está aberta a 23.ª Conferência Mundial! – disse, ou melhor, gritou o representante dos E.U.A., Alfred, logo após posicionar-se numa das extremidades da longa mesa retangular da sala de reuniões.

— Bem, e então? Como vamos resolver o problema? – questionou a representação inglesa, Arthur.

— O certo a se fazer é incentivar o consumo interno de cada país. Penso que será a única solução. – disse o japonês Kiku.

— Sim, isso ia melhorar imenso a economia de cada um de nós. – concordou Elizabete, personificação húngara.

— Bom... Mas isso iria fazer com que as importações dos muitos países diminuíssem e isso afetaria as exportações de muitos de nós... Então, talvez não fosse a melhor solução para todos... Quero dizer…  – tentou discordar o representante alemão, Ludwig, já atrapalhado.

— O que queres dizer é que essa não seria a melhor solução para países como o teu, visto que só melhoram a vossa economia dessa maneira. – contrapôs Luísa, representação de Portugal.

— Oh, mon amour*, dizes isso por não seres auto-suficiente e teres que importar de nós? – disse Francis, de França, com um sorrisinho de gozo estampado na cara.

— Que culpa tenho eu de ter tido um primeiro-ministro idiota, há uns anos, que trocou a produção dos nossos recursos por subsídios dados por vocês para não produzirmos!? Isso só vos beneficiou a vocês, seus oportunistas! – a portuguesa praticamente berrou, levantando-se, subitamente, da cadeira, fazendo esta cair de forma ruidosa.

E assim, o que era para ser uma conferência pacífica com o objetivo de encontrar soluções para os seus problemas, acabou por se tornar numa pequena guerra de troca de palavras nada agradáveis entre nações. No entanto, ainda havia naquela sala quem não participasse naquilo e até mesmo estivesse tão alheio ao que se passava à sua volta que quase tivesse levado com uma cadeira em cima, não fosse a má pontaria de Luísa, ao tentar acertar no espanhol António, quando esta já estava irritada demais para se ficar só pelas palavras.

Isso foi o que aconteceu a Toris, personificação lituana, que se perdia em pensamentos enquanto olhava para a bielorrussa Natália, que estava sentada do outro lado da mesa, a tentar convencer o irmão Ivan, representação russa, sentado ao seu lado, a se casar com ela.

O lituano podia ter ficado naquele mesmo estado por horas, (até porque nem seria a primeira vez que isso aconteceria), não fosse pela mão de um certo polaco que pousara no seu ombro para lhe chamar a atenção. Toris não necessitou olhar para o lado para saber de quem se tratava.

— O que foi, Feliks? – disse Toris, com cara de paisagem, sem desviar o olhar de Natália.

— Olha lá, e, tipo, deixares de babar por aquela psicopata? Não achas que seria, tipo, uma boa ideia? – disse Feliks, já ficando um tanto irritado pelo desprezo que o outro lhe estava a dar e exercendo certa força desnecessária com a mão que ainda estava no seu ombro.

— Não lhe chames isso! A Natália não é psicopata nenhuma! – defendeu, virando-se finalmente para o amigo de longa data.

— Ora, Toris…

Estavam prestes a começar uma discussão sobre o mesmo de sempre: Natália.

Hey, hey! Calm down, guys!* E se fizéssemos um intervalo? O que acham? – sugeriu, Alfred, tentando acalmar o ambiente naquela sala.

— Parece-me bem! Acho que estamos mesmo a precisar, aru! – disse o chinês Yao.

— Bom, então, 20 minutos de intervalo para toda a gente! – disse Arthur, pensando já em ir tomar o seu chá das 17h.

— Ei! Sou eu que digo isso! – murmurou, enquanto fazia beicinho – Intervalo de 20 minutos para todos! – gritou o americano, euforicamente, esbracejando.

— Que idiota… – murmurou o inglês, revirando os olhos.

Ao apanhar Feliks distraído pelo anúncio repentino de intervalo, para evitar o começo de mais uma discussão que em nada iria resultar, Toris afastou-se, sorrateiramente, do sítio onde estava com o polaco. Ao certificar-se de que já se encontrava a uma distância “segura”, de modo a que o amigo não o visse, pôde constatar que Natália também tinha sido enganada pelo seu irmão mais velho que, assim como ele, se afastou quando a notou distraída por momentos. Vendo-a sozinha e meio perdida, achou que era a melhor altura para se aproximar dela. Afinal, o que tinha a perder? Talvez algum membro do seu corpo que agora estava intacto e que depois já não estivesse, mas, por ela, tudo valia a pena, certo? Com esse mesmo pensamento, ganhou coragem e foi na direção dela.

— Ah… Natália! Que coincidência encontrar-te aqui! – sorriu, desajeitadamente, Toris.

— Coincidência? Somos personificações de países e isto é uma Conferência Mundial. Estranho seria não estar aqui, seu idiota! – a bielorrussa revirou os olhos, colocando a cabeça apoiada na mão cujo cotovelo estava em cima da mesa.

— Ah, pois! É-é mesmo! – gaguejou o lituano e repreendeu-se mentalmente por não ter planeado minimamente o que dizer antes de agir.

— Hum… – ela revirou os olhos mais uma vez. Não tinha a mínima paciência para aquela conversa tosca.

Natália levantou de repente da cadeira onde antes estava sentada. Não podia perder tempo com aquele traste, tinha que ir à procura do seu amado irmão mais velho e convencê-lo (lê-se: forçá-lo) a tornar-se um consigo. Fez menção de sair dali, mas uma mão segurou-lhe o braço.

— Natália, não vás já! Não queres conversar um--  – inicialmente, Toris até tinha um pequeno sorriso no rosto quando começou a falar, mas rapidamente desapareceu quando, sem sequer conseguir terminar o que estava a dizer, foi empurrado para longe por Natália, que não estava, nem de perto nem de longe, com a cara mais feliz que já vira.

— Mas quem te deu permissão para me tocares, seu estúpido?! O único que pode fazer isso é o meu Ivan! – berrou Natália, chamando a atenção dos poucos presentes que permaneceram na sala durante o intervalo da conferência.

— Desculpa, eu só queria-- – a voz de Toris não passava de um sussurro.

— Querias o quê!? Igualares-te a ele? Ahahah Deixa-me rir! Um bastardo inútil como tu nunca, NUNCA, irá sequer chegar aos pés do Ivan, percebeste!?

Toris desviou o seu olhar para o chão. Natália já se dirigia para a porta quando voltou a cabeça na sua direção.

— Ah, e se tu estás mesmo tão apaixonado como estás sempre a dizer, que tal fazeres-me um favor? VAI MORRER LONGE! – gritou, batendo com a porta pela qual tinha acabado de passar.


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Notas finais do capítulo

Traduções:
1- mon amour* ----» "meu amor", em Francês;
2- Hey, hey! Calm down, guys!* ----» "Ei, ei! Calma, pessoal!", em Inglês.

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar, está bem? ;)