Back to New Orleans escrita por America Jackson Potter


Capítulo 10
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Notas iniciais do capítulo

Sorry a demora, fiquei sem inspiração e triste por não ter recebido nenhum comentário :'(
Mas tudo bem, aqui está um novo cap. e por favor não me matem no final!



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Não sei o que aconteceu comigo na noite anterior, mas eu não suportei ficar mais lá. Mas já não dava para desistir mais, já estava num avião que iria me levar direto para New Orleans.

Sim, eu fugi. Deixei apenas um bilhete dizendo que o que eu estava fazendo era certo: eu iria ver meu pai e iria tirar a adaga que o prendia no mundo de sofrimento. Isso iria acordar meus tios? Sim, mas já tínhamos as curas e eu tenho total fé de que elas iriam funcionar. Se não funcionasse, era outra história e uma história que eu não queria pensar ainda. Meu objetivo era tirar meu pai do sofrimento, não queria que ele tivesse que se sacrificar por mim. Não era justo, por isso resolvi sair sem falar para ninguém, pois sabia que minha mãe iria me amarrar no pé da cama, Pietro iria vir comigo e Jô e Lize bem... não sei o que elas iriam fazer, talvez contar para a minha mãe.

Ao longo da vigem de avião comecei a pensar em tudo que estaria prestes a acontecer: iria encarar Marcel, iria ver meu pai sofrer e estaria partindo o coração de minha mãe. Comecei a me arrepender de tudo. Não deveria estar fazendo isso com ela, muito menos com meus tios. Mas assim que pousamos no aeroporto de New Orleans, me senti diferente. O pensamento de que eu deveria continuar falou mais forte. Peguei minha mochila e sai do avião. Por onde eu passava, atraia olhares. Comecei a ficar preocupada, será que toda a cidade foi hipnotizada para me reconhecer?

— Senhorita. — alguém havia tocado meu braço. Comecei a suar frio. Virei-me para encarar a pessoa e dei de cara com uma moça sorridente. — Senhorita Mikel, não é? — tinha dado um nome falso, afinal, ser Hope Mikaelson não está sendo algo bom ultimamente. — A senhorita esqueceu isso em seu acento. — a moça tinha um envelope em sua mão. Como eu poderia ter esquecido a carta de papai?

— Nossa, obrigada. — sorri para a moça que apenas deu um aceno com a cabeça e sumiu entre as pessoas. A coisa mais difícil foi encontrar um táxi que me levasse para French Quarter.

...

Cheguei à parte afastada de New Orleans quando o sol já estava se pondo e as músicas e as luzes estavam começando a aparecer. A beleza do French Quarter estava começando a tomar forma. Por breves segundos, fechei os olhos e me senti em casa, mas quando os abri, percebi que alguém estava me encarando. Era alguém velho, com fios brancos já ocupando um grande espaço em seu cabelo, sua pele negra tinha linhas em torno de um braço, parecia uma tatuagem, e tinha a aparência de não ter dormido há dias. Tentei ignora-lo, mas parecia que ele não queria me ignorar. Entrei no primeiro bar que vi para ver se ele parava, mas isso não adiantou. O velho me seguiu e sentou do meu lado no bar.

— Um whisky. — pediu já colocando o dinheiro no balcão. — Fico me perguntando como uma pessoa pode ser tão parecida com os pais e ninguém reconhece-la.

Ele estava falando de mim? Peguei o cardápio mais próximo e passei os olhos por ele para tentar despista-lo, mas percebi que ele me encarava por cima do ombro.

— Desculpe, estava falando comigo? — tentei parecer inocente, mas ele apenas riu da minha tentativa.

— Eu sei quem é você. — ele falou. Comecei a suar frio novamente. — Não se preocupe, não sou tão malvado para dizer seu nome, mas espero que seja esperta o bastante para não fala-lo, afinal todos desse lado da cidade estão hipnotizados para atacar quando alguém da sua família estiver na cidade.

— Não sou burra para sair falando quem eu sou. — retruquei — E qual a garantia que tenho que você não vai me atacar? Ou ainda me entregar a besta?

— Marcellus Gerard não é sua maior preocupação. — ele abaixou o tom vendo a garçonete trazer seu whisky. — Aqueles que querem o agradar que são. — e virou o copo garganta a baixo. — Quer respostas? Posso ajuda-la.

— Primeiro seu nome. — disse eu. Ele sorriu.

— Pensei que se lembrava, mas deve ter passado uns 16 anos desde a última vez que nos vimos, pequena. — ele continuou sorrindo. — Mas vamos ver se sua mãe lhe contou toda história sobre a sua família: seu tio mais velho abitou o corpo de um bruxo.

— Vincent Griffith. — respondi no automático. Dahlia e Esther me alertaram de que eu poderia precisar da ajuda desse bruxo. O homem apenas balançou a cabeça.

— Pode encontra-lo no Igreja St. Anne. — o velho se levantou e saiu. Isso me fez perceber que ele estava usando a terceira pessoa. Não demorei muito e logo sai, iria procurar esse igreja para encontrar Vicent, ou melhor, ter uma conversa melhor com ele.

Sai do bar e logo percebi que outra pessoa me olhava, dessa vez era um garoto. Por que diabos todos os homens dessa cidade resolvem me olhar? Não é porque você é bonita. Não iria fazer o jogo de encarar de novo, por isso andei até o garoto, que continuou a me encarar, e perguntei por que estava me encarando.

— Você é nova na cidade, não é? — ele me respondeu com outra pergunta. Ele era vampiro, dava para perceber pelo cheiro e o fato deu não estar escutando o seu coração. Não poderia mentir para ele.

— Mais ou menos. — isso era verdade de um ponto: eu nasci em New Orleans. — Ainda não me respondeu: por que estava me encarando?

— Você me pareceu alguém interessante. — ele respondeu dando de ombros. — Mas, bem vinda de volta a New Orleans então. E acho que eu não preciso dizer para tomar cuidado aqui, ou preciso?

— Eu sei me virar. — disse eu. Tinha que manter a postura, não poderia vacilar ou já era.

— Mais uma coisa: por que estava conversando com Vincent? — o garoto queria saber da minha vida agora? Ele era um stalker?

— O homem do bar? Ele me confundiu com uma pessoa. — dei de ombros tentando parecer que aquilo era verdade. Mas esse foi meu erro: Vincent sabia quem eu era realmente. — Vocês são tão curiosos assim?

— Só para aqueles que são suspeitos.

— Agora eu sou suspeita? De quê?

— Diga você mesmo, lobisomem. — tentei continuar com a postura, mas ele me pegou pela gola e me levou para um beco num piscar de olhos. — Você sabe o quão perigoso é?

— Eu sei de defender. — respondi tentando me livrar de suas mãos.

— Sabe? — ele ergueu uma sobrancelha e depois me jogou no lixo, com muita força. Tentei parar em pé, mas desiquilibrei. Como um movimento reflexo, estendi minha mão e uma perna do rapaz se quebrou. — É parece que você sabe. Espere, você é metade bruxa!

— Sh, cala a sua boca. — eu corri para perto dele. — Quem é você? E o que vai fazer de mim agora?

— Calma, não sou um sentinela. — ele levantou as mãos em sinal de rendição. Minha cara denunciou que eu não tinha entendido o que ele havia falado. — Não caço lobisomens e bruxas para saber quem é a garotinha metade bruxa, lobisomem e vampiro. Mas tenho minhas apostas que você é ela.

— Qual o seu nome? — perguntei entre dentes.

— Josh. Joshua Rosza. — ele respondeu tentando se levantar. Esse nome era familiar. — E agora o seu?

— Sou a garotinha que você não caça. — respondi com um sorriso sincero. — E se você me denunciar, ou me matar, fique sabendo que seu coração vai ficar em um espeto.

— Falou igual seu pai agora. — ele sussurrou. — Mas eu não faço isso, não mais.

— Vou precisar perguntar o que te fez desistir ou vai falar sem o grande convite? — ergui uma sobrancelha.

— Bem... — ele riu. — a mudança de perspectiva. Quando você percebe que ajudou o lado errado a se dar bem.

— Você trabalhava para Marcel, é isso? — ele concordou. — Me leve até ele, eu preciso...

— Nem termine essa frase. — ele me cortou. — Marcel é forte, ninguém em sã consciência o desafiaria, e principalmente: se quer ter seu pai de volta, não é ele que precisa ir atrás.

— Então quem é?

— História longa. — ele respondeu levantando. Sua perna já estava no lugar.

— Bem, tenho todo o tempo do mundo e você também. — respondi segurando seu ombro.

— Aqui não é o lugar certo para se falar.

— Então me leve a tal lugar. — rebati. Ele parecia não se surpreender com minhas respostas, poderia falar que estava acostumado a isso.

— Vamos ter que esperar fechar. — ele respondeu pegando a minha mão e nos tirou daquele beco. Voltamos para as ruas principais daquele bairro. — Hoje fecha às sete. Encontre-me lá.

— Mas a onde?

— O bar St. James Infirmary. — ele respondeu com um sorriso.

— E até lá eu vou fazer o que?

— Bem, Vincent falou que poderia conversar com ele. — ele deu de ombros. — Por que não vai?

— Você escutou a conversa? — ergui uma sobrancelha. — Espera, você já sabia quem eu era!

— Foi sem querer. — ele sorriu e desapareceu entre a multidão de pessoas. Olhei ao redor para ver se ninguém estava me olhando. Dessa vez, ninguém estava prestando atenção em mim. Não tive muita escolha e fui para o igreja.

Demorei um pouco para achar o lugar. Não havia tantas placas indicando onde ficava o santuário. E parecia que as pessoas ali não eram tão legais assim para me informar. Tinha dúvidas se alguém havia percebido se eu era lobisomem, fiquei com medo de ser descoberta por causa disso. Estava tão perto de conseguir tudo que desejei há tanto tempo, não queria cair logo agora. Felizmente, não vi mais nenhum ser humano me observando. Entrei na igreja. Estranhei por um segundo, parecia que eu já havia estado ali, a muito, muito tempo. E outro segundo, vi e ouvi pessoas morrendo ali, um grito de uma mulher grávida, caos.

— Você acabou de ver tudo que essa igreja já passou. — uma voz falou vindo do altar. — Não se assuste, não é a única que presenciou isso tudo. A maioria dos bruxos que veem aqui vê tudo isso. Mas você deve ter sido a única que viu o próprio nascimento.

— Não sei como você sabe de tudo isso... — comentei me aproximando do altar. Vincent se revelou das sombras. — Mas não quero saber. E nem quero entender sobre meu nascimento.

— Sim, você quer. — Vincent pareceu certo com o que estava falando. — Você é uma pessoa poderosa e quer saber sobre seus poderes. Principalmente seu nascimento.

— Talvez. — me sentei no banco ficando cara a cara com o mais velho. — Mas você tem todas as respostas das minhas perguntas?

—A maioria. — ele me analisou. — Quer começar por onde?

— Meu nascimento. — respondi firme me inclinando para frente. Vincent andou para frente e sorriu para mim.

— Sua mãe deu a luz naquele altar. — ele apontou para trás de si. — Sua mãe morreu ali também. E seu pai ficou ali em cima te vendo. — ele indicou para outro ponto da igreja. — Mas claro, esses não são os detalhes completos.

— Minha mãe nunca me falou... — me encolhi. Ele ainda estava me encarando, queria a próxima pergunta. — Aposto que você não sabe por que ela não me contou.

— Acertou. — Vincent falou mantendo o sorriso. — Próxima pergunta?

— Cemitério Lafayette. Tem uma tumba da minha família lá? — ergui uma sobrancelha e ele apenas balançou a cabeça.

— Existe, porém não dá para te levar lá.

— Por quê?

— Longa história.

— Temos até umas sete da tarde. — sorri e Vincent rolou os olhos.

— Você se encontrou com o Joshua, não foi?

— Bem, como você sabe? Ele é tão previsível assim? — me endireitei no banco.

— Um pouco. A vontade de fazer algo de bom é incrível. — o mais velho deu de ombros. — Mas faça o que fizer, não procure Marcel.

— Por que todas estão falando isso? — bufei. Odiava quando as pessoas faziam isso comigo: não me contavam sobre o que eu queria saber. — Qual o problema? Quem eu devo procurar?

— Isso é outra história. — Vincent voltou ao altar. — Mas você vai acabar me perguntado.

— Olha, mal me conhece e já sabe como eu agiria. Estou impressionada — sorri e ele retribuiu o sorriso.

— Isso está estampado em sua cara. — ele sentou-se nos degraus da escadinha do altar. — Paciência, Josh irá te contar.

Iria abrir a boca, mas Vincent levou um dedo aos seus lábios para eu fazer silêncio e logo me puxou para outro lado da igreja, onde havia uma porta. Ele me jogou lá dentro e não falou mais nada. Colei o ouvido na porta e pude ouvir passos.

— A garota está aqui, não está? — uma voz grave soou. — Tenho testemunhas que viram você conversando com uma garota nova na cidade.

— Alistair, que surpresa. — Vincent falou.

— Chega disso, Vincent. — o outro homem esbravejou. — Me fale. E não minta para mim: a garota que viram conversando com você, é ou não a filha de Niklaus?

O tal Alistair era um vampiro, do jeito que ele falava e do jeito que sentia seus movimentos pesados diziam isso. Vincent suspirou fundo dando para eu ouvir. Ele abaixou o tom de voz, querendo que eu não ouvisse, porém consegui ouvir:

— Ela é Hope Mikaelson, sim.


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Notas finais do capítulo

Alistair é um personagem confirmado para a 4° temporada de TO



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