—Eu, definitivamente, odeio vestidos.- ela comentou, se olhando no espelho.

Ela, apesar de estar incrivelmente linda, não se sentia confortável. Aquela, lá reproduzida, não era ela. Corou levemente. Teve uma vergonha descomunal... Não iria, de jeito nenhum, ir à festa.

Mas se lembrou que o motivo de estar vestida daquele jeito era por uma boa causa. Era o 12º aniversário de suas “irmãs”, Jenna e Jessie. As mesmas escolheram o tema Baile de Máscaras e não houve uma pessoa que conseguisse mudar a cabecinha das duas.

A garota olhou novamente seu reflexo no espelho e soltou um suspiro. “É... Definitivamente essa não sou eu.”.

Essa era Helena. A garota que só usava moletom, all star e jeans surrados, agora trajava um longo vestido negro, tomara que caia, que era colado até a cintura e que possuía uma longa calda que se arrastava pelo chão, conforme ela andasse, sandalhas também negras de salto que possuíam 3 tiras: uma que cruzava os dedos,outra que cruzava o peito do pé e, por último, uma que era afivelada no tornozelo. Seus cabelos castanhos estavam em presos num coque com cachos. Ela usava brincos em forma de rosas negras, que combinavam juntamente com o colar e os dois anéis negros também em forma de rosa, que ela nunca tirava. Quanto á maquiagem, seus olhos, tão castanhos quanto os cabelos, estavam pintados de um preto esfumaçado com pequenos “brilhinhos” e sua boca estava pintada de um vermelho sangue extremamente vibrante.

Ela ouviu sua “mãe” batendo à porta de seu quarto.

—Você está linda.- Ao entrar, a mulher mais velha quase chorou. -Nem parece você.- comentou, fazendo a mais nova corar. Aquela menina-moça não se parecia nem um pouco com a garota que encontrou, anos antes, jogada naquela viela suja, que ela ajudou, que cresceu e que estava ali, trajando aquele belo vestido. -Eu tinha razão. Você ficaria parecendo um fantasma se usasse branco.- a mulher colocou a ao sobre o queixo e fez com que Helena desse uma pequena volta.

Espantando-se ao ver as horas, apressou a mais nova a pegar as coisas que faltavam, que eram a Máscara e a bolsa de mão, tão negra quanto seu traje, e desceram as escadas.

—Uou... Helena! Você está...-O “pai” da garota nem teve tempo de elogiá-la, pois foi puxado para o carro pela esposa. As crianças já estavam na festa, faltava apenas Helena, que ficara em casa se arrumando. Chegaram ao carro e logo partiram para a festa.

“Vai ser uma longa noite...” – Helena pensou.