Ruínas da Guerra escrita por Teodan98


Capítulo 12
Corrupção do Poder




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Após o clarão branco, o mundo caiu na escuridão novamente e diversos fragmentos se formaram e uma lembrança surgiu.

Leonhard estava dentro do castelo com a sua armadura brilhante repleta de sangue por causa da batalha que acabara de ocorrer, seu elmo foi quebrado durante a batalha e por isso a sua cabeça estava desprotegida. Sua auréola pingava sangue, seu corpo estava cansado, sua respiração ofegante e o sangue em seu rosto começara a grudar contra a sua pele.

Leonhard andava sobre um chão de mármore em tons de verde e a cada encontro de seu pé contra o chão o som de metal contra o mármore ecoava por todo o castelo. O castelo aparentava não possuir nenhum tipo de sinal de vida, mesmo se houvesse Leonhard não poderia dizer, pois o breu tomava conta do lugar.

As únicas coisas que eram possíveis visualizar no lado de dentro do castelo era as grandes colunas repletas por pequenos rostos de demônios gritando que possuíam em ambos os lados por onde Leonhard passava. Somente era possível ver porque o brilho da armadura e a espada em chamas que Leonhard apunhava em mãos fazia a luz se projetar contra a escuridão.

—EU SEI QUE ESTÁ AQUI! – gritou Leonhard para a escuridão. –APAREÇA!

Leonhard então parou para escutar a resposta, mas nada aconteceu, nem se quer, uma gota d´agua caindo no castelo. Apenas o silêncio e a escuridão tomavam conta do lugar. Ele então começou a prosseguir novamente, ele sabia que havia alguém ali, embora não soubesse quem.

—Estou aqui. – disse uma voz nas sombras.

Leonhard em um pulo virou para a sua direita para tentar enxergar quem foi que acabara de falar. Mas não havia ninguém, pois não era possível enxergar. Um vulto passou voando por detrás de Leonhard, fazendo-o virar, mas ele viu apenas a porta de entrada do castelo que emitia a luz da lua, aquela distância a porta estava do tamanho de um anão.

—Está com medo? – perguntou a escuridão.

Leonhard segurou a espada o mais forte que podia com ambas as mãos.

—O poder do divino me sustenta e me fortalece. – respondeu Leonhard para a escuridão. –Não temo a nada.

—É o que todos dizem. – disse a escuridão no ouvido de Leonhard.

Ele se virou em um pulo e não viu nada, exceto a grande coluna com rostos gritando de dor. Leonhard ficou olhando para todas as direções a procura da voz e de quem lhe falava, mas sem sucesso.

—Mas você é diferente, Leonhard. – disse a voz agora ecoando por todos os lados do castelo. –Eu sei disso...

Em seguida, um fogo de todas as bocas dos demônios nas colunas começou a iluminar todo o castelo e Leonhard pode ver o teto do castelo que era repleto de demônios aprisionados querendo sair, trancados em algum tipo de vidro. As paredes possuíam grandes desenhos e escrituras em uma língua que Leonhard não compreendia, mas tinha certeza que era demoníaca. A porta do tamanho de um anão, que agora estava de frente a Leonhard, foi fechada fazendo um estrondoso barulho.

—Eu sei tudo sobre você, Leonhard. – disse a voz vinda detrás de Leonhard.

Ele se virou e viu uma parte mais baixa do teto com diversos vidros refletores, no chão, um grande lance de escadas e em seu topo, um altar. No altar havia um trono vermelho, e sentado nele, uma figura encapuzada que olhava diretamente para Leonhard com olhos vermelhos, não era possível ver seu rosto.

—Eu sei sobre sua esposa humana, Elaine, sua filha Valentina. – disse a figura encapuzada. - Eu sei de tudo.

—Como é possível? – perguntou Leonhard.

—Digamos que... – ele então se retirou o capuz revelando a pessoa mais próxima de Leonhard. - ... Me aproximei mais de você quando você cometeu o pecado.

—Uriel? – perguntou Leonhard chocado.

Os olhos de Uriel eram de um vermelho brilhante.

—Ele cometeu um pecado igual a você. – disse Uriel colocando o capuz novamente. –E eu pude ver toda a vida dele, desde que ele foi criado até a poucos segundos atrás.

—O que você está falando? – perguntou Leonhard confuso. –Achei que você fosse leal ao divino.

—Eu fui. – disse Uriel. - Ele continua sendo leal ao Divino, igual a você.

Ele então se levanta e retira novamente o capuz, mas dessa vez não era Uriel, e sim, o próprio Leonhard.

—Berzekhe. – disse Leonhard sabendo exatamente de quem se tratava.

—Correto. – disse Berzekhe com a face de Leonhard.

—Como pode se transformar em Uriel? – perguntou Leonhard. – Achei que você só poderia se transformar em alguém que já pecou.

—Sim. – respondeu Berzekhe. – Correto novamente. Seu amigo já pecou, ele só não lhe contou. Mas infelizmente ele acaba de se livrar do pecado.

Berzekhe era um demônio muito famoso nos contos do Divino, todos os anjos sabiam de seu poder e todos eles lhe temiam, não era por acaso, todos os que viram Berzekhe foram mortos ou viveram por um dia para contar a história e logo após morreram. Leonhard sabia que era impossível batalhar com Berzekhe de igual para igual. Ele então segurou a espada com toda a força que lhe restava.

—Vamos... O que está esperando? – perguntou Berzekhe abrindo os braços em cima do altar. – Faça o que veio fazer.

O coração de Leonhard começou a acelerar, o ar ficou pesado, as suas pernas começaram a ficar bambas. O Divino o colocou ali para morrer em uma missão suicida, mas era preciso matar o Berzekhe para poder se redimir do pecado e voltar a ver a sua esposa, mesmo que fosse apenas olha-las dos céus, mas Leonhard sabia que era impossível. Outros anjos mais poderosos já haviam batalhado contra Berzekhe, todos fracassaram.

Seu mundo pareceu se destruir em ruínas, tudo que ele construiu, tudo que ele viveu, havia acabado ali, não havia escapatória. Ele rezou em seus pensamentos, pedindo para que o Divino guardasse e protegesse a sua filha e a sua esposa.

Em seguida ele içou voo com as suas forças restantes, sobrevoou as escadas e a poucos centímetros do demônio, Leonhard levantou a espada em um golpe de cima para baixo, mas foi interrompido quando Berzekhe levantou uma de suas mãos e um impacto atingiu Leonhard, quebrando toda a sua armadura em milhões de pedaços, assim como a sua espada que cortou uma de suas asas quando se repartiu.

Ao se chocar contra o chão, Leonhard havia batido a cabeça e todos os seus sentidos haviam sido perdidos e um zunido gritou em seus ouvidos. Leonhard voltou para onde estava, debaixo das escadas. Agora sem armadura e sem espada. A cota de malha por debaixo da armadura foi a única coisa que deixou que não ficasse completamente nu.

Leonhard recuperou os sentidos e se levantou de costas para o altar. Ele viu sua asa no chão com sangue escorrendo dela. A dor da perda da asa em Leonhard fez ele cair no chão novamente, era como se alguém houvesse lhe golpeado com uma espada.

—Nem todos podemos ser heróis. – disse Berzekhe em cima do altar. – Não podemos salvar quem amamos, não podemos salvar nossos amigos, nem podemos salvar a nós mesmos.

Leonhard usou a sua força para se levantar e olhar para Berzekhe e falar:

—Prefiro morrer como sou do que me tornar um demônio como você.

—Clássico heroísmo... – disse Berzekhe. – Olha só para mim agora, eu estou aqui e você ai, morrendo, implorando pelo Divino para ele proteger quem você amar.

—Como... Como você soube? – perguntou Leonhard.

—Você ainda é um pecador, Leonhard. E isso faz com que eu saiba de tudo o que você está pensando e tudo o que você fez em sua vida. – ele deu um sorriso malicioso. –É por isso que eu sei que você é diferente dos demais, um pecador que foi colocado contra um ser poderoso para morrer.

—Mentira!

—Não adianta mentir. São as suas próprias palavras, ou melhor... Seus próprios pensamentos... – outro sorriso. – Como você mesmo lembrou, outros tentaram, mas fracassaram e ali está a prova.

Berzekhe apontou para um lugar repleto de lanças que escorriam sangue, todas elas possuíam cabeças de anjos, era possível saber que eram anjos graças a auréola sobre a cabeça que ainda permanecia lá.

—Você queria poder ter um poder incomensurável agora e nem preciso ler os seus pensamentos para saber isso, qualquer um iria querer isso em seu lugar. – disse Berzekhe. – É por isso que eu tenho uma proposta para você, uma chance que nenhum de seus irmãos tiveram, pois eles não possuíam um pecado. Eram santos demais para mim.

—U-uma pro-prosposta? – perguntou Leonhard segurando a dor em seu corpo.

—Sim, uma proposta. – respondeu Berzekhe. –Pelo que eu pude ver, você só quer viver com a sua esposa e sua filha em paz, sem ninguém atrapalhando a sua vida. Então eu lanço uma proposta para você. Lhe dou um poder incomensurável que você tanto deseja, e então, poderá viver com a sua família humana sem ninguém dos céus atrapalhar a sua vida. Caso eles venham você poderá acabar com qualquer um deles em um piscar de olhos.

 -O que... O q-que quer em troca?

—Uma besteira. – disse Berzekhe. – Ainda existem anjos fora do meu castelo. Acabe com todos eles e então estará livre para fazer o que quiser.

—Por que? ... Por q-que quer que eu me transforme em um demônio como você?

De súbito o demônio se transformou em sombra e apareceu na frente de Leonhard, agora com uma face diferente. Cabelos pretos como o carvão, olhos castanhos, pele branca com uma auréola sobre a cabeça e grandes asas brancas.

 -Eu era assim. – disse ele. –Igual a você. Um anjo que queria se transformar em um arcanjo, mas o Divino não se importava comigo, não ligava para mim ou para meus bons atos, ele nunca se quer me viu pessoalmente, então comecei a questionar a sua existência. Até que certo dia, encontrei com um poderoso demônio e ele me transformou no que sou agora. 

Berzekhe foi andando para atrás e à medida que se distanciava de Leonhard a sua aparência mudava. A pele jovial do anjo ficou cinza com grandes marcas no rosto, a auréola se transformou em negra e se quebrou, as asas ficaram negras e se transformaram em fogo, seus olhos se transformaram em vermelho novamente e de súbito ele se transformou em sombra desaparecendo e aparecendo no altar novamente, agora como a figura encapuzada.

—E-eu... Eu aceito. – disse Leonhard sem pensar duas vezes.

Berzekhe o olhou com aprovação, ele já esperava isso, mas as palavras de Leonhard foram como músicas para os ouvidos do demônio. Os olhos do demônio brilharam sob a escuridão do capuz, olhando diretamente da Leonhard.

—Então, que assim seja... – disse o demônio.

Em seguida um calor de dentro do corpo de Leonhard começou a queima-lo de dentro para fora, ele gritou de dor e em uma tentativa desesperada, retirou a cota de malha de seu corpo e viu grandes desenhos se formando ao redor de seu corpo, desenhos que expeliam chamas. Leonhard tentou apagar as chamas de seu corpo com as mãos. Enquanto apagava as chamas Leonhard percebeu a carne de suas mãos estavam se tornando negras como carvão até o seu cotovelo e os mesmos desenhos que cercavam o seu corpo agora estavam em suas mãos, em vermelho sob a carne negra.

As chamas que circulava seu corpo de dentro para fora se estendeu até a sua asa restante começou a queimar e todas as penas caíram em negro. Leonhard olhou para o altar e Berzekhe continuava na mesma posição, em pé sobre o altar, acima dele Leonhard pode perceber seu reflexo, nele, seus cabelos ficaram em branco vibrante assim como seus olhos, a única coisa que continuava o mesmo era a cor da pele de Leonhard que não se transformou em cinza como Berzekhe.

De súbito um grande desenho com símbolos demoníacos se formou no chão e mais chamas saíram dali, circulando o corpo de Leonhard e lhe dando uma armadura negra com desenhos em vermelho e em suas mãos o oposto, vermelho com desenhos negros. Todas as dores do corpo de Leonhard e todas as queimaduras, tudo cessou.

Leonhard ficou de pé, ele se sentia diferente, como se pudesse enfrentar um exército inteiro sozinho e depois continuar forte e com força para enfrentar mais um exército.

—Agora você é um de nós. Mesma raça, mesmo sangue. – disse Berzekhe. –Vá. Cumpra o trato e estará livre.

Leonhard se transformou em sombra e apareceu na porta do castelo. Havia diversos anjos do lado de fora, alguns recarregando as suas forças, outros mantando os demônios que estavam caídos. Quando eles fitaram Leonhard sob a porta, olharam para ele sem acreditar no que estavam visualizando, ficaram chocados com tal cena.

Um clarão branco veio logo em seguida e depois diversos fragmentos se dispersaram fazendo o mundo ficar negro novamente. Em seguida outra lembrança retornou após diversos fragmentos se formarem no mundo negro.

Leonhard estava olhando um anjo que estava com asas repartidas no chão repleto de lama, o anjo olhava com medos nos olhos para Leonhard que segurava uma lança com ambas as mãos, até que cravou a lança na cabeça do anjo, tirando-lhe a vida.

 Havia acabado e agora Leonhard estava livre. Livre dos anjos, livre do divino. Agora Leonhard poderia voltar para a sua família e lhes dizer que as ama e que nunca mais vai abona-las. Ver os rostos das duas era o que Leonhard mais desejara na vida, embora soubesse que era proibido pelo Divino um anjo se apaixonar por uma humana, ele sabia que era por puro amor.

Voltando a realidade, Leonhard olhou ao seu redor e a única coisa que viu foi morte. Todos estavam na lama, mortos, e o único de pé ali no campo de batalha era Leonhard que enxergava os mortos pela escuridão. O brilho das armaduras dos anjos agora incomodava a sua vista fazendo querer tira-los dali para apenas a escuridão reinar, mas ele não possuía tempo, mesmo se possuísse, não o faria. Aquelas terras não eram suas. Leonhard precisava partir, deixar aquelas terras e ir para a sua própria terra, ver a sua filha e a sua esposa o mais rápido possível e assim foi feito.

Saindo das sombras das árvores Leonhard pode ver a sua casa construída com madeira. A casa se localizava longe das outras grandes aldeias, pois Leonhard achava melhor assim para poderem viverem em paz sem ninguém fazer perguntas de quem ele era e de onde veio, ninguém além de Elaine poderia saber que ele era anjo. Leonhard se transformou em um humano com a mesma aparência que possuía quando era anjo, exceto pelas asas e pela auréola.

—Elaine! – disse Leonhard para a casa. – Elaine amor, cheguei!

A poucos passos da entrada da casa Leonahrd vê Uriel atravessando a porta e saindo de fora da casa. Ele olhou para Leonhard em uma expressão séria e de pêsames.

—Sinto muito. – disse Uriel para Leonhard.

O coração de Leonhard acelera, ele passa pela porta e vê as paredes da casa com diversos rasgões e todos os moveis bagunçados. A mesa estava jogada no chão, a cadeira havia se quebrado em diversos pedaços. Parecia que houve uma grande luta ali na casa. No centro de toda a bagunça o sangue escorria de um corpo e se espalhava por toda a casa, mas não era um corpo qualquer, era Elaine, a esposa de Leonhard.

—N-NÃO! – disse Leonhard para o vento.

Ele correu para a sua esposa e se ajoelhou do lado dela. Ele a colocou no coloco e viu a sua garganta com um grande rasgo, sangue expelia dali. Fora a pouco tempo.

—E-Elaine... Não... Não... NÃO! – disse Leonhard colocando sua esposa no colo enquanto lágrimas caiam. –Não... Você não... Não faça isso comigo...

Uriel havia entrado na casa e estava olhando aquela cena, fazendo a casa se iluminar com a sua armadura.

—Eu os vi... Eram vários. Mais do que qualquer um poderia lutar. – disse Uriel com pesar.

—Onde está Valentina? – perguntou Leonhard. – ONDE ESTÁ MINHA FILHA?

—Ela está segura.

—ONDE?

—Com o divino. – respondeu Uriel.

—O que? ...

—A missão que eu lhe falei antes da batalha. – começou a falar Uriel. – Era para levar a sua filha para o Divino. Ordens dele. Quando retornei para a consolar após levar a sua filha eu a encontrei assim.

—Você roubou minha filha? – a raiva se misturou com as lágrimas.

—Ela tem sangue angelical e pertence aos céus. O Divino quis assim e assim foi feito.

—O DIVINO NÃO EXISTE! – explodiu Leonhard. – NUNCA EXISTIU. QUANTAS VEZES VOCÊ O VIU? EU O SERVI TODA A MINHA VIDA E NUNCA O VI! É TUDO MENTIRA URIEL!

—Não. – retrucou ele com seriedade. – Eu o vejo todos os dias. Falo com ele todos os dias. No dia do seu julgamento ele estava lá, não como o juiz, mas com um anjo. Ele estava aqui quando a sua filha nasceu. Ele estava com você no dia do seu casamento e viu a sua esposa feliz com você e estava aqui para leva-la embora.

—COMO OUSA?

Leonhard levantou uma das mãos e fez com que Uriel fosse jogado para trás, quebrando toda a frente da casa. Uriel se chocou contra o chão, mas logo em seguida se levantou. Leonhard deixou a sua esposa ali e saiu da casa.

—Você não vai querer fazer as coisas desse jeito Leonhard. – disse Uriel retirando o seu chicote em chamas da cintura.

—Sim eu vou! – retrucou Leonhard se transformando no demônio. – Vou matar você enquanto o Divino observa e então eu mesmo vou mata-lo e irei vê-lo pessoalmente.

—ISSO É LOUCURA!

—Não. Loucura é o que eu vou fazer com você!

Mais um clarão branco e mais fragmentos se dividindo e tornando tudo negro outra vez. Mais fragmentos se juntam e revelam outra lembrança.

Uriel estava a poucos passos de distância de Leonhard, ele estava no chão com a boca sagrando e armadura rachada. Leonhard andava em sua direção. Ambos estavam em um grande penhasco que dava direto ao mar que estava sendo iluminado pela lua.

—Ele sabia. Sempre soube. – disse Uriel depois de cuspir sangue da boca. – Ele me disse que aconteceria isso com você e eu sempre temi por esse dia e aqui estamos.

—Quem sabia? – perguntou Leonhard parando de ir em direção a Uriel.

—O Divino. – respondeu Uriel se levantando.

Logo em seguida um faixo de luz cercou Leonhard fazendo-o ficar imóvel. Ele tentou se mexer com todas as suas forças, mas ele estava lutando contra o poder do divino, não precisava tê-lo visto para saber que era ele.

—Adeus irmão. – disse Uriel para Leonhard.

Então Leonhard sucumbiu à prisão. E como se estivesse se acordando de um pesadelo Leonhard estava de volta a tenda do mago Likgar.

Likgar estava na frente de Leonhard o olhando como se pensasse que estivesse morto. Quando Leonhard abriu os olhos o mago falou:

—Está vivo!

—Me tire daqui! – ordenou Leonhard.

—O que houve? – perguntou o mago enquanto El, o seu orc lacaio, desamarrava Leonhard.

—Descobri o que houve comigo. – respondeu Leonhard.

—Descobriu também como invocar o exército?

—Não era saber “como” e sim “porque”. – respondeu Leonhard se levantando da cadeira após o orc lhe desamarrar.

—E sabe o porquê?

—Sim. – respondeu ele, em seguida virou para El e disse: - Diga para os orcs saírem de lá.

El olhou para o mago. Likgar acenou com a cabeça positivamente e o orc saiu da tenda.

—Os humanos matam a sua própria raça por nada. – falou Leonhard enquanto uma trombeta soava do lado de fora da tenda.

—Achei que soubesse disso. – retrucou o mago.

—Agora eu sei. – falou Leonhard saindo da tenda.

Do lado de fora Hector e os seus elfos saíram de suas tendas e foram ver o que havia acontecido.

—Está na hora? – perguntou o líder dos elfos negros.

—Sim, está na hora. – respondeu Leonhard.

Em seguida ele foi para a subida íngreme que estivera antes e então abriu os braços fazendo todo o lugar que estava desmatado queimar. Os orcs que ainda não saíram do lugar começaram a correr para sair do local. De súbito, todo o lugar que estava em chamas começou a liberar demônios, tantos os voadores quanto os que não possuíam asas.

—Acordem meus novos irmãos. – disse Leonhard para o vento. – Vamos destruir o nosso inimigo em comum.


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