Caro Destino, escrita por Vaz dos Montes


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Amo cartas, sou apaixonado por elas, sou aquele cara que insiste em querer um relacionamento à moda antiga, com cartas de amor e direito a mais nelas kkk Isso é uma carta, não sei se vou continuar, não sei se vai ser durante muito tmepo uma carta pu vou fazer alguma coisa a mais nela, mas ela é isso, espero que gostem desse isso.



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“Olhe” ela me disse, apontando à imensidão do nada, e eu olhei. Com teus olhos azuis contemplava tal imensidão, e me perguntou, “ Lindo, não é ?”. Me assustei, não tinha ideia do que responder, como caracterizaria algo que não via ? Não respondi nada, mas ela precisava de um resposta, procurou uma quando tirou os olhos da imensidão e fixou nos meus. Meus olhos não diziam nada, o próprio vazio, ela sorriu, que sorriso, nunca vou me esquecer dele, e depois caminhou até mim, tuas asas balançavam com o nada, seus cabelos se iluminavam com o nada, seu sorriso brilhava com o nada, quando me beijou não teve nada algum, houve tudo, até um suspiro, até verdadeiro sorriso...e eu caí no meu próprio nada e não há anjo que tenha dever com um inexistente.

Passou-se anos até que a vi outra vez, não houve mudança, nem sequer um de seus fios negros cresceu ou diminuiu. Imponência, ela era isso em forma de ser, um ideal, aos meus olhos, um ideal nunca alcançado. Eu também não tinha mudado, mas foi por impotência, eu quis mudar, quis mudar tudo, mas não havia nada, quis me mudar mas o nada já é nada e ele não muda. Quando ela me viu, tu não tens ideia do que senti, não tens ideia do meu rancor; ela veio sorrindo, sem sequer botar os pés no chão, veio com os olhos cheios, com a boca cheia, com o busto cheio, com as mãos cheias; e sabe o que eu tinha ? Nada ! Nada! Ela a própria Vida, não tinha me dado nada para dá-la, que ironia, que brincadeira engraçada a que tu fizeste. Ela me abraçou, sabe ? Aquele abraço que a gente não se esquece, ela segurou todos os meus nadas e eu quis que ela os levasse todos, mas não. Não, a deixei me ter. não a deixei me deter, pois um havia orgulho neste nada corpo e eu tranquei-me a ela, sua insistência me regojizou, porém tu a levaste de volta, de volta a ti.

Deve estar se perguntando o motivo de te escrever, tu já sabes, Destino, a quero de volta, a quero me levando, aonde ela foi ? Onde ela está ? Tu sabes a resposta e eu a peço. Não há regojizo em mim, não há totalidade em mim,  só há o próprio nada e isso dói, dói tanto que a loucura e a raiva se entranharam no meu vazio. Loucura ,por se só, vive; raiva, por si só, continua a viver, mas eu quero ir, quero tanto ir que a permito me ter, e por isso peço que me traga a vida de volta, treze anos, dezesseis anos, sessenta e sete anos, só a traga de volta, estou, nos meus vazios, cansado de a perde-la e quero me ir.

                                                                                                                                            Atenciosamente,    

                                                                                                                                                                 Nada


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