Light and Darkness escrita por Gaspar


Capítulo 9
Capítulo Oito, Parte Um




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"Uma família perseguida. O medo de sequer sair para comprar coisas essenciais para a vida. Talvez esteja na hora de Second ser chamada também...Talvez assim eles possam viver em paz. Certo, Filha da Escuridão?"

Pov's Off

Onze anos atrás...

— O que nós faremos, Ichi-kun?- a mulher, de lindos cabelos cabelos verdes num tom clarinho, pele num tom moreno claro e olhos puramente dourados, perguntara, aflita, enquanto observava as duas menininhas que dormiam tranquilamente, uma abraçada à outra. Ela estava assustada e preocupada com sua preciosa família.

— Eu não sei mais o que fazer também, Elaine...- o homem, de cabelos negros e olhos bicolores, um azul e outro dourado, admitira. Era um lindo rapaz de pele pálida. As coisas, depois que a menina mais nova nascera, começaram a se complicar tanto...Eles, que já eram perseguidos antes, agora viviam um inferno. E não daria para sumir com os perseguidores, pois eram muitos. Izui sabia como ser persuasivo.

— Por que vocês não se mudam?- sugerira o, até então, calado garoto de cabelos num loiro palha e olhos de duas cores, um vermelho e outro dourado, também. Ele tinha chifres numa cor cinza claro e sua pele era um pouco morena.

— Mas para onde, Lanor? Izui é astuto, deve ter olhos por todos os cantos do mundo...- a mulher argumentara, olhando em volta, como se alguém pudesse estar escutando a conversa deles de algum lugar, fosse dentro ou fora do casarão.

— Sugiro uma cidade pequena. Talvez nos Estados Unidos ou Canadá. Lá, creio eu, será mais simples de se...Bom, vocês sabem.- respondera, saindo da parede onde apoiava-se antes e se aproximando de onde o casal estava.- Eu jurei que protegeria vocês e é isso que farei. Não somente por ser meu trabalho, mas também porque vocês são importantes para mim.

— Não seria uma má ideia...- Ichijiyou murmurou de repente, chamando a atenção para si.- Lanor, chamarei Second.- avisara-o.- Por mais poderoso que você seja, não será capaz de nos proteger o tempo todo sozinho. Creio que já esteja na hora dela ser chamada.

— Mas isso não...?- Lanor deixara a pergunta no ar, logo olhando para um lado da casa. Ouvira um som.- Fiquem aqui. Não baixem a guarda...- mandara, sumindo em questão de milésimos de segundo.

— Droga...- o moreno murmurara, sentando-se ao lado da esposa e das filhas. Ambas meninas lindas e tão parecidas, mas...Tão diferentes ao mesmo tempo. As personalidades divergiam, assim como as auras que emanavam. E não eram...

— Tudo está dando tão errado, Ichi-kun...- a mulher comentara, suspirando. Estava cansada de fugir e se esconder.

Antes que Ichijiyou pudesse comentar algo, Lanor surgira de repente. Suas mãos tinham sangue pingando e suas vestes brancas com contornos numa cor parecida com vermelho possuíam respingos de sangue. Talvez eles pudessem ter se assustado, mas já estavam acostumados com o jeito de Lanor cuidar das coisas...Ele era assim por natureza. Sempre fora.

— Eles não mais nos perturbarão...- garantira, sorrindo torto. Estava irritado, assustado...A violência dele provava isso.

— Acho que devemos nos mudar mesmo...- o homem dissera, assentindo e concordando com o garoto.

— Para onde?- Elaine perguntara, acariciando o rosto de suas filhas.

— Para Victoria.- dissera, logo utilizando de seus contatos para conseguir uma passagem para o dia seguinte, esse era o bom de ser influente.- Lanor, a primeira coisa que farei quando chegar lá e chamar Second.- o garoto assentira.- E...- começara, chamando a atenção dele antes que sumisse.- Vá tomar um banho, por favor.- pedira, sorrindo com diversão. O loiro somente bufara com um sorriso e sumira.

*

Já fazia alguns meses que aquela família mudara-se desesperadamente para Victoria. Meses em que eles pensavam estar seguros, porém, sabiam que não estavam...Lá no fundo, sabiam. E temiam isso.

Como o homem tinha falado, ele, no momento em que instalaram-se na casa de dois andares, começara o ritual para chamar Second. Mesmo que tivesse sido um sucesso, Ichijiyou tivera de ficar acamado por quase duas semanas com uma febre forte...Esse era um preço mínimo a pagar pela segurança de todos.

Atualmente, ainda estava meio enfraquecido, o que forçava-o a descansar por mais tempo do que estava acostumado. Nessa noite um tanto fria, ele também estava descansando enquanto a mulher fazia suas filhas dormirem.

— Lanor, quanto tempo a mais você acha que temos?- a mulher, Elaine, perguntara enquanto velava pelo sono de suas duas filhas preciosas.

— Eu não sei dizer...- respondera com sinceridade, encolhendo os ombros. Via um futuro sombrio para aquele casal, porém, não saberia dizer quando esse futuro se cumpriria. Esperava que não fosse tão cedo. Essas duas meninas ainda precisavam de seus pais para sobreviveram a si mesmas.- Mas eu espero que ainda tenham muito tempo...

— ...- a mulher sorrira para ele, depositando um beijo nas testas das filhas e levantando-se, saindo junto do loiro pela porta e para a sala.- E Irna?

— Ela está fazendo a ronda na casa.

— Obrigada.- ela sorrira de novo.- Vocês são as melhores pessoas que poderíamos ter.

— Não há motivos para agradecer, Elaine.

Quando a mulher tinha acabado de sentar-se no sofá da sala, Second aparecera de repente ao lado de Lanor. Sua expressão misturava sentimentos como ódio, preocupação, medo, fracasso...

— O que aconteceu, Irna?- a esverdeada perdera sua alegria no momento em que vira a segunda Guardiã com tal expressão enquanto segurava uma folha numa de suas mãos com força desnecessária, amassando-a.

— Nós perdemos...- fora sua resposta enquanto entregava a folha que segurava. Um bilhete na letra única de Izui. O medo instalara-se no coração de Elaine quando pegara aquela folha de papel.

— Oh, não...- após ler, ela colocara as mãos na boca enquanto levantava-se, correndo para seu quarto, desesperada em saber se seu marido ainda estava ali, descansando como estava antes de sair.- Não...- ela murmurara, caindo de joelhos na porta do quarto. Não tinha nada lá além de um rastro de sangue que dava para a janela aberta. Ela começara a chorar, sabia o que fariam com ele. Oh, como sabia.

— Droga. Nós falhamos...- Lanor sussurrara, sentindo seu coração se quebrar. Irna chorava em silêncio, não conseguindo trancar as emoções que transbordavam.

— Maldito!- Elaine gritara, socando aquele bilhete contra o chão diversas vezes, sentindo seus punhos sangrarem.

"Olá, descendente de Raiden...

Como vai? Faz eras que não nos vemos, certo?

Como vai a nossa filha e a filha do meu irmão?

Oh, por falar nisso...

Você sabe onde está o seu marido?

 

Tempos atuais...

Já fazia uns dez minutos que Tanya encarava o nada no refeitório. As meninas até tentaram chamá-la, porém, ela parecia estar fundo em outro mundo, fundo demais para ouvir. A garota morena somente acordara quando uma menina qualquer, propositalmente, dera uma cotovelada em sua nuca enquanto passava. Recebera como resposta um rosnado irritado e indignado enquanto enquanto encarava-a com irritação, algo simples, mas que fizera a menina sair de perto mais rapidamente, com medo.

— Agora que você voltou para o nosso mundo mortal e desinteressante...- começou Izumi com sarcasmo.- Diga-me, sobre o que você pensava com tanto empenho?

— Eu...- ela tentara buscar na memória sobre o que pensara, porém, tudo que viera fora...Nada. Estava tudo em branco.- Eu não lembro...- respondera com sinceridade. Inori dera uma risadinha baixa.

— Você nunca tinha dito para nós que tinha amnésia, Tanya.- comentara.

— Creio que o termo correto seja Alzheimer.- Sakuya intrometera-se, corrigindo-a.

— Dane-se...- a ruiva dera de ombros, sorrindo como se soubesse o que falava.- Dá no mesmo.

— N-Não dá n-no m-mesmo n-não...- Hotaru murmurara baixo, com vergonha de se intrometer na conversa das duas. Não queria atrapalhar ninguém.

— Eu não tenho nenhuma dessas duas doenças...- Tanya interrompera a briga que se formava entre a ruiva e a arroxeada, voltando a observar o refeitório.

Por um momento, tudo ficara num silêncio pesado. As meninas estavam sem assunto para conversar e Tanya estava observando o refeitório sem o mínimo interesse nos alunos de diversas idades.

— Que aulas teremos depois?- a morena, de repente, interrompera o silêncio, surpreendendo-as. Ela ainda olhava para longe com uma mão apoiando seu queixo, porém, elas sabiam que Tanya estava escutando-as.

— Bom...Terá de Educação Física e só...Acho.- Sakuya respondera, observando de verdade o contraste daquele rosto. E ela notara, pela primeira vez, que a garota possuía orelhas levemente pontudas com vários brincos e piercings feitos de um ferro já enferrujado e velho. Aquelas orelhas não eram humanas, ela sabia, mas, então, eram orelhas de quê? Tanya era misteriosa...Elas mal a conheciam de verdade.- Tanya, você...- antes que pudesse perguntar qualquer coisa para ela, o sinal tocara, interrompendo sua coragem de perguntar algo sobre a garota.

— Hum?- perguntara, levantando-se e olhando para ela com curiosidade.

— Nada não.- a arroxeada sorriu, levantando-se também e seguindo as meninas com Tanya ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, sorry por ter demorado. Estava com um bloqueio criativo pesado.
Os capítulos serão divididos em partes, pois ficaram grandes demais. Não sei quando postarei a próxima parte. Espero que tenham gostado, desculpe pelos erros ortográficos e até o próximo~!