Tiago Potter gostava de comparar Lilian Evans com o fogo. Não só por seus cabelos da cor das chamas, mas por seu temperamento. Ela era perigosa como o fogo, incontrolável como o fogo, bela... Ele sabia que um dia acabaria se queimando nas chamas dela, já estava cansado de escutar todos falando que ele era louco, como uma vez, quando ele contara para Sirius do motivo de comparar Lilian com o fogo.

— Já te disse para esquecer a Evans, Pontas! Ela é perigosa cara...

— Mas Almofadinhas...

— Olha só! – cortou Sirius – você disse que Evans é fogo... e como dizem os trouxas...? Quem brinca com fogo pode se queimar... Então meu amigo... melhor não brincar com a Evans...

Ok, ele sabia que Sirius estava tentando ajudar, mas Sirius não sabia de duas coisas: Primeiro, ele não queria brincar com a Evans, ele amava ela de verdade, mesmo ninguém acreditando nisso e Segundo, ele pouco se importava em se queimar, sendo que fosse nas chamas de Lilian.

— Almofadinhas não vê que ele realmente gosta dela? – perguntou Lupin rindo da comparação do amigo entre Lily e o Fogo.

— Mas Aluado! – reclamou Sirius.

Tiago não sabia, mas Lupin, como também era amigo de Lilian, contou essa história para ela, no começo ela ficou meio confusa.

— Eu sou fogo? Como assim? – perguntou ela enrugando a testa, muitos a comparavam com um lírio, pela semelhança com seu nome, Lilian e Lírio, ela achava isso uma besteira, nunca gostou de lírios depois de ser comparada com um, mas fogo? Essa era nova.

— Tiago estava lá comparando você com fogo e Sirius dizendo que ele podia se queimar – riu Lupin.

— Mas por que fogo? – ela perguntou ainda confusa.

— Pergunte pra ele – Lupin deu de ombros.

Lilian passou o dia pensando naquilo. Se para Tiago ela era fogo... o que ele seria para ela? Começou a imaginar todas as discussões, os beijos roubados, os convites para Hogsmead, as Tulipas que ele sempre dava um jeito de deixar aos pés da sua cama (apesar dos meninos não poderem entrar no dormitório feminino, ela nunca descobriu como ele fazia aquilo, também nunca descobriu como ele descobrira que ela gostava de Tulipas), tudo isso fez ela sentir algo estranho dentro de si, ao lembrar dos foras que deu nele, dos tantos “nãos” que disse a ele e só pensando nisso percebeu que só queria ter dito sim! Custava muito? Quão orgulhosa era ela que se privou disso para fazer mal a ele? Orgulhosa e egoísta... e só após ele compará-la com o fogo ela notou o que ele era para ela...

— Potter... – chamou ela entrando apressada no Salão Comunal da Grifinória, ele estava ali, como sempre, sentado na poltrona perto do fogo rindo com os amigos, assim que ela entrou os quatro pararam de conversar e olharam para ela.

— Lily? – Tiago perguntou confuso.

— Eu... vou dormir pessoal – disse Lupin se levantando e puxando Sirius com ele que respectivamente puxou Pedro com eles.

— Eu queria falar com você – pediu ela se sentando no lugar mais perto de Tiago, segundos antes ocupado por Sirius.

— Ah... – ele parecia confuso – então... estou ouvindo.

— Remo me disse... sobre você estar me comparando com... fogo – ela riu de novo pela comparação.

— Ele não devia ter falado! – Tiago disse envergonhado e um pouco com medo. Ela percebeu então que ele estava com medo dela ter ficado brava.

— Não! – apressou-se em dizer – tudo bem.

— Tudo bem? – ele pareceu mais confuso ainda – não vai gritar comigo?

— Não... – ela riu – acontece que ao ouvir essa comparação acabei pensando... se sou fogo para você... o que você é pra mim?

— E o que eu sou? – ele perguntou curioso.

— Você Tiago Potter... é como o vento...

— Vento? – ele ficou confuso.

— Sim! Você é aquele vento que faz o fogo tremer, parecendo que vai apagar, mas não! Só para mostrar a ele que ele pode, sim, ser controlado. E ao mesmo tempo quando o fogo está prestes a apagar, quando restam apenas brasas, você o ascende de novo, mais forte que antes! Porque você... Tiago Potter, ascende essa chama dentro de mim e eu tive que esperar você me comparar com o fogo para notar que é você que me mantem acesa... o fogo sem ar não queima sabia disso? – ela terminou com um suspiro, sentindo um peso sair de suas costas, ela precisava disso, precisava dizer isso para ele.

— Então... – ele parecia meio atordoado, mas chegou mais perto dela e sorriu.

— Então... – ela chegou mais perto dele – tenho uma pergunta para te fazer.

— Pois faça – ele passou a mão de leve pelo rosto da ruiva e ela sorriu.

— Tem medo de se queimar Potter? – disse ela passando os braços em volta do pescoço dele enquanto ambos riam.

— Vamos começar um incêndio... – ele sussurrou antes de colar seus lábios aos dela o que fez muitos alunos que estavam presentes ficarem de boca aberta.

Ao se separarem perceberam, e quase que riram ao perceber, que a sensação de ambos era de que de repente a sala tinha esquentado muito, quase que... pegado fogo..