[HIATUS] Caindo do céu escrita por Luminária


Capítulo 11
Eu quero ser irresponsável! Eu não quero voltar atrás! - Mérida


Notas iniciais do capítulo

Ho hey
Postando perto do almoço... Estou com fome *^*



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Está tudo tão calmo e silencioso. Essa casa sem o Jack é perfeita e eu simplesmente estou odiando isso.

Já faz dias que ninguém grita comigo para eu dar espaço no sofá, que ninguém me chama de gorda de espírito, não tem ninguém pra me provocar só para me fazer me perder a paciência e começar a rir da minha cara. Porra, isso não é vida! Eu quero o Frost de volta! Não que eu esteja com saudades dele ou alguma coisa desse tipo, mas é que sem ele não acontece nada.

O único lado bom da ausência do nosso amigo de cabelo estranho foi o fato de eu ter resolvido aproveitar o nada que acontecia para concluir (ou começar) o projeto da nave. Fiquei muito focada nisso, muito mais do que eu achei que jamais conseguiria. Agora, falando sério, eu não acredito que consegui! No fundo eu sempre soube que iria conseguir, mas eu não achei que fosse mesmo conseguir! Queria que o Jack estivesse aqui para eu poder esfregar o projeto na cara dele e provar que sou a melhor! Mais uma vez, só pra deixar bem claro, eu não estou com saudades dele...

Ah, tá legal! Eu confesso! Eu estou com saudades dele! Aquele idiota é o primeiro amigo que eu fiz e, se por acaso eu decidisse prolongar um pouco mais a minha estadia aqui na Terra, seria só por causa dele. Ainda bem que eu não sou tão burra a esse ponto, ainda bem.

— Ei, Senhor North. – o chamei assim que desci

Eu quero pedir o celular dele para eu falar com o Jack. Eles podem estar brigados, mas nós não e o Senhor North entende isso.

— Já de pé, Mérida? Que milagre. – ainda eram menos de nove horas, era muito cedo para mim – Bom dia.

— Bom dia. – desejei de volta

— Vai tomar café?

— Vou sim. –aceitei

Fui até a cozinha e me sentei. Geralmente eu acordo perto da hora do almoço (já perdi alguns almoços por dormir demais e compensei comendo por um exército no jantar, minha mãe ficaria louca se visse isso), eu acho que nem lembro qual foi à última vez em que eu tomei café da manhã.

— Café forte ou fraco? – ele perguntou

— Até parece que não me conhece. – arqueei as sobrancelhas – Pode colocar o mais forte.

— E sem açúcar. – completou

— Agora você tá falando comigo, Senhor North.

Ele ri, servindo minha bebida.

— Então, o senhor já falou com Jack? – resolvi questionar, bebendo um grande gole logo em seguida

— Não. – respondeu secamente – Foi ele quem saiu, ele que venha me procurar então, eu não vou mexer um dedo para falar com ele.

Eu, Jack, Senhor North... Só tem teimoso aqui! Cadê a Anna pra equilibrar isso aqui?

— Tá, mas eu posso falar com ele?

— Por que quer falar com aquele ingrato?

— Porque eu quero e eu não tenho nada a ver com essa briga.

Para dizer a verdade, eu nem sei o que aconteceu.

— Tudo bem, você está certa. – ele tirou o celular do bolso e o colocou sobre a mesa – Só não demore muito.

Sorri.

— Obrigada.

XX XX

XX XX

— Eu não falei que iria conseguir? – comecei a me gabar

— Conseguiu o quê, sua doida?

Eu queria poder bater nele pelo celular.

— Como o quê? O projeto da nave, idiota. Eu consegui! Eu já terminei tudo!

— Você tá falando sério?

— Lógico que eu estou.

— Que legal... Eu só acredito vendo.

— Não dá pra ficar feliz por eu ter conseguido?

— Mas quem me garante que você conseguiu?

— Para de duvidar de mim!

— Então mostra aí o projeto.

— Eu desisto de você. – bufei – Mas eu posso mostrar o projeto se você vir aqui.

— E ter que falar com o velho? Não, obrigado.

— Ah, qual é?

— Pode parar aí, valeu? Eu não vou ouvir um sermão justo de você.

— Uma hora você vai ter que voltar.

— Por que eu tenho que voltar?

— Por quê? Porque ele é seu avô.

— Você fugiu de casa há mais de um ano e nunca pensou em voltar. – lembrou - Você não tá nem aí se eles são seus pais, esses títulos não são nada.

Aquilo que ele disse acabou mexendo comigo, eu não sei por quê. Por mais que eu não goste de admitir, o Jack está certo. Eu quase nunca penso na minha família de Dunbroch, e o pouco que penso é na minha mãe enchendo o meu saco. Eu estou construindo a nave para poder continuar fugindo deles, não para voltar ao meu planeta, essa possibilidade nem passou pela minha cabeça. Será que eu... Eu estou errada por isso?

— Alô? Alô? Mérida? – ouvi sua voz me chamando

— Foi mal, eu viajei. – me desculpei – Jack, eu vou desligar agora.

— Ok, então é melhor eu tentar estudar um pouco. – Jack falou - Tchau.

— Tchau. – desliguei a ligação

Fui até o Senhor North e devolvi o celular assim que terminei a conversa.

— Obrigada. – agradeci

— Está muito educada hoje, Mérida. – ele observou... E não é que verdade? Nem parece que sou eu. – Sempre soube que meu neto era uma má influência.

O Jack é uma má influência? Mal sabe ele que sou em quem comando todos os esquemas.

— Depois do almoço irei ao banco. – ele me avisou – Tem algum problema em ficar sozinha durante a tarde?

— Não, sem problemas.

Problema seria se eu não tivesse almoço, agora vou poder revisar meu projeto sem medo de ser pega.

XX XX

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O projeto estava em ordem, ele estava impecável, então eu decidi tirar a tarde para dormir, mas, por um milagre, eu não conseguia relaxar. Eu fiquei pensando muito no que Jack me disse. Como eu posso querer que ele volte se eu não volto? Será que eu sou a errada da história?

O que está acontecendo comigo? Primeiro eu sou educada e agora eu estou olhando para trás e me arrependendo? Essa não sou eu! Eu...

Eu...

Eu...

Eu nem estou me reconhecendo mais. Minha mãe falou que algum dia eu iria amadurecer e passar a enxergar as coisas de outra forma, que eu ia ver que o fez sentido no passado, de repente não faria mais. Quer dizer que esse dia chegou? Eu estou me tornando uma pessoa madura? Eu não quero isso! Eu quero ser irresponsável e impulsiva de novo! Eu quero dormir o dia inteiro sem me preocupar com nada!

Quem me dera poder fugir agora.

Afundei minha cara na almofada para bloquear a claridade. Se eu falei que eu vou dormir, eu vou dormir então. Mas parecia que o universo não colaborava comigo, o barulho externo parecia cada vez mais alto e mais próximo de mim. Era como se uma nave estivesse prestes a cair sobre minha cabeça... E foi mais ou menos isso que aconteceu alguns segundos depois.

Uma das paredes foi destruída quase por completo, mostrando a nave que havia causado o estrago. Me preparei  para lutar, até que eu percebi quem estava dentro dela.

— Anna! – gritei ao reconhecê-la

— Mérida! – ela gritou de volta, saindo do veículo – Olha, não dá tempo de explicar, só entra na nave.

Vale lembrar que é uma nave da polícia, será que é uma boa?

— Vocês não vão me prender, não é? – quis saber

— Não, a gente tá aqui pra salvar a sua pele.

Me arrisquei, afinal, Anna já mostrou que eu posso confiar nela.


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Notas finais do capítulo

VOU COMER!
Beijinhos de luz :*



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