Aprendendo escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 6
Auto conhecimento


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/QiYGwGq399Y



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698066/chapter/6

P.O.V. Elijah.

A verdade que eu alegava não saber, era meramente a que eu neguei. Eu revi a minha existência.

Eu tive que assistir de camarote minha filha ser criada pela mãe e pelos dois caçadores.

Abigail teve uma infância feliz, era tudo o que eu sempre quis pra ela. Mas, ela se quer sabia que eu existia. Bom, ela sabia que eu existia, mas ela não passava frente á minha casa.

—Então, a sua filhinha é duplicata?

—Fique longe dela Niklaus. Ela é sua sobrinha, minha filha.

Ela estava passando e parou. Ela olhou para nós, mas então sua melhor amiga Melissa veio correndo e pegou-a pelo braço puxando-a.

—Tá doida?! Eles são pirados.

Sussurrou a garota sem saber que podíamos ouvi-la.

—Eles podem te ouvir sabia?

—Eu acho que você tá doida sabia? Estamos na esquina e a casa fica a duas quadras daqui.

—Eu ainda escuto eles daqui, o que quer dizer que eles podem nos ouvir de lá.

P.O.V. Abby.

Eu fui á escola e voltei, bom era pra eu ter voltado. Me apagaram e quando eu acordei estava amarrada numa cadeira, com agulhas enfiadas nas minhas veias.

—O que é isso?

—Oh! Isso? É uma pequena contribuição sua para o seu tio querido.

—Não! Não vou deixar você fazer isso. Aquelas pessoas.

P.O.V. Klaus.

O que ela fez a seguir foi um feito e tanto. Ela se soltou da cadeira e consumiu de volta todo o sangue que eu havia tirado dela e foram quase trezentos litros em três segundos.

Ela pegou um rifle que estava na mesa e o engatilhou.

—Sabe que isso não vai me matar não sabe?

—Sei. Mas, vai doer.

Então aquela voz irritante:

—Niklaus! Afaste-se dela.

—Você não vai atirar em mim.

—Atiro. Ah, atiro.

Ela foi saindo, eu levantei os braços e antes de passar pela soleira da porta ela diz:

—Isso é por ter duvidado de mim. Toma essa babaca.

Ela puxou o gatilho e eu senti a bala acertar na minha barriga.

Vi a minha duplicata correr em velocidade vampiresca pra dentro da casa onde morava.

—Mãe!

—Tenho que admitir. A garota tem coragem.

Elijah pegou o blazer e saiu.

—Onde está indo?

—Onde você acha? Vou limpar a sua sujeira como sempre.

P.O.V. Elijah.

Inacreditável! Eu toquei a campainha e ouvi Abigail dizer:

—Não atende. É ele.

—Eu sei. Eu nunca tive medo de Original, não pretendo começar agora.

Uma Renesmee encolerizada abriu a porta com uma estaca na mão, ela me olhava furiosa e disse:

—Cai fora.

—Eu nunca deixaria nenhum mal acontecer á Abigail.

—Sai já da minha casa! 

Senti meu corpo ser arremessado longe.

—E não ouse aparecer aqui de novo!

A porta fechou. Eu pude ouvir a minha filha chorar, contando o que havia acontecido.

—Ele estava lá?

—Não. Ele só chegou depois.

—Ao menos isso. Vai ficar tudo bem.

—Eu não quero viver assim. Eu quero eles longe, tipo no Cazaquistão.

—Oh, amor...

—Não quero me sentir uma prisioneira dentro da minha própria casa. Quero poder sair á noite com as minhas amigas, poder voltar da escola sem ter que ficar sempre olhando pra trás pra ver se não estão atrás de mim.

—Então vamos mudar. Vamos colocar á casa á venda e nos mudar daqui.

—Mudar não vai adiantar. Eles vão atrás de nós, eles tem bruxos, bruxos são GPS's que vivem e respiram.

Ouço Renesmee começar a cantar. A mesma música que cantou no dia em que brigamos pela custódia de Abigail.

P.O.V. Abby.

Eu me lembro que a minha mãe canta essa música pra mim desde sempre. É a nossa música. Literalmente, quando eu era bebê eu não entendia o significado das palavras, a história que a música contava, mas agora eu entendo.

Ela está sentada na minha cama com a minha cabeça no seu colo, ela me faz um cafuné e me abraça.

Então começamos a ouvir as coisas quebrando lá na casa do vizinho.

—Como você pôde?! Como pôde Niklaus?!

Uma voz feminina pergunta:

—Porque você tá tão raivoso Elijah? Esse não é você.

Era Rebekah.

—Ele tentou drenar o sangue da Abigail! O sangue da minha filha!

—Oh Nik. Não Nik. Me diz que você não fez isso. Por favor, me diz que é mentira.

Ouvi o choro na voz dela.

P.O.V. Klaus.

Eu vi o jeito que a minha irmã olhou pra mim. Ela olhou pra mim de um jeito que nunca tinha olhado antes, olhou pra mim com nojo.

—Meus parabéns Nik. Agora você é igual a ele. Eu também não sou muito fã de duplicatas, mas ela é nossa sobrinha! Ela é nossa família.

—Ela nem sabia que era filha do Elijah até hoje.

A porta se abriu com violência.

—Parem! Parem agora! Eu não pedi pra ser sua filha. Eu não quero fazer parte da sua família, se é isso o que vocês chamam de família. Eu tenho nojo de tudo o que vocês representam. Vocês são todos tiranos, egoístas e mimados. Vocês me dão pena. E você, pai? Você algum dia me amou ou á mamãe? Ou alguém? Duvido muito. Entranhado nesse tipo de trevas não há a menor lembrança do amor.

Ela se virou e saiu enojada.

P.O.V. Abigail.

Eu entrei em casa e fui direto para o chuveiro. Eu me esfreguei até a minha pele ficar em carne viva.

—Abigail! O que você fez Abigail?!

—Eu tirei ele de mim.

Deixei a escuridão me levar.

P.O.V. Renesmee.

Eu liguei pra emergência, desliguei o chuveiro e sequei o corpo da minha filha com todo o cuidado. Sua pele linda estava num estado deplorável, até sangue saia.

Vesti-a com um roupão bem fofo e os paramédicos chegaram e levaram a Abby pro hospital.

P.O.V. Elijah.

Ouvi sirenes de ambulância e sai pra ver o que havia acontecido. Cheguei bem á tempo de ver minha filha sendo deitada numa maca e colocada na ambulância.

Eu corri para o hospital, cheguei antes da ambulância. Eles entraram com ela correndo.

—A epiderme foi severamente danificada. Ela está perdendo muito sangue.

Os médicos enfaixaram o corpo de Abigail para conter o sangramento, deram sangue pra ela, mas não funcionou.

—O corpo dela rejeita todos os tipos sanguíneos.

—Dá o meu. O meu funciona.

Renesmee estendeu o braço e deu uma agulha enorme para a enfermeira.

—Seja rápida.

—Temos agulhas aqui.

—As suas não funcionam em mim. Rápido.

Felizmente o corpo de Abigail aceitou o sangue da mãe e logo ela estava recuperada.

—Oi querida. Seja bem vinda de volta.

—O que aconteceu? Onde eu to?

—No hospital. O que estava pensando Abigail?! Podia ter se matado!

—Se eu sou filha dele acho que isso me torna meio monstro também. Eu não quero ser um monstro.

—Só será um monstro, se agir como um.

—Sabe, eu não sabia porque todo mundo me odiava tanto, mas agora eu sei. Porque agora eu me odeio também e agora eu realmente não vejo razão pra tentar ou pra conversar ou pra respirar, eu só to cheia.

Tive que assistir a minha filha tentar se matar com comprimidos no banheiro do hospital, chorar e gritar que queria morrer.

—Calma querida. Vai ficar tudo bem.

—Abby...

—Isso é culpa sua! Porque você tinha que ser meu pai?! Porque eu tinha que ter o seu sangue negro e o seu sobrenome imundo?! Eu te odeio!

Ele veio pra cima de mim e ficou socando o meu peito gritando eu te odeio.

—Aquele seu irmão maluco tentou me matar! Ele falou um monte de coisa.

—O que ele disse?

—Me culpou por tudo. Disse que por causa de mim, você virou as costas pra ele, que você tinha trocado ele por mim, traído ele por causa de mim e que comigo morta isso ia acabar e que eu só servia pra fazer híbridos mesmo. Que era uma maldita bolsa de sangue ambulante. Aquele tiro foi por todas as merdas que ele me disse.

—O desgraçado é quase tão bom com as palavras quanto você. Acho melhor você ficar na ala psiquiátrica por um tempo Abby.

—E o que eu devo dizer para a terapeuta? Porque, a verdade não vai colar.

—Tem uma psiquiatra na clínica Sword and Cross que lida com pacientes como você.

—Pacientes como eu?

—Sobrenaturais. Vou colocar você lá, vai, faz terapia, fica na T.O. Toma os remedinhos que a médica receitar que você vai melhorar. Eu prometo que vou te visitar sempre e quando você tiver alta vou estar do lado de fora te esperando.

—Promete?

—Prometo. Eu juro de mindinho.

Elas entrelaçaram os mindinhos. E o médico assinou a alta de Abby.

Abby olhou pra mim e perguntou:

—Porque é sempre tão detestável?

—Eu não sou mais quem eu era Abigail.

—E espera que eu acredite? Por mil anos, todos que acreditaram em você se lascaram, acabaram ou mortos ou feridos, magoados e traídos. Porque eu deveria acreditar em você?

—Porque sou seu pai e eu te amo.

—Você não consegue nem se amar. Como vai amar outra pessoa?

Renesmee a levou embora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.