A Última Lua escrita por Gustavo
Notas iniciais do capítulo
"Na sociedade não existe o bem ou o mal. Maldade e bondade estão nas pessoas, que se organizam conforme os interesses em jogo."
APARTAMENTO GIOVANNA/ GRAJAÚ/ RIO DE JANEIRO
— Vamos – ela é exasperada – responde Leslye. Não é uma pergunta tão difícil de responder. Você quer ou não quer mudar de vida? (Giovanna)
— Até parece que o único caminho disto acontecer é aceitar a sua proposta... (Leslye)
Giovanna recua, e com seus olhos de aço, que nos fundos pareciam uma tempestade de Júpiter, fita a menina com um jeito debochado.
— Aé? – ela levanta os braços, sinalizando a derrota irônica – bom, se você tem tantos caminhos assim, vai em frente e sai da minha casa... (Giovanna)
A garota se vira de costas para a loura, que apreensiva e relutante, exaspera.
— Não – lágrimas invadiam seus olhos – (Leslye)
Giovanna volta a se virar para a ela e a olha por cima, como se tivesse realmente ganhado a batalha. E talvez estivesse mesmo.
— Pior que não tem... – ela respira fundo – ta bom... Eu aceito! (Leslye)
Ela se aproxima de sua prima, e olha no fundo de seus olhos.
— Mas olha... Se você não cumprir a sua parte e minha vida voltar a ser sem graça, eu saio fora! (Leslye)
— Pode riscar essas palavras da sua vida! – ela falava com uma confiança assombrosa – (Giovanna)
— Tá... – ela suspira e limpa as lágrimas na borda do vestido – o que eu faço agora? (Leslye)
— Agora você dorme – ela sorri friamente – amanhã você vai num bar com algumas amigas. Vou te apresentar uma foto do Romeu agora, e amanhã, começa o nosso plano. Ele vai estar no bar! (Giovanna)
Leslye não diz nada e apenas a fita com seus olhos escuros. Aquela vingança era tudo que tinha para se manter de pé.
— Os homens devem ser adulados ou destruídos, pois podem vingar-se das ofensas leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser de tal ordem que não se tema a vingança — ela sussurra para si mesma, se apegando as palavras que a mãe tanto a falava – (Leslye).
*
SHERATON BARRA HOTEL/ RIO DE JANEIRO
Joanna continua fitando a foto sem acreditar no que lia. Aquela garota, Stephanie, era realmente a filha de Gael.
“— Me escuta, por favor... – ele falava com dificuldade – eu sei que parece maluquice, mas não é. Quando você tinha quatro meses, o Gael me procurou. Na época, éramos amigos, e a mulher dele tinha morrido por sua causa... Não – ele se corrige – por sua causa e por causa da sua irmã gêmea, no parto. Você e sua irmã são gêmeas não idênticas, e dentre você e a sua irmã, você era a que mais se parecia com a mulher dele. Gael se sentia muito triste pela morte da mulher, e não aguentava olhar para a filha e se lembrar dela. Ele então a entregou a mim. Ele sabia que a Maria Lúcia não conseguia engravidar, e que nós dois queríamos um filho... (João)”
As lembranças vêm como flashbacks de um filme na mente de Joanna.
“— Você é mesmo muito depravada – ela a olha – é de que signo? Leão? (Stephanie)
— Nasci no dia 7 de abril de 1995, sou Ariana! – ela ainda com raiva, questiona – por quê? (Jojo)
O rosto de Stephanie perde a cor e ela abre os lábios em forma de O, chocada.
— Que foi? – ela se tranquiliza – viu um fantasma? (Jojo)
— Eu também nasci no dia 7 de abril de 95 – ela engole em seco – (Stephanie)
— Que bom – ela fitava a garota com um toque de ironia – muito bom! Pelo visto, a única coisa que temos em comum! (Jojo)”
Joanna não conseguia acreditar que já tinha brigado com a irmã, sem saber quem realmente era ela. Ela pesquisa mais, e descobre outra mulher, que parecia ser a esposa dele. Tina. Mais a fundo, ela descobre o endereço onde habitava a grande mansão de Gael.
—Eu preciso ir pra lá... – ela gaguejava – preciso encontrar essa garota! (Joanna)
Ela respira fundo e sua mente vacila. Precisava dormir antes de tudo. Sem mais delongas, ela fecha o notebook, o guarda e se infiltra dentro das cobertas macias do hotel. Quando abrisse os olhos de manhã, resolveria os seus problemas, mas agora só precisava dormir. A escuridão abraça seus olhos.
*
— Então...? – ele fitava seus olhos com divertimento – onde é que você mora? (Leon)
Stephanie coloca a sua bolsa nos ombros e se vira para frente. Apesar de achá-lo um gato, não podia dar mole para um morador do Grajaú.
— Obrigado, mas eu dispenso! (Stephanie)
— Difícil você ein – ele não desiste – (Leon)
Stephanie sorri, um ímpeto dentro dela gritava para se afastar daquele garoto, mas seu lado selvagem já o desejava muito.
— Qual seu nome? – ele engole em seco – pelo menos... (Leon)
— Stephanie – ela diz entre dentes –
— Então, eu já disse que te acompanho Stephanie... (Leon)
Stephanie dá uma risadinha e se vira para o garoto, que retribui o sorriso.
— Meu nome é Leon – seus olhos brilhavam – e já que você não quer que eu te acompanhe até em casa, eu fico aqui esperando até o táxi chegar! O Rio está muito perigoso para uma gata indefesa como você – ela a olha de cima a baixo – ficar sozinha à noite... (Leon)
— Como eu vou saber que não é você que ataca gatinhas indefesas...? – a voz dela sai sexy, e ela tomba a cabeça para o ombro direito – (Stephanie)
Leon cerra os olhos e levanta os cotovelos, ironicamente.
— Só quando elas pedem... (Leon)
Stephanie dá outra risada e avalia o garoto, que usava um suéter, tinha olhos azuis profundos como o céu e cabelos louros que deveriam criar halos a luz do sol.
— Você não me parece indefesa... (Leon)
— Eu não sou mesmo – ela balança a cabeça e levanta a mão direita, amostrando suas unhas enormes – olha só minhas garras... (Stephanie)
— Eu prometo que só encosto-me a você quando tu deixar... – ele sorria – mas quero mesmo ficar aqui... (Leon)
— Que convencido você – ela se aproxima – quem disse que vou deixar? (Stephanie)
Um taxi estaciona na frente da garota, que o percebe e faz sinal, se virando de costas para outro. Antes de entrar, ela mexe em sua bolsa e tira de lá um cartão, o entregando ao louro.
— Me liga quando tiver tempo – ela sorria – gostei de você! (Stephanie)
— Pode deixar que eu vou... (Leon)
Stephanie entre no veiculo deixando Leon sozinho no ponto, sorrindo como um bobo encantado. Sua vinda ao Brasil parecia ruim no começo, mas o estava proporcionando bons resultados. Ele dá meia volta e segue em direção ao apartamento, precisava dormir e em breve, ligar para essa garota misteriosa chamada Stephanie.
*
APARTAMENTO DE LILO/ BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO
O dia amanhece. Lilo abre a porta de seu apartamento espantado, não esperava ninguém. Depara-se com um garoto loiro, baixo e de olhos azul parado a frente de sua porta. Victor.
— Victor? – ele boceja – está tudo bem? (Lilo)
— Estava sentindo sua falta... – ele sorri – posso entrar? (Victor)
Lilo ouve um som abafado vindo do vizinho. Era uma música. Angels da banda The XX.
— Claro – ele abre caminho – você sabe que pode ficar a vontade aqui... (Lilo)
Victor entra, Lilo fecha as portas, ainda ouvia a música. O louro olha para ele, parecia desgastado.
— Você tem certeza? – ele gagueja – (Victor)
Lilo se aproxima do garoto e sorri. O amava mais que tudo, mas às vezes não suportava as crises dele.
— Você sabe que sim... – ele é cauteloso – agora me diga a verdade; por que está aqui? (Lilo)
“You move through the room, like breathing was easy; If someone believed me”
— Eu tive um sonho horrível – ele engole em seco e senta-se na cama – precisava falar com você e acreditar que tudo estava bem... (Victor)
Lilo se aproxima, e se senta ao lado do garoto.
— Com o que você sonhou, de tão terrível? (Lilo)
— Uma sombra... – ele fita os olhos cinza do namorado – uma silhueta negra se aproximava de nós e nos separava... (Victor)
Lilo não aguenta e abraça o amado, colocando-o em seu peito, que arfava.
— Foi só um sonho... (Lilo)
“They would be, as in love with you as I am”
— Foi diferente; eu sentia dor no peito quando acordei... – ele chorava – sinto que algo está por vir... (Victor)
Lilo não diz mais nada, e puxa o garoto para deitar-se consigo. Beijando a cabeça dele, que parecia se acalmar, ele reza. Também tinha tido o mesmo sonho. A escuridão tomava conta do mesmo, enquanto Victor sumia do seu olhar.
“And the end comes too soon, like dreaming of angels”
*
CEMITÉRIO JARDIM DA SAUDADE/ BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO
Tina caminha sob o piso de pedra e túmulos de concreto, em um corredor cheio de lápides decoradas. O clima ventava, e o sol estava à espreita em nuvens cinza. Ao chegar ao seu destino, ela para e olha para ao tumulo a sua frente. Lágrimas brotam de seus olhos e descem sob a túnica preta que vestia. Segurava flores brancas que comprara no farol a caminho do cemitério. Contrastavam com a sua roupa.
Ela funga o nariz e se ajoelha, olhando a lapide a sua frente.
“Aqui jaz Gael Costa, empreendedor, bom marido e bom pai. Sempre amou as mulheres de sua vida.”
Tina coloca as flores no concreto, e o vento sopra forte sob ela. Seus cabelos voavam na direção, criando uma visão que parecia cena de filme. Tina se arrepia e sente algo em seu peito.
— Eu finalmente descobri meu amor... – ela olha para o céu – eu descobri quem ceifou a sua vida! (Tina)
Tina fecha os olhos e se deixa levar sob as emoções que o vento provocava. As lágrimas ainda insistiam em descer.
— E eu vou me vingar... – ela suspira – eu vou me vingar por você! E vou descobrir todos os motivos. Eu vou acabar com a vida delx como elx acabou com a sua! (Tina)
Ela não diz mais nada, fica apenas em silencio agachada ao lado do tumulo, pensando em como enfrentaria aquele problema. Tinha as fotos, mas não tinha a coragem. Outra sensação forte a domina, e ela começa a rezar em frente à lápide de concreto do até então amor de sua vida.
*
APARTAMENTO DE GIOVANNA/BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO
As horas se passam e finalmente cai à noite. Animada, Giovanna ajuda Leslye a se vestir, colocando nela um vestido de couro preto que se destacava com os cabelos louros claros, junto com um salto enorme que destacava as suas pernas.
— Hoje é o grande dia da nossa vingança – ela parecia animada – não sabe como eu esperei por isso! (Giovanna)
Leslye arrumava os últimos detalhes de seu cabelo no espelho, enquanto Giovanna a fitava sentada na cama.
— Ontem quando você me contou o que ele fez – ela responde – até que me motivou um pouco mais sobre toda essa doidera! Ele deve ser horrível. (Leslye)
— Horrível por dentro, lindo e gostoso por fora – ela se levanta – você em nenhuma hipótese pode se apegar a ele... (Giovanna)
— Eu não o entendo, por que ele gosta de fazer isso? – ela olha para a outra – você o amava; o que tem de tão especial na ex? (Leslye)
— Não é a ex dele – ela parecia triste – é realmente o Romeu. Ele gosta de sofrer e ser pisado; então é isso que a gente vai fazer com ele. (Giovanna)
Leslye não demonstra reações e volta a olhar para o espelho. Sentia-se bonita, mas não por dentro. Por dentro sentia-se um monstro que iludiria um ser humano. Se ninguém merecia isso, por que faria com Romeu?
*
BAR MARTE EM OLIVEIRAS / GRAJAÚ/ RIO DE JANEIRO
Romeu senta ao lado de uma garota gordinha, com grandes cabelos enrolados. Sua pele era pálida e ela portava bochechas rosadas.
Ele era um garoto muito rebelde para a vida; só pensava em transar, em fazer academia e curtir a vida da melhor forma possível. Seus cabelos castanhos destacavam seus olhos azuis, que combinavam com seu corpo estrutural acadêmico.
— E então... – ela suspira – disse que queria falar comigo! (Raissa)
Ele fita a garota a sua frente com desespero e solidão. Raissa fora sua ex no passado, e em meio à bullying e zoação dos amigos dele, por ser gordinha e “não bonita o suficiente para o garoto mais gato do rio de janeiro”, terminou com o mesmo!
— Queria te pedir mais uma chance... – ele suspira – você sabe que já cortei laços com todos aqueles amigos que insistiam em acabar com você! (Romeu)
— Sim, eu sei disso! – ela tinha olhos de um caramelo misturado com verde, apesar do corpo não a agradar, tinha um rosto bonito – você sabe que eu não gosto daqueles mendigos filhos da puta... (Raissa)
— Não precisa falar deles assim – ele a interrompe – mas já que eu estou sem motivos para te magoar, quero uma segunda chance... (Romeu)
— Eu não posso te dar uma segunda chance... – ela olha para o piso do bar – não agora! (Raissa)
— E por quê? – ele parecia indignado – eu mudei por você... (Romeu)
— Por que eu estou namorando – ela é seca e direta – o nome dele é Jonstas e eu o conheci na faculdade! (Raissa)
O peito de Romeu leva uma pontada; nunca em sua vida pensou que a namorada conseguisse outro homem além dele.
— Jonstas? (Romeu)
– Sim, parece meio estranho por que o nome dele tem s ao invés do a — ela revira os olhos – mas isso não o importa, por que o amo! (Raissa)
— Eu... Eu... Eu não posso aceitar isso – ele gagueja de raiva – você sabe que eu te amo demais! (Romeu)
— Me desculpe – lágrimas descem de seus olhos – mas eu não sou forte o suficiente pra ficar aqui! E o Jonstas me espera em casa. (Raissa)
Romeu não diz nada e apenas em choque, olha para ela. Raissa sentia pena do garoto, mas nada podia fazer, havia sofrido muito no passado por ele.
— Melhor eu indo pra não perder o ônibus e gritar pro motorista voltar de ré – ela dá uma risadinha – Fica bem, Romeu! (Raissa)
A garota vira de costas e sai do bar, deixando o garoto desolado e sozinho. Ele se levanta da mesa, e vai indo em direção à porta, quando esbarra numa garota alta, com um vestido preto, e loura. Seus olhos se penetram, e uma onda súbita sobe em seu peito.
Giovanna observava tudo do outro lado da rua, dentro de seu carro. Havia feito um grande esquema para os dois se encontrarem; tinha calculado aonde ele iria hoje à noite, para dar inicio a sua vingança.
— Muito bem – ela sussurra para si mesma – começou a hora do show... (Giovanna)
Os dois se encaram, enquanto Romeu a olha parecendo hipnotizado.
— Desculpa, eu não tinha te visto... (Leslye)
Ele não diz nada e apenas abre um sorriso. Leslye sorri de volta e coloca a ponta de seu cabelo atrás do ouvido, mostrando seu lindo brinco de prata.
— Você já estava indo embora? – ela sorria – o bar parece tão legal... (Leslye)
— É, mas não pra mim – ele olha ao redor – eu sei o quando não to agradando! (Romeu)
— Você ta triste? – ela é irônica – e eu ainda venho e quase te derrubo – a loura coloca a mão sob os olhos – (Leslye)
— Quanto a isso tudo bem... – ele dá uma risada – tomar um esbarrão seu foi a melhor coisa que me aconteceu hoje! (Romeu)
Leslye não diz nada e eles apenas ficam parados se observando em completo silêncio. Alguns segundos depois...
— Então tá – ela se afasta – boa crise pra você! (Leslye)
Ela se vira de costas, mas a voz do garoto a interrompe.
— Não, peraí – ela se vira para ele – eu achei que você fosse me pedir para ficar... (Romeu)
— E eu achei que você fosse mudar de ideia – ela debocha e vira as costas novamente, indo e sentando-se à mesa escolhida – (Leslye)
Romeu vai atrás da loura e pega uma cadeira, sentando-se a sua frente.
— Vem cá, a gente não se conhece de nenhum outro lugar não? (Romeu)
Leslye cruza as pernas e com seu olhar delineado, fita o garoto.
— Claro – ela sorri – você é o garoto em crise! (Leslye)
Romeu dá uma risada e balança a cabeça em forma positiva.
— Garoto em crise procurando uma garota legal para conversar – ele estende sua mão direita – quem é você? (Romeu)
— Prazer – ela estende sua mão para ele – garota legal pra conversar! (Leslye)
Romeu estava encantado de um jeito diferente por ela. O movimento de seus lábios o excitava de uma forma que só Raissa conseguia fazer.
— Bom... – ele é irônico – você é nova aqui no bairro? (Romeu)
— Bairro novo, vida nova... – ela fecha os olhos – mas como é que você sabe? (Leslye)
— Eu teria reparado em você... – ele ajeita seu cabelo – (Romeu)
Leslye o responde com um sorriso e abaixa os olhos.
— Você não vai me contar por que está triste? – sua voz é doce – (Leslye)
— Carência – suas feições pareciam ter melhorado – mas passou... (Romeu)
O atendente vai até a mesa deles e Leslye pede caipirinha, e Romeu a acompanha. Alguns minutos depois a bebida chega, e eles começam a conversar assuntos aleatórios, a trocar telefones e tudo!
— Eu preciso ir ao banheiro... – ele sorria – vê se não foge! (Romeu)
Leslye assente e observa o garoto se afastar; ela rapidamente pega a bebida dele, e dentro da bolsa, encontra um comprimido efervescente. Era um comprimido que deixava as pessoas como se estivessem bêbadas. Ela tira o remédio do encarte e o joga rapidamente na bebida, antes da volta do garoto.
Três minutos depois, Romeu volta e a bebida já havia se misturado com o conteúdo do comprimido. Eles continuam a conversar e beber.
Enquanto isso, Giovanna falava com Dayane no telefone, com um sorriso que iria de uma orelha a outra.
XV: Está dando certo... – ela dá palminhas de alegria — nem acredito que fui eu quem criou essa personagem e essa situação... Estou me sentindo uma deusa! (Giovanna)
Dayane parecia feliz com a amiga, mas cansada, se despede e desliga o telefone. Giovanna volta a encarar a situação.
Uma hora se passa, Romeu estava totalmente “bêbado”, já falando coisas sem sentido. Leslye suspirava diante daquela cena; a seu ver estava tudo ocorrendo de acordo com os planos.
— Por que nós não vamos pla minha casa... – ele falava errado, e quase caia por causa do efeito do remédio – (Romeu)
— Eu concordo – ela se levanta, paga a conta e volta para o garoto, o abraçando de trás – Vamos pra sua casa... (Leslye)
Ela passa as mãos pela barriga dele, que era bem definida. Um arrepio percorre seu braço, e ele se levanta.
— Eu vim de ônibus... (Romeu)
— Eu vim de carro – ela pega a mão dele e segue para a saída – vem que eu te levo! (Leslye)
Giovanna os observa se aproximar. Tudo estava de acordo com o combinado. Romeu bêbado, eles indo para um motel juntos...
Leslye abre as portas e joga Romeu no banco de trás, que se deita com o impacto. Ela as fecha e abre as da frente, sentando ao lado de Giovanna.
— Podemos ir? (Giovanna)
Leslye assente e olha para a janela enquanto a prima acelera o carro e parte em direção ao motel mais próximo. Será que estava fazendo a coisa certa? Não lhe restava duvidas que não!
*
MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO
Stephanie descia as escadas lentamente, cansada. Sua cabeça doía por causa de beber na hora do almoço e ela cochilava, quando foi acordada pela campainha. Tina anda também em direção à porta, deixando Stephanie revirar os olhos.
Tina abre a porta e um furacão entra. Um furacão de cabelos negros e pele branca que Stephanie já conhecia.
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO INVADINDO MINHA CASA? (Stephanie)
Jojo olha para a garota e para Tina, que parecia sem reações.
— SAI DA MINHA CASA – ela aponta para a porta – ME ESQUECE! (Stephanie)
Tina se aproxima da patricinha.
— Você conhece essa maluca...? (Tina)
Joanna apenas fita as duas, com as mãos tremendo. Decidira sair de casa a noite, e não lhe restava curiosidade se iriam acreditar nela ou não. Tentaria pelo menos. O nervosismo percorria suas veias.
— Há 21 anos, o Gael costa teve duas filhas – ela suspira – uma ele criou com todo amor do mundo e a outra ele jogou nos braços do amigo, pois não conseguia olhar para ela sem lembrar-se da esposa amada morta! (Joanna)
Tina arregala os olhos. Lembrava-se de quando Gael contara isso para ela e Stephanie, num dia chuvoso na sala de estar.
— Eu não sei que brincadeira é essa, e nem quero descobrir, mas eu quero você fora da minha casa... (Tina)
— ESPERA AÍ – ela aumenta o tom de voz interrompendo Tina – vai me expulsar sem nem ouvir a maior noticia dos últimos tempos? (Jojo)
— Eu já vi o jornal hoje, muito obrigado! – os olhos de Stephanie eram fundos de raiva. Claro que se lembrara da história do pai.
— Olha, já que vocês se conhecem, vou deixar vocês cuidarem desse assunto... (Tina)
— Fica – ela a interrompe – fica por que você está mergulhada de lama até o pescoço e vai ser a ultima a ficar sabendo... (Jojo)
— Já vi que você não vai calar a sua boca, né? – ela se aproxima – fala e cai fora... (Stephanie)
— Nós duas fomos separadas na maternidade, amor – seus olhos cheios de lágrimas fitam Stephanie chocada com o que tinha acabado de ouvir – não vai pedir a benção pra mim, irmãzinha? (Jojo)
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.