A Última Lua escrita por Gustavo
Notas iniciais do capítulo
"Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes."
MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ QUARTO DE STEPHANIE/ RIO DE JANEIRO
— EU ODEIO VOCÊ! O QUE VOCÊ QUER DE MIM? TODA A HERANÇA DO GAEL? PUXOU O SANGUE DO SEU PAI ADOTIVO RAMERO! (Stephanie)
Jojo, firme e direta, estapeia a garota no rosto, que vibra e cai para o lado sob tamanha força. As duas voltam a se fitar com ódio no olhar.
— Você vai sair desta casa muito antes do que você pensa... (Stephanie)
— Ah, você vai me expulsar da casa da Tina? – ela estava super irritada – (Jojo)
— Você se sente a dona da verdade; se mete na vida de Deus e todo mundo... (Stephanie)
— EU VOU DESCOBRIR O SEU SEGREDO – ela a interrompe – eu já estou sabendo muita coisa sobre você! (Jojo)
— Você já descobriu o meu perfume favorito? – ela é cautelosa – (Stephanie)
— Você frequenta uma clinica para jovens com AIDS e DST; não é? (Jojo)
Stephanie fica surpresa com o que tinha acabado de ouvir; como aquela garota tinha descoberto tanto da sua vida em tão pouco tempo?
— Pior do que você se meter na vida dos outros, é você misturar os fatos! (Stephanie)
— Que foi? – ela a olha como uma cobra fita uma presa – está com medo? – ela dá uma risada irônica – você não vai para uma clínica dessas e guarda sangue em vidros por coincidência, Stephanie! (Jojo)
— Você não tem ideia de onde está se metendo, Joanna... – ela vacila – (Stephanie)
— ENTÃO ME FALA – ela fica rígida – (Jojo)
– Eu tenho o vírus do HIV sim – ela olha para a irmã cautelosamente – (Stephanie)
— Ótimo – ela balança a cabeça em positivo – estamos começando a fazer progressos! (Jojo)
— Eu não conto o meu segredo para ninguém, para poupar a vida de vocês – seus olhos brilham – é um esquema muito maior do que você imagina! (Stephanie)
— VOCÊ VAI CHORAR AGORA? – ela se aproxima da garota – poupe suas lágrimas; sal não faz bem para a pele. Você não vai conseguir me convencer... (Jojo)
— Fuçando o meu passado você vai estar se aproximando de gente ruim – há um tom de desespero em sua voz – TOMA CUIDADO! (Stephanie)
— Stephanie, escuta – ela é seca – eu vou descobrir a verdade sobre essa história. Eu vou conseguir toda a herança do Gael que me é por direito, e de bônus, ainda livrar esta família de você! (Jojo)
— Isso não vai acontecer. Quanto mais você se aproxima do meu passado, mais o seu futuro diminui. (Stephanie)
As duas continuam se encarando, frente a frente no quarto da patricinha. Joanna ainda tinha guardado na bolsa um vidrinho contendo sangue dentro. Pretendia levar a algum hospital para descobrir se Stephanie realmente tinha AIDS. Agora não precisava mais, a mesma a tinha revelado esta parte do segredo. Joanna sentia que tudo não se limitava apenas nela injetando sangue contaminado nas pessoas. Havia muito mais mistérios.
Stephanie se afasta dela e abre a porta do quarto, apontando o dedo indicador para fora!
— SAI DAQUI! – ela é autoritária – SAI. (Stephanie)
Sem mais nenhuma palavra e com um evidente medo nos olhos; Joanna se encaminha até fora do quarto, e quando sai à porta atrás dela se fecha com tudo. Precisava de mais pistas. Precisava descobrir toda a verdade sobre o segredo de Stephanie.
*
HÁ UMA PASSAGEM 1 SEMANA.
APARTAMENTO DE RONALDO/ BARRA DA TIJUCA/ RIO DE JANEIRO
Cate abre a porta do apartamento quando houve a campainha. Tina surge na frente dela com um vestido longo e preto, seus cabelos louros se destacando sob a escuridão da roupa. A garota insinua a entrada da mesma, que com seus altos saltos, senta-se no sofá. Cate fecha a porta e lentamente, se põe ao lado de Tina.
— Você queria falar comigo – as duas se fitam – sobre o que é? (Tina)
— Eu vim falar sobre o assassinato de Gael... (Cate)
— Olha, eu não quero falar sobre isso hoje – ela a interrompe – (Tina)
— Eu não aguento mais guardar isso pra mim – ela é direta – está me matando. Está me fazendo ser cúmplice de uma assassina a sangue frio. (Cate)
— Mas você prometeu que só iria contar para a polícia depois de dois meses – sua voz exaspera – eu ainda não posso contar; disse para você esperar, só se passaram uma semana... (Tina)
— Eu estou desfazendo a minha promessa – ela estava tensa – eu não vou mais esperar. Se dentro de dois dias você não resolver esse assunto com a Stephanie, eu mesma vou. (Cate)
Tina se desespera. Não podia. Tinha dado dois meses à garota para ela pensar o que faria depois que o limite excedesse.
— Cate, eu te imploro. Fica longe disto tudo, a Stephanie é uma garota perigosa... (Tina)
— Eu não me importo se a Stephanie é o saci ou a cuca – ela fita a mulher – só sei que é totalmente errado você guardar isso do mundo. A Stephanie é uma assassina e merece ser presa. (Cate)
— Eu estou te dizendo – sua voz vacila – quando ela fizer algo com você, não vai adiantar se arrepender... (Tina)
As duas ouvem quando o barulho de chaves as interrompe e Ronaldo surge da porta com várias sacolas de mercado. Tina se levanta do sofá rapidamente, e Cate continua a fitando com o verde dos seus olhos.
— Tina? – ele se surpreende quando a vê – o que está fazendo aqui tão cedo? (Ronaldo)
— Eu estava tendo uma conversinha com a sua filha – ela mira Cate – mas já estou de saída; vemos-nos a noite? (Tina)
Ronaldo deixa as sacolas na mesa e olha para a filha, que olhava Tina com um olhar reprovador.
— Claro – ele gagueja – nos vemos mais tarde! (Ronaldo)
— Tudo bem – ela dá um selinho nele e volta a fitar Cate – pensa bem sobre o que eu te disse, garotinha! (Tina)
Cate não diz nada enquanto Tina abre a porta de madeira do apartamento e sai, fechando-a e deixando ela e seu pai sozinhos. Ronaldo se aproxima dela lentamente. Cate imaginava que ele faria mil perguntas, então antes disso, se levanta do sofá e corre para o seu quarto se trancando lá dentro.
*
MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ QUARTO DE STEPHANIE/ RIO DE JANEIRO
Enfiado entre os cobertores e lençóis, Stephanie e Leon se abraçavam em uma sincronia perfeita. Os braços do garoto a enlaçavam; seu peito nu arfava enquanto a cabeça dela estava encostada. Haviam feito sexo pela terceira vez desde que se conheceram; Leon estava completamente viciado nela.
— Ai, eu preciso levantar – ela sorri – mas estou tão bem aqui... (Stephanie)
— Precisa ir para onde? – ele beija o topo de sua cabeça – estamos tão confortáveis... (Leon)
Ela levanta a cabeça e fita seus olhos azuis, que pareciam selvagens ao vê-la. Stephanie engole em seco.
— Tenho que tratar de alguns assuntos – ela fita o chão – você sabe que eu tenho os meus segredos! (Stephanie)
— Que segredos? – ele senta-se na cama – já nos conhecemos bem; já te contei tudo de mim! Precisa me contar sobre você... (Leon)
Stephanie se desvencilha dos cobertores e levanta-se da cama, começando a colocar suas roupas.
— Eu não posso – ela veste um vestido – são segredos que não envolvem só a mim! Por favor, não insista nisso... – ela o fita – (Stephanie)
— Eu gosto de você – ele se levanta e aproxima-se – muito! Não queria que segredos nos atrapalhassem... (Leon)
Stephanie não queria contar nada para ele; claro que confiava no mesmo, mas quando estava com Leon, era como se todos os seus problemas desaparecessem e só estivesse os dois no mundo.
— Eu também – seus olhos brilham – eu também gosto muito de você... Mas eu não posso; não ainda! (Stephanie)
Ela coloca uma sapatilha e sem mais nenhuma palavra, sai do quarto. Leon senta-se na cama e fica pensativo; tinha medo dos segredos de Stephanie a consumirem demais. Tinha medo de ficarem entre chamas e cinzas.
“When we'll run out of time so I'm gonna love you, like I'm gonna lose you”
*
APARTAMENTO DE RONALDO/ RIO DE JANEIRO
Ronaldo desbloqueia o seu celular e abre na galeria de fotos; várias imagens dele e de Tina aparecem. Eles no parque. Eles num encontro romântico. Eles pós-sexo. A verdade era que ele tinha medo. Medo de ela o magoar, como um dia sua ex-esposa fez com ele.
Era perceptível que Cate, sua filha, não gostava da mulher. Tanto que Cate se encontrava presa no quarto desde a conversa com ela. E tinha Angie; a mulher que ele conversava quase sempre por mensagem. A meta dele era apresentar o amor para ela; que ela conhecesse alguém que pudesse se apaixonar, mas, será que ele mesmo não precisa de uma repaginada nos sentimentos?
*
FLORICULTURA ANGIE/ COPACABANA
Stephanie entra na floricultura e como se fosse dona do lugar, fecha as portas e coloca a placa “Fechada” pendurada na entrada. Carine, assistente de Angie, se apressa para ver o que acontecia, mas logo para quando vê a patricinha.
— Dona Stephanie? – ela engole em seco – você por aqui? (Carine)
— Por acaso você é retardada? – ela se aproxima – eu sou a dona desse lugar! Posso aparecer quando eu quiser. (Stephanie)
Carine assente com a cabeça e fica parada fitando a mulher. Seus cabelos castanhos caiam lisos pelos ombros, e a sua pele estava menos pálida que o normal.
Stephanie havia comprado aquele terreno há três semanas após a morte do pai. Investira em uma floricultura para sua amiga de tempos; Angie.
— Anda estrupício – ela mexe os dedos – chama a Angie imediatamente! (Stephanie)
— Não precisa – ela aparece – eu estou aqui! – a mulher se vira para a funcionária – está dispensada hoje, Carine. Deixe-me a só conversando com a Stephanie. (Angie)
— AI OBRIGADO LINDA – ela pega sua bolsa no balcão – uma boa tarde para vocês! (Carine)
Ela sai pela porta da frente enquanto Stephanie revira os olhos. As duas estavam frente a frente.
— Funcionários... (Stephanie)
— O que você quer? – ela se afasta – ainda não acabou o estoque de sangue daqui da floricultura. (Angie)
Stephanie carregava seu celular na mão.
— Deus não criou o mundo. Criou um hospício – ela bufa – a minha irmã está investigando o meu passado! Ela jamais pode descobrir que fui eu quem matou o meu pai. Ela não pode saber sobre o tráfico... (Stephanie)
— Agora tu acredita que Deus existe? – ela debocha – (Angie)
— É. Só que ele não deu conta da lambança e ai me mandou aqui para cuidar da insanidade de geral. (Stephanie)
Ela abre sua bolsa e tira um envelope de lá de dentro, os entregando a Angie. Ela abre o conteúdo e encontra fotos lá dentro. Fotos que comprovavam o assassinato.
— Como você conseguiu as fotos? – ela dá uma risadinha – a Tina a entregou? (Angie)
— Nem de longe ela pensa que roubei estes conteúdos – ela senta-se numa poltrona – (Stephanie)
— Mas e se ela tiver essas fotos em um pen drive? (Angie)
— Ela não tem – sua voz é firme – eu vasculhei as coisas dela. Mexi no laptop enquanto ela tomava banho, no celular sem senha. Encontrei essas fotos no cofre que era do meu pai. Ela não mudou a senha; uma inútil mesmo. E com o perigo da Joanna me investigando, essas fotos devem ser queimadas. (Stephanie)
— E quem é essa Joanna? – ela não possuía reações – não me informou sobre as novidades dos últimos dias. (Angie)
— Ela é a minha irmã gêmea; fomos separadas na maternidade. (Stephanie)
— Mas por que ela está investigando sobre a sua vida? – ela a interrompe – (Angie)
— Ela me odeia – ela fala mais alto – esta fuçando a minha vida para poder encontrar algo para me atacar! (Stephanie)
— Será que ela é tão atrevida igual à irmã? – sua voz sai rouca – acho melhor contar para ela que foi você que matou o Gael! Assim a deixa longe dos sangues. (Angie)
— E como você quer que eu fale isso? (Stephanie)
Stephanie desbloqueia o celular rapidamente e coloca no gravador de áudio.
— Simples – ela dá um sorriso irônico – “fui eu quem matou o Gael Costa! Eu que enfiei uma faca em seu coração para que ele desse seu último suspiro. Eu.” (Angie)
Ela desliga o gravador às escondidas e coloca o celular no bolso. Angie era uma amiga dela; se conheceram por causa do tráfico de sangue. Angie era uma compradora dela há tempos, e Stephanie desconhecia as razões pela compra do sangue com HIV.
— Não, preciso dar um susto nela – ela se levanta – ou dar outros motivos para que ela largue do meu pé! (Stephanie)
— Que motivos seriam? – ela fita a amiga – (Angie)
— Eu ainda vou pensar – ela se aproxima da porta – mas agora preciso ir! Espero que se cuide. (Stephanie)
— Eu também espero que você cuide de tudo isso, por que se a Joanna descobrir o seu segredo, ela vai descobrir sobre mim também. É toda uma facção diante de tudo isso. (Angie)
— Pode deixar – ela suspira – eu vou cuidar disso. (Stephanie)
Ela abre a porta de vidro da floricultura e sai rua afora. Precisava voltar para a mansão; tinha muito que pensar.
*
APARTAMENTO DE GIOVANNA/ RIO DE JANEIRO
Leslye deitava-se em sua cama, e por mensagem de texto, conversava com Romeu. Tinha estranhado a ausência de Giovanna, que ficava o dia inteiro trancada no quarto. Imaginou que seria expulsa no mesmo dia que a confrontou dizendo que não iria mais se vingar do Romeu; mas não. Talvez ela estivesse mudando também, e seu coração estava ficando puro e sem vingança.
A porta do quarto se abre e a prima sumida aparece. Giovanna carregava um gravador no bolso do seu short; iria praticar a vingança contra Leslye. Não a podia deixar perceber. Nos últimos dias, ficou trancada no quarto para aprender a editar áudios.
— Giovanna? – ela se senta – o que você está fazendo aqui? (Leslye)
— Bom, é a minha casa – ela fica parada – acho que está na hora de nós decidirmos o que eu vou fazer com você! (Giovanna)
— Vai me expulsar? – ela engole em seco – (Leslye)
— Não, eu ainda não vou fazer isso – ela sorri – eu quero que você me diga, com todos os detalhes, qual era nosso plano. Só pra você relembrar os seus erros... (Giovanna)
Neste momento, ela aperta o único botão do gravador e ele começa a ouvir tudo que se passa.
— Você me chamou dos Estados Unidos até aqui para que eu pudesse me vingar do Romeu por você – ela respira fundo – eu estava a mercê de você. Deveria fazer tudo que mandasse, e depois, o descartar como se ele fosse um copo de plástico. (Leslye)
Giovanna ainda não desliga o aparelho; precisava de mais. Precisava humilhar Leslye perante Romeu.
— E qual dessas partes você não entendeu? – ela exaspera a voz – por que não é possível que mesmo assim tenha se apaixonado pelo Romeu... (Giovanna)
— Você queria que eu não me apaixonasse pelo Romeu – ela arfa – e eu não me apaixonei – ela dá uma pausa – no começo! Eu estava de fé que iria seguir todos os seus passos; mas não foi isso que aconteceu. E eu quero que você me desculpe... (Leslye)
Giovanna fecha os olhos e fita o chão. Precisava começar o seu teatro imediatamente.
— Eu te desculpo Leslye – ela é falsa – eu decidi que vou aprovar o seu relacionamento com o Romeu! Eu desisti da minha vingança. (Giovanna)
— SÉRIO? – ela se levanta ao pulo e abraça a amiga, que revira os olhos no braço da outra – eu quero te agradecer muito! Quero fazer o Romeu muito feliz. (Leslye)
— Então vai, menina – ela se afasta da prima – vai se encontrar com o seu príncipe encantado. (Giovanna)
— Eu vou agora, ele me chamou pra ir para o apartamento dele – ela abre o guarda roupa – muito obrigado mesmo! Eu pensava que você se vingaria de mim, e... (Leslye)
— Jamais eu faria algo parecido com você – ela vai até a porta – tem a minha benção para ficar com o Romeu. (Giovanna)
Sem mais nenhuma palavra, Giovanna sai do quarto e abre um sorriso. Ser cínica era a sua especialidade; iria acabar com o relacionamento de Romeu e Leslye hoje mesmo. Rapidamente, ela vai para o quarto editar o áudio que a traria glória.
*
MANSÃO FAMÍLIA COSTA/ RIO DE JANEIRO
Stephanie entra pela porta da frente e caminha até as escadas. Tina aparece no meio do caminho e a chama pelo nome.
— Stephanie – ela engole em seco – precisamos conversar! (Tina)
— O que você quer Tina? – ela revira os olhos – eu não estou com paciência para os seus caprichos agora! (Stephanie)
— Eu vim te alertar... – ela se aproxima da enteada – sabe o Ronaldo, o meu affair? Ele tem uma filha. (Tina)
— E o que tem? (Stephanie)
— O que tem é que ela sabe que foi você que matou o Gael – ela fica tensa – ela ouviu uma conversa minha com o Ronaldo! Só que ele é de máxima confiança; mas ela quer te prender na cadeia. (Tina)
— VOCÊ ESTÁ LOUCA? – ela se aproxima – não deveria contar isso para NINGUÉM! (Stephanie)
— EU PRECISAVA DESABAFAR – ela respira fundo – o que importa aqui é o que vamos fazer para calar a Cate! (Tina)
Stephanie revira os olhos; nada podia fazer sobre o fato de Tina contar para Ronaldo que ela que matara Gael. Já imaginava que ela abriria a boca para alguém.
— Ela quer me denunciar? – ela cerra os olhos – pode deixar comigo. Eu dou um jeito nela – ela balança a cabeça – ela que me aguarde... (Stephanie)
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Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.