As ovelhas negras One Shot escrita por Escritor 1 2 3 4


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Esse é o único capítulo da história, espero que goste!



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A noite já havia chegado, a lua brilhava no céu e lançava sua luz no horizonte coberto por árvores, os grilos e cigarras cantavam suas melodias individuais, as folhas farfalhavam com o vento que soprava, um frio se fazia naquela região de serra. E naquela região de serra, a música era alta.

Quinze escolas estavam reunidas ali, naquele mesmo local, para comemorarem a formatura dos alunos do Nono Ano. A felicidade era total, a ansiedade e a curiosidade também. Era uma nova época que começava para aqueles alunos, jovens, com os hormônios à flor da pele. Encontravam-se em uma espécie de acampamento, onde passariam quatro dias.

Dentro de um salão enorme e coberto, uma balada rolava solta. Os alunos pulando agitados, rindo, se divertindo como tinha que ser. Garotos aproveitavam o momento para aproximarem-se das garotas que gostavam e torciam para que elas se interessassem neles. Um jogo de conquistas acirrado, os jogadores encaravam aquilo como uma questão de vida ou morte.

A lei mais antiga do mundo é a de que ele não vive de similaridades, ninguém é o reflexo de ninguém, todos são diferentes. E para o amor, as diferenças são essenciais.

Dois garotos saíram um pouco daquele salão abafado, precisavam de ar fresco, precisavam ver a noite, precisavam conversar. O primeiro era alto, detentor de cabelos negros e olhos castanhos, chamava-se Renan; o segundo era um pouco menor que o primeiro, mas não chegava a ser baixo, tinha cabelos levemente loiros e olhos azuis, chamava-se Alex. Ambos eram amigos, não de longa data, na verdade, conheciam-se há menos de um ano.

A noite apresentava-se convidativa, uma trilha de terra levava à uma outra parte do acampamento. Seguiram a trilha.

Caminhavam conversando, faziam-se perguntas e conversavam a respeito das respostas. Riram, conversaram e calaram-se, pensaram num outro assunto e voltaram a rir, a conversar e, claro, a calar-se. Era um ciclo.

Depois de um tempo, algo em torno de cinco minutos, já respiravam melhor. Nenhum dos dois gostava daquele clima abafado, como o da balada. Era engraçado, claro, mas não era confortável. Pararam os dois e sentaram-se em uma pedra, na beira de um lago, para continuarem a conversa. A luz da lua parecia um holofote sobre ambos.

Com o tempo, a conversa foi acabando até que se calaram.

Renan não conseguia pensar em mais nenhum assunto. Alex também não pensava em mais nada. Os grilos e cigarras continuavam suas cantorias, escondidos em algum lugar.

Se o silêncio tivesse uma forma física, seria a de um ser de gênero indefinido e negro, vestido com um enorme manto, mais escuro que sua pele; sentiram-se envoltos por aquele ser.

De repente, os dois garotos se olharam, os olhares se cruzaram. Sentiram, ambos, algo aquecendo por dentro; um sentimento indescritível, uma mistura de alegria e mais alguma coisa que não sabiam. Os corações de ambos aceleraram, o calor foi aumentando.

Para o garoto alto, tudo se resumia nos azuis dos olhos do amigo; um azul belo, um azul que lembrava o céu de manhãs ensolaradas. Para o garoto loiro, tudo se resumia no castanho dos olhos de Renan; um castanho tão intenso quanto a cor do chocolate. Os dois começaram a se aproximar, involuntariamente, como se fossem atraídos por um ímã.

Então, um lançou seu rosto contra o do outro, os lábios tocaram-se e as línguas também. O calor interno dos dois apenas aumentava. As bocas de ambos pareciam escrever, apenas com gestos, as mais belas poesias de amor que podem existir.

O garoto maior passou a mão esquerda pela nuca do loiro, os dedos passando pelo cabelo; com a outra mão abraçava as costas do amigo. O loiro também abraçava o corpo do amigo e passava os dedos pelo cabelo dele.

Os dois corpos pareciam estarem atraídos por algo magnético, algo forte e poderoso, algo chamado Amor. Não queriam se soltar, muito pelo contrário, queriam unir-se e transformar-se em um único corpo, uma única pessoa. O sentimento de liberdade e prazer aflorou nos dois. A sociedade podia julgá-los, seus amigos podiam rir deles. Quem liga? Eles não ligavam.

Haviam sonhado há tempos com aquele momento, cada um à sua maneira. Alex era muito mais animado, extrovertido; enquanto Renan era mais contido, mais tímido; mas ali, beijando-se, sentados naquela pedra, não havia tanta diferença, ambos amavam com a mesma intensidade.

Três minutos passaram-se e os dois garotos afastaram-se, respiravam de forma pesada, cansados. Alex olhava para o chão e sorria, Renan olhava para a lua envergonhado.

Com as respirações normais, os garotos trocaram mais uns olhares e lançaram-se em outro beijo.

FIM


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Notas finais do capítulo

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