Estio_[DEGUSTAÇÃO] escrita por Senhorita VI


Capítulo 7
Capítulo 8




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CAPÍTULO VIII

 

Aquelas duas semanas passaram depressa demais. O vestido já estava sendo confeccionado, e estava lindo! Digno de uma princesa! O de Domitila também estava muito bonito, e no dia do casamento, certamente, apagaria todo o brilho de Triana. Mas ela já estava acostumada a ser coadjuvante. O que de fato importava, era que ela seria de Renato e ele dela! Para sempre!

E lá estava o seu noivo.

Ele apeou do cavalo e entrou no galpão de fermentação. Triana estava verificando os tonéis e se surpreendeu quando o viu chegar. Ele era tão lindo e elegante! Sempre parecia ter saído do banho. Com o penteado impecável, a roupa sempre muito limpa e engomada, e o perfume amadeirado exalando onde quer que fosse.

Haviam se encontrado muitas vezes naquelas semanas, mas quase sempre acompanhados de alguém. Ela estava louca para repetir os beijos que havia trocado à beira da estrada e voltar a sentir as mesmas sensações que a fizeram sonhar por noites e noites.

Ele se aproximou sorridente. Estavam sozinhos, pois Breno estava no campo com Jesus; Isabel cuidando da horta e Otelo... Bem, Otelo devia estar ajudando os Pavanello com as uvas. O que deixava Jesus nem um pouco satisfeito.

— Então, ansiosa?

Sorrir era muito fácil, na presença de Renato.

— Bastante. E você?

Ele não respondeu. Estava perdido nos olhos de Triana. Acariciava seu rosto, mas era como se estivesse em transe.

— Renato?

Ele piscou algumas vezes e sorriu, antes de pousar um beijo na testa de sua noiva.

— Desculpe, meu amor. Vim apenas te ver. – olhou ao redor, como se procurasse algo. – Triana, acha que... Acha que podemos conversar um pouco?

— Claro. Pode falar.

Ele segurou-a pela mão e levou-a mais para dentro do galpão. Queria privacidade e temia ser surpreendido. Parou quando contornaram um dos imensos tonéis de madeira. Ele a colocou de costas para a grande peça de carvalho e prendeu-a ali, entre os braços estendidos e apoiados na madeira.

— Eu precisava de seus beijos, mais uma vez.

Antes mesmo que pudesse protestar, Triana já estava dissolvida por aqueles lábios, como tanto ansiara desde que ficaram comprometidos.

Ela espalmou as mãos no peito másculo e o afastou um pouco. Os olhos azuis de Renato estavam escuros e ela sabia que era puro desejo.

— Renato, alguém pode nos ver.

Ele sorriu e o brilho que Triana viu em seus olhos causou-lhe um gelo na espinha.

— Me assegurei de que não seremos interrompidos, meu amor.

Ele tornou a pousar um beijo furtivo em seus lábios e depois a encarou profundamente. Parecia querer falar algo... Algo que estava entalado em sua garganta. Ela pressentiu que ele estava preocupado, apreensivo e bastante ansioso.

— O que há, Renato? O que te preocupa?

Ele respirou fundo e abaixo a cabeça por alguns segundos.

— Triana, vamos fugir?

— Hãn? Está louco?!

A reação surpresa de Triana não o intimidou.

— Vamos Triana, não posso esperar mais. Vamos embora agora. Já. – ela sacudia a cabeça negativamente, tentando interrompê-lo, mas ele não permitiu interferências – Vamos Triana. Vou agora pegar meu cavalo, enquanto você recolhe alguns pertences. Não precisa levar roupas, nem nada. Apenas aquilo que você quiser...

— Não! Não, Renato! – E o empurrou, em vão, pois ele criou resistência. – O que dirão? Nos casaremos em uma semana, então, por que quer fugir?

— Porque não suporto mais não tê-la em meus braços!

Ela então sorriu, ainda nervosa.

— Não seja bobo. Aguente um pouco mais e me terá nos braços todos os dias.

Ele tornou a abaixar a cabeça e permaneceu em silêncio alguns segundos. Quando voltou a encará-la, seu olhar era outro. Era puro desejo.

Ele a beijou novamente, agora de um jeito que seria impossível alguém querer escapar. O corpo de homem forte e viril colou ao seu e Triana sentiu que seu próprio controle estava esvaindo-se a cada momento. As mãos que antes estavam apoiados no tonel, agora escorregavam pela cintura dela, e dançavam, deslizando pela lateral do corpo e, vez por outra, ousando-se pela base dos seios.

— Não, Renato! – mas porque era impossível falar sério com ele, começou a rir. – Não seja apressado!

— Triana... Em menos de duas semanas estaremos casados. Eu não consigo mais aguentar. – e encostou a testa na dela – Eu preciso ter você.

— Teremos que esperar, Renato.

Sua boca foi calada com mais um beijo. Desta vez, mais violento e possessivo.

Em meio ao beijo enlouquecedor, que aos poucos derrubava as resistências e a força de vontade de Triana, Renato colou seu corpo ao dela, fazendo-a sentir o quanto seu corpo a desejava.

Sentindo que estava a ponto dela mesmo atirá-lo ao chão e entregar-se sem qualquer pudor, Triana virou o rosto e arfou, buscando ar e prudência. Neste momento, como nunca antes, pode sentir que ele realmente precisava de um alívio. Renato estava vidrado de desejo.

— Triana... Me dê só uma pequena prova de seu amor, por favor.

Ela o afastou.

— Preciso dar provas?

Então ele sentiu que tinha apertado o botão errado.

— Desculpe. Por favor, Triana, me desculpe.

Renato recostou no tonel, ao lado dela e, de olhos fechados, respirou fundo. Precisava se conter. Ele a desejava como nunca havia desejado mulher alguma. Precisava tê-la o quanto antes. O cheiro que Triana exalava era puro feromônio e ele sabia que aquela menina seria a maior e melhor das amantes que ele tivera. A pele aveludada, as formas tão femininas, a maneira como ela o tocava... Tudo nela o enlouquecia.

— Desculpe Triana, mas... Preciso ser honesto com você. Se eu a estiver assustando, por favor, me avise e eu me deterei, mas preciso desabafar.

Ela apenas o observava. Em seu íntimo, um misto de curiosidade e medo.

— Triana, eu... – estranhamente, Renato mantinha os olhos fechados. – Desde que te conheci, naquela festa, eu tenho sonhado com você. – então, abriu os olhos e olhou fixamente para Triana – E estes sonhos têm ficado cada vez mais intensos e... E excitantes.

Mesmo percebendo o sobressalto da moça, que imediatamente abaixou os olhos, Renato prosseguiu.

— Eu imagino como seria você, assim... Sem... – e deslizou a mão sobre o abdômen de sua noiva. - Como seria sem toda esta roupa. – ele buscou seu olhar, parecendo preocupado. - Por favor, me faça parar se estiver sendo muito audacioso.

Triana ergueu o rosto e o fitou por alguns segundos.

— Seremos casados em breve, Renato. Se não puder me dizer tudo que sente... Que tipo de casal seremos?

Aliviado pela complacência que via em sua noiva, ele esboçou um sorriso sutil e continuou.

— Eu não tenho estado com mulher alguma, desde que te conheci. E tudo parece estar acumulado em mim. – Apesar de ser um homem, Triana o via, agora, como um menino. Uma criança precisando de um lanche antes do jantar. - E quando sonho com você, é como se eu a estivesse traindo. Não sei como é te tocar, por isso, imagino. Você consegue me entender? – perguntou, estreitando os olhos.

— Acho que sim. Eu também tenho sonhos com você, e o imagino. – aquela era a primeira conversa íntima que tinham, e ela não queria estragar tamanha cumplicidade com melindres.

Então, com um sorriso maroto nos lábios, Renato começou a abrir os botões da própria camisa. A medida que um pouco mais de carne surgia entre os botões abertos, a respiração de Triana ia acelerando.

A penugem fina do peito... os mamilos enturmecidos... os músculos do abdômen... Sim, seu noivo era um homem muito bonito.

A visão que se descortinava, a excitava ao ponto de deixá-la lânguida e molhada, e foi preciso muito esforço para conseguir controlar a respiração e não delatar sua consternação.

Excitado ao extremo e estimulado pelo olhar curioso de Triana, Renato puxou-a para si e colou seu corpo ao dela, fazendo-a sentir sua masculinidade latejando contra o próprio ventre. Ele a beijou com violência, que logo tornou-se frenético. Mas quando suas mãos alcançaram novamente os seios de Triana, ela enrijeceu.

— Calma amor... – ele sussurrou – Eu dei um pouco de mim para alimentar seus sonhos à noite. Por favor, me dê um pouco de você.

Triana estava confusa. Talvez não fosse um grande problema, oferecer um pouco de sonho ao homem com quem iria se casar tão em breve. Já ouvira falar de outras garotas que haviam ido até mais além, nos dias que antecederam o casamento. Não haveria nada demais se lhe mostrasse um pouco. Só um pouco.

Então ela abriu os dois primeiros botões de seu vestido, e sentiu Renato colar-se ainda mais ao seu corpo. Estavam tão juntos que ela podia senti-lo pulsar. Sim... ela estava gostando. Aquilo era lisonjeiro, sentir que ele a desejava tanto.

Quando finalmente abriu o terceiro botão e a curva do seio ficou à mostra, Renato atreveu-se e levou os dedos trêmulos até o tecido fino, circundado por um delicado bico de renda, e o afastou. O monte elevado dos seios alvos fazia uma curva perfeita, com uma pele que era puro cetim. Ele afastou o pano com muita delicadeza, quase com medo do que veria, ou da reação que sua noiva teria. Surgiu então, a aréola rósea e o mamilo intumescido. De forma involuntária, um gemido rouco saiu da garganta de Renato, no momento em que seus dedos tocaram a pele arrepiada e os mamilos de Triana. Uma ânsia sufocante quase o fez avançar bem além do que deveria. Ansiava por arrancar-lhe a roupa e fazer amor com ela ali mesmo, no chão do galpão. A ideia não apenas passou-lhe pela cabeça... ficou ali, latente.

Renato a puxou para sim e mergulhou o rosto no pescoço de Triana, sentindo o cheiro incrível que ela exalava e pressionando seu próprio corpo contra o dela.

De repente, a porta do galpão se abriu e os dois se afastaram como se fossem pólos magnéticos. Com dedos desesperados, Triana fechou o decote e contornou o tonel, ordenando, com gestos, que Renato permanecesse onde estava.

A sua frente, estava Jesus.

— Papai!

Ela sabia que estava totalmente ruborizada, não apenas por causa do queimor que sentia no rosto, mas, especialmente, por causa da expressão de seu pai. Ela teve a sensação de que ele os tinham visto.

— O que há, menina?

— Nada! – e olhou nervosamente para trás. – pensei ter escutado algo atrás dos tonéis, mas são apenas ratos. Já os espantei.

O sorriso nervoso encheu seu rosto.

Jesus não sorriu. Olhava com estranheza para o local onde ela disse ter visto ratos. Ele sempre mantivera o galpão muito limpo, mas...Estas coisas acontecem.

— Sua mãe está chamando. Vê se não demora. - E saiu sem olhar para trás. Só então, Triana conseguiu liberar o ar dos pulmões.

Renato surgiu de trás do tonel já estava recomposto, mas o desejo ainda estava em seu olhar.

— Sairei primeiro. – ela disse, ao se aproximar - Dê mais alguns minutos e saia. Vá embora daqui, por favor.

Ele a segurou pelos braços. Em seu olhar havia súplica.

— Me dê mais uma chance, por favor. Me encontre hoje à noite e deixe-me tentar convencê-la a fugir comigo.

— Que loucura, Renato! Pare com essa ideia insana!

— Não é insana, Triana. – então ele a abraçou de forma quase desesperada. – Nunca duvide de meus sentimentos. Eu a quero demais.

Quando voltou a encará-la, ele era outro homem. Estava mais controlado e em seus olhos havia um gelo arrepiante.

— Você será minha, Triana. Mulher nenhuma me causou tanto desejo quanto você. Você será minha.

Ela sorriu e achou graça na expressão sombria que ele apresentava agora.

— Deixe de bobagens, Renato. Claro que serei sua, mas só daqui a uma semana.

— Não importa quando, mas você será minha.

Ele tornou a beijá-la, agora de maneira suave e demorada. Então, ela se despediu e saiu correndo. Precisava atender ao chamado de Isabel.


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