Logo eu termino de lavar a louça do almoço, enquanto Peeta preparava a massa do bolo, ele o coloca no forno e se senta na mesa, eu me sento ao seu lado, não falamos uma palavra se quer. O clima ainda está bem frio aqui no 7, mesmo estando com roupa de frio eu esfrego as mãos tentando esquentá-las.

— Quer que eu faça chocolate-quente? – Ele pergunta sorrindo de lado.

— Claro! – Digo.

Ele se levanta e abre o armário para pegar uma panela, mas um incidente acontece: Uma panela bem grande que estava em falso escorrega para fora do armário, caindo no chão com um estrondo.

Como se fosse combinado, eu e Peeta nos abaixamos na mesma hora e nossas mãos se encontram, já estivemos diversas vezes de mãos dadas, mas apesar disso, algo nesse contato mexe comigo, e pelo olhar de Peeta aconteceu o mesmo com ele.

— Então, vamos tirar no palitinho para ver quem vai pegar a panela? – Ele diz, tentando descontrair o clima estranho que se formou entre nós, seu hálito fresco fez cocegas em meu rosto e eu sorrio.

Uma ânsia toma conta do meu ser, e eu não consigo me controlar. Acabo com a distância entre nossos rostos e colo meus lábios nos seus. No início, Peeta parece um pouco surpreso, mas logo se rende abrindo passagem para minha língua. Sem desgrudar nossos lábios ele me puxa para cima, enlaçando seus braços em minha cintura, e eu faço o mesmo em seu pescoço. Seus cabelos são tão macios e o cheiro amadeirado que exala de sua pele é tão gostoso. Quando o ar nos falta, Peeta desce seus beijos até meu pescoço e eu puxo seus cabelos de leve fazendo-o arfar, ele me guia até a mesa e quando eu me encosto nela Peeta pega forte em minha cintura me fazendo sentar sobre ela. Passo minhas mãos sobre seus braços fortes enquanto ele segura firme em minha cintura, sinto ele morder meu lábio inferior e logo o soltar, percebo que nossa respiração está irregular, mas isso não o detém ele desce seus beijos para meu pescoço novamente, mas desta vez não fica apenas ali, ele sobe os beijos até meu ouvido e depois desce até meu pescoço novamente, solto um suspiro alto me repreendendo mentalmente, eu deveria simplesmente mandar ele parar. Peeta, coloca suas mãos dentro da minha blusa e segura minha cintura por debaixo dela. Vejo que estamos indo longe demais, se passarmos disso. Não terei como fazê-lo parar.

— Peeta... – Sussurro.

— Hmm... – Ele murmura.

— O bolo Peeta, o bolo. – Digo o empurrando e sorrindo.

— Ok. – Ele caminha até o grande forno enquanto eu guardo a panela e pego uma menor.

— Aqui, acho que essa serve para fazer o chocolate-quente. – Digo lhe entregando a panela e ele sorri.

— Servi sim, obrigado. – Ele se encaminha para o fogão enquanto eu sento sobre a bancada e começo a balançar meus pés.

*-*

— Estou falando sério. – Digo mais uma vez, Peeta joga sua cabeça para trás rindo, parecendo uma criancinha.

Estamos sentados na cozinha tomando o resto do chocolate-quente enquanto o bolo esfria um pouco para Peeta começar a decorá-lo.

— Eu me nego a acreditar que você pensou que eu e Cassandra namorávamos. – Ele diz, tomando um gole do chocolate-quente.

— Nem vem, depois que Delly disse aquelas coisas, eu fiquei confusa...

— E tirou suas próprias conclusões.

— Sim, mas você também não ajudou convidando-a para vir para cá com você. – Digo cruzando os braços.

 — Estava com ciúmes? – Ele pergunta sorrindo.

— Sim... – Digo virando o rosto.

— O que você disse? – Ele pergunta se levantando e vindo até mim, Peeta pega em meu rosto e me vira para ele, fazendo nossos olhos se encarem.

— Você ouviu... – Digo sentindo meu rosto esquentar. — Afinal, amigos sentem ciúmes de amigos... certo? – Digo tentando convencer a mim mesma disso.

— Certíssimo. – Ele diz, balançando a cabeça e sorrindo de lado. — Acho que o bolo já está mais frio. – Ele diz se voltando para a bancada ao meu lado e checando a temperatura do bolo.

— É já tem um tempinho que ele está aí. – Digo.

— Quer me ajudar a confeitar? – Ele pergunta e eu sorrio.

— Sério? – Pergunto.

— Sim. – Ele sorri para mim e logo começamos a arrumar tudo, em pouco tempo o bolo já estava devidamente feito e muito bem decorado.

— Acabamos. – Ele diz sorrindo com o resultado.

— Ficou bom. – Digo.

— Ficou sim. Parabéns Katniss, fez um ótimo trabalho. – Ele sorri ainda mais me dando alguns tapinhas “camaradas” nas costas.

— Meu Deus, já são quase 17h, temos que nos arrumar. – Digo olhando o relógio de parede.

— Está bem, vou só colocar o bolo na geladeira. – Ele diz guardando o bolo e o pessoal chega.

— E aí desmiolados... se comportaram? – Pergunta Johanna.

— Como pode ver, sua casa ainda está inteira. – Digo sorrindo.

— Ótimo. – Ela sorri abraçando Gale.

— Bom, eu vou me arrumar, encontro vocês depois. – Digo subindo as escadas até o meu quarto.

*-*

Após eu tomar um banho bem relaxante, as meninas invadiram meu quarto insistindo para que nós nos vestíssemos juntas.

— Oh, estamos lindas! – Exclama Effie, batendo as mãos.

Annie trajava um lindo e longo vestido azul bebê que realçava seus cabelos ruivos. Effie como sempre usava um dos seus vestidos extravagantes com pérolas e brilho por toda parte. Johanna usava um vestido longo em tom cinza que realçava muito seu corpo. Já eu usava um vestido preto de mangas longas que ia até um palmo acima dos meus joelhos. Meus cabelos estavam presos em um coque bagunçado e minha maquiagem estava leve, apenas um delineador preto com um pouco de sombra da mesma cor e um batom neutro.

— Eu não estou me achando bonita. – Digo encarando o espelho.

— Autoestima! Você não tem que se achar bonita. Peeta tem. – Diz Johanna me empurrando para fora do quarto. Todas descemos uma atrás da outra. Assim que Effie desceu foi recebida com um sorriso por Haymitch, e o mesmo aconteceu com Johanna, porém está ainda recebeu um beijo rápido de Gale. Eu era a última, assim que terminei de descer as escadas vi que Peeta não estava na sala com os outros, acho que minha decepção foi tão grande que todos repararam.

— Ele está na cozinha, pegando o bolo e ajeitando as coisas. – Diz Gale como se lesse meus pensamentos.

Caminho até a cozinha e quando chego à porta avisto as costas de Peeta, ele está terminando de fazer algo no bolo, parece tão concentrado que nem me viu chegar.

— Precisa de ajuda? – Digo bem atrás dele, fazendo-o sofrer um leve susto, sei disso porque sua respiração acelerou um pouco.

— Não, eu já... – Ele não termina de dizer a frase, assim que vira para mim, me encara dos pés à cabeça. — Você está perfeita! – Ele diz com um sorriso no rosto.

Assim que o vejo melhor, não posso negar que ele está lindíssimo, trajando um terno sem gravata todo preto que realça seus cabelos loiros e seus olhos azuis.

— Você também está muito bonito nesse terno Sr. Mellark. – Digo sorrindo.

— Hmm, isso foi um elogio? – Ele pergunta e eu assinto sorrindo. — Ando sendo muito privilegiado, não é a primeira vez que você me elogia só nos últimos dois dias. – Ele diz sorrindo.

— Não se acostume com isso. Não vai se repetir mais vezes. – Digo rindo e cruzando os braços.

— Você não tem jeito. Vamos lá. – Diz Peeta pegando o bolo e o levando sozinho. Por um momento pensei em perguntar se ele precisava de ajuda, mas aí me lembrei de que sua maior habilidade é a força.