Monster escrita por Kat


Capítulo 1
Aberração


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee!

Essa é a minha primeira história publicada, então peguem leve comigo, ok?

Aproveitem a leitura!

Bjão!



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Você não presta, Melanie.
Você é uma inútil, Melanie!
Por que todo dia eu tenho que olhar pra você?
Esquisita!
Parasita!
Você nunca deveria ter nascido!
Aberração!
Aberração!

ABERRAÇÃO!

- Melanie! Café da manhã!

Meus olhos se abrem com força e eu olho em volta. É apenas o meu quarto. Só meu quarto.

Como eu odeio esse quarto.

Me levanto rapidamente e me visto como sempre, regata, jeans, coturnos.

- Café! - gritam do andar de baixo

Queria tanto gritar para calarem a boca, mas me controlo. Desço as escadas e vou para a cozinha desgastada, assim como todo o resto da casa. Mamãe está cozinhando ovos e fuma um cigarro, o qual eu tiro da boca dela e jogo no lixo, lhe dando um olhar carrancudo. Sento na mesa e ela põe os ovos no meu prato.

- Hoje eu não vou fazer hora extra, então estarei aqui depois das seis! - ela diz, jogando os cabelos louros de um lado para o outro no processo. Ela era garçonete e trabalhava o dia todo, era raro chegar em casa antes das oito.

- Ah - é tudo o que eu posso dizer.

Termino meu café e pego minha mochila, saindo daquela casa deprimente o mais rápido possível.

Não sei porque eu queria sair de lá, já que o destino é a escola.

Eu sou a esquisitona. A que sofre . Que todos zoam a vida, a mãe, o pai e tudo mais que possam encontrar.

E geralmente todo esquisito tem um melhor amigo esquisito também.

Alô, essa é a realidade.

Eu não tenho UM AMIGO SEQUER. Nem unzinho. Todos me odeiam ,me criticam e me machucam, fisicamente e psicologicamente. Sim, um cara já me bateu porque teve que ser minha dupla em um trabalho, e a namorada dele terminou com ele por causa disso. Ele foi expulso.

Como se ajudasse em alguma coisa.

O problema é que NINGUÉM me conhece , porém todos me abominam. Sim, nem a psicóloga da escola gosta muito de mim. Impossível? Não pra mim.

Eu entro na escola, e ninguém dirige um olhar pra mim, como se nem percebessem se eu estava ali ou não. Como eu disse, ninguém liga.

A aula, como sempre, é um saco . Jogam bolinhas de papel em mim umas sete vezes.

E o pior de tudo é saber que quero sair daqui, mas não quero voltar para casa. Esses são meus dois infernos pessoais.

O intervalo entre os períodos eu passo em cima do prédio principal da escola. Era sujo? Era. Deprimente? Era. Eu odeio ele? Eu odeio praticamente tudo, mas até que lá não era tão ruim.

Ali eu pensava na minha vida. Minha mãe, uma garçonete que não tem coragem de colocar meu padrasto bêbado 90% do tempo para fora da nossa vida. Se eu pudesse já teria chutado a bunda dele pra fora de casa. Se eu pudesse.

O sinal anuncia que voltarei para aula enfrentar essas garotas com as saias de líder de torcida menores que seus cérebros e jogadores fortões, que só pensam em malhar e garotas, e que seu sangue já foi transformado em esteróides anabolizantes. Patético.

Depois de passar pela tortura que é o colegial, fico dando uma volta pela cidade, evitando ir para casa. As sete da noite eu acabo voltando, para dar de cara com minha mãe levando a janta para Jecke, meu padastro, que está na cadeira da cozinha, bêbado. Só reviro os olhos.

- Por que só não tiramos ele daqui?- pergunto para minha mãe, e Jecke me mostra o dedo do meio. Idiota.

- É complicado , querida - diz minha mãe

-O que está dizendo, Lara?! Você me quer fora daqui?!- grita Jecke, se levantando da cadeira

-N-não querido, claro que não - diz mamãe, saindo de perto dele, mas é impedida quando ele a puxa pelos cabelos, arrancando um grito dela.

- VOCÊ VAI SAIR DE PERTO DE MIM QUANDO EU MANDAR!- ele grita

- SOLTA ELA SEU BABACA! SOLTA AGORA! - grito. Eu estou farta. Ele joga minha mãe no chão e chega perto de mim.

- O QUE VAI FAZER, INÚTIL? DESENHAR O QUE VOCÊ QUERIA QUE ACONTECESSE? VOCÊ ANDA SEMPRE COM ESSE SEU CADERNO DE DESENHAR PODRE COM ESSE OLHAR DE ESTÚPIDA ACHANDO QUE MANDA EM MIM!!!! - ele grita, sua saliva atingindo minha cara

Então eu vejo o cutelo de cozinhar no balcão do outro lado da cozinha. Desvio de Jecke, corro para o balcão e pego a arma, apontando para ele. Mamãe só está encolhida no canto, chorando.

- O que vai fazer, princesa? Me machucar? Você é fraca e inútil - ele diz, dando alguns passos - Vai, me acerta! Me acerta, Aberração! ME ACERTA.

No segundo depois disso, o sorriso de Jecke tinha desaparecido, transformado em uma careta de surpresa e dor como ele olha para o cutelo enterrado em seu estômago. O retiro de lá e chuto seu peito, o fazendo cair no chão. Meu rosto tem um sorriso perverso e tudo em mim grita adrenalina.

MATE.

MATE.

MATE!!!!!!!!!!

Subo em cima de Jecke e começo a enterrar continuamente o cutelo nele. Seus gritos pedindo por clemência não chegam aos meus ouvidos, e sua fraca luta para sair dali não é percebida. O sangue jorra para todo lado, sujando minha roupa, meu rosto e minhas mãos.

13 facadas. 14 facadas. 15 facadas. 16 facadas.

A verdade me atinge e eu largo o cutelo, que faz um barulho estridente no chão ao cair. Me afasto do corpo sem vida e desfigurado de Jecke .Minha mãe tem as mãos cobrindo a boca , encolhida no mesmo lugar. Olho para as minhas mãos , vermelhas, sujas e culpadas.

Eu tinha matado uma pessoa. E tinha amado cada segundo.


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Notas finais do capítulo

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