Machine and Soul escrita por Lógica


Capítulo 2
Segundo Movimento.




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Observava a CPU de seu computador não acreditando no que lê havia acontecido em menos de cinco minutos de guarda baixa. Ele fora idiota é claro, para não ter logo do inicio levantando a barreira contra o vírus que veio como uma bomba, fazendo sua placa mãe ferver na hora e quase virar liquido eletrônico. Olhando para a placa derretida em alguns pontos em sua mão, ele suspirava irritado. Urano deveria estar com muita raiva ou estar sendo a mais filha das mãe das pessoas para ter feito aquilo com ele. Só precisava ter deixado ele em OFF, não necessariamente a situação requeria que ela usasse a sua melhor infecção contra computadores para fritar todo o sistema operacional de sua maquina. 

—Droga, ela me paga. - resmungou estressado e ainda não acreditando o que via a sua frente. Sua placa mãe detonada, um cheiro irritante de queimado e plástico carbonizado, um emaranhado de fios negros e multicoloridos soltos parecendo cobras mortas. Pelo menos não estava usando seu P2MF(Processador Portátil Multifuncional, ou notebook) no momento, se não ai, é que estaria ferrado de vez. 

 Retirando um pequeno comunicador do bolço, envolveu sua orelha com o metal frio que o fazia parecer que usava um brinco, e apertou o botão com impaciência. Ouviu o som da chamada sendo efetuada e quando atendida, uma voz irritada e sonolenta atendeu do outro lado da linha. 

—Mais quem é o idiota que tem coragem de ligar a essa hora? Sabe que horas são seu imbecil?! - Reclamou irritado, a voz parecendo mais alta que o de costume. 

—Hora da mocinha acordar, seu merda. - respondeu mal humorado e ouviu um som de uma bufada cansada. 

—É você de novo tomatinho. - concluiu o homem pela linha e Castiel fechou a cara pelo apelido idiota. - Tá querendo o que? 

—Preciso de equipamento novo. - olhou pelo canto dos olhos vendo seus aparelhos detonados e quase complemente destruídos e suspirou exasperado. - Na verdade, preciso de uma sala completa.  

—Pra que precisa disso? Você já não tem? - O ruivo encolheu os ombros. 

—Não mais. 

—Andou se metendo com aquele povo da Prata de novo? - questionou com a voz tediosa. 

—Tsc, quem dera, pelo menos eu teria feito eles comerem poeira cibernética. Urano quebrou meu sistema, na verdade, ela fez uma bela de uma bagunça Backdoor. - falou e passou uma mão pelos cabelos ruivos com raiva. - Ela anda estranha.  

—Para usar um Backdoor, ela realmente deveria estar querendo seu couro. - riu e Castiel teve vontade de soca-lo. - Não fique assim tomatinho, até quando precisa dos equipamentos?  

—Até hoje a noite se possível.  

—Tsc, você sabe como é difícil arrumar todo esse equipamento? Eu precisaria no mínimo de dois dias! - reclamou e Castiel deu de ombros. 

—Se vira, você sabe como as coisas funcionam no nosso meio, dara um jeito. - disse como se fosse algo banal e pode ouvir um resmungo irritado do outro lado. 

—Eu espero que tenha muita grana, por que isso realmente irá dar um trabalhão!  

—Coitadinho da princesa, anda logo, você tem nove horas. - desligou o comunicador ouvindo no final um palavrão da pessoa do outro lado da linha o que o fez rir um pouco. Era bom maltratar as pessoas de vez em quando, mas não conseguia parar de pensar no que a morena estaria se metendo.  

Retirando um pequeno chip de seu bolço, onde havia feito seu Backup antes que todo seus arquivos estivessem se perdido completamente e também onde estava as ultimas informações da localização da morena e para onde ela deveria ter ido.  

—- 

Os olhos pesavam, as costas doíam e de repente ela se viu indo de encontro ao chão mas sendo agarrada pelo pulso fortemente e puxada novamente para a mesma posição que anteriormente se encontrava. Aquilo já tinha acontecido duas vezes. 

—Tenha mais cuidado, não quero encontrar uma mulher desmaiada no chão da minha loja, isso é ruim para os negócios. - mencionou a voz monótona quase perto de seu ouvido e Urano bocejou pela enésima vez naquela noite. Queria ir para casa, se aconchegar em suas cobertas e acordar novamente só na outra semana.  

—Desculpe. - pediu e abaixou os olhos para o relicário em cima da mesa antiga que cheirava estranhamente a orvalho. As varias ferramentas não adiantaram, parecia que o objeto não se abriria, mas a fenda em volta de sua lateral provava seu pensamento que escondia alguma coisa em seu interior. Mas a fechadura era antiga, e parecia estar enferrujado por dentro, apesar de parecer incrivelmente nova por fora. - Mas apesar das ferramentas necessárias, eu não posso forçar muito o objeto, isso poderia danifica-lo ou coisa pior, talvez eu deve-se banhar com um pouco de óleo e com uma pequena chapa de metal fino, talvez abrir. Mas eu também poderia ferver na agua quente ou quem sabe... 

—Você realmente está levando esse assunto mais a sério do que deveria. - argumentou interrompendo a palavras da morena que já saiam levemente emboladas, os olhos roxos estavam escuros, quase negros. - Não pegue tão pesado assim com você mesma, você tem muito tempo para isso. - disse e Urano negou com um suspiro. 

—Tempo é a única coisa que menos tenho. A época do festival da aurora está chegando cada vez mais perto. - Lysandre abaixou os olhos perante a frase da morena e retirou o casaco que o envolvia colocando em cima dos ombros da mulher a seu lado que se surpreendeu com a ação repentina. 

—Irá pegar um resfriado sem uma roupa grossa. - comentou e Urano abaixou os olhos cansada. - Por que até o festival da aurora?  

—Por que vai ser nesse dia que iram "coroar" o novo governador da cidade capital. - pegou o relicário com pesar. - Só tenho dois meses, e essa é minha única pista de uma coisa que andei procurando. - Lysandre apoiou sua cabeça em uma das mãos com o olhar vago.  

—Você não deveria estar contando isso para mim, parece ser pessoal e eu ainda tecnicamente sou um desconhecido. Um total estranho. - Urano riu perante a palavras ditas do prateado. 

—Humildade a essa hora da noite? Ou acanhamento? - perguntou e Lysandre suspirou perante o tom descompromissado da morena. - Não se preocupe com coisas pequenas, eu sigo meus instintos é assim que sobrevivo.  

—Instintos? Seus instintos não a ajudaram a abrir seu relicário. - argumentou e a morena deu de ombros. 

—Realmente, para fazer isso eu precisarei do meu cérebro, mas são meus instintos que me dão a direção. Eles dizem para eu confiar em você, então confiarei. - falou simplesmente e o prateado a olhou pelo canto dos olhos. 

—Isso não está mais para ouvir seu coração?  

—Ouvir seu coração é só um termo que as pessoas inventaram para ouvir sua mente. - Urano apertou o relicário contra a mão e seus dedos ficaram brancos pela força. - Eu não tenho tempo para histórias românticas, meus instintos e minha mente são minhas melhores aliadas, é só nisso que acredito. - disse e sentiu uma mão pousar em cima da sua, novamente se impressionou com a ação inesperada do homem ao seu lado.  

—Sua mão está fria. - constatou o prateado e Urano pode sentir a mão quente envolver a sua, mas não conseguindo reter o calor que a outra parecia oferecer. - Dizem, que pessoas com mão frias tem corações frios.  

—Não acredito nisso. - rebateu e Lysandre sorriu enigmático.  

—Não acredita por que está desacreditada, o que aconteceu com seu coração Urano, para ele não conseguir reter nem mesmo o calor oferecido por outra pessoa? - a morena puxara sua mão de volta e o prateado viu com pesar a mulher ao seu lado parecer levantar um muro entre eles.  

—Isso não tem nada haver com a questão aqui. - sentiu por um momento o lábio tremer e o mordeu com força negando os sentimentos. - Está realmente tarde, tenho que voltar, tenho aula amanhã. - falou se levantando e começando a retirar o casaco mais o prateado a impediu. 

—Com as roupas que está usando, morrera de frio até chegar a sua casa. Pode levar, você me devolve amanhã. - disse e Urano não negou a gentileza, tinha seu orgulho mas não era burra, nunca fora muito a favor do frio e com toda certeza pegaria um resfriado se sonegasse o casaco. Ela não tinha tempo para resfriados.  

—Obrigada, amanhã com certeza conseguirei abrir o relicário e ele será todo seu. - comentou enquanto guardava o objeto e Lysandre observou a morena fechar o casaco que ficara largo em seu corpo, diria que sua aparência era fofa se seus olhos roxos e que pareciam estar sempre com raiva não acabassem com a cena.  

—Temos tempo. - mencionou e Urano o olhou irritada. 

—Eu já disse, eu não tenho tempo! - O prateado levantou os olhos heterocromáticos e pousou uma mão em sua cabeça. 

—Arrume tempo.  

—- 

Se chegar em sua casa quase as duas horas da manhã era ruim, ela não queria imaginar como enfrentaria a cara de seus professores novamente amanhã. Já havia faltado por muito tempo, e Castiel aquele dia a fizera lembrar de tal fato irritante. Se não contasse presença e não fizesse as provas, seus pais começariam a novamente pegar em seu pé. Retirando as botas pesadas na entrada junto a sua mascara de respiração se dirigiu diretamente para seu quarto, se jogando em sua cama e se sentindo feliz por novamente estar deitada naquele colchão macio e seu travesseiro maravilhosamente confortável. Mas intrigada, sentiu um cheiro diferente em sua cama e fungando um pouco, abaixou a cabeça até seu nariz se encostar no tecido do casaco emprestado. O cheiro era masculino, suave, que não a fazia coçar o nariz ou achar irritante ou até mesmo ter crises de dores de cabeça quando se o sentia pela primeira vez. Era... 

—Perfeito. - concluiu em um murmúrio fechando os olhos. Não tinha coragem para tomar banho naquele momento, e o casaco que a envolvia estava tão confortavelmente quente que a fazia se sentir cada vez mais presa a cama.  

—A novas mensagens para você. - abriu os olhos surpresa quando a voz ressoou por seu quarto e se revirou na cama tampando a cabeça com o travesseiro. -Gostaria de receber a mensagem?  

—nhãon. - negou com voz abafada e um sinal ressoou pelo quarto. 

—Identificação de voz não confirmada. Gostaria de receber a mensagem? - a morena respirou fundo retirando o travesseiro de cima de seu rosto e levantando o tronco irritada.  

—Não, merda! - o sinal parou e Urano suspirou irritada. Por que todas as manhãs tinha que receber aquelas estupidas propagandas? Estavam no século 25, e ainda não haviam avançado naquilo?  

Abaixando a cabeça, não acreditando em sua má sorte, observou o estranho casaco que usava e se lembrou que o mesmo fora emprestado na noite anterior, sorriu por um momento antes de negar com a cabeça e começar a retira-lo. Aquilo não era para ela, não tinha tempo para aqueles pensamentos idiotas.  

Retirando todas as suas roupas de vez, e indo em direção a seu guarda roupa pegar uma toalha, a morena pode ouvir por um momento um pequeno som sibilar em cima de sua cama,  Urano viu seu pequeno MP se aconchegar em cima do casaco emprestado, como se acabasse de achar seu novo lugar para descansar. Não pode impedir sua mente de pensar em uma comparação do prateado com um coelho, os cabelos prateados com pontas escuras dariam uma bela pelagem e olhos amarelo e verde ficariam exóticos. Sorriu com o pensamento, guardaria para si aquela leve constatação e comparação, no final, poderia acabar ferindo o seu orgulho masculino se contasse o que pensara.  

—Desde quando ligo para o orgulho dos outros? - se perguntou voltando a realidade e indo em direção ao seu banheiro tomar uma longa ducha. O pequeno MP que ficara para trás, piscara os olhos, abaixando as orelhas e voltando a se aconchegar no casaco, feliz.  

—- 

Castiel amaçou o filtro do cigarro contra a mureta onde estava sentado e com o olhar vago, jogou a cabeça para trás, pensativo. Era quarta-feira, dia de provas extracurriculares e novamente Urano não viria, provavelmente. Se perguntava onde a morena que sempre fora avoada e meio maluca estaria se metendo naquelas semanas, era verídico que estava tramando alguma. Ninguém iria em direção a Estação Principal sem ter pelo menos alguma coisa em mente, era um lugar mal falado e muito movimentado, era quase como se fosse um grande mercado ao ar livre, que em cada loja que entrasse, você estaria sujeito a acabar entrando em alguma coisa que não teria chances novamente de sair.  

Observou o céu artificialmente azul que recaia em volta sobre o prédio da faculdade os fazendo parecer que estavam quase como lacrados como insetos, mas pelo menos tinham mais liberdade ali do que nas ruas, onde as mascaras de respiração eram obrigatórias e ninguém podia ficar muito tempo nelas, correndo o perigo de acabar com algum tipo de doença forte o suficiente para matar lentamente.  

—Se continuar nessa posição durante muito tempo ira ficar com dor na nuca. - comentou a morena e Castiel levantou a cabeça vendo, surpreso, a visão de sua melhor amiga o observando com um sorrisinho presunçoso. - Acho que te devo desculpas, não?  

—Pelo o que basicamente?... Ah, por ter fritado toda minha rede, não é? - perguntou cinico e Urano suspirou.  

—Eu pagarei tudo. - ofertou e o ruivo por um momento percebeu as estranhas orelhas em baixo dos seus olhos. Até que horas ela deveria ter ficado acordada?  

—Tsc, não preciso de mulher pagando as minhas contas. - negou a oferta e Urano franziu a face.  

—Como posso me desculpar então?  

—Um beijo seria ótimo. - comentou simplistas mas perante a face da mulher a sua frente ele teve que encolher os ombros. - Brincadeira.  

—Odeio esse tipo de brincadeira. - mencionou e começou a se dirigir para dentro do prédio, Castiel a seguiu. - Vamos, me diga como posso me desculpar com você. - tentou novamente e o ruivo deu de ombros.  

—Você realmente parece que não gosta de ficar devendo nada a ninguém. - mencionou e foi a vez da morena encolher os ombros. - Eu tenho umas dividas com você, é só você me pedir para descontar dessas dividas que estaremos quites. - falou e Urano negou rapidamente. 

—Não gosto de ficar devendo, e também, eu prefiro que os outro fiquem me devendo do que eu para eles.  

—Parece aqueles bancários mão de vaca, ou... como chamavam antigamente? Agiotas, não?  

—Sim, admito que tem um pouco de verdade. - sorriu e Castiel a observou pelo canto dos olhos por um momento.  

—Mas, pelo jeito, você não ira mesmo me contar o que anda fazendo. - o sorriso desapareceu da face alva e o ruivo somente pode ouvir o silencio por alguns minutos. 

—Desculpe, não é pessoal. Mas logo terminará. - sorriu novamente e Castiel por um momento quis esbofetear a face da morena que ousava mentir para si. Ele não era idiota, Urano estava se envolvendo com mais do que necessariamente precisava.  

—Odeio quando você faz isso. - disse e a morena abaixou a cabeça sorrindo em desculpas. Não era pessoal.  

—Eu sei.  

—Mas com toda certeza você ainda vai continuar com isso. - comentou e recebeu um aceno afirmativo. 

—Provavelmente.  

—Alguma chance de se machucar no meio disso? - perguntou olhando para a mulher a seu lado que deu de ombros. 

—Talvez sim, talvez não... Quem sabe do futuro?  

—Odeio quando fica enigmática.  

—Isso é bom. - mencionou e o encarou nos olhos. - Isso quer dizer que é fiel a mim.  

—- 

Com o pensamento longe, Faraize concertava um pequeno MP inseto usando uma lente de aumento para o ajudar nas engrenagens mais pequenas e menos visíveis.  Os movimentos eram rápidos e habilidosos, e apesar de na maior parte de seu tempo ser uma pessoa desastrada, ele se orgulhava que conseguisse fazer a única coisa em que era realmente bom com tanta facilidade.  

—A onde você andou se metendo? Tem tantos fragmentos em suas engrenagens que estou até surpreso como conseguiu chegar aqui. - comentou enquanto novamente retirava outra vez um fragmento de tamanho quase imperceptível com uma pinça de dentro do pequeno MP que somente abaixava a cabeça parecendo envergonhado. - acho que já tirei tudo, tente mover as assas agora. - resguardou as ferramentas, deixando de lado a lente  de aumento e observou o pequeno inseto mecânico remexer suas assas as testando por um momento antes de levantar voo. Faraize sorriu com o fato.  

— É bom saber que está se entretendo um pouco. - o inventor suspirou perante a voz que se pronunciara.  

—O que anda fazendo por aqui? - questionou já prevendo a bela dor de cabeça. Estendeu a mão e quando viu seu pequeno MP inseto pousar na palma, o guardou no bolço do casaco. 

—Uma ronda. - respondeu descompromissada. - soube que anda faturando bem.  

—Se faturo bem, quer dizer que não preciso ter sua presença por perto. Esse é o acordo. - retrucou se virando e encarando a mulher a sua frente que sorriu. 

—É assim que trata seus superiores?  

—Diga logo o que quer, sua presença me faz passar mal. - resmungou se levantando e indo em direção a uma mesa onde algumas peças sobressalentes estavam espalhadas e totalmente desorganizadas.  

—Soube que esta treinando uma aprendiz. - comentou e Faraize franziu a face, confuso. 

—Sim, e dai?  

—Eu realmente não ligo para a sua vida pessoal ou qualquer coisa que o envolva, mas essa menina parece ser uma suja. - o inventor levantou os ombros entendendo onde a mulher ali presente queria chegar. 

—Aaahh, entendi. Está querendo saber de que casta ela pertence, não? Não acha que está atrasada? O sistema de castas já foi abolido a uns 10 anos. - argumentou a olhando cínico. 

—Até eu declarar isso, ninguém tem os mesmos direitos aqui dentro. - retrucou e Faraize se perguntou de onde vinha aquele ego  enorme. 

—Tsc, se é assim, pode ficar despreocupada. A garota é de Bronze.  

—Está certo disso? - questionou e o inventor fechou os olhos procurando por sua paciência. 

—Sim, verifiquei os registros. E acho que você também verificou antes de vim falar comigo, então pode sair agora? - resmungou mal humorado e a mulher cruzou os braços se recostando na mesa de Faraize.  

—Tsc, você se tornou bem insolente.  

—Obrigado, mas realmente não estou ligando para sua opinião no momento.  

—Que pena... - murmurou e pegou uma mecha do cabelo do inventor que desviou o olhar. - Esta interessado naquela garota? - Faraize arregalou os olhos com a pergunta, desacreditado. 

—Que merda de pergunta é essa? Ela tem 19 anos! Por que diabos estaria interessado na minha aprendiz?  

—É jovem, inteligente... 

—E dai? Acha que sou como os homens de sua maldita casta? - questionou furioso. - Não me rebaixe até esse ponto.  

—É verdade, você é muito certinho... Tão certinho que me irrita. - Puxou alguns fios e Faraize gemeu de dor. 

—O que pensa... 

—Não se distraia inventor. - alertou. - Anda se revelando contra alguns de nossos princípios aqui nessa empresa, pensa que não notei? É melhor se manter atento e novamente se lembrar a onde é o seu lugar. - se aproximou de seu ouvindo agarrando algumas mechas. Faraize respirou fundo para conter a anciã de ter aquela mulher tão perto. - Não queremos que nada de ruim aconteça, queremos? 


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