Um medico limpou meu corte e fez um curativo, enquanto Alice passava por vários exames para saber se estava tudo bem. Sua mãe estava na cirurgia. Ainda não sabia quem era realmente. Me levaram para um quarto na ala da pediatria, que seria onde levaria a Alice quando terminasse os exames. Eu estava sentada no sofá olhando a cama vazia. Já tinha rezado umas 10 vezes para que a mãe dela saísse viva e que descobríssemos quem é ela.

—Oi – vi meus pais na porta do quarto e suspirei

—Ola – respondi voltando a olhar para a cama

—Você estar bem?

—Sim, apesar das fortes emoções do dia, estou bem.

—O que faz aqui? Justin não explicou direito, estava no telefone

—Espero a filha da moça que sofreu o acidente

—Como foi isso? - meu pai perguntou se sentando do meu lado

—Horrivel, o carro capotou e depois explodiu. E a menina pode ficar sem mãe.

—Katy, calma. Você não sabe como ela estar – minha mãe se abaixou ficando de joelho e segurou minha mão.

—Mãe o carro capotou, ela estava sem cinto. O carro explodiu atras dela. Vai ser um grande milagre ela sair dessa.

—Você não deveria se envolver nisso, já pensou nas noticias da midia? - olhei para o meu pai sem acreditar

—É uma criança que vai ficar sem mãe e o senhor estar preocupado com a midia? Se eu fosse naquela sala deixando minha filha apenas com o Justin, o senhor se preocuparia com a midia? Se fosse ao contrario ou se fosse nos dois deixando uma criança órfã?

—Não é vocês, e se fosse seria uma situação bem diferente

—Claro, porque ela é uma pessoa comum que não tem a vida exposta para o mundo merece morrer.

—Ola – vi uma enfermeira entrar com uma cadeira de rodas e a Alice sentada, me levantei sorrindo

—Oi, então como ta os exames? - olhei para Alice depois para a enfermeira

—Bom, todos estão normais falta apenas os de sangue. Ela teve muita sorte, estar apenas com alguns arranhões.

—Graças a Deus – peguei ela – oi Alice – ela sorriu - poderia me trazer informações da mãe dela?

—Claro, irei me informar agora mesmo

—Obrigada – coloquei ela na cama – quantos anos você tem? - perguntei e ela fez um dois com os dedos – dois anos, que mocinha. Qual seu nome?

—Atite – ela disse e eu ri do seu jeito de falar

—Alice? - ela fez que sim com a cabeça - que nome lindo.

Continuei conversando com ela, ate um moço entrar no quarto

—Alteza? - ele perguntou surpreso, olhei para ele e o mesmo olhava a ficha – me desculpe, essa é a Alice Keppner? - olhei para a pequena

—Essa é o nome dela? Não sei, só sei que é Alice.

—Você não a conhece?

—Não, ela e a mãe sofreram um acidente e eu as trouxe para o hospital

—A mãe dela se chama Joana?

—Sim, ai Deus você as conhece. Ainda bem, elas tem família alguém para quem possamos ligar? - perguntei esperançosa

—Não, Joana é sozinha. Ela era órfa, e no meio disso acabou tendo Alice. Era só elas duas.

—Você estar brincando, certo?

—Cade a Joana? - ele me parecia um pouco perdido

—Na sala de cirurgia. Da onde você conhece elas?

—Joana era enfermeira, trabalhávamos juntos. A duas semanas ela pediu demissão e disse que ia se mudar. Achei que ela já tivesse ido. Isso é tão louco

—O que você veio fazer aqui?

—Ai meu Deus me desculpe, os exames da Alice saíram. Estar tudo bem, vim da alta para ela.

—Não precisa, ficaremos ate a cirurgia acabar. - ele assentiu – eu tinha pedido para uma enfermeira me dizer como estava, ela não voltou

—Vou ver, já volto – ele saiu. Alice bocejou e eu sorri indo coloca-la para dormi

—Melhor vocês irem – disse para meus pais

—Tem certeza? Você não sabe cuidar de criança - minha mãe falou olhando para Alice

—Estou em um hospital, tenho certeza que alguém sabe – ela assentiu

—Qualquer coisa me ligue, ok? E ainda vamos terminar de conversar – revirei os olhos

—Ok, mãe. Tchau

—Estou feliz que você não tenha se machucado – meu pai disse e me deu um beijo no topo da cabeça - diferente do que você ficou pensando, nos te amamos e não culpamos você por nada. - um no se formou na minha garganta e eu olhei para o colchão ate eles saírem.

Assim que saíram tirei minhas botas e me deitei com Alice. Ela me abraçou e logo subiu em cima de mim, fiquei fazendo carinho nas suas costas e cantando musicas de ninar ate ela dormir. Fechei meus olhos pensando se eu tinha sido uma idiota ao achar que eles não me amavam. Realmente precisava parar de fugir e começar a escutar o lado das pessoas.

Senti algo quente sobre meu corpo e abri os olhos vendo Justin cobrindo Alice e eu ao mesmo tempo. Ele sorriu ao ver que estava acordada

—Achei que estava dormindo – ele disse se apoiando na cama

—Estava pensando – sorri sem mostrar os dentes e ele me deu um selinho – me ajuda a colocar ela na cama – ele assentiu e tiramos ela de cima de mim, deitei ela na cama e a enrolei. Fomos para o sofá, coloquei meus pés em cima das pernas dele

—Você me deu um baita susto – o olhei esperando ele continuar – fui atras de você e escutei quando o carro bateu, fui pro nosso quarto e você não estava desci louco atras de você. Estava com o coração na mão imaginado que aquela batida tinha sido com você. Quando o segurança disse que você tinha saido, o carro explodiu e eu fiquei sem chão. Levei alguns segundos ate sair correndo ate la. Não faça mais isso comigo – vi que seus olhos estavam cheios de lagrimas, abraçei Justin e ele retribuiu me apertando com força - por favor, não quero te perder, nunca. - senti suas lagrimas cairem na minha roupa e levei a cabeça.

—Nem eu, você não me entende. Você fica do lado deles, isso me magoa Justin.

—Desculpa, eu só não entendo. Eu sentaria para entender tudo o que aconteceu

—Você viu, eles disseram que só estão juntos por minha causa, preciso escutar mais? Isso me magoa. Minha família não era perfeita mas era unida, não mentíamos. Meu pai sempre disse que eu era a única, por isso tinha mais privilégios que meus irmãos. Eles me garantiram que eu não iria precisar me envolver com o reino, e olha onde estou agora.

—Não quero brigar, se você quer seu tempo para conversar com eles, ok. Você terar. Só não foge mais – juntei nossos lábios, ele era tudo o que eu precisava nesse momento.

Eu estava quase dormindo no colo de Justin quando aquele mesmo medico entrou, ele não estava com uma cara boa. Me levantei seguida de Justin.

—Ela não resistiu? - perguntei segurando a mão do Justin

—Sinto muito. Já ligamos para o serviço social, se quiserem ir, a assistente chegara em poucos minutos – ele saiu e eu olhei para o Justin, ele olhava para a Alice