Once In Paris escrita por MorgsValdez


Capítulo 1
Oh, l'amour


Notas iniciais do capítulo

Vamos amar e ser melosos um pouco mais ♥



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— Você não mora aqui em Paris? – perguntou o menino a minha frente.

— Não, estou de férias com os meus pais. – respondi.

— Eu percebi que você falava diferente. – com uma risada admitiu.

— Isso é ruim? – perguntei com os olhos marejados.

— Não mademoiselle, de jeito nenhum. – secou uma lágrima que escorreu.

— Qual sua idade?- perguntei.

— Tenho 8 anos, sou o Pierre.

— Tenho 8 anos também! Sou a Aimee.

—||-

Pierre fora minha paixão platônica por muitos anos, eu nunca ia me esquecer de como aquele menino francês fora doce comigo nos poucos minutos em que conversamos, mas meu pai não voltara mais a Paris, e naquela época crianças não tinham celular, nem redes sociais, então eu nunca mais vira Pierre. Hoje, com 18 anos, estou fazendo um mochilão pela Europa, já passei por Portugal e Espanha, e meu próximo ponto é Paris. A lembrança do menino de olhos verdes veio a minha mente, acredito que mesmo que eu o encontrasse não o reconheceria, mas seria muito louco se isso acontecesse, e incrível.

O trem parou na estação que já me era conhecida, meu pai gostava de pegar avião até uma cidadezinha da Espanha, onde pegávamos o trem para Paris, passando pelas paisagens lindas que abrigavam o caminho entre os países. Desci com a típica chuva caindo sobre os franceses, eu havia sido um pouco imprudente em não reservar nenhum hotel, me resguardei em baixo de uma tenda que vendia verduras, a mulher que vendia os alimentos sorriu para mim.

— A chuva aumentou, pode ficar aqui. – disse com uma nada típica solidariedade.

— Muito obrigada. – respondi.

— Não se lembra de mim? – ela perguntou sorrindo mais ainda.

— Hã, desculpe, não. – falei confusa.

— Quando você era pequena veio aqui comprar alguns aspargos, um homem bêbado tentou roubar algumas verduras e você o repreendeu, muito firme para uma criança tão nova, logo seu pai veio claro e interveio e o homem foi embora, mas eu nunca me esqueci do seu ato corajoso. Eu te reconheci pela sua pulseira, ainda a mesma. – disse olhando para trás relembrando o passado.

Suspirei maravilhada, eu lembrava vagamente daquilo, tinha passagens do meu pai chegando e intervindo com uma homem que cheirava mal que falava comigo, mas fora muito lindo aquela senhora ainda lembrar daquilo. Logo a chuva diminuiu e pensei em procurar alguns hotéis para passar a noite, eu não sabia bem como compensar aquela senhora tão querida, então comprei algumas couves que eu sinceramente não sabia se ia comer realmente, mas mesmo assim foi a forma que encontrei de ajuda-la.

Percorri Paris procurando uma pousada que desse para deixar minhas coisas e passar a noite, queria sair de tarde explorar a cidade luz, que eu já nem lembrava dos traços e paisagens. Dobrei algumas ruas aqui e ali e encontrei uma pequena pousada chamada Le Petit, um nome estranho, mas com uma aparência aconchegante, familiar.

— Pelo amor de Deus menino, regardez le temps, quanta irresponsabilidade! – gritava uma mulher abaixo de uma escada enquanto eu entrava.

Excusez-moi? – me pronunciei.

— Oh, boa tarde, o que eu posso fazer por você? – perguntou mudando o tom de voz autoritário para doce e suave.

Eu ri um pouco e me recompus.

— Eu gostaria de um quarto se a senhora tiver um disponível, S'il vous plaît

— Ah querida, claro que sim, venha até o balcão e vamos ver um quarto pra você. – chamou-me.

No balcão eu via ela lançar olhares cada dia mais raivosos para a escada, acho que ela esperava que alguém descesse, e bem rápido. Fiz o meu cadastro e me virei para subir até o meu quarto, ao me virar me bati com um rapaz de óculos todo atrapalhado, ele derrubou uma mala que carregava e eu minha mochila, praguejei alguns palavrões sem poder me conter, mas quando olhei em seus intensos olhos verdes todo e qualquer raciocínio se perdeu.

Désolé! – disse ele me ajudando a levantar – Eu estou com pressa e...

— Pierre, anda logo! – gritava o que eu acreditava firmemente ser sua mãe. Os olhos eram os mesmos.

— To indo mãe. – disse irritado. Acenou para mim e saiu.

Pierre. O nome dele era Pierre. Le petit...

— Vamos le petit, temos que ir para casa agora.

— Mas mãe, eu fiz uma amiga, não quero ir para um hotel chato.

— Pierre, que horror! Seu pai se envergonharia! Vamos le petit.

As lembranças vieram como um furacão na minha mente e cheguei a ficar tonta na escada e quase caí, porém me apoiei na parede rosa que prendia o corrimão marrom. Era ele o Le petit, e o Pierre que eu conhecera há dez anos, era ele! Meu coração começou a martelar alto, o que fora bem vergonhoso, digo... Fala sério, éramos crianças, ele nem deve se lembrar de mim, ou mesmo da nossa interação naquela época. Mas isso não me impediu de ficar com a garganta seca e borboletas no estomago.

Larguei minha mochila em cima da cama ornamentada – parecia a cama da Barbie, mas menor claro -, despi-me e fui tomar um banho quente, aquilo era surreal, mas eu acreditava fielmente que aquele encontro não podia ser em vão. Já minha parte racional me mandava calar a boca antes que eu tomasse uma decisão que fosse me envergonhar. Comecei a cantar Sur Mes Gardes da cantora Joyce Jonathan, a cantora francesa que eu mais gostava de ouvir. Em um certo momento pensei ter ouvido minha porta bater, o que não poderia ser verdade já que eu havia trancado.

Saí do banho enrolada na toalha, era outono e já fazia bastante frio, então vesti um casaco preto que ganhara de presente da minha mãe e uma calça jeans, delineei os olhos e prendi a metade de cima do cabelo num rabo de cavalo, peguei meu diário e comecei a descrever minha viagem de onde eu tinha parado. Eu escrevia no notebook, mas colocara uma senha no arquivo onde eu escrevia. Tcharan, diário. Enquanto eu escrevia ouvi alguns ruídos vindos de baixo da cama. Eu ia dar um grito que toda Paris ia ouvir se fosse um rato. Tremendo, de vagar, me posicionei na cama e me abaixei para ver o que me esperava.

— Eu juro que não vi nada. – disse o menino em baixo da cama.

Assustei-me e dei um grito um pouco menor do que se fosse um rato.

— Quem é você? – perguntei.

— Eu sou o Raul, ouvi você cantando e vim te ouvir – falou envergonhado – você tem uma belle voix. – seus olhos brilharam.

— Raul, você mora aqui? E como entrou se eu tranquei a porta? – questionei.

— Eu sou filho da Madeleine a dona, peguei a chave sem ela ver. – sorriu orgulhoso de sí mesmo.

— Mas não devia se orgulhar disso, foi muito feio o que você fez. Se fosse uma pessoa menos compreensiva ia dar um problemão para sua mãe.

— Desculpe. – falou de cabeça baixa.

Suavizei minha expressão e sentei de volta na cama. Finalmente a parte do elogio chegou a minha mente. Cantar era a segunda coisa que eu mais amava depois de viajar, dei algumas batidas na cama e ele sentou ao meu lado, comecei a cantar outra música e ele sorriu todo feliz, o que me deixou feliz também. Continuei escrevendo em meu diário e cantando, enquanto Raul desenhava em uma folha branca com um lápis preto que trouxera junto quando se escondera em meu quarto.

Depois de alguns minutos que terminei de escrever decidi que era hora de passear e comprar, Raul se ofereceu para me levar e ser meu guia, mas ele só tinha dez anos, não acho que a mãe dele vá dar permissão.

Descemos a recepção onde a bela mulher de 40 anos, pele alva e olhos verdes parecia aflita. Ao nos ver a cor voltou a seu rosto.

— Raul! Onde você estava? Ai menino, que susto! – gritou ela vindo o abraçar.

— Ele estava comigo senhora, me ouviu cantar e pediu para entrar. Não queríamos te preocupar. – falei apaziguando a situação do menino.

— Você deve cantar muito bem para ele pedir para entrar no seu quarto. – disse ela um pouco nervosa.

— Mãe, mãe, ela vai sair por Paris e quer ajuda pra se guiar, posso ir junto? – pediu eufórico.

— Não Raul, de jeito nenhum, você é muito pequeno, nem sabe guiar a si próprio. – falou rindo.

— Mas eu posso mãe, eu levo a moça, se ela quiser. – Pierre disse entrando no local.

Eu não queria demonstrar o que estava sentindo, mas ver ele era como o pouso de um avião, seu estômago fica todo embrulhado e parece que tem mil borboletas voando em volta de você e anjos cantando algo celestial. Apenas assenti com a cabeça sem conseguir falar nada, ele fez um gesto para eu passar e eu sorri, saímos da pousada e começamos a caminhar pela rua não tão movimentada onde ficava a hospedagem.

— Então, veio passear sozinha em Paris? – perguntou.

— É, digo, eu to fazendo uma viagem pelos países da Europa que eu mais gosto, já que eu estou pagando a viagem com o dinheiro que ganhei trabalhando dois anos. – falei lembrando-me de cada mês em que eu depositava na poupança esperando esse dia chegar.

— Que legal, ta pagando essa viagem sozinha então? Isso que é independência. – sorriu ele – de onde você é?

— Eu sou de Nova York, meus pais tem uma editora de livros que tem sido bem sucedida, viemos a Paris uma vez! Eu era pequena, foi logo que ele começou e deu uma guinada enorme sabe e... Meu pai é fascinante, admiro muito ele. – desabei a falar e logo as lágrimas vieram.

Pierre secou uma de minhas lágrimas com o dedo e passou as costas da mão na minha bochecha, seus olhos estavam ternos, ele não estava tentando ser sedutor ou qualquer coisa do tipo, ele estava apenas se compadecendo de mim. Dos meus sentimentos bobos. Eu sorri e corei, em um ato de coragem, decidi falar o que estava no meu coração.

— Pierre, eu sei que pode parecer loucura, e que talvez você ache meio bobo eu tocar no assunto, mas acontece que eu tenho quase certeza que...

— Nos conhecemos? – ele completou minha frase sorrindo.

— Co-como você sabe? – gaguejei incrédula.

— Você é a Aimee, a garotinha que eu tive minha primeira paixão platônica. Por que eu nunca mais te vi depois daquele dia de quando tínhamos 8 anos, mas eu nunca me esqueci desses olhos castanhos e dessas covinhas. Eu achei que estava sonhando quando te vi entrar na pousada da minha mãe, digo, era surreal, você estava ali na minha frente, e eu quase caí da escada quando te vi. – admitiu ele.

Tive um ataque histérico de riso de tanto nervosismo, ele quase caiu da escada por me ver! Eu não sabia como reagir, mas ele percebeu que o riso e o tremor nas mãos significavam um “e agora, o que fazemos?”, então pegou minhas mãos nas suas e as beijou dizendo “Algumas coisas são destino, outras são planos de Deus”. Em francês! Suspirei e me aproximei mais dele, o sol havia se escondido e um vento frio corria por Paris, Pierre me abraçou para me esquentar, mas nossos rostos se encontraram. Perdi minha respiração por algum lugar nas ruas parisienses, mas com certeza não estava comigo naquele momento.

— Aimee, será que eu posso te dar um beijo? – perguntou olhando em meus olhos.

— E você ainda pergunta. – eu ri.

Tocamos nossos lábios timidamente, mas logo o calor das nossas línguas se encontraram, formando uma dança perfeita naquele beijo francês, os olhos verdes dele se abriram depois de alguns segundos, apenas para sorrir para mim e voltar ao beijo que ficava a cada instante mais intenso. Mas não iríamos longe demais, pois nos encontramos apenas com oito anos, contudo não era como se já tivéssemos alguma intimidade.

Pierre me levou comer no Le Royal Cambronne, um restaurante super aconchegante com imagens vintage nas paredes e sofás como acentos diante das mesas para comermos, apesar de muita discussão acabei perdendo para o francês cavalheiro que decidiu pagar a conta por completo de nossos hambúrgueres e macarons, que estavam simplesmente divinos! O nome deste local estava mais do que anotado e com uma estrela de favorito ao lado, não é a toa o que dizem da culinária francesa. Voltamos de mãos dadas.

Após comermos voltamos à hospedagem da mãe de Pierre, ela estava com um olhar divertido e malicioso quando nos viu entrar, já Raul ao seu lado estava muito mal humorado, acredito que pelo fato de não ter ido conosco passear pela cidade.

— Então, como foram de passeio turístico? – disse debruçada sobre seu balcão de atendimento.

— Muito bem senhora, seu filho foi muito atencioso e inclusive me levou jantar. – falei orgulhosa.

— Mas que romântico esse meu filho. Falando em você Pierre, chegou algo aqui... Une lettre... – balançava o papel nas mãos.

Pierre prontamente as pegou em mãos e abriu, ao ler o conteúdo do envelope sua alegria não poderia ser maior.

— Me chamaram para o papel! Eu estou no filme! – comemorou abraçando a mãe.

— Ah meu filho, eu sabia! Você tem muito talento! Vai ser um grande ator! – comemorava com olhos marejados.

Pierre me olhou e percebeu que eu estava um pouco perdida.

— Aimee, eu fiz um teste para fazer um filme que o diretor Jean-Pierre Jeunet está produzindo, ele dirigiu Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, e eu passei! – me abraçou e me levantou no ar.

— Isso sim é fabuleux Pierre! – falei sorrindo tão abertamente quanto ele.

— Por quanto tempo você vai ficar em Paris? Posso te apresentar a ele. – dizia animado.

Mas então eu me lembrara da coisa mais terrível para se lembrar em um momento daqueles.

— Amanhã. – falei olhando para baixo, mas então Pierre ergueu meu rosto, então repeti – Eu vou embora amanhã, Pierre.

Meu coração começou a se desfazer em pequenos pedaços. Pierre parou de sorrir e me olhou perplexo, mas eu não tinha o que fazer, não tinha dinheiro para ficar muito mais tempo que não fosse aquele, ainda tinha que voltar para NY. Pigarreei e subi as escadas em direção ao meu quarto, as lágrimas estavam começando a vir e não queria que ele visse aquilo, que eu em tão pouco tempo já tinha sentimentos, tais que na realidade foram nutridos desde meus oito anos de idade. Ao entrar no quarto me tranquei e deitei em minha cama do jeito que estava, deixei as lágrimas borrarem o delineador e o rímel, era bom esvaziar toda a fragilidade que me fazia sentir daquele jeito. Com o passar dos minutos escutei um barulho ao lado da janela, então o violão começou a tocar:

Pierre tocava uma música linda chamada Tant Pis da francesa Joyce Jonathan, qual eu havia interpretado mais cedo no chuveiro, contudo outra música claro. A história da música que ele cantava de certa forma parecia muito com a nossa, se é que podíamos dizer que tínhamos uma história. Falava sobre uma longa jornada, sobre dar a volta em todo o mundo, mas que tudo levava até aquela pessoa, sobre haver muitas outras histórias de amor esperando, mas que apenas com aquela pessoa dava para ser sí mesmo, então já nada mais importava. Descobri que Pierre também tinha uma bela voz.

Limpei o que deu para amenizar o efeito panda dos meus olhos e desci aonde ele e Raul estavam a minha espera, Raul sorriu e disse que tinha que fazer os deveres, o que fez a mim e Pierre rirmos, mas quando ficamos sozinhos os risos se foram.

— Você estava chorando? – perguntou vindo até mim.

— Eu sou muito emotiva sabe. – tentei disfarçar.

— Aimee, também não quero te perder de novo. Não quando finalmente te encontrei minha mademoiselle.

Sorri para a doçura de como ele me tratava.

— Pierre... Isso tudo parece com um conto de fadas, mas eu não tenho como me manter em Paris, fora que eu prometi ao meu pai que começaria a universidade depois do mochilão... Mas eu não quero te perder. – uma lágrima quente escorreu por meu rosto.

Ele suspirou, mas tomou meu rosto em suas mãos.

— Existem muitos meios de nos comunicarmos agora, fadinha. – ele riu a referencia do que eu havia dito – Vamos nos falar pelas redes sociais, ligações de graça via internet! – riu de novo – Mas não vamos nos perder de novo.

— E quando você ficar bem famoso ainda vai se lembrar de mim? Por que com esse rosto lindo e essa voz magnifica, você será muito famoso. – sorri.

Toujours. – disse beijando minha mão.

— Sempre. – repeti o que ele disse, mas beijando sua boca.

—§-

Pierre me levou até a estação de trem no dia seguinte após almoçarmos juntos, eu ia ir até a Espanha de trem e de lá pegaria uma conexão para NY, fora difícil me despedir daqueles olhos verdes, mas não havia o que ser feito, nos beijamos com lágrimas nos olhos de ambos, ele acabou derramando uma lágrima e as outras vieram juntas, o que partiu o meu coração.

Ao chegar em casa meu pai me trouxe os envelopes das faculdades para as quais eu me inscrevera, e tinha sido aceita em quase todas. Mas eu não me inscrevera para nenhuma em Paris, o que me fez sentir ódio de mim mesma, eu tinha a chance de ficar perto de Pierre, mas eu também não previa o futuro... Entrei para Dartmouth, o que era uma conquista e tanto, ficava não muito perto e não muito longe de casa, fora que eu era apaixonada por Arte, então espero que essa paixão cure a minha dor por estar longe de Pierre.

Falando nele, conversávamos todos os dias pelas ligações ou mensagens do WhatsApp, ouvir a voz um do outro supria um pouco a saudade que sentíamos, nós já estávamos conversando há 3 meses, o que nos dera a intimidade para nos tratarmos por “amor”, e era assim que seu número estava registrado no meu telefone e vice-versa. Contudo já fazia uma semana que ele não atendia o telefone e me respondia brevemente, eu tinha quase certeza que ele encontrara outra pessoa.

Para tirar estes pensamentos tristes da mente fui caminhar um pouco por um parque que havia perto de onde eu morava, estava fazendo calor então eu vestia uma saia cintura alta com uma blusa branca, vi um garoto de costas brincando com dois cachorros, e eu estava tão obcecada por saber onde Pierre estava que jurava que era ele, mas desviei o olhar para não acabarem pensando que eu estava encarando ou algo do tipo. Fiquei de pé de braços cruzados observando algumas crianças correndo, quando senti algo bater na minha perna, um cachorro enorme vinha em minha direção para pegar o objeto, me assustei e me afastei levando um susto enorme.

Quando percebi que havia chamado a atenção me recompus.

— Você é bem grande né não? – falei para o animal.

— Acho que ele cresceu desde que o comprei no pet. – disse o dono se aproximando.

O dono, com sua voz francesa, familiar.

Meu coração deu um salto ao reconhecer Pierre, o outro cachorro viera junto com ele e agora brincava com seu companheiro. Pulei em cima do homem que tinha o meu coração, e este me abraçou tão forte quanto era nossa saudade.

— Eu não acredito que você está aqui! Por que não me avisou? Por que nem me atendia? – o beijava e dava tapas. Ele riu muito alto.

— Que falta senti de você fadinha. Eu queria fazer uma surpresa, mas se pedisse seu endereço ia ficar muito na cara, então quando chegamos aqui vim ao parque esperar o meu agente conseguir seu endereço, mas parece que alguém nos quer juntos mesmo. – disse me puxando mais para si, como se fosse possível.

O beijei intensamente, queria aproveitar cada segundo com ele ali, antes que...

— E vai ficar por quanto tempo? – meu coração parou de bater ao perguntar.

— Bem... O filme terá a maior parte aqui em New Hampshire agora, e uma série que será rodada aqui me contratou também, então... Vou me mudar para cá.

Eu não sabia dizer qual sorriso era maior, mas sabia que duraria por muito, muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Se se apaixonarem, comentem. ♥ :*



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