One more time escrita por Kali


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Postei em outra conta, mas resolvi postar na minha original. Espero que gostem. É curtinha, mas precisava colocar no "papel".

BoaLeitura



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"Minha felicidade tem o fundo do oceano nos olhos"

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Escrita por Kali

Mais uma vez encontro-me diante desse túmulo. Mais uma vez meu rosto é fonte de lágrimas salgadas e melancólicas, e meus joelhos muralhas já desgastas que quase não suportam o vento que assovia forte, maldoso entre as colinas.

Não sou capaz de respirar normalmente, meus pulmões pesam e machucam como agulhas envenenadas. Olho para o céu acinzentado e lembro-me de um par de olhos, aqueles olhos foscos feito noite sem estrelas. Meus olhos agora são iguais aos dele.

A pequena cruz de madeira envelheceu, o coração que desenhei com sua Kunai é apenas mais um dos inúmeros buracos falhos na madeira, o que me diverte é que reflete perfeitamente o estado do meu coração. Velho e cheio de buracos.

Meus cabelos cumpridos, quase todo branco, recordam-me daquelas danças desengonçadas que faziam nos dias de ensolarados, quando silenciosa observava-o praticar seu ritual de meditação no quintal dos fundos de nossa casa. Ele sabia que eu o observava porque sutil é algo que meus cabelos nunca foram. Eles tinham o dom de dançar quando sentiam a presença dele. Um véu cor de rosa esvoaçante. Ninguém sabia, ninguém enxergava, apenas ele.

As fitas que Sarada colocou há um ano também já se foram, provavelmente o maldito vento as levou. Parece que seu hobby favorito é levar tudo o que é bonito desse mundo. Maldito egoísta.

Não sei o tempo exato que se passou. Meu rosto que um dia fora dono de uma beleza única e exótica agora é tão comum como qualquer outro rosto cheio de expressões de alguma velha enrugada que se arrasta pelas ruas de Konoha. O tempo passa e você vai se apoderando delas, de cada uma delas, porque de certa forma são elas que prontamente demonstram seus limites, suas fraquezas e aceitações. A flor da grande aldeia da folha, aquela aprendiz que superara sua mentora, a garota que lotou vorazmente em uma guerra sanguinária onde perdera pessoas queridas, a mulher que esperou passivamente pelo homem que roubara seu coração desde a infância, e que sem nunca desistir o alcançou e lhe deu a família que fora roubada, agora é tão cheia de expressões vazias e solitárias feito folha seca em galhos de outono.

Respiro fundo mais uma vez, inspirando o cheiro forte de grama molhada, madeira e névoa, e dói.

— Eu não superei. - Repito mais uma vez como venho repetindo nos últimos vinte anos.

É complicado aceitar que não é para sempre. É difícil lutar praticamento toda a sua vida por uma pessoa que só passa alguns poucos anos do seu lado. A vida foi cruel comigo, perdi as contas de quantas vezes fui deixada para trás, talvez me deixar tenha sido a missão de vida dele, não dizem que todos nessa terra temos uma missão?! Então...

Fomos apenas algumas páginas com significados mútuos no livro pessoal um do outro. Nos amamos de longe, nos desejamos de longe, e hoje eu amo e desejo sozinha. Mas talvez algumas coisas são destinadas somente para serem sentidas, nunca vividas. Isso me faz uma pessoa egoísta porque eu vivi, mesmo não sendo permitido eu vivi, senti na pele, amei e fui amada, e quero mais, quero de novo, porque não foi suficiente. Esses poucos anos acordando ao lado dele, sentindo a respiração leve no meu pescoço enquanto dormia, brigando bravamente e nos reconciliando em nossa cama repleta de segredos só nossos não foi o suficiente. Passaram-se vinte anos, vinte longos anos, e eu ainda quero de volta o que o vento me roubou.

Minhas muralhas cederam a fadiga e o frio da grama úmida arrepiou meus pelos, as lágrimas, mais uma vez, queimam meu rosto.

— Eu ainda não superei, Sasuke-kun. Eu não vou superar.

Mais uma vez encontro-me diante desse túmulo. Mais uma vez meu rosto é fonte de lágrimas salgadas e melancólicas, e, meus joelhos, muralhas já prostradas diante daquele que se foi e levou consigo meu coração, deixando-me despedaçada e com dois filhos que carregam o simbolo Uchiha em suas costas, afundam-se no barro viscoso manchando o negro de minhas vestes.


Mais uma vez eu me fantasio na entrada dos portões de Konoha, ele com um sorriso faceiro nos lábios de seda e tocando minha testa. E mais um ano eu amaldiçoo o vento por não ter me levado ao lado de meu querido, e eterno, Sasuke-kun.


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Notas finais do capítulo

Boa Tarde.



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