A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 50
Capítulo 50: Impasse




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15 de março de 2005 - Angel PDV

Quando eu saí da cidade de Forks hoje de manhã com papai para ir para a escola em Olympia estava tudo bem. Edward estava mais calmo e não parecia nada estar em agonia por haver decidido enfrentar, encarar a tentação. Só espero que ele consiga resistir e não faça nenhuma besteira. Ele está bem melhor do que semana passada. Na verdade, apenas na segunda-feira porque ele sumiu o resto da semana indo para a casa de nossos primos em Denali.

Todos nossos primos são legais, mas eu gosto mais de tia Carmen e tio Eleazar. Eu os imagino como meus padrinhos de verdade, e quando eu contei para eles isso eles aceitaram muito bem, mais do que bem, eles ficaram muito contentes e honrados por tanta consideração da minha parte.

Quem visse meu irmão agora nem diria que é o mesmo... Ele não admite, mas tenho para mim que ele está apaixonado. Finalmente percebeu isso e que não adianta fugir.

...XXX...

 

Porém esta tarde quando Carlisle foi me buscar no colégio – particular, não faria sentido papai receber o salário que recebe e não ter nenhum filho em escola privada; não que o colégio de meus irmãos que eu vou frequentar semestre que vem seja ruim. Na verdade o ensino lá é muito bom, principalmente depois de terem estudado tantas vezes o ensino médio então se meus irmãos dizem é verdade. Eles tem experiência nisso. Mas a escola pública daqui dos EUA pelo menos, não deixa nada a desejar comparado com as escolas particulares. Eu tenho uma colega da turma que veio do Brasil e lá a escola pública não era tão avançada e ela está penando para acompanhar a turma. Ela é dedicada, muito aplicada como eu e vai conseguir. Ajudo ela também e sei que ela vai conseguir superar.

No retorno a cidadezinha de Forks eu pude ouvir alguns fragmentos de conversas entre as pessoas quando parávamos em alguns semáforos – não que eu estivesse querendo ouvir, nunca fui fã de fofocas, mas é inevitável para nós vampiros com nossa superaudição:

— Você soube do acidente na escola? — diz uma mulher conversando com outra numa padaria próxima.

— Sim. A van derrapou no gelo, mas ainda bem que ninguém se machucou gravemente.

— Sim, graças a Deus, foi só um susto.

Nunca fui muito curiosa nem enxerida, mas algo me diz que esse quase acidente vai ter um impacto decisivo em nossa família e então eu pergunto para papai enquanto ele segue nosso caminho quando o sinal fica verde:

— Papai...

— Sim, querida – ele diz sem desviar os olhos da estrada na nossa frente.

— Que acidente foi esse que ouvi as pessoas comentando? Suponho que levaram os feridos para o hospital e você deve saber o que aconteceu – papai trabalha no único hospital da cidade. Mas como eu senti que fui muito autoritária disse para remendar. - Por favor, você pode me dizer?

— É verdade filha, eu sei sim o que houve. Ao que parece Edward salvou a filha do chefe Swan de ser atropelada por uma van sem controle que tinha derrapado no gelo no estacionamento da escola e iria esmagá-la contra seu próprio carro.

Coitada! Eu arregalo os olhos espantada, mas também admirada pelo gesto de nobreza de meu irmão ao impedir que ela virasse patê. Isso sim seria uma tragédia. Coitados também de meus irmãos ao ver o sangue dela espalhado. Imagino como seria se para Edward precisou se afastar por ter ficado tão atentado pelo cheiro...

— Foi um gesto muito nobre dele... Mas quando foi isso papai?

— Hoje de manhã.

 Minha expressão era ao mesmo tempo preocupada e inocente.

— Como está Edward? Ele está bem? E Bella? Como estão todos?

— Edward está ótimo, eu estou muito orgulhoso dele. Finalmente ele usou seus ‘poderes’ para o bem, para salvar a vida de alguém. Já a Bella sofreu uma leve pancada na cabeça, mas ela vai se recuperar logo, e ela está bem comparativamente ao quanto poderia ter ser machucado. Eu a examinei e Bela só bateu a cabeça levemente, não teve nenhuma concussão como Edward disse. Mas... – papai se interrompe.

— O que houve papai?

— Ela parece obstinada em querer saber a verdade – Carlisle vira para me encarar com os olhos divinos, se eu morresse poderia ser fulminada pelo olhar dele. – Ela diz que tem certeza do que viu, e viu Edward longe dela encostado ao seu carro não ao lado dela. Eles se afastaram, mas eu pude ouvir a discussão.

— Eu sei que você não ouviu por mal, nós podemos ouvir de longe. Mas vocês não estão pensando em matá-la, estão?

— Claro que eu não concordo com isso! Não escolhi viver dessa forma para matar qualquer pessoa quando ela fizer algo que não gostemos, mas eu não sei o que os outros estão pensando, filha. Por isso que eu trabalho no hospital como médico para salvar vidas humanas e não tirá-las. A vida humana para mim é muito valiosa, todos sabem – Carlisle olha para a estrada novamente para entrarmos no caminho de casa.

— Sim, pai. Eu também discordo dessa atitude. Matá-la seria uma atitude extrema. Ninguém acreditaria nela, ela nem sabe direito o que houve. Não é preciso matá-la

Chegamos em casa instantes depois em silêncio. Descemos do carro, subimos as escadas e entramos em casa, é claro que meus irmãos estariam discutindo o incidente dessa manhã, dava para ouvir lá de fora, antes mesmo de entrar na sala.

— Edward, como você está? – pergunto ignorando a discussão acalorada entre eles.

— Eu estou bem Angel – responde Edward. – Não se preocupe comigo irmãzinha. Estou mais preocupado com Bella.

— Papai disse.

— O que faremos? Ela sabe de mais – diz Emmett.

— Não precisamos matá-la. Ela acha que sabe de algo – digo. - Não vamos tomar nenhuma atitude precipitada. Ninguém acreditaria nela.

— Vamos esperar os Volturi tomar uma atitude? – diz Rosalie. Ela sabe que esse é meu ponto fraco e diz intencionalmente. – Se eles ficarem sabendo vão matar todos nós sem piscar...

Esme vem ao meu lado e me abraça pela cintura.

— Como foi a escola hoje, sweetie? – ela me pergunta baixinho.

— Legal, como sempre mãe – respondo também sussurrando.

 ...Olha só! A menina nem sabe do que estamos falando e já vem se intrometendo – diz Rosalie.

— Papai me contou tudo – digo retrucando. Estou tão por dentro quanto ela, afinal esse assunto diz respeito à nossa família.

— Ele já fez sua cabeça... – ela rebate.

— Não, na verdade papai foi bem imparcial ao expor o que aconteceu. E eu não sou assim tão fácil de influenciar, tenho minha própria opinião sobre o ocorrido. Acho que a pena de morte de morte não é para esse caso.

— Os Volturi não se importariam de matar todos nós e a cidade inteira talvez apenas por causa de uma menina humana. Proteger nosso segredo a qualquer custo é a função deles - Sinto um arrepio quando ela menciona os vampiros italianos, mas me controlo.

— Nós não somos os Volturi. Preservar a vida das pessoas é o que nos difere deles.  - Dou um passo à frente para defender meu ponto de vista. - Você parece uma fariséia* falando, melhor matar um para não matar todos. Nem sabemos se eles vão mesmo interferir. Devemos dar tempo e ver como as coisas vão ficar. Não podemos agir sem pensar ou podemos nos arrepender e depois não poderemos mais voltar atrás.

— Nos arrependeremos se não salvarmos a nossa pele, sua franguinha.

— Rosalie! – interpõe-se Esme – Se você não tem mais argumentos não precisa partir para ataques pessoais.

— Deixa mãe, ela é assim, já aprendi que ela é assim.

— Assim como? Fala se você tem coragem – Rosalie vem para perto de mim.

 Esme se interpõe entre nós.

— Filhas, não briguem.

— Eu não vou brigar com ela, mãe. Eu sei que não vale a pena – respondo.

— Covarde. Diz isso só porque tem medo de me enfrentar e Esme está protegendo você.

— Na verdade, eu estou protegendo as duas, Rose – diz Esme – Não quero que nenhuma se machuque.

— Pare de me caluniar, irmã – imploro, mas ela não parece disposta a dar o braço a torcer.

— Quero saber o que você pensa de mim, eu exijo - diz ela arrogante.

— Você foi muito mimada – Eu ouso dizer e ela tenta me dar um tapa, mas Esme segura seu braço.

— Não! – Esme diz.

— Ela é sua única filha de verdade, não é Esme? Você vai protegê-la sempre, não? – diz Rosalie.

— Você não sabe o que é ter um filho – retruca Esme.

— Claro que não sei. Carlisle me tirou isso - Rosalie lança um olhar irado para papai mas ele não se abala já se acostumou com o temperamento explosivo da filha.

— Você iria morrer se papai não tivesse encontrado você – digo para defender ele.

— Ele nem é seu pai, menina, você nem deveria defendê-lo.

— Minha mãe casou com ele, ele me adotou e é meu pai sim. Meu pai nunca quis saber de mim até eu ter 7 anos...

— Vai começar a ladainha, eu sei dessa história – Rosalie revira os olhos. – Isso não é desculpa.

— Desculpa? Não eu não uso como desculpa, você que deixou que o que aconteceu com você interferisse no seu jeito de ser.

— Haha – ela ri sarcasticamente e volta as costas.

— O que aconteceu, aconteceu, não se pode fazer mais nada, mas você pode escolher como vai reagir e lidar com isso.

Ela vira as costas e vai para o lado de Emmett.

— O que vamos fazer então? – pergunta Jasper, até agora concentrado para evitar que eu e Rose brigássemos. Ele e Esme estavam nos segurando, cada um a sua maneira.

— Vamos fingir que nada disso aconteceu e tentar continuar. Ninguém precisa ficar sabendo. Somos os vampiros bons, não matamos as pessoas. Ninguém na cidade vai acreditar... provavelmente nem ela acredita nela mesma, como mais alguém acreditaria? - digo.

— Angel tem razão – diz Esme, ela também é contra matar alguém seja por qual motivo for. – Não há motivo para pânico não sabemos se Bella vai dizer para alguém o que viu, Edward já pediu para ela não falar para ninguém, e nem sabemos também se vão taxá-la de louca se disser para alguém o que houve.

— Nós sabemos que é verdade – diz Edward baixinho como se estivesse fazendo um comentário à parte. – Mas a vida dela vale mais, não quero que a machuquem.

— Nós não vamos matar ninguém – diz Carlisle imperiosamente.

Eu, Esme, Carlisle e Alice não queremos que matem Bella, não concordamos que seja para tanto. Já Emmett e Rosalie pensam que essa seria a solução. Nem Edward nem Jasper se posicionaram a favor ou contra assassinar Bella. A situação está num impasse. Se meus irmãos optarem por votar a favor de matar Bella, ficaremos então 4 a 4, empate. Impasse mais uma vez.

Mas Jasper tende a ficar ao lado da esposa e Edward precisa resolver seu dilema interior com a humana, vai se afastar dela definitivamente e tentar evitá-la ao máximo ou vai se render aos seus encantos. Por enquanto estamos na maioria e temos um tempo para ver como a questão vai se desenrolar. Se o assunto vai acabar por aqui ou não.

— Precisamos de tempo para ver qual atitude ela vai ter – diz Esme – depois agiremos de acordo.

— Vamos deixar uma humana nos controlar? - diz Rosalie indignada.

— Rose! - intervem Emmett.

— Ela parece que vai cooperar conosco – diz Edward quase inaudível, pouco mais do que um sussurro.

—  Assim espero – diz Carlisle. – Não quero que ninguém morra – diz olhando na direção da filha mais velha. – Nem humano nem vampiro.

Quase nunca dizemos essa palavra em casa e o uso despreocupado dela por papai me surpreende.

— Tudo bem, vamos esperar então – diz Rosalie bufando.

— Calma ursinha. Ela é apenas uma humana e será fácil acabar com ela se for preciso – diz Emmett.

— Espero que não seja tarde demais...

 - Não será. Eu vou ficar observando caso os Volturi fiquem sabendo – responde Alice.

...XXX...

 

Ganhamos um mês de prazo e como nesse tempo Bella não disse a ninguém sobre nós pois prometera guardar segredo a Edward – mesmo sem saber do risco de vida que corria, sem sequer suspeitar de nada, por fim Emmett e Rosalie concordaram em não lhe fazer mal nenhum.

Ainda bem que não a matamos porque Bella salvou a nossa vida mais tarde. Sem ela não teríamos um escudo e provavelmente teríamos sucumbido aos Volturi.

Se bem que sem a Bella não haveria Renesmee nem esse motivo para os Volturi nos atacarem. Iríamos viver em paz como sempre vivemos até 2005.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

[Nota: fariseus são aqueles que condenaram Jesus dizendo que é melhor que um pereça do que toda a nação.]

Esme protect me:
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