A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 39
Capítulo 39: anjo da guarda




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Há alguns anos descobrimos a minha habilidade de projetar meus pensamentos nas mentes das pessoas ao meu redor. É quase hipnose, poderia influenciar as pessoas a fazer o que eu quero. Mas eu jamais uso esse dom para o mal. Apenas quando preciso que as pessoas entendam o que eu gostaria que elas fizessem por mim, mas sem precisar coagir. É como se elas mesmas tivessem adivinhado meu pensamento. Elas acham que tem algum poder e ficam com a auto estima melhor. Eu gosto disso. É assim que eu faço bem para as pessoas.

Eu não poderia trabalhar em um hospital como papai, eu não consigo resistir tão bem ao sangue humano quanto ele, mesmo que faz mais de uma década que eu fui transformada, mas ainda tenho que me controlar muito para não atacar ninguém. Assim quando ninguém está machucado é um pouco mais simples, mas se algum colega se machuca na aula de educação física eu tenho que sumir. Papai já veio até a escola pessoalmente explicar essa minha condição aos professores.

Os professores entenderam, aparentemente ninguém me fala algo por isso, mas eu sei que eles ainda acham bem estranho, pois nunca viram uma aluna assim. Nem meus irmãos tem essa característica. Uma particularidade que papai frisou muito bem ao explicar que é uma característica genética herdada porque eu sou a única filha biológica de Esme. Ele explicou que as meninas conseguem sobreviver mesmo com essa ‘doença’ - que não é contagiosa, expliquei para meus colegas não terem medo de se aproximar de mim-, porém os meninos não resistem. Aí ele teve que contar que a minha mãe perdeu um filho e por isso não puderam ter filhos e então adotaram meus irmãos.

Foi uma situação um pouco constrangedora, o diretor ficou envergonhado de ter entrado na vida privada da nossa família, mas foi necessário esclarecer a situação para ninguém pensar outra coisa. Uma história plausível, eu acho que se eu fosse humana eu iria acreditar.

A minha capacidade não é tão forte como outros dons e por isso não apareceu antes. Eu só posso me comunicar telepaticamente com os meus familiares mais próximos, eu acho que quanto mais forte o laço afetivo mais forte a comunicação. Essa habilidade é mais forte com Esme principalmente e primeiramente penso que devido ao tempo que ficamos juntas no começo da minha vida, depois com Carlisle, porque foi ele quem me transformou, e com Edward igualmente poderosa devido a capacidade dele em ler a mente das pessoas ao seu redor.

Mesmo assim com Carlisle e Esme a comunicação é sempre unilateral, eu só posso emitir a mensagem e eles não podem me responder telepaticamente, talvez eu ainda possa evoluir mais meu dom e ouvir eles responderem. Preciso trabalhar nisso. Porém, com Edward é diferente podemos conversar mentalmente.

Eu fico cada vez mais nervosa. “Onde Edward está? Porque ele está demorando tanto?” eles se aproximam cada vez mais. O rapaz é amedrontador, ainda mais para mim que sou ainda adolescente de quinze anos, teoricamente e realmente, não sou boa em mentir e nisso ao menos dizemos a verdade, ele chega cada vez mais perto. Começo a gritar mentalmente apenas o nome de meu irmão: ‘Edward. Oh Edward, onde você está? Você prometeu cuidar de mim na escola, não me abandone agora, o que papai e mamãe vão pensar? Eles vão ficar muito tristes com certeza. Edward, não deixe isso acontecer. Onde você está? Eu imploro, venha me socorrer. Por favor.’

O rapaz parece um halterofilista de tão musculoso. ‘Será que são os volturi? Nunca vi, não sei quem são. Apenas ouvi falar. Claro que vi a pintura de papai. Mas faz tantos anos e mesmo que fossem ainda aqueles do desenho esses podem ser novos. A cor dos olhos deles dois é de um preto intenso tão apavorante quanto vermelho carmim. A garota loira para abruptamente, de repente como uma estaca:

— O que você está fazendo perto do carro do meu irmão? – ela pergunta num tom acusatório, imperativa e energicamente. Rispidamente, ela diz com a voz de forma tão dura que me faria chorar se eu ainda pudesse.

Irmão? Ela é irmã dele, mas eu também sou. Quem é ela. Rosalie? Eu sabia que ela era assim antipática, mas não sabia o quanto. Não imaginava que fosse tanto assim. Ela é linda, óbvio, como todos nós vampiros, mas a beleza dela camufla uma personalidade nada atraente.

Eu me esforço para encontrar minha voz, mas não consigo dizer nada de tão assustada eu estou paralisada de medo. Tenho razão em ter medo deles, mesmo que sou uma vampira indestrutível por vias convencionais, quase imortal, nenhum humano pode me ferir, mas eles dois poderiam me machucar sim. E não duvido que ela – Rosalie – seria mesmo capaz disso. Não sei se eles se importariam em ter pessoas nos vendo.

Nesse instante Edward aparece saindo da secretaria da escola e descendo as escadas correndo ao meu encontro para evitar uma tragédia, tão rapidamente quanto um ser humano seria capaz para não chamar atenção sobre nós. As pessoas já estão olhando, os alunos que já estavam no estacionamento pegando seus carros para irem para casa pararam curiosos para ver. Os humanos são realmente muito curiosos, não podem deixar nada passar sem dar uma olhadinha.

A essa altura a escola toda já está olhando para nós, todos os alunos no estacionamento sentiram a tensão no ar, a atmosfera carregada, não apenas pelo clima nublado, mas também pela situação, e como eu estou encolhida, amedrontada. Eles sabem que alguma coisa pode acontecer - porque os humanos sentem essa necessidade mórbida de assistir ao sofrimento do outro? Não me conformo, não tem sentido as guerras, pessoas matando pessoas, seus iguais, por causa de ideias que alguém que muitas vezes nem está lutando tem, mas manda soldados para lutarem até a morte. Não compreendo. Nunca vou entender. Não vou machucar ninguém jamais. Mesmo que eu não sou mais humana ainda tenho humanidade - e realmente eu não sei o que teria acontecido se Edward não tivesse chegado naquele momento:

— Emmett! Rosalie! Que bom que finalmente voltaram para casa! – Eu suspiro aliviada, ele realmente tirou um peso dos meus ombros quando chegou. – Esta é nossa irmã mais nova, Angeline.

— Irmã? – pergunta o moreno grandalhão, Emmett.

— Sim, ela é a filha do primeiro casamento de nossa mãe.

— Mãe de vocês. Esme nunca será minha mãe – diz Rosalie enfaticamente.

Posso perceber que o temperamento dela não é tão receptivo ou aberto quanto o nosso: meu, de mamãe, de papai e de Edward.

— Rose, ela nos adotou não era obrigada a fazer isso, mas quis – responde Emmett calmamente.

— Falou certo. Ela não precisava. Preferia que tivessem me deixado morrer – Rosalie olha ao redor e percebe que tem gente olhando. A expressão da dúvida e surpresa estampada em seus rostos. – naquele orfanato – Rosalie diz apenas como se não houvesse acrescentado e já iria mesmo dizer isso.

Suspiro aliviada mais uma vez, por pouco, por muito pouco que nosso segredo não é revelado e temos que nos mudar às pressas. Essa passou bem perto! - ou foi menos grave do que eu pensei. As pessoas não adivinhariam isso por uma coisinha dessas eu estou exagerando por medo de ser descoberta.

— Ela nos adotou e devemos respeitá-la de qualquer forma, Rose – diz Edward descendo as escadas e me abraçando pelo ombro.

— Não aceito e jamais vou aceitar Esme nunca vai substituir minha verdadeira mãe.

— Ela não... - consigo balbuciar tremendo.

— Cala a boca! Não defenda a sua mãe.

Ela olha para mim e eu abaixo a cabeça.

— E agora Esme vai gostar mais de você. Fica quieta e contente-se com isso.

Por acaso o fato de Esme gostar ou não dela é tao importante assim? Ela não corresponde mesmo que importância pode ter isso? Mamãe nos ama a todos. Até eu sei que ela tem uma leve inclinação por Edward. Ele foi o primeiro filho nessa nova vida, logo depois que ela havia perdido meu irmãozinho.

— Rose, não seja tão dura. Elas se reencontraram apenas há alguns anos. Angeline cresceu sozinha, sem a mãe. E um pai tão perverso, você nem imagina!

— Não importa, não sinto nenhum pouco. Não me arrependo de nada do que disse. não vou retirar nenhuma letra.

Se eu pudesse chorar eu estaria chorando, sempre fui muito sensível. Até com a menor alteração no tom de voz e o olhar já me dizia o que não era falado com palavras.

Os alunos que nos observavam se dispersaram com o ‘fim’ do drama. Fim nada, o drama está apenas começando. Assim que chegar em casa eu vou procurar Esme, quero meu refúgio depois de ser tão destratada. Nunca pensei que ficaria triste nessa nova vida. Não aguento o desprezo de ninguém. Não gosta de mim, tudo bem você tem o direito, mas não precisa me esculachar.

Entramos os quatro no carro de Edward e voltamos para casa. Eu poderia voltar para casa a pé mas não vou fazer isso com meu irmão, ele não merece pagar pelo que nossa irmã fez. vou aguentar ficar perto dela mais alguns minutos, por ele.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Fotos do capítulo:
Rosalie x Angeline:
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