A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 37
Capítulo 37




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Continuação do capítulo anterior...

— Charles desapareceu porque eu o raptei e o levei até uma cabana abandonada nos arredores de uma cidade vizinha e fiquei vigiando ele para que ninguém o resgatasse e ele morresse de fome. Assim ele saberia pelo que havia feito vocês duas passar. Ele precisava, tinha que sofrer o mesmo para saber o que vocês duas sentiram, mas isso foi o suficiente eu acho. Espero que ele tenha aprendido a lição. Sei que eu não sou a pessoa mais indicada para dar lição em alguém, mas não pude deixar de tomar as dores de minha mãe.

'Agora ele estava vendo o que vocês passaram sofrendo nas mãos de alguém mais forte do que vocês e sádico que tinha prazer em torturá-las. E agora que ele era a vítima indefesa, aposto que a brincadeira, o jogo, não era mais tão divertido para ele. Só quando ele era o algoz de alguém, sempre mais fraco que ele podia subjugar, mas agora ele finalmente havia encontrado alguém mais forte do que ele. Era divertido somente quando ele era o algoz de alguém e via a outra pessoa impotente sofrendo em suas mãos; mas agora que a situação se invertia não tinha a menor graça. Agora ele pode perceber o quanto era cruel o que ele fazia.'

— Você não deveria ter se rebaixado ao nível dele, meu filho – diz Esme. – Eu pedi para não fazer isso!

Eu fico secretamente ‘contente’ por Charles ter sentido ao menos um pouco que seja do mal que nos causou a nós duas. “Aqui se faz, aqui se paga”.

— Mas já fiz e espero que talvez me compreenda. Não espero que fique feliz com o que eu fiz, mas ao menos entenda.

— Sim, filho. Não há mais nada a se fazer a não ser aceitar. Não é certo estragar o futuro por causa do passado.

— Algum tempo depois que matei Charles, no entanto, percebi que estava me tornando tão mal quanto ele era e não era isso que eu queria ser.  Todo motivo que tinha me feito ir atrás dele estava perdendo o sentido e eu estava me tornando aquilo contra o que eu lutava no principio.

'Eu matava apenas as pessoas ruins que queriam fazer mal para outras pessoas, mas ao mesmo tempo eu fazia mal para aquelas pessoas e acabava me tornando pior do que elas mesmas eram. Não era o certo a fazer, e eu percebi que na maioria das vezes apenas o susto por ter me visto já era o suficiente, eu não precisava ter matado. Mas naquela época eu pensava que apenas matar era a solução.'

— Era isso que eu queria que você tivesse entendido antes, filho – diz Carlisle que acabava de chegar do trabalho no hospital no turno da noite.

— Edward, eu não pedi. Não queria que tivesse feito isso – diz Esme se lamentando. – Você não precisava.

— Naquele tempo eu pensava que era preciso sim.

— Edward, meu querido, eu não queria que você fizesse isso consigo mesmo. Mas agora que você está em casa, está tudo bem. Você voltou e é isso que importa de agora em diante estaremos juntos - diz Esme.

— Eu não devia, então?

— Não. Mas agora que já está feito, está feito; e não podemos voltar atrás e desfazer. Está tudo bem, eu o perdoo - diz Esme.

— Irmã? – Edward precisa chamar a minha atenção, pois eu estava distraída vendo as pessoas passarem na rua através da porta aberta que papai deixou.

Carlisle termina de entrar e encosta a porta atrás de si e abraça o filho mais velho. Um gesto silencioso, mas carregado de significado.

— Sim, Edward, eu também desculpo. Na verdade não há nada para desculpar eu já estava livre dele agora só estou definitivamente.

— Mas ele era seu pai.

— Charles nunca me tratou carinhosamente. Meu pai agora é Carlisle. Para sempre.

— Oh, filha. Obrigado – Carlisle me abraça pela cintura.

Eu sorrio para ele.

— Quero me desculpar também pelo que eu disse antes, fui rude, me expressei mal.

— Sim, irmão, você foi mesmo muito infeliz no seu comentário. Mas está tudo bem agora, vejo que seu arrependimento é sincero.

— Que bom tê-lo de volta filho – diz Carlisle olhando para Edward.

— Carlisle, quero pedir desculpas pelo que eu fiz. Eu sei que não mereço, vou entender se não quiser que eu fique...

— Ah, Edward... Eu senti tanto a sua falta! Você foi a minha primeira companhia, o único por algum tempo com quem eu podia compartilhar o segredo. Nossa amizade é tamanha que não tem explicação. Essa casa é sua também Edward. É claro que pode ficar filho. Eu aceito você de volta. Aceitei totalmente você, sem reservas, a partir do momento em que resolvi atender o pedido de sua mãe e transformar você.

— Eu sei, você poderia nem ter atendido ela. Ou mentido que iria e depois não fazer o que havia prometido.

— Ah Edward, eu te amo.

— Eu também te amo pai.

Eu não imaginava quanto Edward era tão querido. Me dá uma pontinha de ciúme, mas eu consigo sublimar esse sentimento.

— Pai – diz Edward se afastando de perto de Carlisle. – peço perdão por ter te ofendido duvidando e questionando sua filosofia de vida. Você sempre quis o melhor para mim, agora eu sei disso. Eu deveria ter visto que não tinha razão para sair de casa e deixar tudo para trás, mas eu estava cego, não queria enxergar o óbvio naquela época.

— Tudo bem filho, você está bem e está de volta e é isso que importa. Esme e eu pensávamos que nunca mais o veríamos novamente, mas ainda bem que estávamos enganados. Já estávamos quase perdendo a esperança, claro que tínhamos esperança, mas continuávamos normalmente nossas vidas. A esperança é a ultima que morre. Mesmo que no fundo no fundo esperássemos, não acreditávamos muito que seria possível. Mas que bom que você voltou Edward, você não imagina o quanto eu e sua mãe ficamos felizes.

— Eu também – me pronuncio, me metendo como intrusa na conversa. Mas não fui recebida tão mal quanto eu temia. - fico feliz em ter a oportunidade de conhecê-lo. Ouvi muito sobre você.

— Espero que não tenham falado mal – Edward olha para Esme.

— Claro que não! – Esme se defende. – Como pode pensar isso de mim, filho?

— Não penso isso, estou apenas brincando.

— Não brinque com meus sentimentos – diz Esme falsamente irritada, mas ainda assim falando sério.

— Sei disso – vira para olhar para Carlisle. – Pai, quer dizer que você me aceita de volta mesmo depois de tudo que eu fiz?

— Claro que sim filho. Vamos comemorar.

— Vamos? - peço. como vampiros comemoram?

— Sim vamos todos sair para caçar. Todos precisamos. Esta é uma ocasião especial. Seu irmão voltou filha, isso é magnífico!

— Sim, papai – estou tão feliz vendo ele e mamãe tão felizes que não posso deixar de sorrir.

...XXX...

 

— Estou me sentindo o filho pródigo – comenta Edward enquanto corremos na floresta.

— Você é o filho prodigo – diz Esme. – Seu pai sabe disso. Ele é filho de um pastor lembra?

— Sei. Ele era o filho prodigo para o pai dele, mas o pai dele não o viu dessa maneira. Não soube reconhecer e agora ele me recebe de volta como queria que seu pai tivesse recebido ele. Mas não foi assim como ele gostaria que tivesse sido. Ele teve que fugir quando se tornou um vampiro.

— Eu ouvi tudo Edward - diz Carlisle.

— Eu sei que você estava ouvindo pai. Não falei para você não ouvir eu sabia que você iria ouvir.

Paro de repente.

— Que foi, meu amor? – pergunta Esme parando ao meu lado.

— Nada – me esforço para dizer.

— Não precisa ficar com inveja do seu irmão. Estamos muito felizes, sim, por ele ter voltado para casa depois de tantos anos. Assim como também ficamos felizes quando você veio.

— Eu não deveria ficar assim, eu sei. Não deveria agir assim...

 - Não seja tão dura consigo mesma - diz ela em um tom de voz maternal.

— Eu amaria meu irmãozinho. Eu não teria ciúmes dele. Eu só preciso pensar em Edward como pensaria em meu irmãozinho.

— Mas, você entende que são duas pessoas diferentes, não é? - diz Esme e eu vejo seu olhar abaixar para o chão.

— Sim. Entendo. Eu acho que eu só estava mal acostumada em ter você só pra mim. Depois de tantos anos sem mãe eu fiquei tão sedenta que não queria repartir com mais ninguém. Eu não sou tão egoísta. Não posso ser.

— Tudo bem querida – Esme me afaga os cabelos e me estreita em seu peito. – Você não vai me perder nunca mais.

Carlisle e Edward pararam um pouco mais adiante para nos esperar e nos deixar uma certa privacidade.

— Vou lhe contar mais uma coisa filha – diz Esme alisando meus cabelos. – você tem mais dois irmãos. Eles não estão aqui porque estão em lua-de-mel.

— Mas... se eles são irmãos como podem ter se casado?

— Eu sei filha. Eu sei que você lembra-se do seu casamento com seu pai, e irmãos se casando também é incesto. Mas eles não são irmãos de verdade. Rosalie foi resgatada em Nova York por Carlisle após ter sido violentada por seu noivo e alguns amigos dele, mas ela não aceita muito bem o que aconteceu... E Emmett foi salvo por Rosalie no Tennessee, mas ela o levou para casa para que Carlisle o transformasse para ela. Ele até que gosta de ser vampiro, não tem problemas com o que somos.

Esme e eu andamos e encontramos Carlisle e Edward mais a frente e terminamos a incursão. Eu capturo uma lebre e um cervo.

...XXX...


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