A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 35
Capítulo 35




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Eu não havia me incomodado até a hora de dormir. Estava tudo normal, bem, só o fato de eu ter sido transformada em uma vampira, mas não pensava que isso afetasse o sono também. Não pensava que significava que eu nunca mais iria dormir. Eram quase duas horas da madrugada e eu não tinha conseguido dormir, me revirava na minha cama, mas o sono não vinha. Até que eu decidi chamar a minha mãe:

— Mamãe!

Ela apareceu no meu quarto uma fração de segundo depois. Eu adoro a nossa super velocidade. É inacreditável tudo o que podemos fazer. Não estou nada triste pelo que aconteceu comigo, estou super feliz por ter me tornado imortal. Bem, quase imortal, se as lendas que ouvi são verdadeiras. Parece que são, uma vez que vampiros são lendas e eu sou uma vampira agora.

— Sim filha o que está acontecendo?

— Mamãe, eu estou preocupada.

— Assim você me deixa preocupada também. Por que, filha, o que está havendo? – ela vem até a cama e senta do meu lado.

— Eu não estou conseguindo dormir.

— Ah isso! – a expressão de Esme é um misto de alívio e constrangimento. – Eu deveria ter contado pra você antes que nós não precisamos dormir. Está tudo bem.

— Mas então por que temos camas em nossos quartos?

— Por que as camas não servem apenas para dormir. Podemos deitar nela. E eu seu padrasto também fazemos outra coisa nela.

— Mamãe, eu posso parecer muito nova, mas não sou mais virgem. Eu sei das coisas. Eu sei o que você e papai fazem no quarto.

— Lamento muito pelo que Charles fez com você. Ele é um canalha, um crápula, um... – ela procura algum adjetivo pior para dizer, mas não encontra. – Ele é a pior pessoa do mundo. Não é um ser humano, ele é tudo menos isso.

[Agora que mamãe conhece Aro e Caius, acho que ela não pensa mais que Charles é a pior criatura que existe. Pode ter sido o pior ser humano, que nem merecia ser chamado de ser humano, mas os dois vampiros são muito piores. Infinitas vezes. Infinitamente.]

— Está tudo bem agora mamãe, você e Carlisle me deram uma nova vida.

— Ah querida! – ela me abraça.

Deixo que ela controle o abraço, pois eu sou uma vampira recém criada e sou muito mais forte do que ela e tenho medo de machucá-la. Não quero machucá-la e por isso deixo ela controlar a intensidade do gesto de carinho.

— Mãe?

— Sim, filha.

— Eu tenho muitas perguntas.

— Pode falar, vou tirar todas as suas dúvidas. No que eu puder responder, é claro.

— Mãe, mas os vampiros não dormem de cabeça pra baixo ou em caixões? Eu não iria querer dormir num caixão...

— Não, filha – Esme se esforça para não rir. Ela apenas sorri para mim. – quem dorme de cabeça pra baixo sãos os morcegos, e nós não viramos morcegos. Isso é apenas lenda para nossa super velocidade. Nós corremos tão rápido que parece que voamos.

— É só o que faltava pra nós mesmo, poder voar.

— E nem precisamos ficar em caixões, não dormimos então não há necessidade de caixões.

— Mãe, e crucifixo? Alho? Estaca? Água benta? Balas de prata?

— Balas de prata, querida? Isso é para lobisomens, não para vampiros.

— Não sei, vai que serve para os dois.

— Pois isso tudo que você citou são lendas. Também não precisamos comer comida sólida, então o alho não nos afetaria. Mas ele tem mesmo um cheiro forte e desagradável que irrita um pouco nosso olfato aguçado. Nada disso que você disse funciona para nós. É só para os humanos acreditarem que tem alguma chance contra nós seres sobrenaturais, mas eles na verdade não tem nenhuma – Entendo; só o sobrenatural poderia ter efeito e ajudar, talvez uma prece ou uma oração, um clamor para intervenção divina.

Me lembro quando Carlisle me segurou, mesmo que ele tenha sido gentil, não havia nenhuma chance de eu escapar. Nem se eu quisesse poderia ter resistido.

— Mamãe, mais uma coisa – digo ao vê-la se levantando para ir para seu quarto. – E a luz do sol? – Hoje não precisei me preocupar com isso porque era um dia frio e nublado, mas pode ser que amanhã não seja assim. Também por que todos os dias não serão com certeza desse jeito. Eu preciso saber se vou morrer, virar cinzas, com a luz solar.

— Não se preocupe, querida – ela para e me olha com amor ao perceber a minha expressão apavorada. – Não precisa ter medo. A luz do sol não nos machuca e nem muito menos mata. Nós apenas brilhamos como se nosso corpo tivesse milhões de cristais de gelo. O que faz sentido, uma vez que somos congelados.

— Me lembro de que quando eu era criança eu percebi minha mão brilhando levemente.

— Isso era por causa do suor. Agora é muitas vezes mais. Um dia de sol, se você tiver coragem, verá. Por isso preferimos viver em cidades com o clima mais fechado, onde as nuvens cobrem o sol a maior parte do tempo. Não queremos chamar a atenção e sem dúvida isso mostraria aos humanos que somos diferentes deles.

— Mamãe ...não sei como posso dizer, o que vou dizer... mas eu lembro que você me disse de um irmão antes de eu... adormecer. Você e meu padrasto tiveram um filho?

Esme fica surpresa com a minha pergunta por dois motivos. Primeiro, por eu me lembrar do que ela disse sendo que as minhas memórias não deveriam já ter voltado. E segundo por causa da pergunta que eu fiz em si.

— Você se lembra? – ela diz admirada.

— Sim, eu me lembro de tudo. Você disse que teve um filho com Charles, mas que meu irmãozinho morreu logo depois de nascer, isso a fez pular do precipício foi quando Carlisle encontrou você e te transformou. Mas você disse que você, papai e seu filho são vegetarianos, então onde está meu irmão?

— Ele se chama Edward.

— Edward. Nome bonito. Mas, onde ele está se ele é seu filho deve ter 5 anos aproximadamente.

— Não exatamente. Ele tem 17 anos. Eu e seu pai não podemos ter filhos biológicos - Esme senta novamente do meu lado e segura minhas mãos.

— Oh mamãe! Me desculpe. Eu não sabia que você não podia ter mais filhos depois de meu irmãozinho.

— Não fique assim, filha – ela acaricia meu rosto com uma das mãos percebendo que eu fiquei consternada.

— Mamãe, sinto muito. Em dobro – pela perda do meu irmãozinho e por ela não poder mais engravidar.

— Querida, não precisa se sentir mal. Está tudo bem.

— Como está tudo bem, mamãe?

— Eu vou explicar, calma. Edward não é meu filho e de Carlisle. Ele já estava com seu pai antes mesmo de eu chegar e me unir a eles. Ele o havia adotado como irmão mais novo. Então depois que nós dois nos casamos resolvemos adotá-lo como nosso filho.

— Então Carlisle foi casado antes?

— Não, querida.

— Então ele é estéril?

— Não também, querida. Não exatamente. Nós dois não podemos ter filhos porque somos congelados. Você sabe que o corpo da mulher precisa mudar para gerar um bebê.

[Isso mudou um pouco com o nascimento de Renesmee e Esme pode se tornar avó.]

— Quer dizer que eu...? – a expressão no meu rosto era indecifrável. Esme não sabia se eu havia ficado feliz ou triste com a notícia.

— Sim, filha. Você nunca poderá ser mãe e eu nunca poderei ser avó - o pesar é evidente em sua voz, ela queria poder ser mãe de um filho de Carlisle, carregar o bebê no ventre, mas isso é impossível; e também porque queria ser avó, queria que eu pudesse ser mãe e sente muito por isso.

[Renesmee trouxe isso para ela de certa forma. Sou grata por isso.]

— Tudo bem, mamãe. Eu não estou triste.

— Porque você ainda não encontrou um bom homem que quisesse lhe dar tudo que poderia.

— Acho que nunca vou encontrar. Estou feliz em ser a filha, para sempre.

Nunca pude ser criança de verdade, só quando morei com minha avó.

— Você não pode ter certeza. Eu sinto muito. Tenho certeza que meu marido também sente. Ele não faz isso com as pessoas que ainda podem viver.

Então por que me morderam? Estou feliz, mas porque?

— Mas eu não me incomodo. Eu estou bem. Mas, então era por isso que Carlisle me olhava daquela maneira?

— Que maneira filha?

— Ele me olhava com pena de mim.

— Sim ele é muito compassivo com seus pacientes.

— Como pode o papai trabalhar em um hospital, mamãe?

— Muitos séculos de prática.

— Séculos? Que idade o papai tem? – sempre fui uma menina inteligente, mas fico admirada com a minha mente mais vigorosa e rápida do que nunca.

— Ele tem quase 300 anos.

Meus olhos se arregalam.

— Sim, ele nasceu em Londres no século XVII [dezessete]. Pelo que ele lembra, ele acha que foi no dia primeiro de fevereiro de 1640, o tempo não era muito precisamente marcado naquela época.

— Você já sabia antes de se casar com ele, mamãe? – não que eu não goste de ter um pai tão velho, mas ele não aparenta ter tudo isso. Na verdade eu fico mais admirada por tudo que ele viveu através da história. Isso me deixa fascinada, deslumbrada. Agora entendi porque ele parece ter uma imensa sabedoria. Muitos anos de vida vividos as pessoas tem outra forma de ver o mundo.

— Sabia, sim. Ele me contou assim que eu despertei para essa nova vida.

[Claro! Os vampiros podem ter uma existência bem longa. Agora eu sei que embora papai seja muito antigo, existem vampiros mais velhos do que ele, com milênios de idade e Carlisle que nem chegou aos quinhentos anos é considerado um jovem ainda para eles.]

— Mas o papai não parece tão mais velho do que eu e nem muito mais novo do que você, mamãe - adoro falar mamãe. A  partir de agora vou falar todas as vezes que eu não pude falar nos anos anteriores. Não pude falar nem mamãe e nem papai, pois Charles não deixava e porque Esme estava desaparecida, não morta como o seu ex-marido acreditava e dizia para mim para me fazer perder a esperança também. Além de ter me roubado a virgindade e me feito pecar ao me deitar com ele, me tirando a fé, a honra e a dignidade, ele me roubou também o direito de ter um pai descente (me condenando para sempre) ele também queria me tirar a esperança de reencontrar minha mãe.

Por sorte ou destino, o direito de ter um bom pai eu pude em parte recuperar quando fui transformada em vampira com Carlisle que me deixa chamá-lo de papai, ele fica muito orgulhoso e feliz, ele merece, eu sei e ele é o pai que eu sempre quis ter. Agradeço a Deus por isso. Pensei que Ele tivesse me abandonado, mas estava preparando para mim um futuro muito além do melhor que eu podia imaginar. Muito mais do que eu pensava que eu merecia. Estou realmente feliz e realizada agora nessa minha nova vida. Minha segunda chance. Meu recomeço. Eu renasci.

Vou sempre honrar e me fazer digna de orgulhar Carlisle e Esme, minha mãe de sangue e meu pai espiritual.

Esme me responde, eu já até tinha me esquecido o que disse. me disseram mais tarde que isso é normal, os vampiros se distraem com muita facilidade, eu sempre fui uma humana 'avoada':

— Correto filha. Carlisle foi transformado em 1663 quando tinha apenas 23 anos de idade. E desde esse ano tem a mesma aparência. Eu tenho fisicamente 26 anos embora tenha 41 anos de existência. Nós vampiros não envelhecemos.

— Então eu terei 15 anos para sempre?

— Sim, filha.

Ela me abraça com um misto de compaixão e amor.

...XXX...


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