A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 23
Capítulo 23




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Angeline PDV

Eu estava relaxada embora soubesse que a cada minuto que passava ficava mais próximo o momento em que Charles voltaria para casa.

Eu não estava nervosa, nem ansiosa e nem queria parar o tempo. Bem, talvez um pouquinho ansiosa. Aceitava meu destino. (Aceita que dói menos kkkkk :-) Tomara que eu não sinta dor como a mamãe.

Enquanto eu estava diante do fogão, preparando o jantar, Charles chegou. Antes de eu me virar para trás e ver quem havia aberto a porta, eu já sabia. Meu coração começou a bater acelerado. Eu pensava comigo: ‘Se acalme Angeline! Se acalme, Charlotte! Se acalme. Está tudo bem. Charles não vai te fazer nada ainda.'  'Ainda’

Mas era difícil convencer a mim mesma, pois eu sabia que os gestos e ações dele são imprevisíveis.

Charles caminha ao meu encontro, chega ao meu lado, afaga meu rosto e me agarra pela cintura:

— Você é muito bonita, Charlotte.

— O-obrigada Charles – eu não consigo disfarçar o tremor na minha voz.

Ele se senta à mesa e aguarda que eu termine de preparar a refeição.

Minutos depois, coloco as panelas na mesa e sirvo seu prato. Procuro me sentar. Tento sentar na cadeira mais afastada, de frente para ele, sei que é bobagem tentar adiar o inadiável, mas quero fazer um certo desafio para ele para tornar as coisas mais estimulantes. Charles me chama:

— Senta aqui do meu lado, Charlotte – ele indica com um gesto a cadeira mais próxima a ele. – Eu não mordo, não precisa ter medo – ele diz com a voz suave, mas não me engana não. Ele sabe que estou apavorada. Ele pode não morder literalmente como um vampiro, mas é tão perigoso quanto um animal que morde.

Charles levanta e puxa a cadeira ao seu lado para eu me sentar. Eu caminho até o lugar que ele me indica e me sento. Ele empurra a cadeira para frente me arrumando à mesa. Charles senta-se de volta em seu lugar e eu faço uma pergunta estúpida. Estúpida porque eu imagino a resposta, mas quero saber da boca dele:

— Charles não vai ser sempre assim, não é?

Ele entende ao que eu me refiro sem precisar falar exatamente.

— Claro que não Charlotte. Hoje é nossa primeira noite, e como eu sei que você não conhece nenhum homem, eu sei que você é virgem, e eu como seu pai irei te tornar uma mulher de verdade. É minha função.

Reviro os olhos. Ele não precisava assumir essa ‘função’. outros pais não fazem isso com as filhas.

— Depois que a mamãe morreu você nunca mais teve outra mulher, Charles? – pergunto quase com pena dele. Um pouco enternecida por ele. Ao perceber o que disse, me repreendo mentalmente: “Cala a boca Charlotte antes que diga mais alguma idiotice.”

— Sim. Não. Quer dizer, não deveria te contar mas vou contar. Eu dormi um dia com uma prostituta de verdade, não como a sua mãe que nem para isso servia, mas ela não gostou do meu jeito de fazer sexo. – Ai de mim, fico ainda mais receosa, se uma mulher que trabalha com isso, se é que se pode dizer que isso é um emprego, se ela não se sentiu bem imagine eu. Coitada de mim!

A preocupação deve ter ficado evidente em meu rosto, pois Charles sorriu levemente, deliciado. Ao menos isso o deixava ainda mais animado, me ver com medo. Ele continuou contando suas aventuras, ou desventura, no caso:

—  A vagabunda da Karol, o nome dela é com K pois a família dele é alemã, e ela era uma polaca muito gostosa, diga-se de passagem, mas ela ficou furiosa por eu ter batido nela. Nem lembro direito o que aconteceu naquela noite, pois eu estava muito bêbado. Completamente bêbado. Cambaleando e mal conseguindo ficar em pé. Mas isso não vem ao caso, o que tinha que funcionar, funcionou. – Charles balança a cabeça de um lado para o outro. – A vadia contou para todas as outras putas da cidade e nenhuma mais aceitou dormir comigo. Se me viam na rua, elas fugiam correndo... Você está com medo, Charlotte? – ele pergunta rindo da minha cara.

— Eu não vou aguentar – digo, com a voz fraquinha e preocupada.

Só porque eu sou filha dele é que ele pode, infelizmente, fazer o que quiser comigo e eu tenho a obrigação de aceitar calada. Ele vai acabar me matando um dia. É o que teria acontecido com Esme se ela não tivesse fugido.

‘Me ajude mamãe.’ Se eu pudesse gritar pela minha mãe... Mamãe, socorro! MAMÃE! Grito mentalmente.

— Eu acho que você vai suportar sim, Charlotte. Esme aguentou por bastante tempo.

Como ele adivinhou que eu estava pensando na mamãe?

— Mas eu sou muito nova! – digo com a voz chorosa.

— Você está mais bonita a cada dia que passa Charlotte. Nem parece mais aquela menininha medrosa e ingênua que eu trouxe para morar comigo há alguns anos – suas mãos seguram as minhas e uma delas acaricia meu queixo. Minhas mãos são tão pequenas que apenas uma dele cobre as duas minhas.

Eu penso, claro, você acabou com a minha inocência infantil. Roubou a minha infância e o meu direito de ter um pai que realmente me amasse e fosse um exemplo que eu admirasse e tivesse orgulho de ser filha. Agora vai roubar a última coisa que falta: minha pureza. Mas não importa o que faça você nunca vai chegar ao meu coração. Pode fazer o que quiser com meu corpo, mas não terá minha alma. Jamais alcançará. Jamais chegará até meu espírito, até a minha essência.

— Charles... - digo o nome dele mesmo sem pensar quando ele passa a ponta dos dedos em meus lábios. Sinto algo se ascender em mim. Algo acontece em minha barriga.

— Charlotte! – ele sussurra em meu ouvido. Sinto um arrepio percorrer minha coluna.

Me levanto ignorando o que senti, retiro a louça suja da mesa e levo até a pia para lavar. Quando eu me viro para abrir a torneira, Charles me abraça por trás, passando os braços em torno de minha cintura.

— Charlotte – ele diz e beija meu pescoço. Um arrepio percorrer minha coluna novamente.

— Charles, me deixa lavar a louça - estou tentando de tudo para adiar o máximo possível o inadiável. Não sou covarde, mas depois do que ele disse fiquei com um pouco de receio de me entregar para ele. Não tenho escolha, terei que passar por isso mesmo.

— Está bem – ele diz.

Charles cedendo? Isso é uma coisa incrível.

Termino de limpar a louça, sem que Charles pare de me beijar o pescoço um só instante e tentar me distrair. Me concentrar é difícil com ele fazendo isso em mim. Quando eu termino de enxugar o último prato Charles me puxa pela cintura e leva para cima.

...XXX...


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