A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 20
Capítulo 20




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Angeline PDV

Eu não deveria, mas fico contente. Nesse momento eu ouço abrirem a porta da sala e entrarem em casa. Não preciso ver e já sei quem é:

— Bem-vindo de volta Charles – preciso me controlar para não ficar tão evidente meu contentamento. Nem sei se é isso mesmo. Pode nem ser. E eu fiquei feliz à toa. Não posso sonhar alto de mais para não cair das nuvens se a realidade não condizer com o que eu imaginei e me estatelar com força no chão duro.

— Ah, sem essa Charlotte. Nem vem. Hoje é um dia péssimo para o país, quiçá para o mundo, e você está feliz? Não quer ser acusada de anti-patriotismo, não é? Se os vizinhos ouvem você eles vão pensar exatamente isso.

— O que é que aconteceu? – pergunto pois eu não compreendi, verdade eu não estou fingindo.

— Você não adora ouvir o rádio? Vai dizer que não soube? – rebate Charles colocando o chapéu no cabide ao lado da porta e caminha ao meu encontro.

— A bolsa de Nova York quebrou. Mas não sei o que significa isso. Foi um atentado? É o estopim de outra guerra?

— Claro que não sua boba – Ele senta-se a mesa diante de seu prato já servido por mim. Charles gosta de me rebaixar, me humilhar, assim ele me deixa mais submissa e se sente superior.

Mas ele sempre espera eu comer primeiro para ter certeza de que não coloquei veneno na comida. Nem sei como fazer isso. Ele me tem em tão baixa cota?! Não acredito. Por quem ele me toma? E mesmo se eu colocasse ficaria tão evidente na expressão do meu rosto que ele iria saber na hora.

Talvez eu devesse colocar já que ele pensa tão mal de mim... Mas eu não seria capaz de uma coisa dessas. Eu não sou assim. Nisso eu não sou como meu pai. Puxei minha mãe e fui criada como ela pela minha avó.

— Come do meu prato – ele sabe que se eu envenenasse a comida seria apenas o prato dele e não toda a refeição. Eu jamais faria isso! Ele é muito injusto comigo. Mas ele é precavido. Não tenho culpa se ele tem medo até da própria sombra e faz tantas maldades que imagina que todas as pessoas são assim como ele.

Pego um pouco da comida de seu prato e ele espera até que eu engula para ter certeza de que é seguro comer.

A comida que eu faço pode ter muito sal ou pouco ou pode estar mal passada, mas não chega a ser veneno.

Ele diz entre uma colherada e outra da refeição:

— A bolsa de valores tem a ver com o mercado financeiro. Ah, vocês mulheres... Para que explicar isso para vocês? Vocês são burras mesmo e não precisam saber.

Reviro os olhos de indignação, 'Se ninguém explicar é claro que não vamos saber', mas disfarço rapidamente para Charles não ver. Se ele vir, tenho medo, ele vai me bater nem sei quanto. Pode até me matar ou algo pior. Não sei o que seria pior do que a morte, mas com certeza Charles seria capaz de fazer algo bem pior, não tenho dúvida.

— Tem a ver com o supermercado? – questiono.

— De certa forma, tem sim – Charles fica admirado com a minha inteligência. Pelo fato de eu ter deduzido corretamente. Viu só!, nós mulheres não somos tão burras como alguns homens pensam. Apenas precisamos de oportunidade e que alguém nos ensine. – Muito bem, Charlotte! Você parece uma menina inteligente. Puxou a mim – ele sorri diabolicamente divertido. Eu quase fiquei emocionada com o orgulho dele por mim. Mas percebi que é apenas egoísmo, orgulho próprio por eu ser SUA filha. Sei muito bem a quem eu devo minha inteligência. Minha mãe é muito mais perspicaz do que ele.

— Ainda bem que você não morreu... – ele continua dizendo. Cada palavra que ele diz me dá mais nojo dele, mais que isso, asco. Até parece que ele não tentou me matar duas vezes. Reviro os olhos. Por sorte Charles ignora, ou não percebeu e continua. – Sim, acho que o preço das coisas no supermercado pode subir por causa da escassez ou da demanda.

Estou vendo que vou ter que fazer malabarismo para conseguir manter tudo como ele gosta e não deixar faltar nada. Ele fica muito mau humorado, ainda mais, se não tem comida e bebida. Ainda mais perigoso do que já é.

...XXX...


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