A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen
Notas iniciais do capítulo
Caroline Melville:
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Algumas horas depois, quando já é dia claro Caroline chega na casa de Esme para ver como ela está. Como bateu na porta e ela não atendeu resolveu entrar. A casa estava em ordem toda arrumada, ao contrário de como estava o quarto. Isso não a preparou para ver o que ela iria ver.
Caroline quase teve um infarto quando viu o estado em que a amiga estava. Apesar do susto a expressão em seu resto logo ficou parecida com a expressão da própria Esme que tinha um sorriso celestial nos lábios.
De repente a nova mamãe abriu os olhos e ao ver a amiga sussurra:
— Carol, querida!
— Esme! Oh meu Deus! – ela corre até a cama. Para ao ver o pequeno no colo da mãe.- Collin!
— Sim. E você será a madrinha, aceita?
— Mas eu não fiquei aqui para te ajudar. Eu sabia que tinha que ter ficado, eu senti meu coração apertado a noite toda, não parei de pensar em você um só instante.
— Tudo bem, Carol. Você não podia adivinhar o futuro – se a amiga está assim imagine sua mãe, vai escrever pra ela depois.
— Você me perdoa então, Esme?
— Claro que eu perdoo, querida.
— Precisamos te levar para o hospital. Não; é melhor chamar o médico pra vir para cá, você não pode andar nesse estado.
— Nós estamos bem – Esme diz quando o filho faz um lindo bocejo que deixa as duas ainda mais enternecidas.
— Ele é lindo. Parabéns amiga – diz Caroline.
— Obrigada.
— Vou a cozinha preparar uma faca para cortar o cordão. Vocês não devem ficar muito tempo unidos. O bebê tem de respirar com seus pulmões.
— Como você sabe tanto, Caroline?
— Meu marido é médico. Eu sei algumas coisas. Mas eu também admito que não aguento ver sangue, não seria uma boa enfermeira. Só de sentir o cheiro fico enjoada e tonta, a ponto de desmaiar.
Caroline vai até a pequena cozinha da pequena casa de Esme e procura uma faca suficientemente afiada para cortar. Encontra o facão de cortar carne e volta para o quarto. – Aqui está – ela diz brandindo a faca já esterilizada no fogo. Com um movimento preciso ela faz o corte perto do umbigo do menino.
— Cuidado! – Esme diz preocupada. A faca é quase do tamanho da criança.
— Eu sei, Esme. Eu não seria louca a esse ponto. Machucar um bebê é a coisa mais malvada que existe. Eu não faço mal a uma barata. – ela para pra pensar por um instante. –Bem, não deliberadamente. E Collin é quase como meu filho também. Você mesma disse que ele é meu afilhado.
— Sim, Carol. Eu confio em você.
Caroline afasta um pouco mais a faca do peito da criança e corta a corda. Realmente está começando a ficar verde e fedendo um pouco.
— Ainda bem que eu estou aqui. A placenta já foi expelida e o bebê está ficando sem oxigênio.
Como se confirmando as palavras dela, Collin começa a chorar novamente.
— Buáaaaaaaaaaaa ....uáááaá
Esme fica preocupada. Caroline percebe e acalma a amiga:
— Ele está chorando porque é a primeira vez que ele respira com os pulmões.
Esme fica aliviada.
— Quer dizer que meu filho quase morreu?
— Acho que sim. O suprimento de oxigênio iria acabar porque a placenta não é mais irrigada. Vocês dois precisam tomar banho – ela olha para cima. – Vou buscar uma bacia com água morna para darmos banho em Collin. E também para você. Onde posso encontrar uma bacia?
— Lá perto do tanque na lavanderia – responde Esme.
...Minutos depois Caroline volta com muitos panos limpos, a bacia e a água morna. Ela está tão carregada que mal consegue ver para onde vai.
— Cuidado, querida! – diz Esme. Quase no mesmo momento em que Caroline bate na escrivaninha:
— Ai! – ela exclama. Mais por causa da batida inesperada do que pela dor em si.
— Está tudo bem com você, filha?
— Sim – os olhos dela ficam arregalados e amorosos ao encontrar o olhar de Esme preocupada com ela. – Obrigada, por ter me chamado de filha. – ela diz com um nó se formando na garganta.
Ela caminha até a cama e se abaixa do lado preparando a banheira improvisada.
— Como vamos saber se a água não está quente demais e vai queimar Collin?
— Vou testar antes com a ponta do dedo – Carol responde.
— Mas se você se queimar?
— Antes eu queimar um dedo do que arriscar a vida do meu afilhado.
— Você realmente vai fazer isso?
— Claro – Carol olha nos olhos de Esme.
— Obrigada.
— Não há de que.
Caroline despeja o conteúdo da chaleira na bacia e experimenta a água. Não está muito quente, nem muito fria. Está boa para o bebê.
— Esme – ela olha para cima enquanto se abaixa para pegar a bacia com água. – você consegue se sentar?
Esme prontamente senta enquanto a amiga coloca o recipiente com água ao seu lado. Ela testa a água novamente:
— Pode colocar Collin.
Esme segura seu filho delicadamente pelos braços enquanto Caroline o limpa da camada esbranquiçada que ainda o envolvia.
...XXX...
Depois do banho tomado. Esme e Collin vão para a cadeira enquanto Caroline termina de tirar os lençóis da cama. Ela retira o colchão e o leva para pegar sol.
Apesar daquela tempestade de madrugada agora de manhã o sol apareceu. Quando ela volta para dentro encontra Esme ninando Collin em seu colo, murmurando uma canção.
— Já pedi para chamarem o médico, ele logo vem vê-los.
— Obrigada por tudo, Carol.
— De nada, Esme. É o mínimo que eu posso fazer por não ter ficado com você ontem. Deixei meu medo falar mais alto e agora me arrependo amargamente. Se arrependimento matasse...
— Carol, não fique assim. Está tudo bem. Collin é um bebê saudável – diz Esme suavemente.
— Graças a Deus e não a mim. Eu não ajudei. Não fiz nada.
— Carol, não seja tão dura consigo mesma. Você fez tudo que podia hoje.
— Por mais que eu faça não estive junto de você quando mais precisava.
— Tudo bem, Carol. Você disse que viria hoje e veio. Foi algumas horas depois. Você salvou a vida de meu filho, se não fosse você ele estaria... - Esme faz uma pausa para falar o que temia que acontecesse, como se falar pudesse atrair a desgraça. - ...morto agora.
— Sei disso. Mas... não estou satisfeita com o que fiz - Caroline balança a cabeça desgostosa consigo mesmo, com raiva de si mesma.
— Carol, você fez tudo que pôde. Eu sou eternamente grata a você.
— Obrigada por ser assim Esme – Caroline se inclina para abraçar mãe e filho.
...XXX...
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