O Juramento: O Tormento de Manvarid escrita por Dragunov


Capítulo 1
Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Olá! Meu nome é Caio, mas me chamam de Dragunov. Trago para vocês um projeto que estive pensando e planejando há muito tempo. Como um bom e velho amante de RPG, sempre fui apaixonado pelas estórias de heróis, princesas e reis, dragões e grandes vilões. Porém, essa não é a estória de um herói. Emeric não é nada mais, nada menos do que um aprendiz, uma pessoa normal como você e eu. Enfim, aproveitem!



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Capítulo 1: Sozinho

 

O pesar de seus olhos era imenso. Os galopes incessantes dos milhares de cavalos enfileirados haviam acordado Emeric, que havia adormecido enquanto cavalgava. Já era começo da tarde, mas o céu nublado e de forte cor cinza fazia com que o exército que pairava abaixo dele perdesse totalmente a noção de tempo.

No caminho, vilarejos onde antes esbanjavam ouro agora jaziam destruídos, consumidos pelo pânico e desordem que tanto temiam. Alguns corpos podiam ser vistos, grande parte deles em avançado estado de decomposição. Centenas de famílias haviam sido aniquiladas naquele local.

Emeric não era nenhum soldado, estudava magia há apenas um ano, de modo que seu conhecimento mágico era básico. Mesmo assim, se prontificou para defender o seu reino da ameaça que o assola. Mas, no fundo, sentia que não se encaixava naquele lugar. Seu desejo era ser um renomado mago, o melhor de seu reino. Desejava poder, reconhecimento e, mais do que tudo, sabedoria. 

Alguns quilômetros adiante, a entrada da Floresta do Observador os aguardava. Conhecida por confundir seus visitantes, a passagem pela floresta era crucial, já que rodeá-la demorariam dias.

Ao adentrarem o ambiente escuro da floresta, o ar pesado e o forte cheiro de sangue incomodavam os viajantes. Alguns soldados relatavam visões de vultos, outros juravam escutar sussurros estranhos, mas todos eram respondidos com algumas risadas. Ao contrário de muitos guardas, Emeric não estava tranquilo. Por fora, mantinha a aparência de um jovem mago destemido, mas o medo o consumia por dentro.

Foi então que tudo parou. Os cavalos, os soldados, até alguns pequenos pássaros que viviam na floresta, todos imóveis. Era como se o tempo estivesse congelado. Curiosamente, Emeric era o único capaz de se mexer, o que o deixou ainda mais assustado. Ele passou segundos assemelhando o que estava acontecendo, até que o tempo congelado voltou ao normal, mas dessa vez ele estava sozinho.

Nada. Nenhum pedaço de pano, armas e nem mesmo as pegadas dos cavalos estavam ali. Tudo havia sumido, como se aquilo nunca houvesse acontecido. Os olhos do jovem aprendiz tremiam, por pouco paralisado pelo medo. Com a força que possuía, se levantou e olhou ao seu redor. A floresta parecia mais escura agora, já devia ter anoitecido.

Um pouco adiante, Emeric pôde ver um pequeno símbolo preto no chão. Curioso, mas ainda com medo, agachou-se para observar a figura com mais clareza, mas o símbolo pareceu se estender e ficar cada vez maior, até que todo o espaço ao redor de Emeric estava em completa escuridão.

O jovem estava paralisado, não por feitiço, veneno ou alguma armadilha, mas sim pelo medo. Um ruído agudo ecoava em seus ouvidos, pouco tempo depois uma voz pôde ser ouvida:

— O que temos aqui? – disse a voz em tom gutural, enquanto Emeric olhava desesperado ao seu redor – Eu sinto o seu medo. Eu posso vê-lo, o medo da morte.

A voz ecoava por todas as direções, uma voz que Emeric sentia carregar um mal nunca antes visto. Até que, em meio à escuridão, algo tomava forma. Não era um monstro, muito menos alguma criatura divina, mas sim uma forma humana. A silhueta formada de escuridão absoluta caminhava em direção ao jovem mago, sem fazer nenhum som.

— Eu sinto algo a mais em você! Sim, eu posso quase tocá-la! – a forma humanoide estendia seu braço para tocar o peito de Emeric – Você não é um homem bom, você tem a escuridão dentro de você. Talvez só não a tenha deixado sair ainda.

— Eu não sou como você. – falou Emeric, ainda um pouco relutante – Eu não tenho afeto e muito menos interesse pela escuridão.

O humanoide pareceu surpreso, mas esbanjou algo próximo de uma risada lenta, como se estivesse saboreando o momento.

— Os humanos são realmente impressionantes. – ele ria – Dizem viver para o bem, mas na primeira oportunidade eles são corrompidos.

Emeric, ainda paralisado pelo medo, balançava sua cabeça rapidamente, como se não quisesse acreditar no que a criatura falava.

— Temo que o seu desejo não seja possível, jovem “soldado” – zombou, ainda rindo – O mais perfeito mal, a mais bela escuridão, tudo isso está dentro de você. Só está esperando a hora certa para consumi-lo.

Com um rápido e certeiro golpe, usando seu próprio braço, a criatura perfurou o peito de Emeric. Em sua mão jazia uma esfera negra, da qual emanavam gritos de desespero. A expressão no rosto do jovem mago agora era de surpresa, seu sangue escorria por seu corpo e já não podia mais respirar. Sem esperanças, o jovem fechou seus olhos e tombou ao chão, ouvindo ao fundo apenas a risada incessante de seu assassino.


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Notas finais do capítulo

Esse é apenas um prólogo, mas espero que gostem desse capítulo! Se gostarem e quiserem deixar comentários sobre opiniões, ideias, etc, serão MUITO bem vindos! Muito obrigado por ler!



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