Boxe e Sumô, Café e Espaço escrita por Twecker


Capítulo 7
Quarto Ano


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeem
Sentiram sdds?
Desculpa a demora, é que ando cheia de coisa pra fazer
Aé, já leram minha coletanea de oneshots?
Ela vai ter uma relação com essa história aqui
vou deixar o link nas notas finais
Enfim, para entender esse capt, sugiro que tenham assistido os eps "Cartman e o Estúpido Crime Hediondo", "Timmy 2000", "Tampões de Cabelo Cherokee", "Chefe Vai Contra a Bandeira" e "Quarta Série" (que é o central)
Espero que gostem ♥



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Após a viagem, Tweek e Craig passaram por muitas coisas até o fim do ano escolar. Os garotos do terceiro ano fizeram uma corrida de trenó contra as garotas. Tweek não viu os treinos, já que achava muita pressão. Diferente de Craig, que acompanhou até a última corrida, no entanto não porque queria vê-los vencer, mas sim porque Cartman fora preso e isso foi uma das melhores coisas que ocorreram desde sempre, tudo estava em paz. Ele agradeceu a Token por ter sido o motivo que levou Eric Cartman à prisão, e se orgulhou de tê-lo em seu grupinho. Obviamente, Stan e Kyle arrumaram um jeito de tirar o gordo da cadeia, e tudo voltou ao normal, infelizmente dessa vez.

Também chegou um aluno novo na turma do terceiro ano, chamado Timmy. Ele era deficiente, então usava uma cadeira de rodas e falava apenas o próprio nome. Timmy foi diagnosticado com TDA, algo que Tweek sempre teve. Por isso o garoto novo ficou isentado de fazer dever de casa, e assim todos os outros fizeram o teste porque também queriam a isenção, no final todos receberam o mesmo diagnóstico, e tiveram que tomar ritalina. Por “tomar ritalina”, todos acabaram ficando extremamente chatos, cordatos, centrados e principalmente, prostrados. Craig começou a pensar que talvez fazer dever de casa fosse melhor, e Tweek não teve muito oportunidade para refletir, pois praticamente sofrera uma overdose de ritalina, e não conseguia sair da cama, seu índice de prostração chegara a níveis alarmantes.

Tão prostrados como estavam, algumas crianças nem ficaram sabendo, mas Timmy protagonizava shows, liderando uma banda de rock metal, justamente porque ele ignorou a medicação, suas apresentações estavam fazendo muito sucesso. Craig estava estagnado em frente à TV na sala de estar dos Tuckers assistindo o festival de música da Lalapalalapaza quando viu o aviso de que todas as crianças que ingeriram ritalina deveriam tomar um antídoto.

Para a alegria de todos, os mesmos médicos e farmacêuticos que receitaram o medicamento, também distribuíram o antídoto para todas as crianças, então elas puderam aproveitar o festival de música, aonde a nova banda de Timmy tocaria.

Outra novidade ingrata desse período de tempo foi que Craig quase fora estuprado por um homem mais velho, tudo por culpa de Cartman e Clyde, que o convenceram após imensa insistência a ir a reunião de uma organização chamada NAMBLA, a ideia inicial era ter amigos “mais maduros”, e interessado em se livrar das criancices de Clyde, o moreno da touca azul concordou. A aventura acabou com os garotos sendo perseguidos e encurralados em quartos por pedófilos organizados. Quando Tweek ficou sabendo da história, ficou extremamente nervoso, e agradeceu por não ter aceitado o convite idiota do gordo que todos tanto odiavam.

Sr. Garrisson foi afastado de seu trabalho também, por um motivo que nenhum dos seus alunos sabia. O substituto não podia ser mais idiota, mas Craig imaginou que nada poderia ser pior que o professor atual do terceiro ano. A primeira atividade proposta pelo professor substituto foi informar a turma que Kyle, um dos amigos babacas de Stan, estava doente, ele ordenou que as crianças fizessem um cartaz de melhoras ao garoto. Stan moveu o mundo para conseguir uma cirurgia que deixasse Kyle melhor. Toda a turma, inclusive Tweek e Craig, o ajudaram. No fim que Kyle foi operado e se recuperou bem.

Também ocorreu um debate sobre mudar ou não a bandeira de South Park, debate que, nem Tweek, nem Craig entenderam, ainda assim ambos ficaram no mesmo lado da discussão, junto com Francis, Stan, Kyle, Kenny e Pete. Eles não haviam entendido o porquê de tanta discussão em torno disso, então simplesmente escolheram o lado que Cartman não estava, e isso fez com que eles quase perdessem a amizade de Token. Stan e Kyle escolheram Francis e Pete para compor a mesa representativa, mesmo que todos soubessem que apenas Kyle falaria.

A pior coisa nesse debate, sem dúvida, foi que Wendy pulou em Cartman e, para espanto geral, o beijou direto na boca. Craig achou aquilo nojento, mas viu um pouco de sentido, já que Stan nunca ligou para Wendy, Cartman diferente disso, estava sempre implicando com a garota, dando um tipo de atenção que ela não era acostumada a receber. Craig no fim compreendeu que esses dois não eram tão diferentes assim. Já Tweek ficou extremamente nervoso, pois além de estar traindo Stan, Wendy podia pegar germes o suficiente para se tornar um novo tipo de Cartman.

Mas antes que eles percebessem, o ano escolar chegou ao fim e vieram as férias.

~~

Tweek e Craig, juntamente com todos seus outros amigos continuaram se vendo, já que moravam todos no mesmo buraco raso e nevado de South Park. Exceto Francis e Token, que viajaram com seus pais durante as férias inteiras. Os garotos aproveitaram as férias o máximo que puderam, até quando voltaram as aulas e eles se tornaram oficialmente alunos do quarto ano.

No primeiro dia de aula, Tweek encontrou Francis mexendo em seu armário, o loiro não via seu amigo desde o fim das aulas, então decidiu ir conversar com ele. O moreno contou da viagem que fizera a Oklahoma City para ver as fábricas SneackySmoores de lá. Tweek ficou impressionado, já que fizera poucas viagens pelo país. Logo Craig, Token e Clyde chegaram ao lado deles.

— Oi. — Cumprimentou Craig friamente dirigindo-se especialmente a Tweek, em seguida ele voltou seus olhos para Francis. — Vejo que você já encontrou se amiguinho das bolachas.

Francis e Tweek trocaram um olhar confuso sobre a atitude de Craig, no entanto antes que pudesses se manifestar, Clyde já estava com um braço jogado no ombro de Craig.

— E então, caras, como foram as férias? — Perguntou Clyde descontraidamente aos amigos.

Tweek parecia ter sido acordado no meio de um pesadelo com lembranças dolorosas, ele arregalou os olhos fitando Clyde intensamente.

— Ajudei meu AH! Pai na cafeteria... CARAS! Vocês não sabem quantos clientes apareceram lá! Meu ARGH intervalo era de dois minutos! — O loiro contou desesperado.

Craig ergueu as sobrancelhas para a agitação de Tweek, vagamente se perguntando o que os pais do garoto faziam com o amigo, depois voltou seus olhos para Clyde.

— Nada diferente. — Ele ofereceu sem acréscimos.

Clyde torceu o nariz.

— Como você é chato, aposto que deveria ter ido lá ajudar o Tweek, quem sabe dormir de conchinha, hein?! — Clyde sugeriu malicioso.

Tweek imaginou Craig mostrando seu amado dedo do meio para os clientes.

— NÃO!! — Tweek gritou acima do normal. — Craig acabaria falindo com o negócio de trinta anos da minha família!

Craig o observou avaliando.

— Sim. Você então ficaria livre. — Craig respondeu prontamente.

— Eu ARGH! Morreria de fome, cara!! Seria vendido como escravo para os AHH japoneses! — Ele puxou os cabelos e continuou gritando. — AHHH ESCRAVIDÃO!!

Francis, acostumado aos ataques de imaginação repentinos e explosivos de Tweek, veio em seu socorro, colocando a mão em seu ombro num gesto acolhedor, Craig o fuzilou com um olhar de imediato.

— Calma, cara... não aconteceu, foi só sua imaginação. — Então ele olhou para o Craig ciente do olhar que o queimaria se pudesse. — Craig não deixaria que você fosse vendido, não é Craig?

Sem querer dar o braço a torcer, mas levemente aprovando a ideia de Francis, Craig quase sorriu.

— É. Eu daria meu jeito. — Ele disse simplesmente, dando tapinhas amigáveis no outro ombro de Tweek.

Clyde imediatamente gemeu de contentamento.

— Nossa, alguém voltou das férias bem requisitado! Vem cá Tweek, me passa um pouco da sua popularidade!

Token resolveu se manifestar pela primeira vez.

— De que popularidade está falando, Clyde? Não é da sua, que a propósito é inexistente. — Token declarou com sobrancelhas erguidas.

— Sou extremamente popular! — Clyde jorrou. — Olha pra todas essas gatinhas passando e me encarando como se quisessem pular no meu pescoço a qualquer instante!

Ele apontava para uma pequena ruiva morango, provavelmente da segunda série, que passava sozinha e com cara de poucos amigos. Após notar o sorriso lascivo de Clyde para si, mostrou-lhe orgulhosamente o dedo médio e encarou Craig aborrecida.

— Controle seus amigos idiotas.

Craig nada falou e esperou ela se afastar, então mirou Clyde com sobrancelhas erguidas.

— Você lembra que aquela é a minha irmã, certo?

— Parceiro, eu não queria romper o código dos caras, mas sua irmãzinha está super na minha.

— Alô! É da Polícia Federal? Gostaria de denunciar um pedófilo que está atacando irmãzinhas em South Park! — Token fingia falar no celular, para desespero de Clyde que avançou na sua mão.

— Não chame a polícia para atrapalhar nosso amor! — Ele gritou.

Kevin que vinha com Red, percebe a comoção e se junta ao grupinho.

— O que está havendo? Vocês interditaram o corredor! É uma convenção de Star Wars ou algo assim? — Kevin perguntou com as sobrancelhas franzidas.

— Clyde está querendo namorar com a irmãzinha do Craig. — Francis ofereceu cordialmente.

— Sim, e eu estava deixando as autoridades competentes lidarem com esse maníaco. — Token completou.

Red riu sonoramente.

— Queria ver ele tentar! — A ruiva falou ainda rindo. — Você nem é o tipo dela.

— E ela tem um tipo? — Craig perguntou intrigado.

Kevin sacudiu a cabeça os deixando para trás, Red correu o alcançando, não sem antes mostrar o dedo do meio para Craig, Francis decidido a voltar a naturalidade da conversa, virou-se para Clyde.

— Então, respondendo sua pergunta, eu fui visitar as fábricas da empresa que meu pai trabalha em Oklahoma. — Francis contou orgulhoso.

— Oh, o garoto da bolacha vê bolacha até nas férias! — Clyde dispensou, Francis riu porque era verdade. — E você, Token?

— Nada demais, só fomos aos Alpes Suíços como sempre... ficamos em uma casa nas montanhas sem muito luxo. Acredita que não banheira de hidromassagem? — Token contou realmente chateado.

— Cara... — Francis começou, mas fora interrompido por Clyde.

— Token, parceiro, você acabou de humilhar o garoto das bolachas. Você consegue ser mais rico que o rico! — Clyde falou e em seguida se jogou no ombro de Token. — E como assim não tinha banheira de hidromassagem? Isso é um absurdo até para os meus padrões!

Token ergueu uma sobrancelha para toda a ironia de Clyde, depois retirou o braço do colega de seu ombro como se fosse algo infectado, Craig resolve se manifestar.

— Chega disso, vamos pra aula.

Assim eles foram caminhando, mas Tweek ficou pra trás, ainda observando as costas de Clyde.

— Tweek, vamos lá. — Craig chamou o loiro.

— Cara, não sei se vou conseguir conviver com o Clyde sendo um pedófilo! É muita pressão!!

Craig revirou os olhos, mas paciente, puxou Tweek.

— Ignore as merdas do Clyde, ele é só muito burro e fala sem pensar.

               ~~~

Um pouco antes do sinal tocar, os garotos chegaram na porta da sala nova e perceberam que todos os seus colegas do terceiro ano estavam lá também. Isso era ótimo, pois nem Tweek, nem Craig gostavam muito de mudanças, cada um por seu motivo. Craig por não gostar de se adaptar a novas situações e Tweek por achar mudanças geravam pressão demais.

Aparentemente enquanto Craig e seu grupinho estavam se reencontrando havia uma outra pequena confusão em frente a nova sala de aula, Stan estava na frente de todos, falando algo sobre não deixar a professora controlá-los e mostrar quem é que manda. Como sempre, Stan e seus amigos babacas achando que comandam alguma coisa. Se bem que todos acharam que a sugestão de baixar as calças e mandar a professora tomar no cu era uma ótima ideia.

O sinal tocou enquanto a turma planejava a hora de colocar seu plano em prática e todos entraram na nova sala, que por sinal, era muito diferente da antiga.

As carteiras sumiram e agora eram apenas cadeiras com pequenas mesas acopladas. Craig imaginou a maneira que eles escreveriam naquilo e Tweek apenas se perguntou se não foram os gnomos que roubaram as classes daquela sala. Havia um alfabeto em letra cursiva em cima do quadro negro, do qual nenhum dos dois entendia. Os dois se sentaram no mesmo momento que ouviram alguém chegando na porta.

—Certo, crianças, quietos. – Disse uma voz, entrando na classe. – Bem-vindos ao quarto ano, meu nome é Sra. Choksondik.

A mulher que parecia ser a nova professora dos garotos era muito estranha. Ela usava óculos e seus olhos pareciam olhar um para cada lado. Craig se impressionou, pois ele nunca havia cogitado a hipótese de ter um professor pior que Garisson em sua vida, e era o que estava prestes a acontecer. Tweek achou aquela mulher ameaçadora também, mas lembrou-se do que seu pai sempre dizia sobre ter que respeitar seus professores.

Durante a aula, tudo correu normalmente. Ou de forma quase normal, exceto pelo fato de que Eric Cartman foi o único que cumpriu o plano de antes, e a professora insatisfeita por ver sua bunda, mandou o garoto escrever cem vezes que não deveria atrapalhar a aula. Após esse acontecimento, a mulher falou sobre o que eles aprenderiam esse ano e os mandou começar a escrever em letra cursiva. Tweek achou isso péssimo, já que sua mão tremia demais até mesmo para escrever com letras normais. Craig não gostou também, mas ele queria ter notas medianas nos textos, pois se tivesse um mal desempenho, poderia recuperar com matemática que era seu forte.

Depois do que pareceram anos, bateu para o almoço e todos saíram.

— Mas que puta! — Reclamou Stan, enquanto abria a porta da frente da escola para toda a turma passar.

— Você viu que ela é vesga? Nunca dá pra saber pra quem ela ta olhando. — Comentou Kyle.

Tweek não achava isso ruim, pois se ninguém soubesse para quem ela olhava, ele não sentiria mais a péssima sensação de ter olhos de professor pairando sobre ele. Era uma das sensações que o loiro mais odiava, só perdia para a sensação de acordar e não ver nenhuma cueca em sua gaveta.

— Vocês são todos uns covardes mesmo, ein! — Xingou Cartman, se referindo ao fato de ninguém, além dele, ter tirado as calças e gritado “vai tomar no cu” para a professora.

Obviamente que nenhum dos garotos realmente faria isso.

— Eu não aguento isso! Caligrafia, Frações, assim NÃO DÁ! — Gritou Tweek, nervoso.

Craig percebeu que se estava sendo difícil para ele e os outros da turma, deveria estar sendo milhares de vezes pior para Tweek, que já era nervoso por natureza. E ele tinha razão, Tweek não lembrava de ter ficado nervoso dessa maneira, talvez só no seu primeiro dia geral na escola.

— Então é isso, o fim da inocência e a perca da juventude que nossos pais nos avisaram. — Disse Stan, com a cabeça baixa.

— Eu não sabia que isso vinha tão cedo. — Completou Kyle, também com a cabeça baixa.

— Só agora vemos como desperdiçamos o terceiro ano. — Comentou Cartman, apreensivo.

—O quê? — Questionou Kyle.

— Tudo era bom no terceiro ano, e agora que ele se foi, estamos vendo o quanto era especial. — Explicou o gordo.

Nos dois minutos seguintes, Cartman começou a cantar uma música totalmente idiota sobre como o mundo fazia sentido no terceiro ano. Mesmo sendo uma canção estúpida, ela tocou o coração de todos, até mesmo de Craig. No final da música, Clyde começou a chorar e Butters o consolou, típico do bebê chorão da turma.

Como todos haviam ficado tocados, antes que percebessem já estavam em uma missão em busca de uma máquina do tempo levados obviamente pelos quatro babacas. O plano de viagem no tempo era usar a cadeira de rodas de Timmy para dar força à máquina e os levarem de volta ao saudoso terceiro ano.

No dia seguinte, os garotos foram recebidos pelos nerds que os ajudariam a viajar no tempo, eles mandaram que as crianças colocassem óculos de proteção. Craig duvidava muito que aquilo funcionasse, mas como simpatizou com os termos físicos que aqueles caras usavam, ele resolveu tentar dar uma chance àquela maluquice toda. Tweek apenas queria voltar ao já conhecido e confortável terceiro ano, de qualquer forma.

— Okay, quando energizarmos a cadeira de rodas­­­­­­, vamos acelerar a taxa de velocidade para três metros por segundo até ali, e depois faremos as vibrações magnéticas. — Explicou o nerd loiro.

— Se os campos estiverem certos, vai aparecer um buraco quente em frente à sala de aula. — Completou o outro nerd.

— Vocês não acham que isso vai funcionar, não é? — Perguntou Wendy, que estava à frente de Craig. Todos a ignoraram e os nerds prosseguiram.

— Quando vocês virem o buraco, terão cerca de três minutos para atravessar. — Continuou o nerd loiro.

— E do outro lado, estarão exatamente no mesmo lugar, só que a um ano atrás. — Completou o outro nerd.

— De volta ao terceiro ano? — Exclamou Stan, animado.

— Uau!!— Falaram todas as crianças em uníssono, impressionadas. Até mesmo Craig e Tweek tinham gostado daquela ideia.

— Não vejo a hora da professora gritar com a gente e mandarmos ela chupar nossas bolas. — Falou Kyle, empolgado com a ideia. Todos assentiram, mas no fundo sabiam que o único que realmente faria isso seria Cartman.

— Aí vem ela! — Avisou Stan, apontando para a porta. A Sra. Choksondik estava entrando na sala de forma apressada.

— Certo, crianças, espero que vocês tenham feito seu dever de casa. — Disse ela, colocando alguns papéis em cima de sua mesa.

Obviamente ninguém daquela turma fizera o trabalho, pois estavam todos envolvidos em achar uma forma de voltar ao ano anterior.

— Dá uma chupadinha aqui nas minhas bolas! — Mandou Cartman, subindo na mesa. Ao ver que ninguém mais gritou junto com ele, o gordo soltou alguns xingamentos e se sentou de volta.

— Eu disse “passem seus trabalhos para frente”! — Disse ela, dando ênfase na repetição da frase anterior.

— Não fizemos o trabalho, ô Srta. Makemesick, não estávamos afim. — Afrontou Cartman, imitando o olhar vesgo da mulher.

—É “Choksondik”! E agora todos vocês vão para a detenção! — Ameaçou ela, balançando as mãos.

Craig sempre ia para a detenção pelo menos três vezes por semana, ele já estava acostumado e não se importava. Já Tweek ficou nervoso, nunca havia ido para a detenção e imaginou que era coordenada por gnomos, e certamente ir para a detenção renderia uma bronca de seu pai.

— Adivinha, professora, nós temos outros planos. — Falou Cartman, olhando para os nerds. — Senhores?

Os dois nerds mexeram nos controles que estavam em suas mãos e ligaram a máquina acoplada na cadeira de rodas de Timmy. Antes que qualquer um dos alunos naquela classe percebesse, a cadeira ficou desgovernada, e Timmy tinha quebrado a parede. Claramente, todos foram atrás, deixando a professora gritando sozinha. Craig, Tweek, Token e Clyde resolveram não acompanhar o itinerário sem rota de Timmy.

Na verdade, apenas Stan, Kyle, Cartman e Kenny foram atrás, pois, segundo Craig, eles que gostavam dessas confusões.

— Ei caras, vocês querem almoçar lá em casa? Minha mãe vai fazer tacos. — Convidou Clyde.

Todos assentiram e se dirigiram para a casa do garoto de vermelho. De todos, ele era o que morava mais perto da escola, então chegaram rápido. Antes de entrarem, Clyde parou na frente da porta, chocado, ele começou uma encenação.

— Oh, não! Esqueci de separar o tapete vermelho para sua riqueza poder entrar nessa casa tão humilde! — Falou ele, de maneira teatral, então ele abriu a porta e gritou para dentro: — Mãe! Prepara nossa banheira de hidromassagem!

Uma voz soou lá de dentro.

— Clyde, meu querido, não temos nenhuma banheira de hidromassagem! Mas digas aos seus amigos que o lanche vai demorar um pouquinho.

— Oh, nããão... Vossa riqueza não vai ficar satisfeita! — E voltando-se para Token ainda teatral. — Perdoe-nos, oh, Vossa Magnificência Rica!

Craig e Tweek começaram a rir alto e Token franziu as sobrancelhas.

— Para com isso, cara. — Falou Token, colocando a mão sobre o rosto. Clyde riu um pouco mais e todos entraram.

Tweek nunca havia ido na casa de Clyde e viu que, assim como a de Craig, era uma casa extremamente comum, e realmente sem banheira de hidromassagem. A maior diferença é que a casa do moreno mais claro era de uma cor próxima a salmão, as paredes estavam cobertas de fotos da família Donovan e desenhos antigos de Clyde. Nas fotos, havia uma mulher com uma franja para o lado, um homem de óculos, Clyde, uma garota muito parecida com Clyde que usava óculos e um cachorro cinza.

— Clyde Donovan, quantas vezes eu disse para você não deixar a tampa do vaso levantada! Isso ainda vai me matar um dia, mocinho. — Xingou a mãe de Clyde agora aparecendo para os garotos.

Tweek ainda não a conhecia muito bem, mas parecia ser uma mãe mais exigente que a sua. Craig já a conhecia bem o suficiente para saber que na verdade era uma mãe protetora e cuidadosa e a única coisa que realmente a irritava era a tampa do vaso.

— Mamãe... meus amigos estão aqui...— Murmurou ele constrangido para a mulher a sua frente. Ela continuou sua bronca ignorando-o e quando acabou, se virou para conversar com os outros garotos, como se nada tivesse acontecido.

— Olá meninos, vocês foram liberados mais cedo? — Perguntou ela alegremente, enquanto passava um pano na mesinha de centro da sala, onde serviu o lanche. Todos eles murmuraram um “algo assim” como resposta e comeram rapidamente os sanduiches que Sra. Donovan colocara sobre a mesinha.

— O almoço vai demorar um pouco, então vocês podem ir brincar enquanto esperam. — Delegou ela, se retirando para a cozinha.

Clyde subiu as escadas e falou para seus amigos o seguirem, liderando-os até seu quarto.

— Bem-vindos ao humilde Palácio de Clyde Donovan, por favor, Vossa Riqueza, espere aqui enquanto eu coloco o tapete vermelho para o Senhor. — Disse Clyde, mostrando o caminho para Tweek e Craig e barrando Token.

O quarto de Clyde era coberto de posters ridículos de jogadores de futebol e garotas seminuas. Craig sempre se perguntava por que Clyde o chamava de nerd todas as vezes que via suas coisas, sendo que as coisas do próprio Clyde conseguiam ser mais ridículas. Tweek, no entanto,  não deu muita atenção à decoração do quarto, pois acabara de encontrar pequenas pegadas de gnomos espalhadas no quarto do amigo.

Tweek também encontrou duas caixas com legos, e rapidamente as espalhou no chão, pronto para construir algo. Craig o observou de perto o olhar concentrado do garoto loiro enquanto montava a pequena cidade. Seus olhos verdes contornados por olheiras conseguiam ser algo parecido com... alguma coisa bonita, talvez quando ele estava concentrado, obviamente que o moreno nunca falaria isso em voz alta. Como ele estava perto demais, Tweek o encarou de volta e Craig entregou uma nova peça, dando o pretexto de oferecer ajuda. O loiro de olhos verdes aceitou a peça, mas sempre que Craig colocava as peças em algum lugar, Tweek as tirava e colocava em outro ponto, uma situação que Craig já considerava comum. No fim que Tweek deixou Craig montar apenas uma torre, e ainda com sua instrução.

— Ownn, o casal construiu a maquete da cidade pra morar após o casamento! — Disse Clyde, com uma voz comovida forçada. Token, que estava logo atrás dele, revirou os olhos e suspirou.

— Cara, você não descansa? — Token falou e Clyde apenas riu debochado.

Craig simplesmente lhe mostrou o dedo do meio e Tweek tremeu levemente. Para alegria de todos, logo a mãe de Clyde os chamou para o almoço e Tweek começou a desmontar sua cidade, Craig o ajudou e eles terminaram rapidamente.

Em um momento, os dois resolveram pegar a mesma peça, que era metade azul e metade verde, suas mãos se tocaram suavemente. Um calor familiar subiu pelos dedos de ambos e, percebendo isso obviamente Clyde não perdeu a oportunidade para zoar os amigos.

Então, Token que não estava muito ligado a situação, ouviu um barulho seco de passos correndo sobre a neve fofa do quintal de Clyde, mas assim que olhou pela janela, viu que não havia nada lá.

Depois que os garotos almoçaram, outros colegas de classe deles apareceram na porta de Clyde para que fossem todos juntos tentar convencer os nerds a construírem uma outra máquina. No fim eles aceitaram e ficaram o resto da tarde envolvidos nisso, outra vez. Os nerds estavam brigados por causa de Star Trek, algo que Craig achou incrivelmente idiota e comparou com briga de casais. As crianças acabaram por convencer os nerds, e eles resolveram construir uma máquina do tempo totalmente nova.

No dia seguinte, já na classe, eles estavam prontos para voltar no tempo, mas a professora lhes deu um discurso sobre a vida continuar, e no final até mesmo Tweek aceitou, mesmo com todo seu nervosismo característico.

Talvez o quarto ano não fosse tão ruim como eles pensaram, ou talvez fosse tudo a mesma coisa, nunca se sabe o que esperar quando você mora na cidade de South Park.


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Notas finais do capítulo

Entaum, gostaram?
Nao me odeiem por citar a morte da main do Clyde 3 eu sei que sou ruim
E antes que perguntem, esse é o Pete http://bit.ly/2bhOnCP
Ah, o link da minha coletânea de oneshots http://bit.ly/2b06hWA
Até a próxima c:



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