Capítulo 11 – They Need You

   Despertador. Era a última coisa que queria ouvir.

   Após o desejo insano de terminar o que havia começado com Oliver, não consegui. Eu não queria vê-lo. Nem um pouco. Dera esperanças a ele. Porém, a única coisa que importava é que eu precisava ser direta: não sentia nada por Oliver. Meu coração pertencera a Cameron. Sempre.

   Assim que cheguei na escola, levou um tempo para eu e Emily podermos nos acomodar em algum lugar, esperando o sinal tocar.

   Senti algo pesado em mim, então olhei envolta e vi Cameron me encarando. Nossos olhares se encontraram.

   Ele estava lindo, um bagunçado lindo. Com aqueles fios de cabelo dourado meio escuro. Aqueles olhos da cor de mel. Aquele corpo nem tanto definido. Ele era tão lindo aos meus olhos, eu o amava...

   Percebera que ainda estávamos nos encarando quando Cameron sorriu. Uma onda de calor se espalhou pelo meu corpo e soltei um suspiro. Senti meus lábios se curvando para sorrir de volta, mas então Oliver apareceu.

   Sua cabeça se inclinou para frente e nossas bocas se tocaram. Os lábios de Oliver eram macios como sempre pareceram todas as vezes que nos beijávamos . Não foi um beijo longo, apenas um selinho, mas senti como se tivesse sido muito mais.

   - Fique com as mãos longe dela – falou alguém atrás de Oliver. Cameron.

   - Como? – disse Oliver como resposta se endireitando e fitando Cameron.

   Oliver era dois anos mais velho que Cameron, e por isso mais alto. No entanto, Cameron era mais musculoso e malhava toda semana.

   Não podia ser. Iriam começar a brigar, ali mesmo. Em frente a todo mundo. Por minha causa.

   - Eu disse para ficar com suas mãos imundas das delas, seu merdinha babaca.

   A essa altura Oliver havia acertado um sono um pouco acima da mandíbula de Cameron, fazendo com que seu nariz sangrasse.

   Logo que percebi que os socos dos dois estavam frequentes, corri na direção deles, com a intenção de pará-los.

   No entanto, assim que percorri o caminho, senti uma tontura invadir meu corpo, caindo. Alguém me segurara antes de cair ao chão, gritando meu nome. Cameron. Era a voz de Cameron que gritava meu nome. Estava envolvida em seus braços, como sempre sonhara.

   Após alguns segundos, senti a escuridão percorrendo meu corpo e num instante não consegui ver e ouvir mais nada. Mas, algo no fundo de minha mente gritava: “Acorde Maya. Acorde. Eles precisam de você!”

[x]

   Assim que acordei, não sabia onde estava, mas tinha a nítida sensação de que não estava mais na escola e nos braços de Cameron.

   Alguém segurava e apertava minha mão direita. Virei minha cabeça rapidamente e estão estremeci. Eu achava que estava sozinha. Emily estava ao meu lado sentada em uma cadeira.

   - Finalmente – disse Em preocupada, percebera que há um tempo estava chorando.

   - Por quanto tempo eu fiquei desacordada? – perguntei meio rouca.

   - Por quatro horas e meia – respondeu olhando para o relógio perto de onde eu estava deitada.

   Olhei em volta e então percebi que estava no hospital em que minha mãe trabalhava.

   “O que aconteceu?”. Perguntava minha cabeça.

   Mas, era outra coisa que tomava conta dos meus pensamentos.

   - Emily? – a chamei com esforços e ela olhou para mim – Onde ele está?

   - Maya, agora você precisa descansar, mais tarde conversamos.

   - Emily, aonde é que Cameron está? – falei erguendo meu tom de voz, para me responder.

   - Ninguém sabe... – respondeu e percebi que estava nervosa, sua mão trêmula. – Após você ser trazida para o Hospital de Santa Mônica, ninguém mais o viu. Allison e eu tentamos ligar para ele, mas só cai na caixa postal.

   Estava entrando em desespero e percebi que meu coração começou acelerar, meus batimentos estavam fortes e altos, e senti o fundo dos meus olhos arderem em lágrimas.

   Não podia... Não podia perder ele. E então lembrei de todos nossos momentos. Dele. Seu sorriso que fazia meu dia melhor. Seu olhar que me derretia por inteira. Sua voz que me tirava do mundo e me fazia flutuar. Seu cheiro. Suas manias. Ele... Cameron.

   Naquele momento eu não queria muita coisa, apenas um abraço daqueles sufocantes que ele sempre me dera quando precisava. Cameron sempre esteve presente quando eu mais precisava. Eu precisava dele, naquela hora.

 Assim que percebi, já estava chorando entre soluços.

   - Calma Maya, iremos encontra-lo – disse Em percebendo meu desespero.

   - Em, eu preciso dele, por favor – falei. – Você promete?

   - Eu prometo – disse me abraçando. – Não vai acontecer nada a você e nem a ele, irei cuidar de você meu amor, como se fosse a minha própria vida. Eu amo você!

   - Eu também amo você! Obrigada por ser minha melhor amiga... Obrigada por tudo... mesmo – falei fechando meu olhos e adormecendo novamente.