The Last Time escrita por SrtaLeart


Capítulo 1
This is the last time Im asking you this...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^



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... put my name at the top of your list.

 

E lá estava ele, parado na porta dela como em todas as outras vezes. Talvez já tivesse perdido a conta, pois não fazia ideia de quantas vezes aquela cena havia se repetido. De quantas vezes se encontrara na mesma situação em que se encontrava agora. Só sabia que eram muitas. Não uma, não duas ou três. Muitas era a palavra certa.

Muitas vezes estivera parado, engolindo em seco repetidamente, enquanto encarava a campainha, tentando juntar coragem o suficiente para apertá-la. Era sempre daquele jeito. As mãos suando, sem ter coragem de erguer o braço e apertar o botão. Parecia que a música seria um decibel acima do que seus ouvidos poderiam suportar. A verdade é que a mulher que apareceria na porta logo em seguida era uma perfeição acima do que seu coração poderia suportar. Seria bem estranho dizer que ele tinha medo da campainha, mas era isso. Ele tinha medo de que o “ding dong” soasse. Mas não pelo barulho em si, mas por saber que ele chamaria a atenção dela. Por medo do que quer que fosse acontecer depois. Por que, no final das contas, nunca estaria preparado para ouvir aquele som outra vez.

Não sabia por que todas às vezes era sempre do mesmo jeito. Não sabia como havia chegado ali ou, pelo menos, não saberia explicar se o perguntassem. Parecia que todas as estradas haviam lhe guiado até aquela porta. Exatamente como das outras vezes.

Deixou que sua cabeça se encostasse à porta por alguns segundos, enquanto imaginava o que ela estaria fazendo. Provavelmente estaria em seu quarto, sozinha naquela casa gigante. Aquela lista ao seu lado. Provavelmente havia caído no sono enquanto anotava algo de última hora no papel, seu horário. Lembrou que ela sempre ria quando ele questionava o fato de ela anotar sua rotina em um papel que sempre ia para o lixo ao final de cada dia.

E então, sem se sentir, ele apertou o botão, sentindo todo o seu corpo enfraquecer na mesma hora em que sabia que ela abriria seus olhos, ouvindo o toque. Praguejou-se quando ouviu os passos dela. Quando viu a porta abrir lentamente, quando sentiu o olhar dela sofrer ao encontrar o seu. Naquele momento, ele não encontrou nenhuma desculpa para estar ali de novo. Só queria vê-la uma última vez.

— De novo? – ela perguntou, seu tom de voz era cansado, mas aquele sorriso insistia em estar ali.

— Eu te acordei? – ele perguntou receoso.

— Não. Eu estava organizando os horários de... – e olhou no relógio cor-de-rosa em seu pulso, notando que já haviam se passado alguns minutos de meia noite. - Hoje! – ela gargalhou ao dizer. – Retiro o que eu disse. Você me acordou!

— Eu sabia! – ele disse, o sorriso brincando em seus lábios. Era tão bom tê-la por perto. – Eu queria saber se você podia me fazer um favor. É a última vez que eu te peço! - ele apressou-se em explicar, erguendo um único dedo em frente ao seu rosto.

— Qualquer coisa! – ela sorria sonolenta.

— Coloca o meu nome no topo da sua lista! – ele disse, sorrindo como ela, cansado de sempre ter que vir e voltar no dia seguinte. Estava cansado de não saber ter controle sobre as rédeas da sua própria vida.

Ela gargalhou ao ouvir aquilo.

— Foi expulso de novo? – ela perguntou com um olhar de quem fala com uma criança que chora. Mas ele sabia que ela não fazia aquilo para rir da sua cara. Fazia aquilo por que a situação era bem parecida.

— Fui! – ela se afastou, deixando que ele passasse.

— Pensei que a casa fosse sua. – soltou, fechando a porta e encostando-se nela logo em seguida.

— Diz isso para a Irene! - ele ergueu a sobrancelha, olhando para ela, que empurrou o corpo para frente, desencostando-se da porta e indo até a mesa, onde a lista estava quase formada.

— Meia noite: Taehyung! – ela leu, enquanto anotava. – No topo da lista! – ela mordeu o lábio inferior rindo para ele.

— Você é a melhor amiga que eu poderia ter. Você sabe disso, não sabe? – ele perguntou, perguntando-se silenciosamente por que cada piscar de olhos dela era como uma faca em seu coração. Não saber explicar aquele sentimento que crescia cada vez mais era a pior sensação possível.

— É claro que eu sei! – ela disse brincando, fingindo se sentir ofendida por ele ter duvidado. – Agora vem! Vamos procurar uns lençóis pra você! – e foi na direção do quarto, ele seguindo-a atrás.

— É só por essa noite. Não quero te dar trabalho. – ele disse, encarando suas mãos.

— Sempre é assim, Taehyung. Você sabe que não me dá trabalho. Eu fico nessa casa sozinha vinte e quatro horas por dia. Sabe o quanto eu gosto de te ter aqui? – ela perguntou, e ele pode sentir que a afirmação dele havia machucado-a.

— Quanto? – perguntou, e ela teve que largar a procura pelo lençol para fitar o olhar brincalhão dele.

— Muito. – ela disse e jogou o primeiro pedaço de pano que achou.
— Eu também gosto muito de ficar aqui, Seunghee. – ele sussurrou, enquanto ia para o sofá, onde sempre dormia, achando que ela não poderia escutar, mas ela sorriu ao ouvir aquilo, mesmo que ele nem tenha visto.

Ela voltou para a mesa e voltou a escrever na sua lista. E assim ela continuou. Quando finalmente terminou, já eram quase duas da manhã e ela teria que acordar às cinco no dia seguinte. Organizou tudo na pasta e se levantou. Quando passou pelo sofá, encontrou Taehyung dormindo, com aquela carinha de anjo de quando se conheceram. Percebeu que não havia dado um lençol para ele, e sim uma toalha de rosto. Riu da situação. Ele, grande daquele jeito, com uma toalha de rosto cobrindo apenas o seu ombro.

Foi até o quarto e pegou um lençol de verdade. Voltou à sala e cobriu Taehyung com ele. Sentir a pele quente dele sempre foi a melhor sensação de todas, mesmo que por cima do tecido grosso. Agachou-se ao lado dele e sussurrou em seu ouvido, na esperança de que, seu subconsciente armazenasse aquele pedido desesperado:

— Essa é a última vez, Taehyung! Mas sempre foi você, então... Por favor, para de partir o meu coração! – ergueu o corpo e deu um beijo leve em sua testa. Levantou-se contra a própria vontade e foi para o seu quarto, na esperança de que acordasse no dia seguinte e ele ainda estivesse ali. Mas suas esperanças nunca se realizaram.


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