The Lost boy Returns escrita por MagnusChase


Capítulo 5
Todos contra Artemis


Notas iniciais do capítulo

Vou fazer mais uns dois capítulos, eu acho.



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Artemis se dirigiu para o estacionamento, e entrou em seu carro, um Volvo. Ao contrário de seus parentes, a policial não se importava muito com carros. Ela ficou sentada no banco por alguns segundos, pensando.

Órion havia ligado para Atlas, mas não foi atendido. Eles rastrearam o celular e encontraram o aparelho largado em um beco qualquer.

Não tinham nenhuma pista em como encontrar o criminoso, mas haviam combinado de fazer uma coletiva de imprensa na frente da delegacia á noite.  Iriam espalhar a foto de Atlas por toda a cidade, e com sorte, poderiam achá-lo.

O celular de Ártemis tocou. Ela atendeu.

Olá, Caçadora. –Uma voz deformada falou do outro lado da linha.

Artemis congelou.

Ela não precisava de introduções, sabia muito bem que a pessoa se comunicando com ela era a mesma pessoa que ligou para Atena sete anos atrás.  Se obrigou a ficar calma e ter uma voz firme.

—Olá. Posso ter seu nome?- Ela perguntou sem humor.

A voz riu.

Não, mas vou lhe dizer isso: desista do caso enquanto pode. Ou poderá se achar em uma situação difícil.

Sabe que ameaçar uma policial não é uma boa idéia, né?

Desista, Caçadora. Você não irá me encontrar. Mas se realmente quiser achar algo interessante, deveria olhar nos negócios de Poseidon. — A voz disse.

Artemis ficou em silêncio. Poseidon? Porque ela iria olhar nos negócios de Poseidon? Mas então pensou em Atena, espionando outras companhias. Parecia que a ilegalidade corria nas veias da família.

Ah, consegui sua atenção, não foi?

A Caçadora rangeu os dentes.

O tempo está correndo, Caçadora. Melhor correr.—Falou a voz, e desligou.

Artemis ficou encarando seu celular, frustrada. Sabia que não ia conseguir nada, mas ainda se sentia horrível. Ele era esperto, presumindo que fosse um homem. Não podia ficar na linha por muito tempo ou seria rastreado. Sabia qual o número de Artemis era. E estava morrendo de medo.

Por qual outra razão iria se injetar dentro da investigação? Porque sabia que Artemis estava perto de resolver essa coisa, e estava tentando assustá-la.

Artemis suspirou. Qual seria o próximo passo?

Primeiro, faria a coletiva de imprensa e espalhariam a foto de Atlas pela cidade. Segundo, iria para casa e tentaria dormir um pouco. Precisava de sua energia se fosse continuar trabalhando naquele caso.

A Caçadora ligou o carro.

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Percy estava detonando Leo no videogame. Eles estavam na sala de estar, jogando Mario Kart em uma televisão gigante e tão fina como um pedaço de papel. Ultima geração.

—Cara! – Leo gritou quando Percy o ultrapassou.

Nico riu. E se você conhece o filho de Hades, sabe que ele raramente ri.

—É campeão!- Percy disse, erguendo os braços em um gesto de vitória. – Quem é o próximo?

Annabeth e Jason foram jogar e o filho de Poseidon se levantou para ir até a cozinha. Não notou que Frank o seguiu até abrir a geladeira.

—Veio pegar uma bebida, também? –Percy perguntou para o garoto, tirando uma Coca-Cola do refrigerador.

—O pedaço de madeira sumiu.- Frank sussurrou para Percy, ansioso.

Percy assentiu desinteressado fazendo Frank o olhar com desconfiança.

—Você já sabia.

—Sim, sabia. Olha, só esquece esse drama todo. Ok? –Percy falou. Ele ia sair da cozinha, mas o garoto grandão barrou sua passagem.

O filho de Poseidon suspirou.

—Como você pode esquecer isso? Você sumiu por sete anos, e nos deixou sozinhos! –Frank falou alto, mas não tão alto que os outros pudessem ouvir.

Percy teve a decência de parecer envergonhado. Mas logo sua vergonha se transformou em frustração.

—Eu fiquei sendo torturado por sete anos porque não consegui cuidar do meu próprio negócio. A última coisa que quero é voltar a me envolver nessa confusão. Então vou fingir que nada aconteceu e tentar voltar a minha vida normal. Vou recomendar que você faça o mesmo. – O garoto falou frustrado.

Percy podia ver nos olhos de Frank que o havia magoado. Suspirou, mordeu seu lábio considerando suas opções. Decidiu que não podia dar todas às cartas para Frank, mas podia dar um empurrão nele para que resolvesse tudo por si próprio.

—Sabe o escritório do meu pai?- Percy perguntou.

Frank assentiu confuso.

—Nas pastas antigas dele, de 2012, existe várias planilhas de gastos. Sua resposta está lá. Meu pai saiu para ver os barcos de pesca, então sugiro que seja rápido. –Percy respondeu, e saiu da cozinha deixando o grandalhão pensando.

Frank ficou considerando se Percy não estaria tentando colocá-lo em problemas. Você nunca podia entrar nos escritórios dos Três Irmãos – Zeus, Poseidon e Hades. Era fora de questão. Mas se a resposta estivesse lá...

Ele se decidiu. Olhando na sala de estar viu que todos estavam entretidos nos jogos e nem notariam sua falta. Então Frank subiu as escadas, passou pelos corredores e parou na frente da porta de mogno do escritório de Poseidon.

Respirando fundo, abriu a porta. O escritório tinha a parede esquerda coberta com um aquário cheio de peixes tropicais. A parede direita tinha uma estante gigante cheia de pastas e documentos, sendo que a mesa de carvalho e a cadeira de couro ficavam no centro, bem na frente da janela. Havia duas outras cadeiras na frente da mesa.

Frank foi para a direita e começou a procurar pela pasta de 2012. Estava tudo arrumado por data, mas ainda levou uns vinte minutos para encontrá-la. Durante alguns segundos ouviu um barulho de carro, e pensou que era Tio Poseidon.

Seu coração foi à boca, mas o carro continuou andando. Depois desse susto, Frank tinha que parar a cada meio segundo para checar se não havia ninguém vindo. Quando pegou a pasta, se sentou na cadeira e começou a folhear as páginas.

Havia fotos dos membros do Clube de Pescaria do Poseidon, a empresa que exportava peixes e congelados. Junto com as fotos, existiam planejamento de entregas, nomes de empresas aliadas e clientes, e claro, os custos dos navios. Finalmente, Frank achou a parte das despesas. Havia a informação dos hotéis, produtos e clientes, e o número que foi gasto com aquilo.  Frank não entendia o que ele deveria estar procurando.

Mas quando passou pela décima página, seu olhar parou em uma micro-empresa no nome de Poseidon. Segundo a Peixe Tech, Poseidon só colocava no imposto 18 mil, quando na verdade, a empresa ganhava dois bilhões.

Frank arregalou os olhos com aquilo. Isso era sonegação de impostos, e poderia dar cadeia. O garoto não conseguia acreditar que alguém tão honesto e trabalhador poderia fazer algo desse tipo. 

Primeiro os rumores de que Atena estava envolvida na investigação, agora Poseidon sonegando impostos.

Isso daria uma baita notícia para os jornalistas.

Mas Frank ainda estava um pouco confuso. Era isso que Percy queria que ele visse? Foi só quando checou as informações da empresa que entendeu. O endereço de Peixe Tech era Ocean Sheys, Collogan, 17748. Era por essa razão que Frank não conseguiu encontrar o endereço! Porque era uma empresa-fantasma, e, portanto, não havia nenhuma rua com esse nome!

Frank não conseguia se conter de tanta ansiedade. Percy deveria ter ouvido dos negócios ilegais de seu pai, então gravou o endereço na madeira e entregou para alguém de confiança, para que não fosse esquecer.

Mas a madeira havia sido roubada, e Percy estava no parque quando aquilo havia acontecido então não podia ser ele. Isso significava que além de Percy havia mais gente trabalhando naquele esquema.

—O que você está fazendo? –Uma voz grossa perguntou.

Frank levantou os olhos e constatou que Poseidon havia entrado no seu escritório sem o garoto perceber. Ele se levantou rapidamente da cadeira dele.

—Então? –Poseidon pediu furioso.

Sem saber como, Frank tomou coragem para enfrentá-lo.

—Como você explica isso? –Disse, mostrando a ele os impostos.

O pescador se aproximou confuso e começou a ler, seus olhos se arregalando à medida que entendia o que estava acontecendo. Ele suspirou.

—Sei que não vai acreditar em mim, mas esse documento é falso. –Poseidon disse.

Frank franziu o nariz.

—Não acredito mesmo.

—É verdade. Eu nunca ouvi falar dessa empresa até agora. Não sei nada sobre isso.- Poseidon contornou a mesa,e se largou em sua cadeira, cansado.

Olhando para Tio Poseidon sentado na cadeira e exausto, Frank começou a duvidar. Talvez ele estivesse falando a verdade.

—Mas e Percy?-Frank perguntou.

—O que tem Percy?

Frank meneou a cabeça.

—Ele sabe sobre a Peixe Tech, foi quem me contou.

Poseidon deu um tapa em sua testa como se tivesse se lembrado de algo.

—É claro. Era isso que ele queria contar a Quíron naquele dia. –Falou para si mesmo.

—Quíron? O que ele tem a ver com isso? –Frank perguntou na defensiva.

Poseidon fez um sinal para que Frank se sentasse na cadeira oposta a dele. O garoto obedeceu.

—Um tempo antes de Percy desaparecer, ele foi tentar falar com Quíron. Mas o tutor estava ocupado então mandou meu filho sair. E Percy acabou sumindo. –Poseidon explicou. Frank assentiu.  – Agora entendo. Percy viu os impostos e achou que eu estava sonegando, então foi tentar perguntar para Quíron se era verdade.

—E alguém tentou acabar com Percy. –Frank disse.

 Poseidon rangeu os dentes.

—Sim, mas não existe jeito de provar que essas duas coisas estejam interligadas, talvez tenha sido uma coincidência. Ou alguém plantou esse documento para tentar me incriminar ao mesmo tempo em que se livrava de meu filho.

Frank pensou.

—Tem que ser alguém interessado em te prejudicar. Ou alguém que queira sua parte da herança.

Poseidon hesitou.

Só tinha um filho, então se algo acontecesse a Percy, parte da herança de Poseidon passaria para Zeus ou Hades. Se Poseidon fosse preso, a mesma coisa aconteceria.  As única pessoas que poderiam se beneficiar disso eram os filhos de Zeus e Hades, ou eles mesmos.

Poseidon olhou para o garoto sentado em sua frente. Mesmo sendo uma máquina de músculo, seu rosto era juvenil e ele parecia bem inocente para sua idade.

—Vamos deixar isso entre nós, está bem? Eu falo com Percy. – Ele disse calmo.

Frank assentiu hesitante. Levantou-se da cadeira e saiu, dando uma última olhada para trás antes de fechar a porta.

Poseidon agora tinha um sério problemas nas mãos. Ele tinha recebido a confirmação de que alguém da família estava atrás de sua herança e para isso, tinham machucado seu filho. Mas o que fazer com essa informação?

Primeiro tinha que se livrar daquele documento.

Então rasgou as folhas que continham dados sobre aquela empresa estranha, a Fish Tech. Amassou os papéis em uma bola e jogou na lixeira. Em seguida pegou uma garrafa de bebida em sua gaveta e derramou sobre os papéis. E por final, acendeu um fósforo.

Ficou assistindo enquanto todas aqueles papéis viravam cinzas. Mas sabia que deveriam existir provas online também, contas de bancos e pagamentos digitais em seu nome. Precisava encontrar o culpado antes que acabasse atrás das grades por algo que não fez.

Formulou uma idéia.

Pegou seu computador e começou a procurar por laptops para comprar.

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Hera não era burra, contrário ao que algumas pessoas podiam pensar.

Sim, ela tinha escolhido se casar com um homem traidor, mas isso não significava que ela era burra. Só apaixonada demais.

Hera havia percebido quando Percy Jackson captou o olhar entre ela e Dionísio. Percy sabia que os dois estavam por trás do roubo nos laboratórios Olimpo. Mas, com muita surpresa, não falou nada.

Ela quase esperava que Zeus entrasse no quarto com fúria, a acusando de roubo e outros delitos horríveis. Mas isso nunca aconteceu. O garoto havia se mantido calado.

O que só aumentou a curiosidade dela. O plano de Hera era criar dúvida na mente da família, os fazendo pensar de que Percy era um impostor. A razão? A herança, óbvio.

Se Percy estivesse realmente de volta, então o dinheiro seria dividido igualmente. Mas se houvesse dúvida sobre sua identidade, então o dinheiro iria para os filhos de Hades e Zeus. E você pode falar o que quisesse da Rainha, mas ela cuidava de sua família.

Por mais que odiasse Thalia e Jason Grace, jamais os maltrataria ou os faria passar fome. Então, mandou os gêmeos Stolls roubarem vários exames de sangue e DNA, porque se roubassem só o de Percy, poderia levantar suspeita.

E por isso mandou o email para Sally, dizendo que aquele garoto não era seu filho. Na esperança de que a família se viraria contra Percy e ele seria chutado para fora de casa como um cachorro.

Mas nada. Eles tinham fé demais naquele garoto e era muito irritante. Ela havia percebido do momento em que Percy pisou na casa, que ele não queria se envolver com mais nada. Chega de mistérios e aventuras, vamos ficar jogando videogame ao invés!

Essa mentalidade era a razão da qual Jackson não lutava de volta, mas aceitava tudo com calma.  E isso estava dando nos nervos de Hera.

Hera também havia ouvido a conversa entre os amigos de Jason, sobre a invasão cyber. Alguém estava tentando eliminar suas pistas, se livrando do computador de Leo. Tinha que ser ou Zeus ou Hades.

Se fosse seu marido, Hera podia ajudá-lo e eles teriam a chance de dividir a herança entre os mais próximos.  Se fosse Hades, bem, ela já tinha cuidado disso. Ela tinha quase certeza de que era Hades, por isso havia pedido a ajuda de Dionísio para cobrir a pista do Garoto da Morte. Se soubessem que Percy era o filho legítimo de Poseidon, Hades nunca ganharia a herança.

De qualquer forma, parecia que aquela família era cheia de tramas.

Hera ficou pensando no que fazer em seguida. Se Ártemis continuasse a mexer com esse tipo de coisa, a Rainha teria que fazer algo a respeito. De preferência, algo que a assuste de verdade.

Hera se olhou na penteadeira de seu quarto e sorriu cruelmente. Pegou seu celular e ligou para os Stolls.

Quando Artemis entrou na Mansão Olympus, foi direto para a sala de estar ver qual era o motivo de tanta barulheira.

As crianças estavam jogando Mortal Kombat e gritando feitas loucas cada vez que alguém lançava um soco.

—É, toma isso! –Frank gritou, lançando uma combinação no Playstation.

Artemis revirou os olhos e foi para seu quarto. Antes de sequer abrir a porta, sabia que havia algo errado. A porta estava entreaberta.

Sendo uma policial, Artemis tinha várias coisas perigosas no quarto, como armas e canivetes suíços. A última coisa de que precisava era um dos adolescentes pegando suas armas e levando para a escola para mostrar aos amigos.

Então, porque a fechadura estava arrebentada?

Artemis franziu a testa. Olhou em volta do corredor, mas o lugar estava vazio, indicando que a fechadura havia sido arrombada muito tempo atrás. E com todo mundo trabalhando, e as crianças jogando, ninguém deveria ter ouvido nada.

A Caçadora tirou sua arma do cinto, colocou-se em posição de defesa e abriu a porta devagar. Quando acendeu a luz, se sentiu mortificada. O lugar estava completamente virado de cabeça para baixo.

 A cama, o sofá e as estantes estavam derrubadas no chão. Os livros estavam espalhados pelo quarto com as páginas todas arrancadas e todas as janelas haviam sido arrebentadas com algum tipo de instrumento.

Mas isso não era a pior parte. Nas paredes, alguém havia pichado “DESISTA, ÁRTEMIS!” e “OINC, OINC”.

O “oinc, oinc” era por Artemis ser uma policial, e todos sabiam que os apelidos desses oficiais nos bairros mais pobres era de “porco”.

A Caçadora ficou ali, fulminando de raiva. Se ela tivesse chegado um pouco mais cedo... Teria acabado com a raça daqueles delinqüentes. Ela tinha certeza agora, alguém não queria que ela terminasse essa investigação. Estava na cara.

Primeiro, ameaçá-la por telefone. Depois, entrar no seu quarto quando não havia ninguém em casa e depredar todas as suas coisas numa tentativa inútil de assustá-la. Não ia funcionar. Artemis não daria aqueles criminosos o gosto, eles não mereciam.

Pegou seu celular e ligou para Órion.

—Quem fala? –Ele perguntou do outro lado da linha.

—Aconteceu de novo.

Houve uma pausa.

—Ele te ligou de novo?

—Não, mas mandou alguém vandalizar meu quarto. –Artemis explicou frustrada. –Cheguei em casa e tudo estava destruído. A fechadura estava arrombada e os vidros quebrados.

Órion suspirou no telefone.

—Como ele ia poder entrar sem ninguém notar? –Ele perguntou.

—Não seria difícil, poderia ter entrado e saído pela janela e arrombado à fechadura só para distrair.

—Entendo. Olha, você não acha que talvez... - Órion começou, mas Ártemis já sabia o que ele ia dizer.

—Não vou desistir. Agora, você vai mandar uma equipe aqui para colher digitais ou não?      

Órion bufou e desligou o telefone.

As engrenagens na cabeça de Artemis iam a mil. Ela tinha a impressão de que cada pessoa da família tinha uma peça do quebra-cabeça, e se eles pudessem se ajudar, poderiam ter uma imagem completa do problema.

Mas pedir para a família Olympus trabalhar juntos era impensável.

Artemis suspirou.

Ela estava começando a odiar o caso Olympus.


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