The Lost boy Returns escrita por MagnusChase


Capítulo 3
O que Hades tem a ver com isso?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que pareceu um pouco confuso no capítulo anterior, mas espero que esse seja um pouco melhor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/696210/chapter/3

Leo tinha certeza de que algo sinistro estava acontecendo na mansão Olympus. Sua suspeita começou a se alastrar quando Jason veio até seu quarto um dia desses, para falar de Hera. Todos sabiam que a Rainha era cruel até o osso e Jason não gostava muito dela, mas a respeitava. Para ser sincero, Jason respeitava todo mundo.

—Eu acho que Dionísio e Hera sabem quem roubou os exames de DNA. –Ele havia confessado, do nada.

Leo havia ficado em silêncio por alguns segundos.

—Como você sabe?

—Eu os vi trocando um olhar quando o policial falou sobre o roubo.

—Talvez tenha sido um olhar romântico. -Leo sugeriu.

—Eca. Você sabe que Hera nunca faria isso.

Leo tinha que concordar. A Rainha jamais trairia seu marido, não importa o quanto traidor ele seja. A única alternativa era de que Hera e Dionísio estavam escondendo algo. A opção de que Hera ou Dionísio haviam feito o roubo estava fora de questão porque eles tinham um álibi e mesmo assim, jamais teriam coragem de fazer algo tão ousado. Então contrataram alguém para fazer isso.

Mas porque eles iriam querer roubar o DNA do Percy?

O que eles ganhariam escondendo a verdadeira identidade daquele garoto, que poderia ser Percy? E sem teste, não haveria jeito de confirmar. Mas Leo tinha certeza de que aquele menino era seu amigo, então porque Hera iria querer plantar desconfiança na família? Por diversão?

Ele decidiu usar seus poderes de hacker para descobrir. Só porque Percy havia aparecido todos esses anos depois não significa que ele deveria cessar as investigações. Ainda mais porque Leo tinha a impressão de que Garoto-Peixe não iria abrir o bico sobre o que aconteceu com ele durante esses sete anos. Trauma e tudo mais. Então Leo teria que descobrir ele mesmo.

Baixou o programa que copiava emails e entrou no email de Hera e Dionísio de tal forma que, tudo que eles mandassem ou recebessem, iria parar na caixa de mensagens de Tocha. Assim Leo poderia saber o que eles escondiam.

Estava quase terminando quando a porta se escancarou e Frank Zhang entrou, parecendo muito irritado. Antigamente, Leo tirava sarro daquele garoto chinês gigante, mas desde que a puberdade o atingiu, Frank havia virado um tanque de massa e músculo. Leo havia parado de fazer graça com ele depois disso.

—Você pegou? –Frank perguntou.

Leo estava perdido. Pensou em dizer algo sarcástico por um momento. Sim, eu peguei piolho. E você? Mas achou que Frank poderia não achar engraçado.

—Não faço idéia do que você está falando.

—Não minta para mim. Você passa o dia inteiro aqui em cima, planejando seus projetos estranhos. Vou perguntar de novo, você pegou minha madeira?

Madeira?, Leo pensou. Porque ele ia se interessar por um pedaço de madeira?

—Não. Não peguei sua varinha de graveto,não. –Leo brincou.

Frank o encarou. Deu meia volta e saiu do quarto batendo a porta com força.

Leo ficou olhando para o lugar onde Frank estava alguns segundos antes. Cada louco com sua mania, pensou. Voltou a seu computador e viu que Dionísio havia recebido um email de Hera essa manhã. O email era curto e enigmático.

Eles não descobriram. Hades está a salvo. Mas vamos ter que plantar o email logo, logo. – Hera.

Hades? O que Tio Hades tinha a ver com isso? E de email eles estavam falando? Leo tinha mais perguntas do que nunca. Parecia que o retorno de Percy só desencadeou mais segredos nessa família, e todos estavam correndo para salvar a si mesmos.

Você não se sabia em quem confiar.

Tocha baixou o mesmo programa no email de Hades, só para ter certeza de que ele não tinha nada a ver com essa bagunça. Logo, todas as mensagens do trio estavam disponíveis da tela de seu computador. Leo olhou atrás de si para ter certeza de que ninguém estava vindo, e começou a ler as mensagens.

—-----------------------------------------------------------------

Percy riu da piada que Thalia havia contado. Annabeth, Percy e os primos estavam passeando pelo parque de manhã, mostrando a Cabeça de Alga o quanto a cidade havia mudado desde o dia em que ele sumiu. Hermes havia se oferecido para distrair os jornalistas tempo o suficiente para que os adolescentes conseguissem escapulir da casa.

—E construíram uma nova igreja! Minha mãe foi até lá alguns dias atrás, eu acho. –Annabeth ia contando.

Percy meneou a cabeça. Nunca pensou que Atena fosse religiosa.

Eles passaram pelo lago, e pararam para alimentar os patos com casquinhas de sorvete. Foi nesse momento em que Percy sentiu que estava sendo observado. Olhou ao redor, mas não viu ninguém suspeito. Algumas famílias, um senhor idoso e crianças correndo, mas nenhuma ameaça em potencial.

Tendo ficado preso em um porão por sete anos com Atlas, ele desenvolveu um sexto sentido quando se tratava de ameaças. Voltou sua atenção aos patos.

Na outra extremidade do parque, Artemis estava procurando por Percy. Poseidon havia dito que eles saíram para o parque então A Caçadora foi atrás deles. Ela havia mandado uma equipe de buscas até a floresta para procurar pelo esconderijo do seqüestrador, levando em conta a loja de Hefesto.

Percy havia dito que conseguia ver fogo de onde estava preso. Ela logo pensou em Hefesto, já que a loja de mecânica tinha uma forjaria que exalava fogo por suas chaminés. Triangulando a área, isso reduziu a floresta o bastante para conseguirem encontrar o local em pelo menos quarenta e oito horas. Isso também significava que Percy nunca havia deixado Rockwell. Ele continuou aqui todos esses anos e eles jamais sabiam.

Artemis avistou Percy e seus amigos alimentando os patos e ia ao encontro deles quando parou no meio do caminho. Observou o velho idoso na frente dela. Ele devia ter uns cinqüenta anos, usava um suéter e calças de moletom e chapéu de jornaleiro. Então por que ele chamou a atenção dela?

Olhou mais atentamente e viu que o idoso carregava um bumerangue na mão direita. Não, espera. Ele carregava uma arma na mão direita.

Artemis apalpou seu cinto só para constatar que havia deixado a arma no carro. Ela gemeu. Erro de principiante, Artemis!

Observou quando o homem levantava o braço e apontava para Percy como se o mundo estivesse em câmera lenta. Não conseguia pensar em mais nada e sabia que se esperasse mais algo fatal poderia acontecer então fez a única coisa que poderia, e saltou na direção do idoso no momento em que ele disparava.

Empurrou-o, e por sorte, o tiro saiu torto.

Nico ouviu um disparo alto e se abaixou assustado. Quando olhou em volta, viu o que parecia ser Tia Artemis em cima de um homem idoso, algemando seus pulsos. Havia uma arma no chão. Olhou em  volta.

—Oh, meu deus, Percy! –Thalia gritou, com as mãos cheias de sangue.

A bala havia acertado o ombro de Percy, que estava coberto em vermelho. Ele estava sentado no chão, segurando o ombro machucado e gemendo.

—Cara, você está legal?!-Nico perguntou.

Annabeth olhou para ele como se fosse um idiota.

—O que você acha, Garoto Zumbi? Ele levou um tiro!-Annabeth bufou.

Thalia começou a pressionar o ferimento para estacar o sangue. Artemis pegou seu walkie-talkie e ligou na freqüência policial.

—Atenção, temos um 10-71 no parque Glendale. O atirador está preso, mandem reforços agora! –Ela pediu.

Quinze minutos depois, Percy foi levado em uma maca, de volta para o hospital. Os primos e Annabeth ficaram parados na calçada, assistindo a ambulância se afastar. Duas viaturas levaram o homem idoso para a delegacia, onde iriam interrogá-lo.

Foi quando Nico avistou seu pai vindo na direção deles.

—Pai? O que está fazendo aqui? – Nico perguntou confuso.

—Eu ouvi tiros e vim correndo. Onde está Percy?

Enquanto Annabeth explicava o que havia acontecido, Thalia franziu a testa. Quando você ouve tiros o certo é correr na direção oposta, não na direção do perigo. Ela deu de ombros, tirou seu celular do bolso e foi ligar para Jason.

Ela falou com seu irmão sobre o acidente quando Leo interrompeu a conversa no fundo.

—Espera, você disse que Hades está aí? –Leo falou.

Thalia franziu o nariz.

—O seu telefone está na viva-voz? –Perguntou irritada.

—Sim, desculpa. Mas Leo, qual o problema? –Thalia ouviu o irmão discutindo com o amigo.

—Um tiro pode ser ouvido de quatro a cinco quarteirões. E o parque tem o tamanho de sete quarteirões. Então o que Tio Hades estava fazendo aí no parque antes de o tiroteio começar? –Leo explicou confuso.

Thalia pensou. Ela tinha a impressão de que Leo sabia mais do que estava dizendo. Viu seus amigos esperando que ela terminasse a ligação, e suspirou.

—Falo com os dois depois. –Disse, e desligou.

Foi se juntar a Hades e os outros.

Na Mansão Olympus, Sally não podia estar mais feliz ao ter seu filho de volta. Estava terminando de escrever o novo capitulo de seu livro quando recebeu uma ligação da polícia dizendo que Percy havia levado um tiro no parque. Ela avisou Poseidon e foi correndo para o hospital.

Sentou-se do lado da cama de Percy. Ele estava com o ombro enfaixado depois da remoção da bala e inconsciente pelos remédios. Poseidon se sentou na ponta da cama, segurando seu copo de café.

—Porque alguém ia querer matar ele? –Poseidon perguntou, olhando para seu filho dormindo pacífico.

—Porque ele sabe demais agora estão tentado o fazer calar a boca. –Ela disse com desgosto.

Poseidon encarou sua ex-mulher por alguns segundos. Sabia o quanto difícil toda essa jornada estava sendo nela. Pressentiu que esse era um bom momento para ser honesto.

—Olha, eu sinto muito por ter acusado você de perder o Percy. E por não estar lá por você quando precisava. –Falou.

Sally sorriu.

—Está tudo bem, todos nós estivemos loucos nesses últimos anos. - Ela riu. –Percy é forte, vai ser preciso mais do que isso para acabar com ele. Pode pegar um café para mim?

Poseidon concordou e foi comprar mais um copo de café. Quando ele saiu do quarto, Sally recebeu um email anônimo. Só dizia poucas palavras.

Ele não é seu filho.

Sally olhou para aquelas palavras por vários minutos, tentando encontrar algum duplo significado nelas. Mas não havia nenhum. Alguém queria colocar dúvida dentro dela, a fazer pensar que havia encontrado o menino errado, mas uma mãe sabia do fundo de seu coração quem era seu filho.

Ela olhou para o corredor para ter certeza de que Poseidon não estava vindo. Então olhou para a tela de seu telefone e tomou uma decisão. Apagou o email.

—------------------------------------------------------------

—Você não irá falar nada? –Artemis perguntou para o homem idoso, acusado de atirar em Percy.

Ele ficou calado.

Artemis suspirou. Já faziam duas horas que estavam tentando interrogá-lo, mas ele continuava quieto. Não respondeu a ameaças ou a gentileza. Ficou quieto o tempo inteiro em que os policiais falavam.

A única resposta que Artemis conseguiu foi quando perguntou ao homem se alguém havia pagado ele para atirar em Percy. Ele olhou na direção da porta com cautela como se alguém estivesse espiando do lado de fora. Mas esse foi o mais próximo de resposta que conseguiram.

Artemis foi para sua mesa e bufou. Quando estava redigindo seu relatório, seu celular tocou e era seu parceiro, Órion, falando.

—Artemis, encontramos.

A Caçadora estava tão cansada que nem sabia a que ele estava se referindo.

—Encontraram o que? –Ela perguntou.

Ouviu Órion bufar do outro lado da linha.

—O esconderijo do seqüestrador, óbvio.

Artemis arregalou os olhos, desligou na cara de seu parceiro e saiu correndo para fora da delegacia. Pegou a viatura e saiu a toda pela estrada até parar na frente da floresta. Lá, uma guarda florestal chamada Phoebe a acompanhou até onde Órion estava.

Órion era alto e bonito, com cabelo dourado e olhos claros, estava usando o uniforme policial e carregava seu cassetete. Ele apontou para uma escotilha de metal enferrujado no chão da floresta. Artemis se agachou para olhar melhor.

Era tipo um abrigo militar, mas no meio da selva, com uma roda de girar como aquela nos submarinos. Estava aberta. Havia uma escada de metal que conduzia para baixo até a escuridão. Era aqui que Percy ficou preso todos esses anos, ela pensou.

—Sabemos quem é o dono desse abrigo?

—Não há nenhum recibo ou escotilha no nome de ninguém.

—Claro. Isso seria muito fácil. Já mandaram alguém ir lá embaixo? –Artemis perguntou.

—Estávamos esperando você. As damas primeiro. –Órion brincou, fazendo uma menção para ela.

Artemis bufou e começou a descer a escada. Usou a mão direita para segurar a lanterna e a esquerda para se segurar nos degraus.

Quando pisou no cimento, iluminou o lugar com a pouca luz que tinha. Era um lugar miserável.

Bastante pequeno, você tinha que se curvar para andar sem bater a cabeça no teto. Era um lugar quadrado, com uma mesa no canto onde havia um livro, um prato de comida vazio e algumas manchas esquisitas no tampo de madeira.

Artemis se aproximou e pegou o livro. Chamava-se Diário de um Banana: Rodrick é o Cara, e era sobre um garoto e seu diário. Um livro infantil, para crianças de dez a doze anos. Artemis imaginava se o seqüestrador com furos no rosto lia esse livro para Percy de noite.

Ela já estava doente de saber dessas táticas de abuso emocional. Você machucava alguém e então se tornava bem dócil, oferecendo comida quente e uma história de ninar, dessa forma fazendo a vítima se sentir culpada e vulnerável.

Foi por isso que Percy perguntou se iriam machucar o homem. Porque ele havia começado a se identificar com o seqüestrador. E isso não era bom.

Artemis olhou para o canto e viu um colchão e uma coberta largados ali perto. Ela se aproximou e se deitou no colchão, tentando se colocar no lugar de Percy. De onde estava deitada podia ver os raios de luz da floresta batendo no colchão e no fundo, uma fumaça alaranjada fazendo o céu pegar fogo. As chaminés de Hefesto.

Era esse o lugar. Certeza absoluta. Artemis se levantou e voltou à mesa. Se tivesse sorte, o lugar estaria coberto de impressões digitais.                  

A Caçadora havia prometido a Sally e Poseidon que pegaria esse canalha e não estava mentindo. Subiu de novo as escadas e se encontrou com Órion.

—Então? –Ele questionou.

—Mande uma equipe lá embaixo, coloque tudo em sacos e coletem impressões digitais.

Órion assentiu e começou a dar ordens para os oficiais.

Artemis verificou que sua arma estava na cintura e voltou para o carro.                                


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Lost boy Returns" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.