A Nova Influência escrita por British


Capítulo 43
Família


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Demorei, eu sei! Mas eis o capítulo! Esse ficou longo. Enfim, tinha muita coisa pra explicar. Espero que apreciem e comentem! Bjs e até o próximo! ♥



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Yodo chegou em Suna e foi imediatamente para o hospital. Lá, encontrou Deidara com os olhos inchados de tanto chorar. Eles se abraçaram por longos minutos, enquanto Deidara sussurrava que era bom tê-la por perto numa hora tão difícil. Então, Yodo se afastou, perguntou pelos pais e Deidara a disse que era melhor eles se apressarem. A transfusão de sangue precisava ser imediata. Assim, Yodo foi levada até o médico. Após a transfusão, eles só precisavam esperar para que o estado de seus pais melhorasse. Assim, Yodo e Deidara tiveram um tempo para conversar.

— Eu estava com saudade, mas não esperava te encontrar num momento tão difícil minha irmã. – Admitiu Deidara ainda choroso.

— Como foi o acidente?

— Papai havia bebido, acabou dormindo no volante.

— Os problemas dele com bebida voltaram?

— Não só com a bebida, mas com o jogo também. – Avisou Deidara.

— Oh, Dei! Devia ter me avisado!

— Pra que Yodo? Preocupá-la com nossos problemas sendo que você precisa manter distância? Papai não ia deixar ajudá-lo de qualquer forma. Você sabe...

— Eu o enfrentaria pelo bem de nossa família! Certamente, nossa mãe está sofrendo com tudo isso...

— Sim, ela está, mas você sabe que as mulheres de Suna são submissas a seus maridos.

— Queria livrá-la disso.

— Não pode, Yodo. O que você pode fazer é seguir sua vida em Konoha, se tornar uma excelente médica e nos encher de orgulho. Aliás, como estão as coisas lá? É como sonhou?

— Ah, Dei... Lá é incrível. Meu caminho cruzou com o de ótima pessoas. Tenho um namorado incrível e que eu amo muito!

— Shinki é passado então?

— É. Só que é engraçado porque eu encontrei Shinki, não sei se você soube... Mas ele esteve em Konoha recentemente.

— Não soube. Você sabe que desde que Shinki fez aquela palhaçada com você, eu cortei qualquer laço de amizade com ele...

— Mas ainda é próximo da família real ou não?

— Sou, continuo amigo de Nagato e Yahiko. Aliás, devemos agradecer a Nagato... Sem ele não teríamos como te trazer a tempo. – Lembrou Deidara.

— Li que ele se casará com Hanabi Hyuuga. Não é estranho esse casamento?

— Sim, todos estão comentando que a Hyuuga não é a melhor opção para rainha. No entanto, uma vez que você se recusou a ser rainha, Gaara não tinha outra opção.

— Nagato assume o trono aos 18 anos?

— Na verdade, estão estudando a possibilidade de emancipá-lo em breve e aí fazê-lo se tornar rei daqui a alguns meses.

— Vão antecipar o casamento então?

— Provavelmente, sim. A família Hyuuga está fazendo pressão junto ao conselho para isso. Temem que Nagato mude de ideia se conhecer a futura rainha bem demais.

— Faz um tempo que não vejo Hanabi. Ela está pior do que antes?

— Bem, ela sempre foi uma garota atirada. Você sabe que a imagem da rainha costuma ser ligada a pureza. Então, isso já foi tema de muito bate-boca.

— Bem, se o Rei Gaara consentiu o casamento e Nagato não se importa com a imagem da futura rainha, então não há problema.

— É, eu sei. Mas o que dizem é que Sasori I jamais permitiria isso, então há divergências sobre o casamento.

— Acha que Nagato é capaz de voltar atrás?

— Ele diz que não vai voltar, que o casamento é só uma obrigação e pronto. Você sabe como funciona né?

— Sei, sei bem..

— E o seu namorado? Como é ele?

— Ele é maravilhoso. O nome dele é Boruto, ele é estudante de Direito, é loiro como você, tem olhos azuis, é bondoso, gentil. Ah, eu amo muito o Boruto... Sinto-me sortuda.

— Ele fez com que você esquecesse o Shinki?

— Não digo esquecer, mas eu consigo ser feliz com Boruto. Ele é capaz de me amar sem colocar outras coisas na frente como Shinki fazia.

— Já estão pensando em casamento?

— Ainda não. Uma vez Boruto me sondou se eu gostaria de casar, mas nunca mais disse nada sobre o assunto... Ele passou por coisas difíceis também. Ele é o ex-namorado de Sarada Uchiha, que estava namorando Shinki até pouco tempo atrás.

— Ah, a filha de Sakura Haruno... Ouvi falar dela. Então, seu namorado também caiu de amores por ela?

— Sim, eles tiveram uma história forte. Bem, na época que Sasori I pediu para que a duquesa Ino sequestrasse Sakura, Boruto salvou a vida de Sarada, Sakura e os bebês levando um tiro. Foi um verdadeiro herói.

— Você não merecia menos que isso minha irmã, um herói!

— Nem pude falar com ele direito sobre minha vinda pra cá.

— Já está tarde. Amanhã, você liga por de ser? – Sugeriu Deidara.

— Ok. Vamos dormir aqui?

— Nossa casa é tão longe do centro. Perguntei para Nagato se podemos pernoitar no castelo e ele consentiu.

— Não vamos ver Shinki ou Hanabi, vamos?

— Fique tranquila. Hanabi está com a família essa semana cuidando dos preparativos para o casamento. Já Shinki foi a Paris com Gaara para uma reunião de negócios.

— Ufa! Melhor assim.

 

[...]

 

Quando chegaram ao palácio, foram recebidos pela governanta que pediu para que os dois a acompanhassem até a sala de jantar onde os príncipes Nagato e Yahiko os esperavam. Fazia um bom tempo que eles não viam Yodo, então ficaram impressionados em como ela parecia ainda mais bonita do que a lembrança que possuíam.

— Yodo, como está? – Perguntou Nagato a garota após cumprimentar Deidara.

— Tentando ser forte por causa de meus pais e você? – Disse Yodo.

— Tentando ser forte também. Em breve, serei o rei. – Admitiu Nagato e todos se sentaram.

— Torço para que seu reinado seja de sabedoria. – Comentou Yodo e Nagato sorriu.

— É a primeira vez que alguém diz palavras tão doces sobre meu futuro reinado. – Diz Nagato.

— Minha irmã é a doçura em pessoa. – Comenta Deidara.

— Além disso, continua sendo a garota mais linda de Suna. – Elogia Yahiko.

— Agradeço os elogios. Enfim, acho que as pessoas deveriam parar de compará-lo com seu pai, Nagato. Acredito que tenha capacidade para governar Suna. Nasceu para ocupar esse lugar, se preparou a vida toda e sei que é ainda muito preococe a sua subida ao trono, mas tenho certeza de que Sasori I o deixou pronto para tomar as decisões que precisa. – Disse Yodo e aquilo tocou o coração de Nagato.

— Yodo, não precisa falar mais nada! Você já agradou meu irmão o suficiente. Ele estava sorrindo dois minutos atrás e Nagato não sorri desde que nosso pai faleceu. – Comentou Yahiko.

— Sem dúvida, foi um grande feito Yodo! – Concordou Deidara.

— Agora eu entendo o que meu pai falava sobre você Yodo. – Disse Nagato.

— E o que ele dizia?

— Ele disse para mim que você tinha tudo o que uma rainha precisava ter. Elogiou sua bondade, enalteceu sua beleza, reverenciou sua inteligência e disse que entre todas as damas de Suna era a mais apta para ser a rainha. Vejo que ele não mentiu. – Comentou Nagato.

— Eu me sinto agradecida pelos elogios de seu pai. Sasori I foi o rei que Suna precisava, mas ser a mais apta nunca me fez pensar que pudesse ser rainha, Nagato.

— Eu não a julgo. Fez uma escolha que eu diria até sábia. O peso da coroa é maior do que aparenta ser. – Afirmou Nagato e então o jantar continuou.

— Que bom que pensa assim. – Yodo sorriu.

— Ainda ama Shinki? – Perguntou Nagato.

— Não seja inconveniente, irmão. – Intrometeu-se Yahiko.

— Melhor não falarmos disso... – Completou Deidara.

— Posso responder à pergunta do futuro rei. Sempre amarei Shinki, Nagato. Seu primo foi alguém muito importante pra mim, mas o lugar dele ficou no passado.

— Entendo. A covardia de meu primo a irritou. – Pensou Nagato.

— Não vejo o ato de Shinki como covardia. Penso que ele não quis magoar as pessoas que ele amava e trair a sua família. Obviamente, a decisão dele me fez sofrer, mas eu o entendo.

— Sua maturidade me assusta. – Confessou Nagato.

— Assusta a todos, Nagato! Desde criança Yodo é assim. – Disse Deidara.

— Dei, eu só sou mais ajuizada que você! Só isso! – Disse Yodo.

— Ainda estuda medicina? – perguntou Nagato interessado.

— Estudo. Ser médica é uma das coisas que motiva minha vida. – Respondeu Yodo.

— O que mais a motiva? – Perguntou Nagato.

— Minha família. Sei que cortamos laços, mas sempre amarei minha família. Poder receber um abraço de meu irmão e ver meus pais é sempre uma algeria, até quando os tempos são difíceis. – Respondeu Yodo.

— A verdade Nagato é que Yodo gostaria de exercer sua profissão em Suna, mas quando renunciou a posição de rainha nossos pais cortaram relações com ela. Você sabe não é? – Disse Deidara.

— Sei. Era tão ruim assim casar comigo, Yodo? – Perguntou Nagato e Yahiko riu.

— Irmão, Yodo amava Shinki. – Disse Yahiko.

— Yahiko tem razão. Não era nada contra você, Nagato. Só que eu já amava outra pessoa e isso me impediria de ser uma boa rainha pra você. Além disso, tem a medicina! Ser rainha me impediria de exercer a profissão que eu tanto amo!

— Eu entendo. Não foi pessoal. – Disse Nagato.

— Claro que não! – Conformou Yodo.

— Nagato, ficamos sabendo que seu casamento com Hanabi sairá em breve. Como é estar noivo da Hyuuga? – Perguntou Deidara.

— Ela tem um gênio forte. – Adiantou Yahiko e Nagato fez uma careta.

— Digamos que ela me dará um pouco de trabalho. Diferentemente de Yodo, Hanabi não possui muitas qualidades que uma rainha precisa ter. – Disse Nagato.

— E por que aceitou o casamento? – Perguntou Deidara.

— É minha obrigação. – Simplificou Nagato.

— Outra coisa que me fez fugir de Suna é essa besteira de não levar em consideração os sentimentos dos outros. Existe alguma garota que você ame, Nagato? Se existir, por favor, não se case! Assim, só repetirá a história de Sasori I! – Advertiu Yodo.

— Yodo, não se meta nisso... – Disse Deidara.

— Deixe, Deidara... Adoro o jeito como Yodo impõe o que pensa. – Disse Nagato.

— Yodo, meu irmão nunca se apaixonou na vida. – Dedurou Yahiko.

— Nenhuma vez? – Perugntou Yodo.

— Bem, eu estudava em um colégio interno para meninos. Tinha pouco contato com o sexo oposto. Só via garotas nas férias até os meus 14 anos. Com 15, meu pai contratou uma prostituta para me fazer homem. Depois disso, me relacionei com algumas garotas de lugares diferentes do mundo durante um período de intercâmbio, mas nunca tive uma namorada. Até que meu pai achou que devia me casar e começou a ajeitar meu casamento com você. Eu lembro bem de brigar com ele e dizer que ele não tinha o direito de me casar tão cedo com uma desconhecida. Sempre gostei de sua família, seu irmão é meu melhor amigo, mas você era uma estranha... Pior, uma estranha que amava Shinki. Eu odiava a ideia de casar com você. Aí fiquei sabendo que você não queria também e aí fiquei aliviado. Finalmente, alguém tão sensato quanto eu e com mais coragem para mudar aquela situação. Só que papai morreu e a necessidade de assumir o trono veio como um raio. Então, tio Gaara decidiu por Hanabi. Aceitei, pois é o meu papel. Só por isso. Ela não me desagrada, mas não é amor. Aliás, prefiro não sentir isso Yodo. Você que já amou pode me dizer... O amor machuca, não? – Discursou Nagato, abrindo sua alma.

— Não vou mentir. Amar pode machucar sim, mas é uma dor que vale a pena ser sentida, Nagato. Espero que um dia conheça esse sentimento... – Confessou Yodo.

— Engraçado... Seu discurso é igualzinho ao de Shinki. Ele me falou a mesma coisa. – Afirmou Nagato e Yodo ficou impressionada.

— Acho que Shinki continua pensando igual a minha irmã... – Comentou Deidara.

— Por que não reata com Shinki agora, Yodo? – Perguntou Yahiko.

— Eu e Shinki nos perdemos. Além disso, eu já tenho namorado. – Respondeu Yodo.

— Ah é? Quem é o felizardo? – Questionou Nagato.

— Boruto Uzumaki. Ele é de uma família comum, com ideais parecidos com os meus e me apaixonei por ele. – Resumiu Yodo.

— Diga a ele que um rei sente inveja dele. – Disse Nagato, enquanto Yodo e Deidara se entreolharam surpresos.

— Está cantando minha irmã, Nagato? – Perguntou deidara.

— Não, só estou dizendo a verdade. – Disse Nagato.

— Se eu não conhecesse bem o meu irmão, diria que ele estaa cantando a Yodo sim. – Riu Yahiko.

— Foi só uma brincadeira... – Desconversou Yodo.

Após o jantar, Yodo e Deidara foram se recolher e Nagato foi para o escritório com Yahiko que precisava ter uma conversinha com seu irmão mais velho.

— Nagato, abre o jogo... O que foi aquilo de dar em cima da Yodo? – Perguntou Yahiko.

— Eu fiquei impressionado com ela.

— Há quanto tempo você não via Yodo?

— Há muito tempo!

— Bem, pelo sorriso que você deu e a forma como falou, eu percebi que você tinha ficado interessado nela. – Observou Yahiko.

— Papai tinha razão. Ela seria a rainha perfeita. Se eu tivesse tempo de...

— Ei, ta cogitando chutar a Hanabi?

— Bem que eu queria, mas Yodo não se apaixonaria por mim. Além disso, ela está apaixonada por outro cara.

— Você escutou bem o que disse, Nagato? O cara que não tinha o interesse em se apaixonar está completamente encantado por Yodo.

— Eu não to apaixonado por ela. Eu só achei que ela é diferente de tudo.

— Diferente de Hanabi você quer dizer...

— Hanabi é direta e sensual. Yodo é delicada, mas nem por isso perde sua força. Achei isso magnifico.

— Nagato, você a quer como sua rainha?

— Ela não aceitou ser a minha rainha, esqueceu?

— Não, mas quem sabe isso possa mudar?

— Como?

— Eu tive uma idea...

— Espero que seja uma boa ideia, Yahiko!

[...]

Antes de dormir, Deidara olhou bem para Yodo. Sua irmãzinha era uma fortaleza que ele admirava profundamente. Yodo nunca abaixara sua cabeça só por causa da posição de sua família. Ela sempre havia gostado de entender como funcionava a monarquia de seu país e, até o dia em que seu pai avisou que ela não poderia mais se casar com Shinki, ela defendeu o sistema para o qual virou suas costas logo depois.

Deidara sabia que Yodo representava uma esperança para Suna como rainha. Seu pai havia lhe explicado isso algumas vezes. Sasori I tinha certeza que Yodo ajudaria Nagato a governar Suna. Mesmo assim, em nome da felicidade de sua irmã, Deidara chutou as convenções e ajudou sua caçula a fugir não levando muito em sua bagagem.

Deidara providenciou para a irmã a papelada necessária para cursar medicina em Konoha, um lugar que ele tinha ouvido algumas vezes Sasori I falar por ser terra natal de uma garota fantástica que havia conhecido na adolescência. Deidara se lembrava bem da conversa com o falecido rei em que Sasori I descrevia Konoha como um lugar pequeno, que uma vez escondeu a preciosidade que hoje o mundo conhecia como Sakura Haruno. Assim, Deidara decidiu esconder sua irmã lá também. Em uma cidade pequena, Yodo teria mais chances de esconder seus laços com a nobreza. Queria poupá-la.

Cortar laços com sua irmã havia sido muito difícil, mas seu pai não podia desconfiar que ele havia ajudado senão também seria deserdado. Deidara não podia permitir isso. Ele era a descendência de sua família, a continuação do nome e do título. No entanto, Deidara sabia que estavam em uma situação difícil agora. Após a decepção de ver Yodo recusar subir ao trono como rainha, o pai de Deidara se afundara na bebida e no jogo. Hoje, sua família tinha muitas dívidas com a família Sabaku no Akasuna que só não eram cobradas pela benevolência de Gaara.

Agora, com seus pais em estado crítico de saúde, Deidara se perguntava de onde tiraria forças e dinheiro para tocar os negócios da família. Como pagaria os funcionários? Pediria mais dinheiro emprestado a família real? Se decidissem cobrar, estava perdido. Sabia disso bem... Deidara queria ter a força de Yodo para recomeçar longe daquele título, mas não sabia se era capaz. Nasceu e foi criado para ser a continuação de tudo aquilo.

— Parece preocupado, Dei... – Disse Yodo, despertando de um cochilo.

— Problema nos negócios apenas. – Resumiu.

— Eu posso ajudar?

— São problemas nas propriedades... você não saberia resolver.

— Não me subestime...

— Não é um problema que inteligência resolva.

— Então é um problema financeiro?

— Na mosca.

— O papai fez dívias muito altas, Dei?

— Yodo, se eu dissesse que só um milagre salvaria a nossa família da falência, você acreditaria?

— Está tão ruim assim?

— Está... Só não estamos falidos por causa da bondade de Gaara e do apoio de Nagato.

— Como nossa família pode dever tanto para a faília real?

— Papai nunca se incomodou em dever para eles, até porque faríamos parte dessa família se o casamento fosse concretizado...

— Mas aí o casamento não aconteceu...

— É. E as dívidas aumentaram e viraram uma bola de neve...

— Dei, precisamos dar um basta nisso... Quem sabe um empréstimo no banco?

— Yodo, devemos uma quantia muito alta. Eu falo de milhões. Não é pouca coisa.

— Como deixaram chegar a esse ponto?

— Papai teria a divida perdoada após o casamento.

— Quer dizer que eu sou a culpada disso?

— Não se sinta culpada. Quem fez essas dívidas foi nosso pai. Você não tem nada a ver com isso...

— Nossos pais estão no hospital, nossa família à beira da falência, você prejudicado com isso tudo, como eu posso me sentir feliz? Minha felicidade está tendo um preço muito alto para nossa família, Dei.

— Yodo, a gente vai dar um jeito está bem? Enquanto a família real não cobrar a dívida, temos como ir levando...

— Confia tanto assim na bondade de Gaara?

— Gaara é um rei justo...

— E quando Nagato assumir?

— Nagato é meu amigo.

— Ele me parece aquelas pessoas que separa amigos e negócios.

— Sem dúvida, ele é prático como Sasori I era, mas não é cruel. Nagato tem um bom coração. Eu aposto nisso.

— Devia conversar com Gaara sobre a dívida. Quem sabe parcelar para pagarmos?

— Yodo, existem juros... Nenhum acordo seria satisfatório, até porque nós não conseguiríamos cumprir com o rendimento atual dos nossos negócios. O que recebemos só dá para pagar os funcionários e  nos manter.

— Eu vou pensar num jeito! Tem que ter!

 

[...]

 

No dia seguinte, Yodo foi até o hospital e ficou sabendo que o estado de seus pais ainda era estável. Deidara a pediu para ficar lá por algumas horas, enquanto voltava para casa e resolvia algumas pendências na propriedade da família. Aproveitando que estava sozinha, Yoso resolveu ligar para Boruto. Ele deveria estar preocupado com ela. Como na noite anterior seu celular ficou sem bateria, só agora poderia ver se havia alguma mensagem do namorado.

Assim, quando finalmente ligou o celular, viu que Boruto havia deixado três mensagens de texto no whatsapp. A primeira dizia que entendia a situação e que poderia contar com ele para o que precisasse. A segunda dizia que esperava sua ligação. A terceira reforçando que a amava. Yodo sorriu com aquilo. Boruto era o melhor namorado do mundo. Era grata por tê-lo sempre por perto e gostaria muito de estar com ele ali para ampará-la, mas sabia que não podia. Tinha que ser forte e aguentar sozinha.

— Boruto? – Disse Yodo após ouvir a voz do amado dizendo alô.

— Que bom ouvir sua voz, Yodo! Está tudo bem com seus pais? – Perguntou Boruto.

— Eles continuam estáveis, mas ainda não acordaram. Te deixei muito preocupado?

— Claro que sim, mas eu entendo que você teve que ir sem dar muitas explicações.

— Tive mesmo. Meu irmão me trouxe às pressas.

— Sabe quantos dias vai ficar? Avisou ao hospital e na faculdade?

— Ainda não. Queria voltar só após vê-los acordados. Bem, você pode avisar na faculdade e no hospital pra mim? Eu saí às pressas e esqueci completamente.

— Claro que posso, amor. Quando você voltar, quero saber como foi tudo ok?

— Claro, amor. Falei sobre você para o meu irmão e ele está feliz por nós.

— Quero muito conhecê-lo.

— Talvez algum dia. Bem, agora acho difícil por causa da minha briga com a família, mas vamos tentar...

— Será que seus pais não amolecem com a sua chegada aí?

— Acho difícil. Ainda mais depois dos problemas que meu irmão me contou...

— Problemas?

— Pessoalmente eu te conto. Acho que não dá pra falar isso por telefone. Boruto, eu preiso desligar. Não esqueça que estou morrendo de saudade tá?

— Eu também, amor. Se cuida.

— Você também, meu amor! Te amo muito.

— Eu também!

Yodo desligou e sentiu vontade de chorar. Não aguentou e se debulhou em lágrimas. Primeiro, porque se sentia um tanto culpada pela situação dos pais. Segundo, porque temia pelo futuro de seu irmão e do nome de sua família. Terceiro, porque sentia Boruto diferente com ela. Amava tanto o namorado, mas sabia que algo tinha mudado. Era sortuda por tê-lo, se sentia assim o tempo todo, mas o tom de voz de Boruto ao telefone era desanimador. Mesmo fingindo que tudo ainda era tão bom quanto no início empolgante daquele namoro, Yodo sabia tão bem quanto Boruto que as coisas estavam mornas.

E, enquanto suas lágrimas escorriam na recepção do hospital, ela sentiu alguém tocar seu ombro e acolhê-la em um abraço. Yodo nem viu direito quem era, mas se deixou levar e ficou ali. Então, ela ouviu a voz a consolando e reconheceu Nagato. O futuro rei de Suna estava ali oferecendo-a um ombro amigo. Quando se afastou, Nagato secou as lágrimas de Yodo com seu lenço em que tinha suas iniciais bordadas em dourado.

— Não aguento ver uma mulher bonita chorando. – Admitiu Nagato após guardar seu lenço no bolso da calça.

— O que faz aqui, Nagato?

— Queria saber como estavam seus pais... Deidara me disse que a deixou sozinha aqui e então pensei que um hospital é um lugar difícil de se ficar sozinha. Precisa de apoio, não?

— Veio só pra isso? Me apoiar?

— Quando acordei perguntei por vocês e a governanta me informou que tinham saído. Liguei para Deidara e ele me disse que você estaria aqui sozinha e que estava fragilizada. Resolvi fazer companhia. Ainda não sou o rei, então tenho um tempo livre. – Justificou-se.

— Agradeço a gentileza, mas não quero incomodá-lo.

— Não é incomodo, Yodo. Eu gostei de você. Olha, eu não costumo gostar das pessoas facilmente.

— Você não gostava de mim quando eu namorava Shinki.

— Eu via você como uma ladra, que tinha me roubado meu melhor amigo. Shinki deixou de viajar comigo algumas vezes porque queria ficar com você. Me sentia traído. – Lembrou Nagato.

— Sinto muito. Não queria ter roubado Shinki de você. Ele me falava que você se sentia muito sozinho e que nem sempre tinha paciência com Yahiko por ele ser bobo demais.

— Yahiko é alegre. Às vezes, isso me incomoda. Shinki tem um lado sombrio como eu. Sempre me identifiquei com ele, o tinha como um herói.

— E não o tem mais como um herói?

— Desde que ele se apaixonou por Sarada Uchiha mudou muito. Ficou cego. O amor destrói as pessoas, Yodo.

— Nagato, você tem ua visão errônea sobre o amor.

— E qual é a visão certa?

— Amar te faz sentir bem. Pode machucar, ás vezes, mas não é sempre. E, mesmo quando dói, vale a pena pelo que de bonito traz a gente entende?

— Não.

— Ok – Yodo riu – Vou tentar explicar. O que você sente quanto está perto de Hanabi?

— Tesão?

— Você não fica ansioso quando sabe que ela vai chegar? O seu coração não bate rápido?

— Não.

— Já se sentiu assim com alguém?

— Nunca amei uma garota.

— Tá. Vamos pegar outro tipo de amor... Você amava seu pai, certo?

— Sim.

— O que sentia quando Sasori voltava de uma viagem?

— Queria abraçá-lo e ver que presente tinha trazido.

— Se sentia feliz?

— Muito.

— Quando se ama uma garota também é assim... Lembra da dor que sentiu ao saber da morte de seu pai?

— Lembro todos os dias.

— Então, perder um amor pode doer tanto quanto isso também. É tudo proporcial ao quanto você se importa. – Explicou Yodo.

— Acho que comecei a entender...

— Acha que será capaz de se sentir assim com Hanabi?

— Sinceramente? Não...

— Posso te dar um conselho?

— Pode.

— Não se case, Nagato. Só vale a pena se for com alguém que se ama de verdade.

— Isso não existe aqui em Suna... Você sabe bem disso.

— Eu sei, mas isso não impede você de tentar. Converse com Gaara, adie o casamento... Deidara me falou que querem apressar as coisas, mas você pode esperar dois anos para subir ao trono. Tenter achar um amor...

— Yodo, obrigada pelo conselho. Prometo pensar no que me falou...

— Ótimo!

 

[...]

 

— É verdade que Nagato passou a manhã toda com você? – Perguntou Deidara na hora do almoço para Yodo.

— Foi. Ele me fez companhia, me contou um pouco como se sente e me confortou.

— Acho que ele está se apaixonando por você.

— Claro que não! Ele nem sabe como é se sentir assim...

— Por isso mesmo, ele está aprendendo com você.

— Nem brinca com isso...

— Teríamos problemas se ele se apaixonasse por você?

— Claro que sim! Primeiro, eu tenho um namorado. Segundo, eu não sei quanto sombrio ele pode ser.

— Ele falou sobre seu lado sombrio com você?

— Muito pouco.

— Você é luz, Yodo. As sombras nunca atingirão Nagato enquanto você estiver por perto.

— Você fala como se eu fosse uma espécie de anjo! – Riu.

— E não é? Traz paz a vida dos outros. Sempre foi assim... Desde criança, você sempre se destacou por sua bondade Yodo.

— Dei, se eu puder ajudar Nagato eu o farei, mas para por aí.

— Eu sei que sim. Ah, falou com Boruto?

— Sim, está tudo bem em Konoha.

— Pelo que os médicos falaram, nossos pais vão acordar amanhã. Vai aparecer pra eles?

— Tenho medo de piorar a situação.

— Vai fazer o que então?

— Não sei, Dei...

— Eu vou falar com eles... Não é justo que nossos amados pais Greg e Darla continuem te maltratanto sendo que foi você quem os salvou.

— Se eles mudassem de ideia me fariam tão feliz. – Confessou Yodo.

— Eu vou tentar fazê-los mudar de ideia. – Prometeu Deidara.

 

[...]

 

Enquanto isso no palácio...

— Como foi com Yodo, Nagato? – Perguntou Yahiko.

— Ela é tão agradável quanto Deidara. Irmão, eu senti vontade de protegê-la ao vê-la tão frágil, chorando no hospital...

— Eu acho que alguém está se apaixonando, finalmente! – Brincou Yahiko.

— Seria isso? Eu estaria me apaixonando por ela?

— Eu acho bem possível.

— E o casamento com Hanabi?

— Irmão, não vou mentir... Se você desfizer esse compromisso depois do noivado, a família Hyuuga vai armar um escândalo, talvez até uma guerra.

— Yodo me incentivou a não casar, mas isso não quer dizer que ela me daria uma chance.

— Não cometa o mesmo erro do papai, Nagato! Ele casou com nossa mãe por causa do país e olha no que deu. Não queira fazer o mesmo, sua história pode ser diferente, mesmo se não for com Yodo. Seja lá o que a família Hyuuga for fazer, a gente dá um jeito junto.

— Então, quando tio Gaara voltar eu vou falar que não quero mais casar e que quero adiar a minha subida ao trono para quando tiver 18 anos.

— Isso. Não vamos ceder à pressão dos Hyuuga. – Disse Yahiko.

Quando Gaara e Shinki voltaram a Suna, Nagato pediu para ter uma conversa em particular com o tio. O rei estranhou o comportamento do sobrinho, mas concordou em conversarem, então o levou até o escritório.

— Aconteceu algo durante minha ausência, Nagato? – Perguntou Gaara.

— Sim, eu não quero mais me casar com Hanabi Hyuuga. – Disse Nagato e isso surpreendeu Gaara.

— Pensei que estivesse de acordo com o casamento, Nagato.

— Eu estava, mas algo mudou.

— O que mudou em tão poucos dias? Estava tão certo sobre se casar com Hanabi...

— Descobri o amor, tio. Não posso me casar com Hanabi, já que amo outra garota. – Afirmou Nagato

— Quem diria que o rapaz que jurava que jamais ia se apaixonar acabaria fisgado. Quem foi a garota?

— Não importa quem é a garota. O que importa é que o meu compromisso com Hanabi deve acabar. Além disso, não quero ser emancipado para assumir o trono, quero esperar os próximos dois anos.

— Bem, são muitas novidades. Sem dúvida, a família Hyuuga me pedirá explicações. O que direi a eles?

— Tio, eu não quero repetir o mesmo erro de meu pai. Yahiko abriu meus olhos e eu finalmente enxerguei que estava cego pela minha mágoa, achando que seguindo os protocolos bastaria...

— Querido, eu vou falar com a família Hyuuga e terminar seu compromisso com Hanabi... – Gaara abraçou o sobrinho.

— Sério?

— Sim, eu devo isso a Sasori. Mas, quero saber quem foi a garota que fisgou seu coração de pedra...

— Foi Yodo. – Confessou Nagato e Gaara se assustou.

— A sua antiga prometida?

— É engraçado né? É como se papai sempre tivesse tido razão. Ele sempre me quis com Yodo e agora que eu a conheci melhor ela me conquistou.

— Yodo está aqui?

— Sim, após os pais dela sofrerem aquele acidente ela veio ajudar a pedido de Deidara.

— Você está ajudando a família dela?

— Sim, pois Deidara sempre foi um amigo.

— Bem, Yodo renunciou a posição de rainha, mas, se ela aceitasse ser sua noiva, era um ótimo argumento para que a família Hyuuga não chiasse muito. Afinal, Sasori I queria que Yodo fosse a rainha... Ela mudou de ideia?

— Não, ela não mudou de ideia. Infelizmente, não sou correspondido. Ela namora um tal de Boruto. – Informou Nagato.

— Ah, Boruto Uzumaki... Shinki me falou dele.

— Ele também foi namorado daquela garota por quem Shinki está apaixonado...

— É. Famoso esse Boruto, não?

— Tio, Yahiko me deu uma ideia que pode fazer Yodo voltar atrás...

— O que Yahiko pensou?

— A família de Yodo deve milhões a nossa. Se cobrarmos a dívida, eles vão a falência... Então, Yahiko disse que eu poderia propor o casamento a ela como uma forma de pagar essa dívida.

— Querido, é uma boa ideia, não vou negar. Só que isso não faria Yodo amá—lo. Aliás, duvido muito que ela se sujeitasse a um trato assim... Yodo é idealista. Sempre foi.

— O que eu faço então?

— Bem, eu preciso achar um jeito de acabar com seu compromisso com Hanabi sem causar um escândalo. Depois disso, pensamos sobre o resto...

— Obrigado, tio. Aliás, eu queria te pedir desculpa...

— Pelo que?

— Por ter culpado o senhor pela morte de meu pai. Hoje percebei que estava enganado.

— É muito bom ouvir isso, Nagato!

 

[...]

 

Deidara ficou animado quando o médico lhe avisou que seus pais estavam acordados. O loiro resolveu falar com os progenitores primeiro, antes de dar esperanças a Yodo sobre encontrá-los. Deidara sabia bem que o pai era orgulhoso e que seria difícil dobrá-lo.

Quando entrou no quarto, Greg e Darla não esconderam a felicidade de verem Deidara. O loiro então abraçou sua mãe e em seguida seu pai. Visivelmente emocionado, ele disse que era quase um milagre eles estarem ali vivos e lúcidos.

— Papai, quero que me prometa que nunca mais vai beber, está bem? – Pediu Deidara.

— Seu pai é um teimoso demais! A teimosia dele quase nos matou dessa vez. – Acusou Darla e Greg se mostrou envergonhado.

— Eu sinto muito. Quase destruí nossa família. Filho, é bom ver que ficou ao nosso ladol. – Agradecer Greg.

— Ah, papai só fiz minha obrigação. Quem você deveria agradecer vai chegar ao hospital daqui a pouco. – Começou Deidara.

— Quem? – Perguntou Greg.

— A pessoa que doou sangue para vocês dois. A pessoa que salvou vocês. Yodo. – Revelou Deidara e os pais ficaram chocados.

— Ela está aqui? – Perugntou a mãe, que sem dúvida queria ver a filha.

— Sim, mamãe. Ela ficou muito preocupada com vocês.  – Disse Deidara.

— Mande-a embora. Yodo não é mais nossa filha. Ela desistiu de tudo e resolveu jogar o nome de nossa família no lixo. – Disse Greg.

— Querido, ela nos salvou! – Disse Darla.

— Foi consciência pesada! De alguma forma, ela é culpada por isso. Se voltei a beber, foi porque me afundei em dividas e, se me afundei em dividas, foi porque ela não casou com Nagato. – Acusou Greg.

— Ela não é culpada por seus erros, papai. – Respondeu Deidara.

— Ela veio atrás do nosso perdão? – Perguntou Greg.

— Ela veio porque os ama, apesar de vocês não se improtarem nenhum pouco com a felicidade dela. Yodo só queria ser médica e se casar com alguém que ela realmente amasse. – Disse Deidara.

— Bobeira. Pode-se aprender a amar uma pessoa durante o casamento. Comigo e sua mãe foi assim. Há gerações é desse jeito em Suna. Sempre funcionou. – Rebateu Greg.

— O problema é que Yodo se apaixonou por Shinki e não quis casar com Nagato por isso. – Lembrou Darla.

— Shinki abriu mão de Yodo. Ela deveria ter entendido assim como ele que não se nega o pedido de um rei. – Disse Greg.

— Pai, Yodo sempre respeitou nossas tradições, mas ela tem as suas próprias convicções do que quer para a vida. Alías, ela está quase se formando em Medicina e está namorando um bom rapaz onde vive atualmente. – Contou Deidara.

— Uma vergonha para essa família! Uma nobre namorando um plebeu! Yodo poderia ter sido rainha! Ocupar o lugar mais alto da hierarquia da nobreza de Suna! Fora que isso acabaria com nossas dividas com a família Sabaku no Akasuna! – Disse Greg.

— Pai, não pode esquecer disso um pouquinho e só agradecer por Yodo salvar sua vida? Mamãe quer ver Yodo! – Intercedeu Deidara.

— Por favor, querido... Quero ver nossa menina! – Pediu Darla.

— Sua filha só se for! Porque a minha filha morreu no dia que fugiu de casa! – Bateu o martelo.

— Pode tentar se educado com ela pelo menos? – Pediu Deidara.

— Por sua mãe! – Disse Greg e assim consentiu que Yodo os fizesse uma visita.

Quando Deidara avisou para Yodo que seu pai havia permitido a visita, a moça teve vontade de chorar. Yodo sentia muita falta de sua família e esse gesto era inesperado para ela. Mesmo assim, Deidara a disse que o pai não estava de bom humor e que ela deveria ter uma postura forte para não se deixar abalar por possíveis ataques. Yodo abraçou Deidara e o agradeceu por ter intercedido por ela. Então, o irmão a lembrou que essa visita não significava que o pai havia perdoado-a, mas que estava cedendo ao desejo de sua mãe que também sentia falta da filha. Yodo enxugou as lágrimas e ajeitou a postura. Precisava passar para eles que não tinha se arrependido da decisão tomada.

Ao entrar no quarto, deu passos tímidos até sua mãe chamá-la para um abraço. Yodo correu como uma criança pequena e abraçou a mãe com força. Enquanto Darla dizia o quanto tinha sentido a falta de Yodo, Greg mantinha a cara fechada. Deidada também entrou no quarto, pois queria dar alguma segurança à sua irmã. Ele tinha medo do que Greg era capaz de dizer. Temia que ele desestabelizasse Yodo emocionalmente como já tinha feito algumas vezes na vida.

— Vai ficar tudo bem, Yodo... – Disse Darla ainda acariciando a filha.

— Eu senti tanto medo de perdê-los... – Admitiu Yodo.

— Você nos salvou. – Disse Darla e Yodo sorriu.

— Eu posso estar longe, mas sempre penso em vocês. – Confessou Yodo.

— Se pensasse em nós, teria tomado uma decisão menos egoísta. – Alfinetou Greg.

— Não acho que seja egoísmo pensar no meu futuro. – Disse Yodo, olhando para o pai.

— Seu futuro era ser rainha, Yodo. Jogou isso fora para se tornar uma médica qualquer e casar com um plebeu. Só me decepciona. – Disse Greg.

— Pai, não fale isso... – Pediu Deidara.

— Deixa... – Disse Yodo.

— Se quis fazer essa visita, deve aguentar ouvir umas verdades, não? Yodo, saiba que você enterrou nossa família. Desde que fugiu para ser feliz, estamos afundados em dívidas. Seu irmão vai herdar propriedades falidas e dividas que superam 1 milhão de euros. Seu egoísmo impossibilitou que nossa família se reerguesse. Vai deixar sua mãe e eu passando fome, sabia? Era melhor nem ter doado seu sangue. Assim, não veria nossa derrocada. – Disse Greg e Yodo ficou chocada.

— Não a culpe! – Grunhiu Deidara.

— Querido, não fale assim com Yodo. – Disse Darla.

— Vocês não veem que ela era a nossa salvação? Então, ela voltou às costas para tudo que aprendeu! – Acusou Greg.

— O que quer de mim, pai? O que eu posso fazer pra ajudá-los? – Perguntou Yodo.

— Pague nossas dívidas e eu te perdoo. Dê uma chance para que eu e sua mãe possamos enverlhecer em uma vida estável. Sem isso, era melhor que você não tivesse vindo nos “salvar” – Disse Greg.

— Pai, não tem o direito de pedir isso a Yodo. – Disse Deidara.

— Ah é? Então, salve você essa família! Ah, mas como faria isso? Você não tem como! A esta altura nem um casamento descente você consegue e sabe por que Deidara? O título que você vai herdar não vale de nada sem o dinheiro! – Disse Greg.

Antes que mais alguma coisa fosse dita, Yodo saiu do quarto e Deidara brigou com o pai por cobrar tanto da caçula. Em seguida, Deidara saiu e abraçou a irmã.

— Eu arruinei mesmo a nossa família, Dei? – Perguntou Yodo visivelmente abalada pelas acusações do pai.

— Eu falei para não ligar para o que ele fala. Papai sempre vai te acusar. Você não tem culpa. – Disse Deidara após beijar a testa da irmã.

 

[...]

 

Deidara levou Yodo para casa e depois foi até o palácio para ver Nagato. Queria conversar um pouco com seu melhor amigo.

— As coisas ficaram piores, Nagato. – Confessou Deidara.

— Seus pais não reagiram bem a volta de Yodo? – Perguntou Nagato.

— Mamãe adorou, mas meu pai fica cobrando de Yodo algo que ela não pode oferecer. – Disse Deidara.

— Ainda por ela não querer ser rainha?

— Na mosca...

— Deidara, eu falei com meu tio e não vou mais me casar com Hanabi. Ainda é segredo e a família Hyuuga não sabe nada sobre isso, mas se sua irmã quisesse ser a minha rainha ainda haveria um jeito. Inclusive, até facilitaria meu lado para terminar noivado com Hanabi. – Revelou Nagato.

— O que? Como isso aconteceu? Você não quer mais casar? – Assustou-se Deidara.

— As palavras de sua irmã fizeram sentido pra mim. – Deu de ombros.

— Gosta dela?

— Gosto mais dela do que de Hanabi.

— Seria o sonho de meu pai você se casar com Yodo.

— Sim, porque isso significaria o fim da dívida...

— Exatamente... Bem, fale com Yodo, Nagato. Só ela pode dizer se aceitaria ou não a sua proposta, mas eu acho que a resposta é não.

— Ela ama mesmo o tal do Boruto?

— Acredito que sim! Ela fala com muito carinho dele.

— Vou fazer minha proposta para ela. Quem sabe tenho alguma chance?

— Isso só Yodo poderá dizer.

 

[...]

 

Yodo estava pensativa. A acusão de seu pai era grave. Para Greg, Yodo era a grande responsável pela falência da família, que já tinha dívidas há anos com os Sabaku no Akasuna. Vendo seus pais ali no hospital, sentiu-se egoísta mesmo Deidara dizendo-a que não era e mesmo ela sabendo que no fundo não era.

— Não fica assim, Yodo. – Disse Deidara ao ver a cara de triste de sua irmã.

— Não quero que meus pais passem fome. – Afirmou Yodo.

— Ele falou isso pra te atingir. Eu nunca permitiria que eles passassem fome. – Disse Deidara.

— Dei, se a dívida for cobrada, vocês vão a falência...

— Nosso nome nos sustentará por algum tempo ainda. Não precisa se preocupar agora.

— Gaara fala sobre cobrar a dívida?

— Ele sente pena de nosso pai.

— Ele perdoaria a dívida?

— Gaara é bom, mas não perdoaria a dívida. Talvez, oferecer algum acordo.

— Nós tínhamos um acordo e eu estraguei tudo...

— Yodo, você não sabia que nosso pai tinha prometido sua mão à Nagato para que Sasori I perdoasse a dívida da nossa família, nem eu sabia disso na época...

— Papai tem razão. Eu nos afundei.

— Não se culpe! Papai se afundou sozinho. Ele não pode culpar você por querer ser feliz.

— Você acha que Shinki sabia do acordo?

— Yodo, eu não falo com Shinki desde que ele te largou. Enfim, não sei te responder isso. Só ele pode.

— Acho que vou procurar Shinki. Quero entender essa história...

— No que está pensando?

— To tentando achar um jeito de salvar nossa família...

— Yodo, não quero te forçar a nada, mas hoje estive com Nagato e ele quer fazer uma proposta a você.

— Não me diga que...

— Sim, ele quer casar com você.

— E o noivado com Hanabi?

— Segundo ele, já foi acertado com Gaara que o casamento não acontecerá mais. A família Hyuga não sabe ainda, mas Nagato quer aguardar para subir ao trono e escolher sua esposa com calma. Ele pensou que você seria uma boa opção... Enfim, falei para que ele conversasse com você.

— Eu tenho namorado, Deidara!

— Eu sei, falei para ele que sua resposta seria não...

— É... É claro que é não. – Disse Yodo.

 

[...]

 

No dia seguinte, Yodo decidiu procurar por Shinki no palácio. Chegando lá, foi recebida pela governanta que disse que o duque tinha saído para um compromisso em uma cidade vizinha e que talvez nem voltasse no mesmo dia. Yodo ficou um tanto decepcionada. Não seria dessa vez que tiraria a limpo a história com Shinki.

Quando estava prestes a deixar o palácio, Yodo esbarrou em Nagato que se surpreendeu com ela ali. Yodo explicou que estava procurando por Shinki e por isso tinha dado a viagem perdida, então Nagato a convidou para tomar um chá. Ela aceitou.

— Bateu saudade de Shinki, foi? – Perguntou Nagato.

— Não, eu só queria fazer uma pergunta a ele. Só isso.  Respondeu Yodo.

— Seu irmão te disse que eu tenho uma proposta a te fazer?

— Sim, Nagato. Ele disse, mas você pode imaginar qual é minha resposta, não?

— Posso. Mesmo assim, eu posso tentar? Acho que tenho bons argumentos...

— O que me faria desistir de ficar com alguém que amo para me atirar em casamento sem amor?

— Aqui há amor também. – Disse Nagato e Yodo se surpreendeu.

— Que bobagem! Acha que me ama? Você mal me conhece.

— Conheço o suficiente para saber que todos estão certos ao dizerem que você deve ser a rainha.

— Sabe... Eu acredito no amor, Nagato. Eu realmente acredito que a gente tem o direito de escolher com quem vai ficar. Acho o maior absurdo do mundo alguém querer ter poder sobre isso. Foi por isso que fui embora daqui...

— E agora voltou por causa de seus pais...

— É. Eu voltei por ele e sabe o que ouvi? – Nagato fez que não com a cabeça – Meu pai me chamou de egoísta. Disse que afundei a minha família.

— Foram palavras duras.

— Eu não quero ser a responsável por isso sabe?

— Eu posso ajudar você.

— Como?

— Eu prometo que se você se casar comigo e se tornar a minha rainha, essa dívida será perdoada. Tem coragem de se sacrificar por sua família?

— Nagato, seria tão fácil dizer sim... Só que tem alguém que me espera. Se Boruto não existisse, acho que diria sim.

— Fale-me sobre Boruto. Ele não entenderia seu sacrifício?

— Não, não entenderia. Ele, assim como eu, acredita no amor.

— Ele te ama muito, Yodo?

— Eu amo Boruto.

— E ele?

— Ele ama Sarada. Shinki ama Sarada também. Ou seja, ninguém me ama.

— Eu amo você, Yodo. E te prometo que vou cuidar de você, da sua família, serei o homem de seus sonhos.

— Ah, Nagato...

— Se você quiser pensar, eu te dou um tempo...

— Se eu me casar com você, a minha família tem a dívida perdoada mesmo?

— Sim, além disso, vou fazer de seu pai um homem influente durante o meu reinado.

— Eu vou pensar...

— Sabia que ia fazer você reconsiderar.

— Eu disse que vou pensar, Nagato. Só isso.


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