Andava tranquilamente pela rua, seguindo para sua casa. Sorriu ao se lembrar de quem a estaria esperando quando abrisse a porta. Sorriu mais ainda ao imaginar os lindos olhos verdes cravados nela.

Não tinha dúvidas de que amava Ulquiorra.

Ele havia voltado a vida misteriosamente. Dois meses depois que a batalha contra Aizen havia chegado ao fim, Ulquiorra invadira seu quarto. O espada estava diferente de como Orihime estava acostumada. Ele estava inquieto, ansioso.

Depois de longos minutos, ele finalmente havia dito que queria descobrir junto dela como é ter um coração.

Ficara feliz por ele a procurar, estava deprimida por causa da morte dele já tinha vários dias. Todos haviam seguido em frente e ela continuava no mesmo lugar.

Ichigo estava namorando Rukia, Ishida havia viajado para Soul Society algumas vezes para conversar com Nemu e Chad estava fora da cidade. Ela era a única que continuava presa ao passado.

Resolveu dar uma chance para Ulquiorra, se dar uma chance de ser feliz. E, sinceramente, não se arrependia disso.

Ulquiorra, muitas vezes, era indiferente. Não havia muita coisa que lhe fazia ter interesse ou querer seguir em frente em tal coisa. Porém, havia dias em que ele se abria. Era nesses dias que ela via um lado dele que nunca imaginou existir. Ele não era o carinho em pessoa, não mesmo, mas adorava quando ele ficava mexendo no cabelo dela até ela dormir.

Adorava quando ele levava café da manhã para ela na cama e dava a desculpa de que a comida da ruiva era extremamente ruim, por isso ele cozinhava. Adorava quando ela dizia o amar e ele a olhava fixamente por longos minutos e depois virava o rosto, fazendo um bico extremamente fofo. Ela não precisava ouvir as mesmas palavras dele, conhecia bem o espada e sabia que ele demonstrava o que sentia através de gestos.

Afinal, Ulquiorra nunca foi de conversar muito.

Mas estava feliz ao lado dele, mais do que poderia imaginar.

— Orihime-chan!

Virou-se ao ouvir seu nome ser chamado. Reconheceu Hiroto, um garoto que ficava em seu pé na faculdade. Sempre dispensava ele, dizendo que já tinha namorado, mas ele nunca desistia.

— Oi, Hiroto-kun.

Sorriu gentil e o garoto se aproximou, os olhos castanhos fixos no sorriso da garota. Orihime deu dois passos para trás, ao ver que o garoto havia se aproximado demais.

— Por favor, me dê uma chance, Orihime-chan! Prometo que lhe farei feliz todos os dias!

Orihime sorriu, sem graça. Ele sempre dizia a mesma coisa, a fazendo ficar com pena de quebrar, novamente, o coração dele. Hiroto era um bom garoto, só tinha problemas em entender que ela não sentia o mesmo por ele.

Antes que pudesse responder algo, sentiu uma enorme pressão espiritual. Desequilibrou-se levemente, surpresa pela reiatsu aparecer tão repentinamente. Olhou para Hiroto, vendo-o de joelhos e ofegante, a reiatsu intensa quase o esmagando.

Olhou para trás, vendo Ulquiorra perto de si, caminhando lentamente enquanto mantinha os olhos fixos em Hiroto. Ele parou a dois passos dela, ainda olhando para o garoto no chão e Orihime entrou na frente dele, olhando nos olhos verdes.

— Diminua sua reiatsu, por favor.

Ao ouvir o pedido, Ulquiorra a olhou. Os olhos verdes passando pelo corpo da garota, como se quisesse conferir que ela estava inteira. Parou de soltar a enorme pressão, fazendo o ambiente ficar confortável novamente. Hiroto levantou-se, ainda um pouco ofegante.

— Vá embora.

A voz fria de Ulquiorra assustou o garoto, que olhou para Orihime e depois voltou a olhar Ulquiorra.

— Tudo bem, Hiroto-kun! — Orihime sorriu. — Pode ir tranquilo, ele é o meu namorado.

Hiroto assentiu e saiu quase correndo de perto do casal. Orihime olhou para Ulquiorra, vendo ele de olhos fixos na figura já longe de Hiroto.

— Precisava fazer isso, Ulqui-kun?

O moreno desviou os olhos para ela, vendo ela lhe olhando repreendedora. Odiava quando ela o olhava assim. Caminhou até ela, pegando a mão direita da garota e dando um beijo no pulso.

— Você é minha, Onna.

Orihime corou, vendo ele entrelaçar seus dedos, abaixando as mãos.

— Está com ciúmes, Ulqui-kun?

Sorriu ao vê-lo inclinar a cabeça para o lado, como se pensasse.

— Ciúmes é uma emoção humana inútil, Onna. — Respondeu, a olhando. — Não me compare com os lixos que sentem isso.

Ela riu da fala dele. Ulquiorra nunca mudaria, afinal.

— Então porque fez essa cena toda?

Ele a olhou, as grossas sobrancelhas sendo franzidas.

— Eu já disse, você é minha! — Virou-se para seguir caminho para casa enquanto Orihime ria dele.

Orihime sabia que ele não ia admitir que estava com ciúmes, então não insistiu mais. Apenas seguiu para casa, sentindo a mão quente dele enlaçada na sua. Olhou para ele, sorrindo novamente ao ver os olhos verdes a fitando.

— Amo você, Ulqui-kun!

Viu ele a olhar por mais alguns instantes e franzir ainda mais as sobrancelhas. Ele parou de andar, olhando nos olhos de Orihime. Ela pensou que ele poderia ver sua alma de tão profundo o olhar dele.

— Não sei direito o que é amor, Onna, mas acho que amo você também. — Ele inclinou a cabeça para o lado novamente. — Me ajuda a descobrir o que é isso que estou sentindo? Se realmente é amor ou se estou ficando doente onde deveria existir um coração?

Ela abriu um enorme sorriso, as bochechas ficando coradas pela demonstração de afeto dele.

— Com certeza!

Aproximou-se do espada, encostando seus lábios suavemente nos dele. Sentiu Ulquiorra lhe abraçando e retribuiu o abraço.

Não poderia estar mais feliz!