O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 25
Forças antigas e poderosas




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Jessica acordou em um quarto estranho, com teto e paredes pintadas de cores claras. Estava deitada em uma confortável cama, com a cabeça repousando em um travesseiro macio. Apesar do lugar estar na penumbra, piscou duas vezes para se acostumar com a claridade. Olhou em volta, tentando reconhecer o lugar, encontrou Alex sentado em uma poltrona ao lado da cama.

— Até que enfim que acordou! – exclamou, impaciente.

— O que aconteceu? – Se esforçou para falar, pois sua boca estava seca, sua cabeça pesada e sua última memória nítida foi quando estavam na frente do Olimpios, sendo atacados, novamente, por aquela entidade misteriosa.  

— Você está dormindo por 24 horas – ele declarou.

— A última coisa que me lembro é estar desabando, na frente do clube Olimpios, completamente sem ar, achei que iriamos morrer – confessou.

— E você iria mesmo, se o meu pai não tivesse aparecido, e espantado aquela coisa.

— Seu pai? O fogo era a espada dele! Foi a última coisa que vi antes de desmaiar.

— Sim, era a espada dele.

— Então, ele matou aquilo! – Jessica sentou-se na cama, animada, ficou tonta, levou a mão a cabeça.

— Infelizmente, não. Ele parece ser muito poderoso e não pode ser destruído assim, tão fácil, além disso fugiu, sem lutar. – Aquela revelação fez Jessica murchar. – Está com fome? Podemos ir até a cozinha, depois meus pais querem falar com você. – Alex comunicou.

— Comigo? Por quê?

— Querem confirmar a nossa história.

— Você contou para eles sobre a viagem no tempo?

— Ainda não. Isso só os deixarão mais aflito e pegarão ainda mais no meu pé, com medo que alguém queira usar esse meu poder.

— Eles não se lembram de nada? Que nos conheceram no passado?

— Não, porque para nós isso aconteceu ontem, mas para eles aconteceu há muitos séculos atrás? Nem os imortais tem tão boa memória assim.

— Então, o que contará para eles, afinal?

— Vamos dizer que fomos a uma festa à fantasia, mas que estava muito chata e por isso decidimos ir até o Olimpios para nos divertirmos.

— Eles cairão nessa?

— Sim, porque eu faço isso o tempo todo. Pelo menos, fazia, antes de começarem a me vigiar. Não aguento mais viver assim, a cada esquina que viro, lá está aquela coisa querendo me capturar, para me levar para o mestre dele, seja lá quem for – Alex falou, irritado.

— E o que pretende fazer?

— Primeiro, tenho que saber com quem estou lidando, depois tenho que tentar destruí-lo.

— Fácil assim? – Jessica questionou com ironia.

— Tem uma ideia melhor?

— Não.

— Então, levante-se, vista-se, precisamos ir a um lugar.

— Mas, seus pais não irão permitir! – Jessica advertiu com certeza, porque já havia escutado aquela frase antes.

— Eu sei que não, mas quando isso importou para mim – Ele deu de ombros.

Sem escolha, Jessica afastou as cobertas, sentindo os seus membros pesados, demorou para ficar de pé. Enquanto Alex a observava, ainda usava a roupa romana.

— Há roupas novas para você no armário – ele esclareceu, a olhando com piedade, pensava como os humanos eram frágeis e vulneráveis e como Jessica precisava ser protegida. Então, se levantou e foi até ela.

— Dê-me sua mão – ele pediu, ela vacilou. – Por favor, dê-me sua mão – insistiu, estendendo a dele, assim ela o fez. Suas mãos se tocaram e algo aconteceu, foi como uma leve descarga elétrica, que se espalhou pelo corpo dela, sentindo uma estranha energia revigorante, sua sensação boa e prazerosa, notou que estava melhor mais forte e mais disposta. – Sente-se melhor? – indagou.

— Sim, bem melhor. Obrigada! – agradeceu, satisfeita, ainda de mãos dadas, ela não tinha vontade de soltá-la, nem ele tomou a iniciativa. Seus olhos se encontraram. Jessica encarou aqueles misteriosos olhos negros e profundos, Alex deu um passo para frente, ela ficou paralisada, quando suas bocas se tocaram, levemente. Eles se aproximaram com o braço dele a envolveu pela cintura e a trouxe para mais perto, enquanto as mãos delas seguravam o rosto dele. Era uma sensação que ela nunca sentira antes, era como se esquecesse da sua existência e se tornasse pura energia, sem tempo ou espaço. O beijo se tornou mais intenso, as mãos mais audaciosas. Quando, depois uma rápida batida, a porta se abriu e Diana estancou, surpresa, diante da cena, pegos desprevenidos, se separaram, rapidamente. Jessica sentiu seu rosto arder, estava sem folego.

— Que bom que acordou, Jessica! – Diana falou, com falsa indiferença e um sorriso simpático. – Alex, vamos deixá-la se aprontar. Jessica, estaremos esperando por você lá embaixo – declarou, convidando o filho a sair dali.

Ele obedeceu, seguindo a sua mãe. Jessica ficou sozinha, ainda atordoada pelo beijo, olhou em volta, rumou para o banheiro.

— Alex, o que está fazendo? – Diana questionou, quando estavam do lado de fora do quarto.

— Nada! Só foi um beijo – Alex disse, dissimulado, dando de ombros.

— Espero que pense nos sentimentos dela – advertiu — Não vivemos mais nos tempos antigos.

— Mãe, nós sabemos que ainda hoje, o nosso povo vive se envolvendo com os mortais e proliferando com eles. Olhe o exemplo do meu avô e do meu tio! – Alex retrucou com sarcasmo.

— Mas, espero que você não siga o exemplo deles – Diana replicou, irritada.

— E se eu realmente gostar dela? – Alex declarou, Diana o encarou surpresa.

— O que foi? Estão brigando outra vez? – Gabriel percebeu os ânimos exaltados, quando se aproximaram.

— Não, está tudo bem, só algumas opiniões divergentes – Alex respondeu. – Mas, agora, preciso que me digam, o que está atrás de mim? – questionou, encarando os pais, que se entreolharam.

— Achamos que seja Eres – Gabriel respondeu, Alex o interrogou com o olhar a espera de mais explicações.

— Eres é a primeira esposa de seu pai – Diana completou. – Nos tempos antigos, no começo do mundo.

— Eu sei – Alex falou, sem emoção na voz.

— Você sabe? – Gabriel ficou perplexo.

— Vocês acham que não prestava atenção em todas aquelas aulas de história antiga que eu tinha. Sei que vocês tentaram me esconder a verdade, mas não sou bobo, então, conclui.

— Ela já tentou capturar você antes, quando era um bebê. Sabíamos que poderia tentar de novo – Gabriel explicou.

— Por isso tanta proteção? – Alex indagou.

— Sim – respondeu Diana.

— E o que faremos agora? – Alex quis saber, preocupado.

— Ainda não sabemos — Gabriel finalizou. – Mas estamos trabalhando nisso. Seu avô falará com ela – Alex não sentia muita firmeza no seu avô paterno. O Senhor do Oriente, desde que voltou a vida, depois de passar dois mil anos como uma estátua, não batia muito bem, deixando os problemas mais difíceis ao encargo do seu primogênito.

Seguiu um pequeno momento de silêncio, foi quando Jessica chegou, descendo as escadas. Parando no final dela, ao pressentir o clima estranho no local.

— Sente-se melhor, Jessica? – Diana perguntou, com um sorriso amistoso.

— Sim, obrigada.

— Está com fome? – Diana questionou.

— Não – respondeu, pois depois da troca de energia com Alex, sentia-se muito bem. Seus olhos pararam em Gabriel, que ela conheceu na sua viagem ao passado com Enlil, e que não havia mudado nada durante todo esse tempo, continuava lindo e imponente.

— Jessica, esse é o pai de Alex, Gabriel – Diana os apresentou.

— Eu sei. – Escapou sem querer, ela percebeu o olhar reprovador de Alex, com medo que revelasse o seu segredo. – Quer dizer, eu presumo que seja – emendou. – Muito prazer.

— Muito prazer, Jessica! Estranho, pois tenho a sensação de já a ter visto antes – Gabriel declarou, pensativo.

— Tenho um rosto muito comum – ela disse. – Quando vou poder voltar para minha casa?

— Por enquanto, não é seguro, pois toda vez que Alex foi atacado, você estava junto, por isso poderão ir atrás de você – Gabriel esclareceu.

— Quem? – Jessica inquiriu.

— Forças antigas e poderosa – Gabriel foi direto.

— Vamos, Jessica! Vamos sair daqui! – Alex a puxou pela mão, deixando Gabriel e Diana sozinhos.

— Você acha que é uma boa ideia mantê-la aqui? – Gabriel perguntou a mulher.

— Acho. No meu sonho, era ela que salvava Alex – Diana revelou.


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