O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 10
Tempos perigosos




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— Preciso me encontrar com o Senhor do Ocidente e expor toda essa situação tão delicada – Enlil conversar com Isinu, à mesa, comendo a primeira refeição do dia, composta de pão, cerveja e carne.

— Você acha que é seguro, senhor? Não acredito que ele o ouça, pelo que ouviu pelos seus informantes na cidade, não paree muito disposto a ceder.

— Assim, como meu pai. No entanto, foi ele que me convidou, apesar de achar que há algo errado nisso. Essa não é uma atitude típica dele – Enlil concordou, receoso.

— Então, por que se expor assim, senhor? — Kadir, assim como Aslan, que estava ao lado deles a mesa se interpõe.

— Mas se eu recusar o convite, ele poderia ter um motivo para começar as desavenças, será uma prova da nossa má vontade.

— Então, está pensando em uma armadilha? — Aslan fez a pergunta retórica, pois todos imaginavam que sim.

— Espero que esteja errado, mas percebi que meu irmão Enki ficou muito contente com o convite, insistiu para que eu viesse. Você sabe que ele não é confiável, acredita nessa história de brincar de deuses, assim como Júpiter, não percebem que fim da nossa era se aproxima, que os mortais não são marionetes para serem controlados eternamente – Isinu ia falar algo, quando a cortina se abriu e Alex e Jessica entraram.

— Aí estão vocês, meus jovens convidados! Venham, junte-se a nós – Isinu os cumprimentou animado, Enlil olhou para Alex com interesse.

— Desculpe a interrupção – Alex disse, enquanto se sentavam nas cadeiras em volta da mesa baixa.

— Ainda acho, que conheço você de algum lugar, rapaz – Enlil insistiu, olhando fixamente para Alex. – De onde vêm?

— Anatolia – improvisou Alex, rapidamente, falando o nome da região na Ásia menor, feliz por se lembrar das maçantes aulas de história antiga do seu povo, que era obrigado a aprender, se servindo do pão da carne e cerveja.

Enquanto isso, Jessica se servia de um pedaço de pão despechando mel sobre ele, olhando a cerveja co repugnância, pegou um pouco de água.

— Por que viaja sozinho com uma mortal? Está fugindo de casa? Fez algo errado, meu rapaz? – Enlil indagou, de um jeito autoritário, encarando Alex com desconfiança.

— Por que quer saber? – Alex ficou incomodado com o questionamento.

— Porque esta situação é muito estranha. Sinto que você não é o quem fala que seja – Enlil continuava a encará-lo, ambos ignorando os outros comensais, que assistiam tudo como uma partida de tênis.

— Por que mentiria? – Alex retrucou.

— Vivemos tempos perigosos, se eu fosse o seu pai nunca permitiria que alguém tão jovem ficasse exposto desta forma.

— Mas, o senhor não é meu pai, não tem nada com isso – Alex falou, de modo cometido, engolindo a raiva.

— Não, realmente, não sou, pois não faria algo semelhante caso fosse – Apesar de calma, o tom da voz de Enlil era fria e cortava com aço.

— Por favor, senhores – Isinu tentava acalmá—los. – Aleph não fale assim com o nosso príncipe. Tenha um pouco de respeito.

— Perdoe-me, Senhor — Alex percebeu seu erro, fez uma leve reverência com a cabeça.

— Vamos esquecer isso, meu jovem – Enlil deu o caso como encerrado.

— Senhor, estamos aqui para aprender sobre essas terras — Jessica se intrometeu, todos a olharam surpresos, pois não estavam acostumados, com tal atitude de uma mulher.

— O que há nessa terra de tão importante, para vocês se deslocarem de tão longe? — Enlil suavizou o tom.

— Conhecimento é poder, senhor. Sendo assim, tudo que podemos aprender, será bom para as nossas vidas.

— Frase interessante, principalmente, vindo de uma mulher mortal.

—Talvez, os homens devessem prestar mais atenção no que as mulheres dissem — Jessica falou, deixado todos boquiaberto, com exceção de Alex, que continuou comendo.

— Gostaria muito de continuar essa conversa, cotudo, tenho um assunto importante para resolver agora – Elil levantou-se e saiu da sala. Os dois outros homens o acompanharam.

— Alex, ele é mesmo o seu pai – Jessica afirmou, quando se viram sozinhos.

— Ainda não – Alex não deu o braço a torcer. –Mas, para aonde ele está indo?

— Ele irá encontrar com seu avô para tentar negociar sobre as invasões do Norte e as mudanças que estão por vim, porém, Enlil deverá ir sozinho. Foi a condição – Isinu esclareceu.

— É uma armadilha – Alex concluiu.

— Sim, é uma armadilha e ele sabe disso – Isinu concordou resignado.

— Eu não entendo, por que ele está fazendo isso? – Jessica estava confusa.

— Ele acredita que poderá fazer alguém entender o que estar por vir, reduzir os danos inevitáveis.

Enlil estava, realmente, muito aborrecido com o jovem amigo de Isinu, não entendia porque aquele rapaz o deixava tão irritado, e ainda tinha aquela sensação estranha de familiaridade, com se o conhecesse de algum lugar, mas ele não podia perder o foco da sua atenção, precisa se encontrar com o Senhor daquelas terras. Ele pressentia, devido aos rumores que vinha de terras do oriente, que o tempo deles de agir como deuses para os mortais chegava ao fim. No Ocidente, também, haviam os problemas devido o imenso desejo de expansão, com invasões das terras que pertenciam ao seu povo, na fome insaciável de poder, os limites entre os dois domínios foram quebrados. Seu pai, Anan, O Senhor do Oriente, estava furioso, pronto para uma guerra, porém Enlil tinha o convencido a esperar até a volta de sua visita a Júpiter e trazer uma resposta.

— Você não pode ir sozinho! – Aslan exclamou, assim que Enlil declarou sua intenção, enquanto se preparava com sua bela vestimenta, que revelava sua respeitável posição.

— Sim, eu irei sozinho como um gesto de boa vontade e confiança – Enlil explicou para seus acompanhantes atônitos.

— Pode ser uma armadilha, meu príncipe – Kadir insistiu.

— Eu sei dos riscos, mas tenho que apostar – Enlil falou decidido, seus companheiros sabiam que nada o faria mudar de ideia.

— Mas, senhor, se for feito prisioneiro o seu pai se vingará e começará a guerra – Aslan ponderou.

— Se isso acontecer de virara prisioneiro, meu pai não poderá saber até não haver mais solução. Prometam-me isso! – Enlil ordenou para seus companheiros Kadir e Aslan.

— Sim, senhor. Prometemos, senhor – Os dois falaram juntos, fazendo uma reverência.


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