A Herdeira escrita por TessaCrowled


Capítulo 4
3


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Espero que gostem!



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O Beco Diagonal era muito diferente de Londres.   

Todo mundo sabe que Londres é a cidade cinzenta. Mas aqui, no Beco Diagonal, as cores surgem em todos os cantos e em todas as pessoas.

Meus pais caminhavam a frente, conversando com Gina e Harry. Eu, Alvo, Tiago e Lílian íamos mais atrás, em silêncio. Nenhum de nós parecia interessado a iniciar uma conversa, mas eu sabia que os filhos de Harry olhavam para mim.

—Então... Vocês também vão para Hogwarts? - Comecei.

—Não. Lily não vai esse ano, só daqui a dois anos. - Tiago respondeu.

Lily cruzou os braços e lançou um olhar fulminante para Tiago.

—Ah Lily, não enche. Ele só disse a verdade. - Alvo disse e revirou os olhos.

—Por que eu tive que nascer dois anos depois? Vou ter que esperar tudo isso para ir para Hogwarts! - Lily suspirou.

—Não ligue para ela Claire. Lily não aceita que só vai para Hogwarts daqui a dois anos. - Alvo sorriu para mim.

—Vejam só. - Tiago apontou para frente. - Nossos pais entraram na Madame Malkin.

Apressamos um pouco o passo e chegamos próximo a loja. As vitrines tinham manequins que se moviam, exibindo roupas chiques e um modelo de uniforme de Hogwarts feminino e masculino. Olhei para o uniforme feminino da escola; o feminino era composto de uma saia preta plissada, acima do joelho, uma camisa branca de mangas longas com o brasão da escola, uma gravata cinza e um suéter preto. O manequim animado coloca uma capa preta, com detalhes roxos na costura. Se exibe e depois o tira, mostrando a outra parte do uniforme.

—Vem Claire! - Alvo me chamou e eu entrei de vez na loja.

Fitas métricas, tesouras e rolos de linha voavam pela loja. Em um canto, uma senhora com um óculos na ponta do nariz, balançava a varinha e uma fita métrica ia tirando as medidas de uma menina loira. Perto dela, uma tesoura, uma agulha e uma linha trabalhavam em conjunto costurando uma roupa.

Meus pais riam de alguma coisa que Harry havia dito e eu sentei em uma das cadeiras que havia ali, esperando.

—Tio Rony nos contou que tio Fred tem novos produtos na loja e que ele vai nos mostrar antes do início das aulas. - Conta Tiago.

—Eu sei. Papai estava falando sobre um chá que faz pessoas soltarem puns fedorentos o dia todo. - Alvo disse animado.

—Tem a tinta que não saí durante um mês.

—E a bala que faz vomitar.

—Precisamos comprar isso. - Alvo e Tiago disseram ao mesmo tempo.

—Onde vocês conseguem tudo isso? - Perguntei.

—Nosso tio Fred é dono de uma loja de brincadeiras em Hogsmeade. Ele sempre traz as novidades da loja para gente. - Lily explicou.

—Você quer alguma coisa, Claire? - Tiago me perguntou. - Se nos der o dinheiro, nós mandamos as coisas para você.

—Se eu fosse você, comprava pelo menos uma. - Alvo alertou. - Pelo que já ouvi de Hogwarts, você vai precisar.

—Acho que vou querer um pacote de balas e um potinho de tinta.

—A gente te manda uma coruja com as coisas e você nos dá o dinheiro.

—Certo.

—Querida, foi um prazer fazer negócio com você. - Tiago e eu apertamos as mãos e eu ri.

—Que negócio? - Harry perguntou, chegando perto de nós.

—Nada. - Nós quatro respondemos juntos.

Harry nos olhou desconfiado, mas não disse nada.

—Crianças, venham, hora de tirar as medidas. - Gina chamou.

—São dois conjuntos de roupas Madame Malkin. Um feminino e outro masculino. - Informou Gina, dando espaço para que eu ficasse frente a frente com Madame Malkin.

—Vejamos só. - Disse Madame Malkin e comandou a fita métrica com a varinha.

—Você é uma garota um tanto alta, Srta.Laurent. - Murmurou ela e meu rosto queimou. Ser mais alta até que os meninos da minha idade era horrível.

Quando ela acabou, foi a vez de Alvo.

—Cada conjunto vai custar 15 sicles e 8 nunques.

Ela disse eu olhei para Harry.

—O que é um sicle? E um nunque?

—É o dinheiro do mundo bruxo. Nunques são moedas de bronze. 29 nunques formam um sicle, a moeda de prata. E 17 sicles formam um galeão, a moeda de ouro.

—Mas meus pais não tem esse dinheiro... Eles só tem euro.

—Para trouxas, eles aceitam trocas. Já troquei o dinheiro dos seus pais. Eles tem 50 galeões, 15 sicles e 25 nunques. Vai dar para custear seus materiais e você ainda terá dinheiro para Hogwarts.

—Oh, certo, tudo bem.

Depois de termos ido a Madame Malkin, Harry nos levou a Floreios e Borrões, onde poderíamos comprar nossos livros. Não foi nada fácil entrar na loja, visto que estava lotada. Havia gente da mesma idade que eu, mas também muito pais. Todos na corrida para comprar materiais.

Minha mãe, que era rigorosa com essas coisas de lista, não saiu da loja enquanto não achou meus livros e os de Alvo. Gina e Harry procuravam os de Tiago, enquanto eu, Lily, Tiago e Alvo vasculhávamos os livros.

—Olha esse! - Lily exclamou, erguendo uma coisa do tamanho do meu dedo mindinho do pé. Era um livro sobre formigas, escrito por Brad Tomsillon. Acompanhava uma lupa.

Mas não ficamos muito tempo na Floreios e Borrões. Mamãe reclamou da hora e da fila de espera e papai tentou acalmá-la. Saímos de lá e Harry sugeriu algo para acelerar as coisas.

—Por que Tiago não leva as crianças para o Olivaras, enquanto nós vamos comprar o resto das coisas?

—Mas... - Mamãe ia começar a reclamar, mas olhou em seu relógio e suspirou. - Tudo bem, mas cuidado.

Ela avisou.

Minha mãe e Gina conversavam animadamente e eu sorri. Elas estavam se dando muito bem, graças a Deus.

Tiago puxou meu braço.

—Venha Claire, vai ficar para trás!

Os outros estavam correndo na direção da loja de Olivaras e eu corri atrás deles.

—O que vende no Olivaras?

—Varinhas. - Alvo respondeu.

—Como se escolhe uma varinha? Elas são todas iguais? - Mordi minha língua antes que as perguntas saltassem sem controle da minha boca.

—Nenhuma varinha é igual a outra. Todas elas são diferentes e o meu pai disse que o Olivaras é o melhor fabricante de varinhas. - Lily parecia mais animada do que nós. - Ele sabe tudo sobre varinhas.

—E é a varinha que escolhe bruxo, não o contrário. - Tiago disse, balançando a sua varinha na minha frente. A varinha dele era diferente da de Harry, a dele era mais quadrada, com pequenos detalhes na ponta.

—Guarde isso Tiago. - Alvo avisou. - Se você fizer uma mágica fora da escola, é expulso.

—Não se pode fazer mágica fora de escola? - Perguntei surpresa.

—Os professores acham que somos muito novos para fazer magia em todos os lugares. - Tiago revirou os olhos.

Chegamos em frente ao Olivaras. A loja parecia ter sido reformada recentemente, pois era muito nova em relação ao Beco Diagonal. Lily abriu a porta e escutei um sininho.

Lá dentro era escuro, com pilhas de caixinhas pretas em formato retangular se acumulando. Tinha um balcão de madeira polida, uma escada apoiada a uma das prateleiras também lotadas das mesmas caixinhas.

—Olá? - Arrisquei.

—Ah, Olá! - Disse um senhor saindo de trás de uma prateleira. Ele sorriu e veio na nossa direção. Tinha a barba um pouco grande, olhos cinzentos e cabelos brancos.

—Nós viemos comprar... - Tiago começou, mas o senhor o interrompeu.

—Sei o que vieram comprar aqui, sr. Potter. - Ele olhou para cada um de nós. - Temos dois sr.Potter aqui e um de vocês já veio ano passado. Aveleira, 28 centímetros, pouco flexível, núcleo de corda de coração de dragão. Temos uma srta.Potter e uma senhorita...

—Laurent. - Respondi e sorri.

—Laurent. - Ele repetiu. - Sou o sr.Olivaras. Agora fiquem aqui, vou buscar as varinhas para o sr.Potter e a srta.Laurent.

Alvo foi primeiro. O sr.Olivaras o fez segurar varinhas de vários tamanhos, flexibilidades e núcleos diferentes. Em seguida, Alvo as agitava levemente e o sr. Olivaras descartava a varinha. Até que ele perguntou a Alvo sua altura.

—Agora sim! Devo ter uma varinha perfeita para você... aqui! - Ele pegou uma caixinha e entregou a Alvo. Ele a abriu e a segurou. Era uma varinha longa, lisa, com um detalhe redondo na extremidade oposta a ponta. Alvo a olhou, encantado e algumas faíscas saíram da ponta da varinha.

—Perfeita sr. Potter! Perfeita!

Alvo sorriu e o sr. Olivaras pediu que eu me aproximasse.

—Antes de começarmos, srta.Laurent. Me diga quanto de altura e o dia do seu nascimento, por favor?

—Sim, claro. 1,47 de altura. Nasci no dia 5 agosto.

—É um pouco mais alta que seus amigos, não? - O sr. Olivaras deu uma piscadinha e eu fiquei vermelha de novo. - Mas vamos logo com isso.

Agora foi minha vez de segurar varinhas até minha mão cansar. O sr. Olivaras estava intrigado.

—Mas essa também não! Achei que seria perfeita...

Até que eu mesma peguei uma caixinha preta, que me chamou a atenção. Ela estava no alto de uma das pilhas e parecia ser a mais empoeirada do local. A abri e suspirei baixinho. A varinha lá dentro era linda. Era negra, como carvão, com detalhes que pareciam chamas em espiral, em relevo. Por impulso, a peguei e um clarão tomou conta da loja, tão forte que precisei fechar os olhos.

—Acho - disse o sr.Olivaras, sorridente. - Que essa varinha acabou de escolher seu dono.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Comentem o que acharam!
Beijos!



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