História 10 - ANJO escrita por Tsuruga Akira chan


Capítulo 13
Capítulo 13 - TEMPESTADE


Notas iniciais do capítulo

Então, vamos seguindo! =D

Enjoy, Minna-san!



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A ruiva ofegava em pressa gerada pela preocupação enquanto corria pelo portal dimensional. A tenente tinha permissão para passar, nada iria lhe atacar naquela fenda entre os dois mundos, mas a angustia lhe consumia e ao mesmo tempo tornava-se combustível para que seus pés corressem o mais rápido que pudessem.

— “Taichou!... Taichou!... Taichou!” - A mulher chamava mentalmente enquanto corria. - “Por que? Por que logo agora? O que aconteceu com você? Finalmente estava começando a superar a morte da Hinamori-chan. Finalmente poderia se aproximar da Karin-chan novamente. Finalmente poderia voltar à sorrir um pouquinho mais! O que aconteceu no mundo humano?!” - Questionava-se a ruiva angustiada e irritada, pois de todas as vezes que cruzara aquele bendito portal, aquela, embora correndo, parecia ser a mais longa viagem que já fizera. O mundo humano nunca lhe pareceu tão distante como naqueles poucos instantes.

Finalmente via a luz se aproximando. Como se alguma força maior lhe empurrasse, tomou ainda mais velocidade, finalmente parando no céu da conhecida cidade. Entretanto, este agora estava a ficar cada vez mais cinza e coberto por nuvens pesadas. A temperatura abaixava a cada instante e trovões ecoavam como o rugido de um imenso dragão de gelo serpenteando envolta de um enorme globo de ar revolto que abrigava em si um rapaz descontrolado.

— Taichou… - Murmurou a tenente logo o reconhecendo. O corpo estava envolto da conhecida armadura alada de gelo, porém não havia espada em suas mãos. Seus olhos perderam a cor, tornando-se brancos e emitindo um tipo de luz, enquanto o rapaz permanecia em algum tipo de agonia infinita externada pelos gritos do próprio dragão.

Os joelhos de Matsumoto falharam, deixando-se cair sobre a plataforma de ar que a mantinha suspensa no céu.

Hitsugaya estava descontrolado. A criança que ela insistira para que virasse um shinigami e de quem cuidara como um irmãozinho durante décadas estava à sua frente, descontrolado e sofrendo, sem que a ruiva pudesse nem ao menos saber o que fazer para ajudá-lo.

— Rangiku-fukutaichou. - Chamou uma voz grave. Ela, mesmo que ainda em estado de choque, olhou para o lado, encontrando o dono da voz e mais alguns lhe olhando como se esperassem por algo.

Quem lhe chamara fora Kyouraku, o ex-capitão da 8º divisão e que agora ocupava o posto de supremo comandante da Gotei 13. Ao seu lado, estava sua fiel tenente Nanao, além de Byakuya, Abarai, Kurotsuchi, Nemu, Isane, Hanatarou, Zaraki, Yachiru, Hirako, Isshin e Ichigo.

— Rangiku-fukutaichou. Eu entendo que esteja chocada e que esta seja uma situação difícil, mas preciso que se ponha de pé e que nos ajude. Creio que entenda a gravidade da situação. Ou o paramos, o teremos uma situação ainda mais difícil de lidar. - Disse em tom sério.

Os olhos da ruiva se arregalaram. Estavam no mundo humano e seu superior estava descontrolado e causando nítidas interferências no local. Matsumoto já trabalhava há bastante tempo. Tempo esse suficiente para entender o que o homem usando chapéu de palha, um kimono feminino e um tapa-olho estava dizendo. O procedimento padrão. Execução.

As regras eram claras e criadas unicamente para manter a segurança e o equilíbrio entre o mundo humano e os demais existentes. Se algo ameaçava esse equilíbrio, como aconteceu com os Quincys, este deveria imediatamente ser eliminado para que os mundos pudessem novamente coexistir em paz. Hitsugaya, em seu atual estado, era o fator que ameaçava tal equilíbrio.

— Comandante, o que está acontecendo aqui? Por que o taichou está assim? - Perguntou a mulher. Uma pista. Uma única pista do que acontecia e talvez ela pudesse ajudar em algo.

— O Hitsugaya-taichou parece ter sofrido algum tipo de dano emocional e graças a isso, perdeu totalmente sua consciência racional, o que causou um claro descontrole por parte de sua zampakutou. - Opinou Kurotsuchi.

— Dano emocional? Mas como? Ele estava bem quando saiu há algumas horas! Eu mesma vi! Ele veio para cá de folga ver alguns amigos. Nada disso deveria estar acontecendo! - Exclamou a ruiva desesperada.

— Tenente, preste mais atenção! - Ordenou o comandante. - Não estamos sozinhos.

A mulher olhou em volta, não encontrando nada além dos companheiros e de seu capitão. Reparando no clima tenso do comandante que habitualmente era o homem mais relaxado da sociedade das almas, a ruiva tentou mais uma vez, porém desta vez, usando mais do que seus olhos.

Encontrou o que procurava.

— Rosne, Raineko. - Ordenou a tenente em tom baixo e ameaçador ao liberar sua espada.

A espada desintegrou-se se tornando uma nuvem de poeira e espalhou-se pelo ar.

Uma risada ecoou.

— Acha mesmo que pode me encontrar com isso, mulher? - Perguntou a voz debochada.

A poeira varreu todo o perímetro, mas retornou para a tenente.

— Aonde você está, desgraçado? O que fez com o taichou? Mostre-se! - Exclamou a tenente já tento afirmado ser impossível encontrá-lo e atacá-lo.

— Não se apresse, tenente. Logo, logo, poderá me ver… Mas não acha que está se precipitando? Eu diria que tem problemas bem maiores do que me encontrar. - Soltou uma risada sarcástica. - Vocês tem um capitão descontrolado em pleno mundo humano. Logo tudo estará destruído se não o pararem. Ah… Não aconselho à tentar conversar com ele. Digamos que agora o seu coração se encontra em um profundo pesadelo! - A risada tornou-se mais intensa.

— Desgraçado! Apareça! O que você fez o Toushirou?! - Ichigo gritou por fim. Assim que fora chamado, instruíram-no à observar o máximo possível antes de dar qualquer passo. Hitsugaya sempre fora um dos mais poderosos e sensatos capitães, entretanto, caíra em descontrole. Seria fácil para o alaranjado de pavio curto compartilhar do mesmo estado.

A risada tornou-se ainda mais sarcástica. Uma brisa leve e arrastada passou por todos, causando um ou outro arranhão na pele que os kimonos não cobriam. Mais uma vez a risada se fez presente.

— Interessante! - Gargalhou. - Muito interessante!

— Do que esse retardado tanto ri? - Perguntou Abarai.

— Não sei… Mas não estou gostando disso. - Afirmou Isshin desconfiado.

— Ora, ora, temos alguns capitães sensatos aqui… - Debochou. - Não poderiam estar mais certos. - Declarou confiante. - Emoções.

— Emoções? - Repetiu a ruiva sem entender.

— Exato, mulher, emoções. - A voz concordou. - Vocês, assim como os humanos, deixam suas emoções lhe comandar e consumir. Porém, diferente deles, vocês vivem por muito mais tempo e, consequente, acumulam muito mais delas. Felicidade, amor, compaixão… Essas são algumas delas. Entretanto, também há a tristeza, rancor, frustração, ódio, medo… Agora digam, o que acham que aconteceria se todas as suas emoções negativas fossem unidas e transformadas em um longo e profundo pesadelo? - Questionou sugestivo. Os olhos de Matsumoto se arregalaram e inconscientemente a tenente apertou mais o cabo de sua zampakutou. - Parece já ter entendido, mulher. - Soltou um riso satisfeito. - O capitão está tendo uma bela amostra do que acontece, mas para ele o pesadelo é real. Está revivendo consecutivamente e repetidamente o momento mais aterrorizante de sua longa vida. Este é o meu poder. - O monstro finalmente se mostrou, saindo de uma fenda no espaço, um tipo de ave humanoide. A criatura possuía a estrutura de um humano, mas seus pés eram garras, seus braços possuíam asas e em sua cabeça havia uma metade de mascara no formato de um bico, dando-lhe uma aparência semelhante à de um têngu.

— Desgraçado! - Assim como a ruiva, Ichigo se pôs em ataque para o monstro, mas foram afastado por uma corrente de ar criada por suas asas.

— A morte do homem amado, - Olhou para a tenente. - A culpa pelo sacrifício de uma mãe. - Continuou agora à olhar para Ichigo. - A morte de um irmão, a frustração de não poder salvar sua mulher, o desespero de uma maldição… - O riso aumentou. - Conheço todos vocês. Sei dos medos de cada um e poderia até mesmo ativar um pesadelo para cada. Agora mesmo, aqui, causando destruição no mundo que supostamente todos vocês deveriam proteger. O que acham? - Perguntou debochado. Um sorriso malicioso estampou o rosto do hollow. - Me ataquem! Será um prazer levá-los à um mundo de desespero. Libertarei Aizen-sama e novamente começaremos seu império!

— Desgraçado! - Ichigo se exaltou e Kyouraku, como se já esperasse por isso, fez sinal para Kurotsuchi. O alaranjado foi acertado por um tipo de dardo vindo do capitão da 12ª divisão.

— Ichigo! - Gritaram a ruiva e o ex-capitão da 10ª divisão.

— Acalmem-se! O rapaz está apenas sedado. Isshin, cuide de seu filho, seria um problema se ele também se descontrolasse. Escutem! Não façam movimentos desnecessários! - Ordenou o comandante.

— Concordo com o comandante. Um homem esperto, diria eu. - Disse o hollow. - Entretanto, ainda tem um capitão descontrolado aqui. Não é dever de vocês eliminá-lo? - Sugeriu em deboche.

— Desgraçado! Por que ele? Por que logo ele? - Questionou a ruiva raivosa.

O têngu sorriu com se estivesse esperando pela pergunta.

— Vingança. - Respondeu vitorioso. - Há dois anos atrás esse capitão quase me matou. Por sorte, ao matarem a garota, consegui uma abertura e fugi, embora já estivesse quase morto. Durante dois anos me fortaleci e agora terminarei o que começamos. Libertaremos Aizen-sama e nosso reinado se erguerá! - Gritou e novamente desaparecia no ar. - Matem seu capitão. Elimine-o. Será um prazer assistir à tudo isso. Voltarei a aparecer quando ele estiver morto. - Riu novamente.

— O quê? É apenas mais um fracote covarde… Que chatisse. - Comentou Zaraki.

— Ken-chan está entendiado. - Disse a garota em suas costas.

— Zaraki-taichou, não é hora para isso. Precisamos da sua ajuda. Hitsugaya-taichou não é alguém que se possa matar com facilidade. Ainda mais neste estado. - Declarou o comandante.

— Kyouraku-taichou?! - Exclamou Matsumoto descrente.

O homem suspirou pesado e abaixou um pouco seu chapéu de palha.

— Desculpe, Rangiku-fukutaichou. Sei o que está sentindo. Também gosto do garoto e gostaria de resolver isso de outra forma. Mas olhe à sua volta. O mundo humano deve ser protegido. Mesmo que isso custe a vida de um capitão. - Disse em tom sério, porém pesaroso.

— Isso não vai garantir nossa vitória! - Contestou a ruiva.

— Mas vai impedir a destruição deste mundo. - Retrucou o moreno.

O riso novamente apareceu.

— Exatamente! Impeçam a destruição do mundo! Matem o capitão de gelo! - Exclamou divertindo-se.

— Maldito! - Gritou a ruiva.

— Abarai-taichou! Kuchiki-taichou! Farão os primeiros ataques. Tente imobilizar o garoto à distância. Isane-taichou e Hanatarou-fukutaichou devem se manter na retaguarda. Tentaremos salvar o garoto, então se mantenham alerta. - Ordenou.

— Hai, comandante! - Concordou Abarai mesmo que relutante. Byakuya já desembainhava sua espada.

Os dois capitães ativaram suas respectivas bankais. Ao tentar atacar o globo de vento, seus ataques foram repelidos e congelados.

O rapaz no globo parou de se contorcer. Quieto e de pé, olhou na direção dos capitães, porém ainda sem expressão.

O riso do hollow novamente foi ouvido.

— Parece que ele não gostou de ser atacado. - Debochou. - Ataque-os, capitão! - Ordenou a voz.

Hitsugaya levantou um de seus braços na direção dos companheiros e ventos fortes e frios apareceram repentinamente iniciando uma nevasca com tornados que congelavam e arremessavam tudo o que tocavam. Os capitães repeliam e escapavam dos ataques como podiam.

— A situação está piorando. - Murmurou Kyouraku estalando a língua em frustração. - Zaraki-taichou, ajude-os no próximo ataque.

— É um saco lutar com alguém que nem está consciente. - Reclamou o homem, mas desembainhou sua espada.

— Vai ficar divertido, Ken-chan! Você vai ver! - Afirmou a sua tenente com extrema confiança.

— Assim espero… - Respondeu Zaraki mesmo sem entender o que a pequena lhe falava, pois, de qualquer forma, Yachiru nunca mentira para ele.


— Ataquem! - Ordenou o comandante.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Até o próximo capítulo!

Abraço e Sayounara, Minna-san!



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