Never Let Me Go escrita por Calalini


Capítulo 1
Capítulo Ùnico


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia dos namorados, leitores!
Boa leitura! Espero que gostem!



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Era uma manhã ensolarada. Os raios do sol que havia acabado de se pôr invadiam impiedosamente o quarto de Star Borboleta através das janelas por lá espalhadas, um deles acertando em cheio os olhos cerrados e desprotegidos da princesa alienígena, que acordou no mesmo minuto. Decidiu que era a hora de se levantar, e sentou-se na beirada de sua cama enorme, o semblante sério.

Ela encarou o próprio colo por alguns segundos, e em seguida arriscou levantar levemente os olhos cerúleos em direção á uma das janelas, para, através do vidro, ver como o dia estava.

O sol brilhava intensamente. As belas aves cantavam canções deliciosas de serem ouvidas, e belas nuvens se espalhavam no céu azulado de modo perfeito, desta forma fazendo a cena se parecer muito mais com um quadro pintado por um profissional muito talentoso ao invés do que com uma simples janela decorada de um quarto feminino qualquer. O dia parecia estupendo, estupendamente perfeito para todos.

Menos para Star.

Ela suspirou e deslizou os dedos alvos e longos entre as madeixas loiras, enquanto a outra mão tateava a mesa de cabeceira, em busca do celular. Ao sentir algo pequeno e retangular, ela rapidamente agarrou o aparelho e observou a tela, a fim de descobrir que horas eram. Porém, ela deu mais atenção á data estampada na tela de bloqueio. Será que...? Foi preciso que ela esfregasse os olhos e observasse novamente, para que ela soubesse se ainda não estava sonhando. Não, ela não estava. Era mesmo 18 de janeiro.

Droga... Tudo o que esta não precisava era de uma festa animadora, que os Diaz fariam. Aquele dia não podia demorar mais um pouquinho para chegar?

Star se desligou por um momento de tudo isso, ao recolocar o pequeno celular no devido lugar dele, assim que os olhos da extraterrestre se depararam com o porta-retratos colorido que havia ali, ou melhor, ao se depararem com a fotografia ali exposta.

Era uma fotografia dela e seus pais biológicos, ou seja, o rei e a rainha de Mewni – ou seja, seu planeta natal – e estava em intercâmbio na Terra basicamente em treinamento, para conseguir controlar os poderes de sua varinha mágica. E bem, até então estava morando com a família Diaz, que consistiam em um casal simpático e seu único filho, Marco.

Ah, Marco... A loira se arrepiou só de pensar naquele nome. Um fato comprovado era que, desde que os olhares dos dois adolescentes haviam se cruzado pela primeira vez, ela havia sentido o coraçãozinho disparar, e uma sensação esquisita, como se houvessem borboletas em seu estômago, debatendo-se como se quisessem sair dela. E, ao longo dos dias, passou a se sentir assim sempre, toda vez que os dois estavam perto. Era péssimo, já que os dois viviam sob o mesmo teto e freqüentavam a mesma escola, de forma que esses sentimentos haviam virado rotina na vida dela, quando resolveu que não podia mais conviver com aquilo sem saber, resolveu pesquisar.

E foi o que ela fez. Pesquisou, estudou, analisou... E, no final das contas, descobriu que aquele sentimento não passava de uma paixão verdadeira e incondicional á primeira vista.

Isso foi, claro, um belo choque para Star. Afinal, ela já havia tido mais namorados do que dentes na boca, e, até onde sabia, nunca havia sentido aquilo.

Talvez, a paixão e interesse romântico que ela havia sentido por eles não havia sido “verdadeira e incondicional á primeira vista”. Quer dizer que ela não gostava de verdade deles? Não... Isso não fazia o menor sentido.

Fazendo sentido ou não, a descoberta havia deixado a menina diferente. Ela, que era sempre tão animada e falante, aquela pessoa que parecia tomar um litro de energético todas as manhãs, estava agora calada e insegura, sempre refém de seus pensamentos, principalmente perto de Marco.

Sua nova paixão.

Bom, pelo menos agora esta sabia por que ela ficava chateada ao vê-lo se humilhar para Jackie, tentando conseguir a atenção de uma menina que sequer o notava. Doía em Star ver que ele não pensava nela como namorada, porém doía mais ainda fingir que ela não se importava, quando no fundo sentia como se uma nuvem carregada houvesse se instalado em cima dela.

Em qualquer situação...  Ela se sentia estranha, insegura, confusa e envergonhada. Não estava envergonhada de Marco, mas de si mesma.

"Como você pôde, Star? Como você pôde se apaixonar pelo seu melhor amigo? Já se olhou? Ele nunca irá gostar de você. São apenas amigos..."

Porém, talvez ela possa estar equivocada. Às vezes, achamos que tudo é de um jeito, até o acaso resolver mudar tudo. Nunca se sabe...

Ela meneou a cabeça para se despertar de seu breve devaneio, e decidiu que já era a hora de sair de seu quarto e ir até o andar debaixo, para contemplar a festinha que a família Diaz obviamente tinha feito. E foi o que ela fez. Assim que desceu as escadas, a primeira coisa que viu foi a família sorridente, a mulher que era praticamente uma mãe de consideração para Star segurava um bolo enorme nas mãos.

—Parabéns!!! – os três gritaram em coro.

—Oh! Uma festa! Eu não acredito que vocês fizeram isso por mim! – ela falou, entre gritinhos histéricos, fingindo que nunca adivinharia nada daquilo.

Automaticamente, ela olhou para cima, vendo, pregada na parede, uma faixa de tecido bem comprida, onde se liam os dizeres: “Feliz Aniversário, Star!”, e as letras cercadas de desenhos de flores, flores de diversos tipos, tamanhos e cores.

—Fizeram mesmo isso para mim? – perguntou, realmente impressionada desta vez.

—A faixa? Ah, na verdade isso foi o Marco quem fez. – contou o pai do garoto, dando um leve cutucão no mesmo, que encarou o chão, tímido. – Ele se esforçou pra colorir com tinta de tecido sem borrar ou manchar. A faixa só ficou pronta ontem á noite.

Fazia sentido, era por isso que ele estava tão distante dela no dia anterior.

—Bom, eu irei deixar o bolo aqui. – a mãe do menino deixou o bolo em cima da mesa da sala, e se afastou junto com o marido, deixando Star e Marco sozinhos no cômodo.

—Bom dia. – sorriu.

—Bom dia, Star. Feliz aniversário.

—Obri...

Ela foi interrompida por um abraço do seu melhor amigo. Mas não foi um abraço comum, era um abraço intenso, asfixiado. Ela mal teve a coragem de terminar o agradecimento, as letras se perderam no ar. Num passe de mágica, as borboletas em seu estômago apareceram, debatendo-se com força (como sempre), apenas por sentir os braços longos de Marco ao seu redor. Porém, ela não teve muita alternativa senão retribuir. Demorou um tempo, pois nos primeiros segundos ela havia ficado petrificada.

Em seguida, ele a convidou para comer o bolo de aniversário apetitoso. Antes de o fazerem, Star quis saber:

—Marco...

—Hm?

—Você ainda gosta da Jackie?

Ele se calou imediatamente, e mudo ficou por longos minutos, longos minutos que pareciam intermináveis, ele mordia o lábio inferior enquanto cortava um pedaço do bolo para Star, já que já havia cortado para ele.

—Não. – respondeu rapidamente, virando-lhe as costas e indo em direção ao sofá comer o bolo.

—Não? – indagou ela, sentando-se ao lado dele, segurando o prato descartável firme sob as mãos pequenas e suadas – Por que não?

—Eu estou gostando de outra pessoa.

—De quem?

Marco foi salvo pela comida, estava com a boca cheia do glacê do bolo. E nenhuma outra palavra foi dita até eles terminarem de comer seus pedaços de bolo e o guardarem na geladeira. Star teve vontade de perguntar de novo, mas não pôde, pois ele perguntou a ela, sorrindo de orelha a orelha:

—Quer fazer alguma coisa? Pra comemorar seu niver.

—È, pode ser...

—Que tal um parque de diversões?

—Boa idéia. Agora?

—È! – ele pareceu surpreso com a resposta dela.

—Está bem, eu vou me trocar. – ela sorriu, e subiu as escadas em seguida.

Marco concordou, e voltou a se sentar no sofá, já que ele já estava arrumado. Ele não compreendia... Certo, Star realmente estava estranha, mas ele estava a mil léguas de imaginar que ela reagiria de uma forma apática á proposta do seu lugar terráqueo predileto. Okay, tudo bem que sua melhor amiga andava, sim, estranha... Nos últimos dias, ela não se parecia nem um pouco com aquela garota que parecia ligada na tomada.

Mas não importava. Ainda era a Star. A mudança de comportamento dela não alterava nem anulava o interesse romântico nela que Marco havia descoberto há algumas semanas. Mas ele não a contaria... Contaria? Não. Aliás, contaria sim. Era uma decisão complicada a se fazer. Mas ele não sabia se devia prosseguir escondendo, afinal, Star tinha todo o direito de saber. Não é? Bom, ele iria contar a ela no parque de diversões. Pronto, estava decidido. E ele não ia, de modo algum, anular a tentativa da declaração, como havia feito ultimamente. Desta vez era pra valer, prometeu a si mesmo.

—Marco?

Ela estava pronta. Ele virou a cabeça para observá-la. A garota de outra dimensão estava especialmente bonita naquele dia, com um vestido rosa de alças e babados, um par de sapatos estilo boneca e um colar dourado comprido.

Star apertou o cotovelo, um pouco desconfortável ao ver Marco encarando-a daquela maneira.

—Hã... Tá tudo bem?

—Tudo. – respondeu ele, despertando-se de seu breve devaneio – Vamos lá, então.

E foram. Longos minutos, quatro sorvetes, uma montanha russa, um trem fantasma e uma roda gigante depois...

—Star...

—Oi?

—Posso te perguntar uma coisa?

—Acho que você quis dizer se pode perguntar outra coisa...

—Hã?

—Com essa já é uma pergunta! Dã! – divertiu-se a loira.

—Tá, tá... – disse, impaciente – Eu queria saber... Porque você anda estranha?

—O quê?

—Estranha. Nesses dias, você parece, eu não sei, um pouco chateada... Aconteceu alguma coisa?

—Não, nada, nadica de nada. – respondeu, tensa – Eu estou ótima, deve ter sido impressão sua.

—Ah, é? Bom, meus pais e alguns amigos têm achado a mesma coisa. Que suspeito, todo mundo ter a mesma impressão...

Ela suspirou, destruindo o próprio sorriso. Ela sentiu que precisava contar que o amava, mas teve medo de como ele reagiria... Ela não podia correr o risco de perder seu melhor amigo. Mas, por um outro lado... Se ela não contasse, nunca iria saber como poderia ter sido.

—È que... È que eu tô apaixonada, é isso.

—Sério? Garota, como você não me conta uma coisa dessas? – perguntou. Não conseguia sorrir, mas fez o melhor que pôde. Como assim, a garota que ele amava já estava pensando em outra pessoa? Aquilo não podia ser verdade, mas ele disfarçou o máximo que conseguiu – Quem é o sortudo?

“Ai... Isso vai ser bem difícil!”, pensou a adolescente consigo, e suspirou. A hora havia chegado.

—È você.

—O quê?! – perguntou, com os olhos arregalados, realmente surpreso.

—Foi mal, Marco... È que eu não sei direito o que deu em...

Ela foi interrompida pelo toque dos dedos dele nos lábios finos da moça, como se estivesse pedindo seu silêncio.

—Sshh... Eu sinto o mesmo, Star... – sorriu, afagando os cabelos loiros dela.

—Verdade?

—Verdade. Eu nunca te contei por que... Tive medo de como você ia reagir, cheguei a pensar que a nossa amizade fosse acabar, e tal.

—Eu pensei o mesmo...

Ele deu um sorriso, e a beijou. Foi um beijo doce e lento, ambos adoraram. E, quando se afastaram para tomar fôlego, ela olhou para ele e sorriu de orelha a orelha, balbuciando:

—Eu te amo.

—Eu também te amo.

Com aquelas palavras, as borboletas no estômago de Star explodiram. Era tudo o que ela precisava, sentir-se amada e desejada por ele.

—Só me promete uma coisa?

—O quê?

—Nunca me deixe ir. Está bem?

—Só se você prometer o mesmo.

—Tá bom, Marco, eu te prometo! – riu.

—Sendo assim, eu prometo também.

Ela sorriu novamente, abraçando-o com força, sentindo-se mais feliz do que nunca enquanto sentia os dedos dele afagando os seus cabelos.

Era o melhor aniversário de todos. E nada, nada poderia estragá-lo.


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Notas finais do capítulo

E então, oq acharam? Pls comentem, a opinião alheia importa muito!
um beijo, um queijo, até a próxima fanfic e tchaaau!



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